Tentando Levar Uma Vida Normal

Tentando Levar Uma Vida Normal



Capítulo 2: Tentando Levar Uma Vida Normal

-Comensal da Morte? Eu? –Gina tornou a perguntar, mas dessa vez para si mesma.
-Sim, mas não precisa me responder agora. Sei que é uma decisão difícil.
-Decisão? Eu já decidi. Para mim o seu pedido é uma ordem.
-Não quero que se sinta obrigada, esteja à vontade para me dizer não.
-Eu quero fazer isso pela Ordem, sei que vai ser difícil, mas vou me esforçar.
-Bem, se já decidiu irei mandar uma carta ao Professor Snape e quando ele me responder, um de nós entrará em contato com você. Não conte a ninguém, é uma missão secreta.
-Até mais Professor. –Gina disse meio maquinalmente ao pegar o pó-de-flu.
-Até. –respondeu Dumbledore.
-A Toca! –Gina disse claramente e momentos depois já estava em sua casa.
-Como foi filha? –Molly perguntou ao ver a filha sair da lareira.
-Normal. Vou dormir, estou muito cansada. –Gina respondeu antes de aparatar no banheiro. –Molly ia aparatar atrás da filha, mas percebeu que ela realmente estava um trapo e precisava de descanso.
A garota tomou um banho de lavar a alma, a chuveirada de água fria ajudou-a a clarear a mente. Seria realmente perigoso. Ela estaria colocando sua própria vida em risco, mas era preciso. Sua contribuição seria de extrema utilidade. Ao sair do banho sua cabeça continuava a fervilhar de pensamentos e preocupações, mas mesmo assim estava tão cansada que adormeceu quase que instantaneamente.

***

Gina já estava trabalhando como auror há 1 mês, ou seja, de novo era uma sexta-feira. Acabou descobrindo que seu trabalho não chegava a se diferenciar muito do que fazia na Ordem.
Quando deu seis horas da noite, ela estava saindo do Ministério da Magia com Harry. Já estavam na metade do átrio quando alguém a chamou:
-Hei! Espere Srta. Weasley!
Gina se virou na direção da voz e era o recepcionista quem lhe falava:
-Sim? –ela perguntou.
-Chegou uma carta urgente para a srta.
-Obrigada! –Gina agradeceu, pegou a carta e guardou-a no bolso.
A ruiva já tinha uma boa idéia do que se tratava e por isso achou melhor lê-la depois:
-Você não vai ler? –Harry perguntou.
-Gosto de ler as minhas cartas antes de dormir. –mentiu.
Harry resolveu não insistir no assunto:
-Gina, eu gostaria muito que você jantasse no meu apartamento hoje.
-Hoje? Assim de repente...por quê? –ela perguntou surpresa.
-Na verdade é segredo, mas eu vou te contar. O Rony vai pedir a Luna em casamento. Então ele me pediu que organizasse uma comemoração.
-Se importa de me esperar aqui um instante? Esqueci um memorando em cima da minha mesa.
-Não, pode ir.
Gina saiu correndo em direção ao elevador e desceu no primeiro nível em que ele parou. Olhou para os dois lados e não viu ninguém:
-Lumus. –murmurou e abriu a carta.
Srta. Weasley,
O Professor Dumbledore entrou em contato comigo e informou-me que a srta. está disposta a correr os riscos necessários e se tornar uma Comensal da Morte para fazer um serviço de espionagem para a Ordem da Fênix.
Eu já disse ao Lord das Trevas que quer serví-lo, no começo ficou surpreso, é verdade. Mas no final aceitou e até ficou satisfeito.
Um comensal a estará esperando na Travessa do Tranco, em frente da loja Borgin & Burkes. Esteja no lugar marcado às 15:00h de domingo (não se atrase!!!). Você deverá dizer ao comensal “Sou aquela a quem esperas para levar ao Mestre.” E ele responderá “E eu sou aquele que cumpre a ordem de te levar a ele.” Dessa forma você terá certeza se é a pessoa certa.
Recomendo que aja com naturalidade, não demonstre fraqueza, seja fria e garanto que terá que usar oclumência, porque o Lord é ótimo em legiminência.
Boa sorte (sei que vai precisar...)
Severo Snape
Quando Gina terminou de ler, engoliu em seco e respirou fundo. Então decidiu voltar pra onde havia deixado Harry esperando. Agora que lera a carta sabia que precisaria de uma distração e a proposta que Harry fizera lhe parecia mais ideal que nunca:
-Você vem comigo? –Harry perguntou.
-Sim, é claro. –Gina respondeu e em seguida aparataram no apartamento de Harry.
Ela já havia ido até lá, mas notou a diferença na organização. Por isso comentou:
-Nossa, que arrumação! Não me lembro de tanta organização da sua parte.
-É a Hermione. Com aquela mania de perfeição, não deixa que nada fique fora do lugar.
-Ela está morando aqui?
-Sim, faz uma semana.
-E vocês? Quando irão casar? Não pode ficar enrolando ela, Harry.
-Eu não quero casar agora. Não no meio dessa guerra, seria complicado me dedicar a uma família. Para o Rony é mais simples, porque ele não é auror. –Harry respondeu sério –E quando você vai arranjar um namorado?
Gina corou e Harry riu do constrangimento dela:
-Hum...que horas os outros chegam? –ela perguntou mudando de assunto propositadamente.
-Sete e meia...Não adianta querer mudar de assunto Gina. Eu quero ser padrinho de um monte de ruivinhos que me chamarão de “tio Harry”.
-Harry! Eu nem ao menos tenho namorado e nem tenho tempo de pensar nessas coisas. Não tem o mínimo sentido você vir com esse papo pra cima de mim.
-O Neville gosta de você e isso não é nenhuma novidade.
-Eu gosto muito do Neville, mas apenas como amigo. Não estou apaixonada por ninguém, não tenho cabeça pra isso. Eu só poderei cuidar da minha vida pessoal quando essa guerra acabar. Entende? –Gina terminou com o semblante triste.
Harry puxou-a para um abraço e afagou os cabelos cor-de-fogo dela em um fraternal gesto de consolo:
-Não fique assim, Gina. Vamos mudar de assunto, o.k.? Me ajuda nos preparativos?
Então qual vai ser o menu? A Luna adora torta de morangos.
-O Rony não resiste a uma lasanha.
-Perfeito! Então está decidido. Lasanha, torta de morangos e champagne.
Harry concordou e conjurou uma mesa pronta para o jantar de 6 pessoas:
-Bom trabalho Harry! –Gina elogiou.
-Obrigado –agradeceu –Agora é só esperar.
Mal Harry havia terminado de dizer e Hermione chegou:
-Oi, amor. –Mione disse jogando-se nos braços de Harry e dando-lhe um beijo.
-Hem, hem. –Gina pigarreou igual a Umbridge e Hermione se soltou de Harry como tivesse levado um choque.
-Oi Gina! Desculpe por não ter te notado. –Hermione disse abraçando-a –Como vai?
-Vou...indo. –Gina ia responder que ia bem, mas aí lembrou-se que ter que se tornar uma Comensal da Morte não poderia ser considerado algo bom.
-Boa noite, cheguei atrasado? –Neville pergunta ao chegar e cumprimenta a todos.
-Dessa vez não está atrasado. –Harry informou a ele.
-Noite. –cumprimentou Rony.
-Oi. –Luna diz vagamente, continuava a mesma desligada de sempre. Então pousou seus protuberantes olhos azuis na mesa posta –Qual o motivo desse jantar? Rony não quis me contar.
-Primeiro vamos nos sentar e depois eu conto. –Rony disse e todos se sentaram.
Rony virou-se para sua direita e segurou a mão de Luna:
-Quer saber o motivo? –Rony perguntou sério a encarando e todos fizeram silêncio.
-Quero. –Luna respondeu etéreamente.
-Bem. –Rony engoliu em seco –Luna Lovegood, quer se casar comigo?
-Que meigo! –Gina exclama e todos fazem “Shiu!” para fazê-la calar, queriam ouvir a resposta que Luna daria.
-O que você disse? –Luna pergunta.
-Não acredito. Você não ouviu? –Rony perguntou abismado.
-Só quero ter certeza. Repete pra mim, sim? –ela pediu de forma meiga e Rony ficou derretido.
-Eu quero saber se aceita casar comigo. –Rony afirmou.
Luna sorriu abertamente, parecendo voltar a Terra e respondeu:
-Claro, eu te amo Rony.
-Eu também. –ele disse e puxou-a para um beijo.
Hermione, Harry, Gina e Neville começaram a aplaudir e os dois ficaram muito encabulados.
-Vamos ao banquete. Não sei quanto a vocês, mas eu estou morto de fome. –Harry confessou e foi apoiado unanimemente.
Todos se deliciaram com o jantar, mas a maior beneficiada foi Gina. O noivado de Rony fez com que ela se esquecesse um pouco ao que estaria sujeita dali a dois dias.
Sábado amanheceu chuvoso e o estado do tempo parecia refletir a série de conflitos que se passavam dentro de Gina.
Ela resolvera passar esse dia junto com sua família e isso lhe fora facilitado, porque a Sra. Weasley preparara um almoço em comemoração ao trabalho como auror (foi o único dia em que quase todos poderiam comparecer, exceto Fleur que estava fazendo umas fotos para uma revista). Harry, Hermione, Luna e Neville também viriam.
Todos pareciam bastante animados, menos Gina que estava muito calada. Até que a Sra. Weasley teve uma idéia que forçaria Gina a falar:
-Gina. Faça um discurso, querida! –ela sugeriu com um sorriso.
-Discurso! Discurso! –muitas vozes disseram.
Então Gina começou a falar:
-Está bem. Hoje eu sou muito grata a vocês todos que me apoiaram e incentivaram. Finalmente consegui realizar o meu sonho de me tornar uma auror e vocês foram de fundamental importância nisso. Me sinto intimada a dizer: Obrigada pai, mãe, Gui, Carlinhos, Percy, Rony, Fred, Jorge, Harry, Luna, Neville e Hermione. Agradeço a todos vocês. Quero...que s-saibam –ela não agüentou e começou a chorar –que n-não importa o q-que aconteça...eu sempre serei a Gina que v-vocês conhecem. Nunca duvidem disso.
Ao terminar Gina foi prontamente abraçada pela Sra. Weasley, mas as lágrimas continuavam a lhe cair pela face:
-Eu te amo mãe. Não importa o que acontecer, lembre-se disso.
-Eu sei, Gina. Eu sei. –a Sra. Weasley respondeu sem entender o porque das palavras da filha.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.