Helena ou Gina?



Capítulo vinte e sete: Helena ou Gina?




Depois de almoçarem, eles foram para o Salão Comunal da Grifinória. Mas no caminho eles encontraram uma pessoa...


- Olá, Harry! Como vai? – perguntou Helena.


- Bem e você? – perguntou Harry. Uma raiva imensa estava crescendo dentro dele.


- Normal. – respondeu Helena. Depois olhou para Gina. – O que você está fazendo com ela?


- Voltamos a ser amigos. – disse Harry.


- Voltaram, é? – perguntou Helena com desdém.


- Voltamos. – respondeu Gina. – Porque? Algum problema?


- Nenhum. Bom, vou indo. Quero conversar com você, Harry. Em particular. Mais tarde. – disse Helena. Então, virou as costas e foi embora.


- Oferecida. – resmungou Gina irritada.


- Uma cobra. – sussurrou Hermione.


- Também acho. Mas devemos acrescentar um item. – disse Harry.


- Qual? Ah! Idiota, ridícula... – ia falando Gina, mas Harry a interrompeu.


- Ambiciosa. – disse ele.


- É verdade... – sussurrou Hermione pensativa.


- Ela é muito ambiciosa. Demais até. – disse Gina.


- Concordo plenamente. – disse Rony.


- Senão ela não tentaria me seduzir, não tentaria fazer esse plano com o Malfoy e o Voldemort, e tudo o mais! Ela tem muita ambição! – comentou Harry.


- E eu sei qual é a ambição do momento. – comentou Gina sarcástica.


- Qual? – perguntou Harry.


- Você. – respondeu Gina. Hermione parou no meio do caminho.


- O que foi, Mione? – perguntou Rony. Hermione olhou pra ele.


- Eu acho que nós não devemos continuar com o plano. – disse Hermione.


- O que? – perguntaram Harry e Gina juntos.


- Acabou. – disse Hermione.


- Porque? – perguntou Gina.


- Porque tá todo mundo sofrendo com isso e eu não quero ser a culpada! Só isso! – disse Hermione.


- Mas você não é a culpada, Mione! – exclamou Rony.


- Sou sim! Pensando melhor eu... o plano acaba por aqui! Não quero continuar! Isso tudo vai dar em nada! Mudamos o plano todo e agora estragou tudo! EU estraguei tudo. – disse Hermione. Ela saiu correndo e Rony foi atrás. Harry e Gina observavam a cena, abobados.


- O que deu nela? – perguntou Harry assustado.


- Não sei... mas ela pensa que estamos sofrendo com tudo isso. – disse Gina agoniada.


- E estamos! Mas não tanto assim... – Harry disse tristemente.


- Harry... eu não sei se devo, mas... eu não quero continuar com o plano. E acho melhor nós conversarmos sobre o nosso... a nossa amizade. – disse Gina.


- Também acho. Mas primeiro vamos encontrar Hermione. – disse Harry.


- Tudo bem. – disse Gina. Eles foram direto ao Salão Comunal. Assim que chegaram, viram que estava vazio. Exceto por duas pessoas...


- Rony! Hermione! – chamou Gina. Ela e Harry foram até eles. Hermione estava chorando e Rony tentava consolar. Eles estavam sentados em um sofá. Ela se virou assustada.


- O que... o que... vocês estão fazendo... aqui? – perguntou entre soluços.


- Estávamos te procurando. Você e o Rony. – respondeu Gina se sentando ao lado de Hermione.


- Por que? – ela perguntou.


- Preocupação. – Harry respondeu sentando-se na poltrona.


- Você tá melhor? – Gina perguntou á Hermione.


- Sim. Pelo menos “acho” que sim. – respondeu ela.


- Que história é essa de acabar com o plano? – perguntou Harry.


- Não quero continuar. Depois eu penso em outra coisa. – disse Hermione.


- Mas por que? – perguntou Harry. Gina olhou surpresa para ele. Por acaso ele queria continuar com o plano e a ferir ainda mais?


- Você quer continuar, Harry? – perguntou com a voz embargada.


- Quero e não quero. – respondeu ele.


- Como assim? – perguntou Rony, que até agora estava calado.


- Eu quero pra me vingar da Helena. Aquela... não tenho palavras pra descrevê-la, de tão horrível que ela é. E não quero porque... por causa... da Gina... – disse Harry.


- Então é só por minha causa que você não continua com o plano? Então a sua raiva por ela é mais forte do que o amor que você sente por mim? – perguntou Gina.


- Eu não disse isso, Gina. Eu...


- Então é isso! Você tem um sentimento mais forte por ela do que por mim! Mesmo que seja raiva! – Gina disse, agora quase gritando.


- Gina, pare com isso! É ridículo! – exclamou Harry irritado.


- AGORA EU SOU RIDÍCULA! POIS BEM, HARRY. O NOSSO NAMORO ACABOU! E NÃO FAZ PARTE DO PLANO, NÃO! AGORA É A REALIDADE! ACABOU DE VERDADE! VOCÊ ESTÁ LIVRE PRA CONTINUAR COM O PLANO! EU TÔ FORA! – gritou Gina. Nessa altura ela já estava chorando. De raiva.


- O QUE EU FIZ? – Harry perguntou gritando.


- VOCÊ NÃO TEM MAIS MOTIVOS PARA NÃO CONTINUAR COM O PLANO! PODE CONTINUAR AGORA! O NOSSO NAMORO ACABOU PARA SEMPRE! – Gina gritou. Ela se levantou do sofá e foi direto para o dormitório. O que ela não esperava era que Harry fosse atrás dela.


- Gina, por favor... escute... – pediu Harry. Ele tinha ido até Gina e segurado seu braço.


- Escutar o que? – ela perguntou irônica. – Que você tem que continuar com o plano para se vingar? Não obrigada. Não quero ficar ouvindo coisas idiotas.


- Certo. Você quer ficar comigo? Pois se quiser, vai ter que ser assim. Eu tenho que continuar com o plano pra me vingar da Helena! Por que você não entende isso?


- Meus receios se confirmaram, Harry. Sua raiva é mais forte que o amor. Mas eu vou te dizer uma coisa: um dia você vai precisar do amor. E não o terá, porque renunciou a ele pela sua raiva. – Gina disse se soltando.


- Não faça isso, Gina. Por favor,...


- Você vai ter que escolher, Harry. Ou ela, ou eu. – Gina disse. Eles se encararam. Um olhava fundo nos olhos do outro. Mais fundo do que qualquer outra vez. Procuravam ver além dos olhos. Ler pensamentos...


- Eu tenho que continuar, Gina. Eu sinto muito. – Harry disse por fim. Gina limpou as lágrimas e levantou a cabeça, decidida.


- Então que continue! Mas você não vai me ter ao seu lado. – ela disse. Depois, subiu as escadas e entrou no dormitório. Harry deu um suspiro.


- O que você fez, Harry? – perguntou Rony atônito.


- Você é ridículo! Como pôde renunciar a pessoa que você mais ama no mundo por um sentimento de raiva insignificante comparado ao amor de vocês? – perguntou Hermione alterada.


- Eu tenho que continuar. Do mesmo jeito... agora não posso voltar atrás. – Harry disse se sentando.


- Não pode? Claro que pode! É só você querer! – disse Hermione exasperada.


- Ele não quer. – Rony falou.


- Claro que eu quero! Mas não posso...


- Como não pode, Harry? Eu quero saber! – disse Hermione, lágrimas escorrendo pelo seu rosto.


- Não é só por causa da raiva que eu quero continuar o plano. – disse Harry absorto em pensamentos.


- E é por que mais? – perguntou Rony.


- Gina corre perigo ao meu lado. Não posso deixar que me vejam com ela. – Harry disse.


- Mas ela está disposta a se arriscar! Ela disse! – Rony falou desesperado.


- JUSTAMENTE POR ISSO! Eu sabia que ela ia se arriscar se eu tocasse no assunto! – Harry confessou.


- Mas isso é ridículo, Harry! Você já conversou com ela sobre isso várias vezes e ela estava disposta a correr todos os riscos! Você está agindo como criança! Isso é simplesmente ridículo! E isso vai fazê-la sofrer, Harry! – disse Hermione chorando desesperada.


- Também me faz sofrer! Hermione... – Harry segurou-a pelos ombros. – Eu não posso colocá-la em perigo! Eu nem devia mais andar com vocês! Vocês também estão em perigo!


- Não faça isso, Harry. Por favor! Nós nos arriscamos! Queremos nos arriscar! Por favor, não deixe de ser nosso amigo! Não faça isso! – disse Hermione abraçando-o. Rony também chorava, mas era um choro baixinho. Choro de emoção, tristeza. Porque era justamente ELE que dizia que homem não chora.


- Escute a Hermione, Harry. Nós queremos estar com você. Em todos os momentos, sejam difíceis ou fáceis. Ruins ou bons. Iguais ou diferentes. Mas são momentos em que estaremos juntos. Isso é o que vale.


- Eu sei, Rony. Eu sei... – Harry disse. Hermione chorava no ombro dele. Rony abraçou-os também.


- Meninos... eu não sei se seremos amigos para sempre, mas posso garantir que vocês foram e sempre serão meus melhores amigos. – disse Hermione soltando-se deles e sorrindo. Rony e Harry também sorriram. Um segundo depois, Rony fechou a cara.


- O que foi, Rony? – perguntou Hermione intrigada.


- Eu não sou seu amigo, Hermione. Sou seu namorado. – disse Rony. Hermione sorriu.


- Claro que é. E eu te amo, seu tapado. – disse ela beijando-lhe a bochecha.


- Tapado? É fogo um negócio desse... antes eu era idiota, agora passei pra tapado? Mudei de nível foi? – perguntou Rony. Hermione e Harry riram.


- Mudou. – disse Hermione sorrindo. Rony pensava.


- Rony? – chamou Harry.


- Sabe... eu acho que em parte o Harry tem razão. Ele não quis colocar minha irmã em perigo. Isso foi um ato digno de você, Harry. Ainda acho minha irmã muito nova para entrar nessas aventuras perigosas. O que você fez foi decente, apesar de ter sido sofrido. – comentou Rony.


- Você sabe falar bonito quando quer, Rony. Eu te admiro muito nisso. – Hermione disse com cara de choro. Parecia que ela ia desabar a chorar novamente. E Harry não queria isso.


- Que tal se nós fôssemos passear? – perguntou.


- Boa idéia! – exclamou Rony.


- Vocês podem ir. Eu vou conversar com a Gina. – disse Hermione.


- Não fala nada disso pra ela, Mione. Por favor. – pediu Harry.


- Não vou falar. Não se preocupe. Bom passeio. – desejou ela. E acrescentou baixinho para que só Rony pudesse ouvi-la. – Logo eles vão voltar a namorar. Não se preocupe.


- Não vou me preocupar. – disse Rony sorrindo para Hermione, antes dela subir.


- Vamos. – disse Harry puxando Rony. Eles saíram do Salão Comunal e foram passeando pelo castelo. Quando deram conta, estavam no lago. Naquele dia ele estava azul. Parecido com o céu. E o sol o fazia brilhar como nunca tinha brilhado. Harry e Rony se sentaram á sombra de uma árvore, e ficaram observando a lula gigante nadando tranqüila.


- Harry... – Rony quebrou o silêncio.


- Hum...


- Você ama a minha irmã? – perguntou. Harry estranhou, mas respondeu tristemente.


- Amo, Rony... muito...


- Eu acho que você devia falar com ela.


- Acha, é?


- Acho.


- Por que?


- Porque você não vai conseguir viver sem ela por muito tempo. – Rony explicou. Harry olhou para o amigo. Desde quando Rony era tão sábio? Mas o que ele falou era verdade. Harry não ia conseguir viver sem Gina por muito tempo. Ou melhor. Não ia conseguir viver sem ela.


- Eu consigo...


- Não consegue, Harry. Não adianta. Faça o que fizer você vai sentir a falta dela. Você já estava acostumado. Pra desacostumar agora é difícil. Pode até ser impossível.


- Como você sabe?


- Eu não sei. Mas acho que vou me sentir assim se brigar com a Hermione. Você sente como se tivesse um vazio dentro de você. E que ninguém, a não ser essa pessoa, pode preencher. – Rony disse de cabeça baixa. Harry deixou uma lágrima escapar. Lembrou de Sirius e do quanto demorara a ferida sarar. E ainda não tinha sarado. Harry ainda tinha um vazio dentro dele que só podia ser preenchido por Sirius.


- Eu vou conseguir. Sei que vou. – Harry disse finalmente.


- Você não pode seguir só a razão, Harry. Você também tem que seguir seu coração. Ele faz parte de você.


- Eu sei, Rony. Mas não sei se quero seguir meu coração por enquanto. A razão é mais importante agora. Acho melhor irmos. O jantar já vai ser servido. – disse Harry se levantando e enxugando o rosto. Rony também enxugava o dele.


- Mas eu agradeço pelo conselho. Sei que você só quis ajudar. – completou.


- Que nada! Pra quê servem os amigos? – perguntou Rony brincalhão. Os dois riram juntos e foram para o Salão Principal. No meio do caminho, quase toparam com Helena, que estava procurando Harry, que estava fugindo dela. Por pouco não foram pegos e chegaram salvos no Salão Principal para jantar.


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