O pedido de desculpas



Harry acordou bem cedo naquele dia. Não conseguiu mais dormir de tanta ansiedade. Quando os Dursley finalmente acordaram, Harry desceu pra tomar café. Quando chegou na cozinha, deu de cara com Tia Guida de olho nele com um olhar de desprezo. Ele não se abalou e tomou seu café em silêncio. Assim que terminou, ele se levantou e ia saindo em direção ás escadas quando Tio Válter o chamou:

- Venha cá, moleque! – chamou ele.

- O que foi, Tio Válter? – perguntou Harry, tentando parecer o mais gentil possível.

- Escute. Eu não contei a sua Tia Guida – “E teria outra?!”, pensou Harry deprimido. – que você é uma aberração, por isso se comporte... E... Veja lá como fala com ela! E... Como é que seu amigo vem lhe buscar? – perguntou ele, tentando parecer educadamente curioso, mas só conseguiu fazer uma cara estranha de medo.

- Não se preocupe. Eles não vêm de pó de flu. – respondeu Harry.

- Não vêm com o que? Anh? Pó de...? – perguntou o Tio embaraçado.

- Nada... Nada... Esquece! Mas eles não vão mais entrar na sala pela sua lareira. – disse Harry. E subiu para arrumar a mala, deixando seu tio totalmente confuso lá embaixo.

Quando eram 4:50, Harry desceu com a sua mala para esperar os Weasley lá embaixo. Assim que chegou, olhou de relance para os Dursley e tia Guida na cozinha. Ele se sentou no último degrau. Já era quase 5:30, quando Harry ouviu algumas batidas na porta.

- BUM! BUM! BUM! – Harry levou um susto e se levantou de um pulo.

- Abra a porta, Harry! – gritou tio Válter da cozinha. Harry foi se aproximando lentamente da porta, ergueu a mão, quando...

- BUM! BUM! BUM! – bateram novamente na porta. Dessa vez, Harry quase caiu no chão, tamanho foi o susto que levara. Recuperando-se, Harry ergueu a mão, segurou a maçaneta e girou-a...

- HARRY! – Harry não teve tempo de fazer nada. Ele se engasgou com o excesso de cabelos de Hermione.

- HARRY! POXA! QUANTA SAUDADE! VOCÊ TÁ BEM? PORQUE NÃO RESPONDEU AS NOSSAS CARTAS? ACONTECEU ALGUMA COISA? PORQUE VOCÊ ESTÁ TÃO CALADO?– perguntou Hermione, se soltando do abraço.

- Calma Mione! Deixa ele respirar! – disse Rony, seu outro melhor amigo. – E aí, cara? Como você está? – perguntou Rony. Harry notou que havia dois carros lá fora, e que toda a família Weasley estava dentro deles.

- Eu estou bem. – respondeu, desviando o olhar dos carros e olhando seus amigos. Rony estava um pouco maior do que da última vez e parecia ainda mais sardento e desengonçado do que já era. Já Hermione estava um pouco mais alta e seus cabelos pareciam bem menos volumosos do que de costume. Ela sorria radiante, no que Harry sorriu de volta.

- Onde vocês arranjaram os carros? – perguntou Harry curioso.

- Ah... O Ministério da Magia emprestou os carros... Como da última vez, sabe? – perguntou Rony. Parecia que ele estava se segurando pra não dizer alguma coisa. Então Hermione falou:

- Harry, no carro a gente explica tudo, tá?

- Tá legal. – respondeu Harry. Estava achando tudo aquilo muito estranho.
- Vamos, Harry! Eu vou levando suas malas pro carro, tá?! – perguntou Rony. E sem esperar resposta, saiu correndo, deixando Harry e Hermione pra trás.

- Bom, eu só vou ali avisar pros meus tios que eu já vou embora. – falou Harry. – Pode ir, Mione. Eu já estou indo.

- Tá bem, Harry. A gente te espera lá fora. – e saiu. Harry caminhou até a cozinha e falou:

- Tio Válter, Tia Petúnia, estou indo. Qualquer coisa, vocês sabem onde vou estar. Até Junho. – e saiu. Quando estava se encaminhando para a porta, ele sentiu que alguém o puxava e o forçava a ficar de frente. Era tia Guida.
- Aonde você pensa que vai, moleque! – gritou ela. – Por acaso você tem amigos naquele lugar? No St. Brutus? Eu pensava que era uma instituição para meninos irrecuperáveis como você! – berrou ela. Harry só teve tempo de tampar os ouvidos.

- Guida! O que está fazendo! – perguntou Tio Válter. Ele estava tremendo. Harry não soube se era por causa dos gritos da tia Guida, ou porque ele não teve coragem de dizer onde ele estudava.

- EU ESTOU INDIGNADA, VÁLTER! COMO VOCÊ PÔDE! DEIXAR O MENINO SAIR ASSIM, SEM MAIS NEM MENOS COM OS AMIGOS IMAGINÁRIOS DELE! – berrou Guida. Harry já estava começando a se enfurecer, quando Rony e Hermione entraram correndo na sala.
- O que está acontecendo, Harry? – perguntou Hermione.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! NÃO INTERESSA! QUEM SÃO VOCÊS? – berrou tia Guida.

- NÓS SOMOS RONY E HERMIONE! – berrou Rony - ESTUDAMOS NA MESMA ESCOLA QUE O HARRY: HOG...

- BUM! – Hermione caíra em cima de Rony para tampar sua boca. Harry sabia que o tio não gostava que Hogwarts fosse mencionada debaixo do seu teto. No começo, Rony não entendeu nada, mas depois percebeu a burrice que ele teria feito se Hermione não tivesse caído em cima dele.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO EM CIMA DE MIM?! – berrou um Rony com as orelhas mais vermelhas do que a goles de quadribol para uma Hermione com o rosto corado de vergonha.

- Des... Desculpe... – murmurou Hermione tentando se levantar. – Eu não tive a intenção... Quer dizer... Tive... E não tive ao mesmo tempo... – murmurava ela, corando cada segundo que tentasse se explicar. – Rony... Desculpe mesmo... Não era... Não era...

- Tudo bem, Hermione. Já entendi. – murmurou Rony, olhando pra Harry (que ainda estava sendo segurado pelo braço por tia Guida), que estava se segurando pra não rir da situação dos amigos.

- Voltando ao assunto... ONDE É QUE VOCÊ PENSA QUE VAI? – perguntou tia Guida, aos berros, novamente.

- Eu vou passar o resto das férias com os meus amigos... O tem de mal? – perguntou Harry, tentando parecer disciplente. Nesse momento, tio Válter segurou tia Guida pelas costas, o que a fez soltar Harry, e puxou-a. Os dois caíram de costas no chão e Harry ouviu tio Válter falar, com dificuldade:
- Vá logo, Harry... Rápido... Eu controlo a situação. Pelo menos... Vou... Tentar... – resmungou ele, ainda segurando tia Guida, que se debatia no chão, agarrada pelo tio Válter.

- NÃO! VOLTE AQUI, MOLEQUE! AGORA! VOCÊ NÃO VAI EMBORA! VOLTE! – gritava ela, se contorcendo e tentando se soltar. Mas Harry não estava mais ouvindo. Já tinha saído de casa e se dirigia para um dos carros, seguido por Rony. Hermione estava do lado da porta de um carro esperando. Ela já tinha colocado as malas de Harry no carro junto com Rony. Sem mais nenhuma demora, Harry e Rony entraram no carro.

Quando Harry entrou no carro, viu que não era só eles que estavam lá. Gui, Carlinhos e Fleur Delacour estavam no carro e sorriram quando Harry entrou no carro.

- Oi, Arry! Tudo bain com focê? – perguntou Fleur. Harry percebeu que ela melhorara muito no inglês.

- Tudo. Mas... O que é que você está fazendo aqui, Fleur? – perguntou Harry, confuso.

- Ah... Eu e o Gui esstamoss namorrando. – respondeu ela, olhando pra Gui com carinho. – Gui tain me enssinado ingreis, entaum, eu acarbei me apairxonando.

- Poxa! Que legal! – exclamou Harry.

- Pois é. Bom... Você já soube, Harry? – perguntou Carlinhos.

- Do que? – perguntou Harry.

- Harry, você não lê o profeta diário? – perguntou Hermione. Harry fez que não com a cabeça. – Ah... Francamente! – resmungou ela aborrecida.

- Eu não estou entendendo... Aconteceu alguma coisa? Voldemort atacou mais alguém? – perguntou Harry. Todos fizeram uma careta ao ouvirem o nome Voldemort, mas Harry não ligou. – Então? – tornou a perguntar.

- Bom... Você nem imagina porque estamos com esses carros? – perguntou Gui.

- Imagino que porque eles emprestaram depois do que fizemos... – disse ele para Rony e Mione.

- Não, Harry! Rony, acho melhor você contar... – disse Hermione.

- Tá bom... – respondeu ele, com as orelhas ficando vermelhas. – Bom, Harry, o Fudge, que era o atual ministro da magia, renunciou ao cargo falou que estava sem vontade de trabalhar depois de todo... Todo... Todo aquele incidente no ministério da magia... E depois da volta de você-sabe-quem... Então os inomináveis, você sabe, aquele povo que trabalha no departamento de mistérios... Disseram que sabiam de uma pessoa que podia substituir ele. E ELES INDICARAM MEU PAI! – completou Rony, quase pulando de alegria dentro do carro.

- MAS ISSO É ÓTIMO! PARABÉNS, CARA! – gritou Harry.

- Obrigada. Essa era a novidade que nós tínhamos pra contar... Ainda temos outras... – disse Rony. – Percy voltou a falar conosco e pediu desculpas por tudo! E depois ele quer falar com você! – exclamou ele.

- Que bom!

- E a Gina acabou o namoro com o Dino Thomas. – disse Rony. – Essas são as novidades! Todas boas, não?

- É... Pode ser... Mas a Gina não tava feliz com o Dino? – perguntou Harry.
- Não. Acabou a pouco tempo... E você? Tem novidades? – perguntou Rony.

- Bom... Não que eu... SIM! Esqueci de dizer. Sou o novo capitão do time de quadribol da grifinória e ganhei minha vaga de apanhador de volta! – disse Harry sorrindo. Rony ficou boquiaberto, Hermione soltou um gritinho de felicidade e Gui, Carlinhos e Fleur sorriram pra ele.

- Que bom, Harry! Parabéns! – disse Carlinhos. – Eu também fui capitão! Parabéns!

- Parabéns, cara! Você mereceu! – disse Rony, dando um abraço em Harry.
- Ah... Harry! – gritou Hermione e o abraçou tão forte que ele quase ficou sem ar. – Parabéns! – disse com a voz esganiçada.

- Parrabeins, Arry. – disse Fleur, apertando a sua mão.

- Parabéns e boa sorte! Tomara que o Rony seja monitor-chefe! O Rony e a Hermione! – disse Gui.

- Obrigado. – Harry conseguiu dizer, finalmente.

A viagem correu tranqüila, até chegarem no Caldeirão Furado. Quando chegaram, todos desceram do carro e o Sr. e a Sra. Weasley vieram cumprimentá-lo.

- Harry, querido! Como vai? – perguntou a Sra. Weasley.

- Bem, obrigado. Ah... Sr. Weasley... Parabéns! – disse Harry.

- Ah... Obrigado, Harry. Não sei como consegui o cargo, mas com a ajuda de Dumbledore, com certeza vou conseguir administrá-lo facilmente. – disse ele sorrindo.

- Oi, Harry! – Harry se virou e deu de cara com ninguém mais, ninguém menos que... Gina.

- Ah... Oi, Gina. – respondeu ele, um pouco encabulado. De todos os seus amigos, até agora, Gina era a que mais tinha mudado. Seus cabelos ruivos tinham crescido até a cintura, seus olhos azuis tinham se intensificado ainda mais e seu corpo havia mudado muito. Sua cintura e seu quadril agora estavam bem feitos. Harry nem sabia porque estava olhando pra ela assim. Afinal, ela era apenas a irmã caçula do seu melhor amigo.

- O que foi Harry? – perguntou ela. – Tudo bem com você?

- Ah... Sim, tá tudo bem, obrigada, Gina. – respondeu ele. – E com você? Eu soube que você terminou o namoro com ele, é verdade? – perguntou Harry, um pouco curioso.

- É verdade sim... Mas eu não posso dizer que era um namoro... Eu acho que a gente só tava ficando, sabe? Bom, mas sim, acabamos. Eu não estava mais curtindo ele... Ele ainda gosta de mim... Mas eu gosto de outra pessoa... – respondeu ela.

- Então tá bom. Sinto muito por ter acabado.

- Não precisa sentir. Eu não tinha muito tempo pra ele.

- Entendi. – respondeu Harry. – Já soube da novidade?

- Que novidade? – perguntou Gina.

- Eu virei cap...

- Harry! – gritou alguém as suas costas.

- Anh?

- Tudo bem, Harry? – perguntou Percy. – Será que eu podia dar uma palavrinha com você?

- Claro! – respondeu Harry. Gina apenas olhou pros dois.

- Á sós. – disse Percy.

- Ah... Tudo bem. Já entendi. – respondeu a garota entediada. – Depois a gente se fala, Harry! Eu pergunto pro Rony e pra Mione. Tchau! – disse Gina, e saiu correndo.

- Venha aqui. – chamou Percy. Eles sentaram-se á mesa do Caldeirão furado. – Escute, Harry. Eu gostaria de pedir desculpas por aquela carta. Eu realmente fui muito burro não acreditando em você. Desculpe. Eu devia ter pensado antes de qualquer coisa. Coisa que eu não fiz. Então... – murmurou ele, olhando para Harry. – Você me desculpa?

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