A Carta



Capítulo um: A CARTA

Harry Potter acordou assustado de mais um pesadelo. Sua cicatriz parecia estar em chamas de tanto arder. Ele mal conseguia se levantar de tanta dor. Sentou-se na cama e apertou com força a cicatriz, resmungando baixinho: “Pára, pára... “ . Tentou se acalmar. Precisava falar com alguém, qualquer pessoa, desde que ela lhe entendesse. Ele sabia que não podia ser Sirius, pois ele havia morrido apenas há alguns meses e Harry ainda sentia a dor dessa perda. Tentou imaginar a reação dos seus amigos. E pensando nisso, a imagem de Hermione apareceu em sua mente...

“Harry, se eu fosse você, eu falaria pro Dumbledore, com certeza ele vai te ajudar e vai te dar um bom conselho, por enquanto eu vou procurar em alguns livros...”.

É. Seria essa a reação de Hermione. E então lhe veio á cabeça a imagem de seu outro amigo, Rony...

“Mas... Ele não estava por perto, estava?! Quero dizer... Ele não pode estar aí, pode?! Harry, eu acho melhor você falar com o Dumbledore, cara. Isso pode ser sério. Acho melhor você falar com ele o quanto antes”.

Seria essa a reação do Rony. E pensando nisso, deu um sorrisinho maroto, e ficou tão absorto com seus pensamentos que acabou adormecendo.

No outro dia, quando Harry desceu para tomar café, acabou dando de cara com quem ele não esperava ver tão cedo. Guida, a irmã do Tio Válter, iria passar as férias lá, e dessa vez, Harry não podia impedir.

- Ora, ora, ora... Olhem quem está aqui. – falou Tia Guida, num tom estranhamente irônico, e acrescentou – ainda.

- Pois é. Ainda estou aqui. – disse ele, quase que desafiando.

- O que é que você está esperando, menino! Vá logo pegar a correspondência! – gritou Tio Válter para Harry.

- Já estou indo. – disse. E virou as costas. Quando chegou perto da caixa de correio, uma coruja veio voando e deixou cair uma carta em cima de Harry. Harry leu baixinho:

- “Para Harry Potter”. – e decidindo que gostaria de tê-la consigo para lê-la em seu quarto, guardou-a no bolso cuidadosamente e rumou para a cozinha. Harry sabia muito bem o que Tio Válter faria se visse que ele recebera correspondência.

- Aqui está, Tio Válter. – disse Harry, entregando a correspondência ao tio e sentando-se a mesa para comer. Duda já havia terminado seu café e cobiçava o de Harry, mas ás vezes dava fortes olhadas para o prato do pai.
- Bom, já terminei. Posso ir para o meu quarto? – perguntou Harry, que estava muito curioso para ler a carta e saber quem havia mandado.

- Pode. – resmungou Válter.

- Espere aí. – disse Tia Guida. Harry virou-se. Ela o olhava fixamente. – Quero saber... Porque você ainda não foi embora dessa casa! – gritou ela.
- Bom, suponho que você não deva perguntar a mim. E sim ao seu querido irmãozinho. – disse Harry ironicamente, muito tranqüilo, o que a deixou muito irritada.

- E eu suponho que você deve me obedecer e me respeitar, porque senão eu posso te colocar daqui pra fora em um segundo! – gritou ela.

- Pois eu duvido muito. – disse ele, se contendo para não rir da cara que a tia fez.

- Ah! Seu pestinha! Igual aos seus pais! Sempre ignorante! – disse ela. E agora soube que tinha afetado Harry. Tanto foi que ela deu um sorrisinho de triunfo.

- Por acaso a senhora quer que eu a transforme em um balão? Como eu fiz da última vez? – perguntou ele calmamente, embora estivesse muito nervoso. E pelo visto, a lembrança do que havia acontecido não saiu da cabeça da Tia Guida.

- NÃO! VOCÊ NÃO FARIA ISSO! – berrou ela.

- Ah... Faria sim. – sibilou ele.

- PAREM OS DOIS! – berrou Tio Válter. – CHEGA! HARRY, JÁ PRO SEU QUARTO! GUIDA, QUERO CONVERSAR COM VOCÊ! PORTANTO, FIQUE AQUI! – terminou ele. Harry não esperou mais um minuto, saiu quase correndo da cozinha, tinha uma coisa á fazer. Ou melhor, uma coisa á ler.


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