Prólogo



Eu tinha onze anos quando o vi pela primeira vez. Era manhã de primeiro de setembro, meu primeiro grande dia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estávamos todos na Estação King’s Cross esperando nosso embarque na grande locomotiva escarlate que me levaria, possivelmente, para os melhores anos da minha vida.


Eu e Alvo estávamos conversando com nossos pais quando papai se virou e cutucou tio Harry:


- Então aquele é o pequeno Scorpius. – ele disse, chamando a atenção para uma família loira vestida com elegância. O filho, que parecia ter a minha idade, já estava trajado com o uniforme da escola. Em meio à névoa da estação foi só o que pude distinguir. O homem acenou com a cabeça e se afastou, levando esposa e filho. – Tenha certeza de que vai batê-lo em todos os testes, Rosie. Graças a Deus você herdou a inteligência da sua mãe.


- Rony, por Deus! – brigou mamãe – Não tente colocá-los um contra o outro antes mesmo de começarem a escola!


- Você está certa, desculpe. – disse papai, mas incapaz de se segurar, ele completou - Não fique muito amiguinha dele, Rosie. Vovô Weasley nunca te perdoaria se você casasse com um puro-sangue.


No alto da minha precoce idade, eu não entendi por que papai queria que eu mantivesse distância do tal Scorpius. Não tardei, porém, a descobrir.


A viagem para Hogwarts seguia tranqüila. Eu e meus primos nos divertíamos jogando xadrez ou Snap Explosivo. Cerca de meia hora após o embarque, a porta da cabine se abriu.


- Oi. – era o menino da estação, Scorpius. – Posso me sentar aqui? O resto do trem está cheio. – ele tinha uma postura arrogante, mas parecia tímido. Contrariando a voz impertinente do meu pai falando em minha cabeça, eu abri um sorriso e o convidei para se juntar a nós.


- Eu sou Rose. Rose Weasley.


- Scorpius Malfoy. – tentei não expressar surpresa. Finalmente entendi o que meu pai quis dizer. Malfoy. Uma das famílias mais repudiadas do mundo bruxo tinha seu filho sentado na mesma cabine que os herdeiros da família Weasley. Irônico, imagino. Alvo e James miravam Scorpius com desconfiança, enquanto ele nos olhava com tranqüilidade. Nosso sobrenome não lhe surtiu tanto efeito quanto o dele em nós. – Imaginei que você fosse uma Weasley. Meu pai disse que todos vocês são ruivos.


- Ele tem razão. – respondi rindo. – Mas eu não sou ruiva como eles, meu cabelo puxa para o castanho. Vê? – completei puxando minha trança.


- Você é exceção à regra. – sorrindo de forma simpática, ele olhou para meus primos. – Vocês devem ser os Potter, certo? – vendo que ele não era hostil, os dois assentiram.


- Eu sou Alvo e esse é meu irmão mais velho, James. – James lhe sorriu e voltou ao sapo de chocolate que estivera devorando. – Você sabe em que casa vai ficar? – disse Alvo, retomando a discussão que antes travava com o irmão. Revirei os olhos, entediada.


- Sonserina. – Scorpius respondeu com certeza, pousando a mão no queixo e refletindo sobre a questão. – Meus pais foram da Sonserina, assim como todo o resto da família.


- E se você fosse para outra casa? Já pensou sobre isso? – perguntei, curiosa. Scorpius apenas deu de ombros, como se pouco ligasse.


- Só vou saber quando chegar lá. – disse, encerrando o assunto. Cerca de três ou quatro horas depois, sentimos o solavanco que indicava que tínhamos chegado à Estação de Hogsmead. Nós juntamos nossas coisas e esperamos a multidão dispersar. Assim que o caminho ficou livre, Scorpius passou à nossa frente e sumiu de vista.


- Alunos do primeiro ano. Alunos do primeiro ano aqui, por favor! – ouvimos voz agradável e familiar de Hagrid, seu corpanzil em meio à névoa, saudando-nos. – Rose, Alvo! Venham cá, meus pequenos!


- Eu não sou pequeno! – resmungou Alvo, aborrecido. – Você que é grande demais! – Hagrid riu, enquanto nos esmagava num abraço típico da Vovó Molly.


- Mesmo se eu fosse do tamanho normal, você continuaria pequeno. – afirmou o gigante rindo. – Assim como seu pai. – emburrado, Alvo lhe estirou a língua e seguiu para os barquinhos que nos levariam ao castelo. – E você, pequena Rosie? Pronta? – completou ele, ignorando a birra de Alvo e seguindo comigo até o barco que guiava a frota.


- Com certeza, Hagrid! – eu disse, confiante enquanto entrava no barquinho. – Hogwarts vai virar de pernas para o ar! – de fato, eu puxei os genes de ambas as partes da família. Ou seja, apesar de ser dona de uma das mais notáveis inteligências da escola, eu era ótima no Quadribol e no Xadrez e, bom, regras não eram meu forte. Acredito que esses foram fatores essenciais para que Hogwarts enlouquecesse. Eu não era uma desvairada, mas sabia me divertir.


- Eu sei que vai, pequena. – murmurou Hagrid, com uma pontada de saudade na voz. – Eu sei que vai.


Atravessamos o lago e encontramos o Prof. Neville Longbottom, amigo de longa data da família, esperando-nos.


- Boa noite, caros alunos. Eu sou Neville Longbottom, professor de Herbologia e esta noite vou conduzir vocês até o Salão Principal, onde serão selecionados para as quatro casas diferentes: Grifinória, da qual eu sou o diretor; Sonserina, dirigida pela professora Maureen Jayden; Corvinal, liderada pelo professor Terêncio Boot; e por último, Lufa-Lufa, dirigida pela professora Ana Abbott. Cada casa tem uma história honrosa e produziu bruxos extraordinários. Enquanto estiverem aqui, seus acertos renderão pontos para sua casa, e seus erros a farão perdê-los. No fim do ano, a casa com a maior pontuação ganha a Taça das Casas, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa à qual pertencerão. Agora, por favor, sigam-me. – encabeçando a fila, ele abriu as duas pesadas portas de carvalho e nós nos deparamos com centenas de olhos nos encarando avidamente. Engolindo em seco, nós passamos pelas quatro mesas dispostas ao longo daquele imenso salão e paramos à frente da mesa dos professores, onde havia um banquinho com um chapéu roto e esfarrapado, cheio de remendos.


O Prof. Longbottom, assim que a estranha cantoria do chapéu cessou, conjurou uma longa lista de nomes e começou a chamar os alunos em voz alta.


- Malfoy, Scorpius. – o menino, com uma atitude levemente arrogante, foi o décimo a ser chamado e se encaminhou confiante até o banquinho. O chapéu afundou em sua cabeça e ali permaneceu cerca de um minuto. Para a incredulidade de todos, o Chapéu Seletor gritou “GRIFINÓRIA” a plenos pulmões. O silêncio pesado e aterrador caiu sobre o salão, quebrado quando Hagrid engasgou com o vinho que bebia ao ouvir a decisão. Scorpius tinha os olhos arregalados de total surpresa e se levantou cambaleante do banquinho em direção à mesa da Grifinória, onde sentou distante dos demais. Eu estava exatamente ao lado de James, que estava sentado, esperando a minha vez; então, para quebrar o gelo, eu puxei uma tímida salva de palmas que foi seguida lentamente pelos alunos da Grifinória e por fim pelo resto do salão.


Ainda desconsertado de ter presenciado a seleção de um Malfoy para a Grifinória, o Prof. Longbottom pigarreou para continuar a chamada. Pouco tempo depois, era a hora da letra P.


- Potter, Alvo. – por mais que James já estudasse na escola, ter mais um Potter morando naquele castelo sempre causava curiosidade e assim que o nome do meu primo foi chamado, todos os olhares se fixaram nele. Principalmente se considerarmos o fato de que Alvo era a cópia fiel do pai. Ele se sentou no banquinho, o medo de ir para a Sonserina estampado em seu rosto. Trinta segundos depois que o chapéu cobriu seus olhos, o rasgo que se abria como uma boca anunciou pela quinta vez naquela noite “GRIFINÓRIA” e a mesa dos leões explodiu em palmas e vivas de orgulho. Alvo retirou o chapéu e correu aliviado para a mesa, onde se sentou ao lado do irmão.


Dois minutos depois, senti meu sangue congelar nas veias:


- Weasley, Rose. – trêmula da cabeça aos pés, eu me sentei e coloquei o Chapéu Seletor, que cobriu tranquilamente metade do meu rosto. Mas antes que eu pudesse formular um pensamento concreto, o rasgo se abriu novamente e gritou, para a minha total felicidade, “GRIFINÓRIA”. Tirei o chapéu de qualquer jeito e corri para junto da minha família, recebendo as congratulações por ser mais uma Weasley a se juntar aos corajosos guerreiros grifinórios.


- Scorpius? – chamei-o, mais tarde quando já estávamos acomodados na sala comunal da Grifinória. Ele me olhou torto.


- O que? – perguntou um pouco rude. Sempre fui teimosa, então eu ignorei sua irritação e me joguei ao seu lado no sofá. – Ei, quem te convidou para sentar aqui?


- Caso não saiba, esse sofá é tão meu quanto seu. Então eu vou sentar aqui se eu quiser e quero ver quem vai me tirar. – rebati indiferente. – Estão todos olhando para você. Bando de urubus. – declarei irritada.


- O que você queria? Que todos reagissem como se ter um Malfoy na Grifinória fosse a coisa mais normal do mundo? – ele fechou os olhos e enterrou o rosto nas mãos.


- Bom, talvez. – respondi sem graça. – Você já contou aos seus pais? – pela careta que ele fez, eu soube que não. – É melhor contar logo antes que eles saibam por outra pessoa. Sugiro que você mande uma carta amanhã.


- Você acha que eles saberiam pelos pais de outros alunos, porque todos vão mandar cartas contando a grande novidade que é ver um Malfoy selecionado para a Grifinória? – eu assenti e ele soltou um gemido. – Você está certa, vou mandar uma carta a eles amanhã.


- Ótimo! – exclamei e me levantei do sofá. Hesitei por um segundo, então me inclinei e plantei um beijo estalado na bochecha de Scorpius, que me olhou abobado sem entender porque eu havia feito aquilo. Bom, algo me dizia que nós seríamos grandes amigos... e além do mais, eu adorava dar beijinhos nas bochechas de todo mundo. Alvo que o diga, já que fora eu namoradinho de infância. – Boa noite, Scorpius!


A primeira semana de aulas passou correndo e logo sexta feira chegou. Eu descobri gostar muito de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas acho que isso já era algo esperado, sendo filha de quem sou. Eu e Alvo havíamos acolhido Scorpius, visto que ninguém queria contato com um Malfoy, mesmo que ele estivesse na Grifinória, e acabamos virando um belo trio. Estávamos tomando café naquela manhã de sexta feira quando ouvimos o barulho alto do farfalhar de asas.


- Oba! Correio! – exclamou Alvo, afastando a tigela de cereal para que Bola de Neve, sua nova coruja, pudesse pousar. Ele desamarrou a carta da pata da ave e deixou que ela bebesse um pouco do leite da tigela. Eu, por minha vez, dava atenção à velha Píchi. – Eles ficaram felizes! Eu consegui, consegui! Hum, oba, ganhei doces também! E você, Rose?


- Mamãe diz que está orgulhosa de mim e que papai está dando pulinhos de alegria pela casa. – respondi sorrindo, abrindo um pacote de Feijõezinhos de Todos os Sabores. Eu me virei para oferecer um doce a Scorpius, mas parei quando vi a carta em sua mão. – É o que eu estou pensando?


- Um berrador. – gemeu ele, revirando o envelope nas mãos. Parecia desolado ao puxar o lacre, evitando que a carta explodisse em pleno Salão Principal. Mas não adiantou, porque um segundo depois a voz um tanto alterada do Sr. Malfoy se fez ouvir.


- Scorpius Hyperion Malfoy! Explique-se! O que um Malfoy, um legítimo Malfoy, faz na casa da Grifinória? Um desgosto terrível, ah sim! O que diria meu pai se estivesse vivo? Considere-se deser... – de repente, a voz do Sr. Malfoy foi substituída por uma consideravelmente mais calma. Toda a classe de Astoria Malfoy ecoou pelo salão: - Ignore seu pai, Scorpius. Ele só ficou surpreso com a escolha do Chapéu Seletor, nada mais que isso. Gostaríamos, é claro, que você estivesse na Sonserina, a casa de nossa origem, mas estamos muito orgulhosos de saber que nosso filho é um bruxo corajoso, como todos os grifinórios. Não se preocupe, seu pai já está mais calmo e não lhe incomodará com esse assunto quando você vier para o Natal. Amamos você, querido. – a voz da Sra. Malfoy sumiu e Scorpius olhou para nós, guardando a carta no bolso das vestes.


- Bom, foi melhor do que eu esperava. – disse ele sorrindo. Eu e Alvo soltamos exclamações de alívio. Se o Sr. Malfoy havia encrencado com a escolha do Chapéu Seletor, o que diria ele quando soubesse que os futuros melhores amigos de seu filho eram uma Weasley e um Potter? Nós não queríamos nem pensar.


- O que temos hoje? – perguntei, revirando minha mochila atrás do horário das aulas.


- Transfiguração. – respondeu Alvo, usando sua ótima memória. Ele havia puxado a inteligência de Tia Gina, mas assim como eu, era mais dado a arrumar confusões.


Após uma manhã exaustiva de aulas, nós três corremos para os jardins para a primeira aula de vôo. Eu e Alvo voávamos desde crianças, mas nossas mães sempre nos impuseram vários limites, apesar da Tia Gina ser artilheira das Harpias de Hollyhead e dos esforços do papai para que mamãe deixasse de ser chata, então estávamos eufóricos com a perspectiva de finalmente voar sobre os terrenos de Hogwarts. Corremos para os jardins, um pouco atrapalhados com as vassouras às nossas costas, e não vimos ninguém. Era a nossa deixa: contrariando todas as regras, nós montamos as vassouras e ganhamos altura.


Brincávamos de pique nos ares. Eu e Alvo éramos perseguidos por Scorpius, que parecia ter mais preferência por mim; eu reclamava e ele passava a perseguir meu primo. Numa dessas vezes, eu fiquei dando piruetas no ar, alheia à brincadeira dos dois, quando ouvi um grito e um baque surdo. Assustada, eu me virei e vi Alvo estatelado no gramado; eu e Scorpius empinamos a vassoura para baixo e descemos ao lado dele, onde nos ajoelhamos.


- Alvo! Alvo, você está bem? – perguntou Scorpius dando tapinhas no rosto dele.


- Scorpius, para de me bater! Eu estou acordado, ora essa! – reclamou Alvo, afastando as mãos de Scorpius.


- Fiquem quietos, os dois! – eu mandei, averiguando o estado do meu primo. – Alvo, você está se sentindo bem? Está tonto? Quebrou alguma coisa? Consegue se levantar?


- Rose, respira! Eu estou bem, veja, não quebrei nada e...AI! – gritou ele quando tentou erguer o corpo. Era óbvio que havia quebrado a perna, para total desespero de Scorpius.


- Ah, não! Ele quebrou a perna e a culpa é toda minha! Temos que chamar a Madame Hook! – antes que eu pudesse mandá-lo calar a boca, porque a última coisa que precisávamos era a chegada dela, a professora surgiu ao nosso lado.


Até hoje eu me pergunto se ela aparatou. O que seria estranho, porque não se pode aparatar nos terrenos da escola.


Madame Hook não parecia minimamente feliz e apertava os lábios em sinal de desaprovação.


- O que aconteceu aqui? – brigou ela, o dedo em riste. – Malfoy, Potter, Weasley! Expliquem-se! – permanecemos calados, porque não adiantava mentir para ela. Diante disso, a professora tirou suas próprias conclusões, que por sinal estavam certas. – Vocês estavam voando fora do horário de aula e sem a supervisão de um responsável, não estavam? Sabem que é contra as regras, então isso significa uma coisa. – que não seja detenção, que não seja detenção, eu rezava. – Detenção!


Droga.


- Potter, vejo que quebrou a perna. Vou conjurar uma maca para levá-lo até a enfermaria assim que conseguir lembrar o feitiço certo. – resmungou ela, enrugando o rosto em concentração. Decidida a não esperá-la, eu puxei a varinha e murmurei Vingardium Leviosa, suspendendo o corpo de Alvo num esforço sem tamanho. Havíamos dado dois passos quando Madame Hook viu que não estávamos mais ao seu lado. – Aonde pensam que vão? Weasley, o que está fazendo?


- Levando o Alvo para a enfermaria, coisa que a senhora deveria ter feito. – eu disse e lhe dei as costas; ainda pudemos ouvi-la gritar Detenção hoje, seis horas!


O que diria minha mãe se soubesse que eu havia respondido a um professor? Naquela época, provavelmente me deixaria de castigo sem direito a doces. Algo que seria a pior das punições para mim.


A já alquebrada Madame Pomfrey nos recebeu aos resmungos e em segundos consertou a perna de Alvo. Às seis horas da tarde daquela sexta feira, nós batemos na porta da sala do Prof. Longbottom, que nos recebeu com uma careta divertida no rosto.


- Já conseguiram arranjar encrencas, crianças? – perguntou ele rindo. Eu e Alvo sorrimos, mas Scorpius continuou sério ao nosso lado. – Eu sabia que não demoraria para que os genes dos Potter e dos Weasley se revelassem em vocês. Além da herança genética dos Malfoy, é claro. – Scorpius arregalou seus incríveis olhos azuis para o professor que sorriu. – Ah, eu conheci seu pai. E para ser sincero, não gostava dele de jeito nenhum, mas ele mudou o suficiente para ter um filho na Grifinória, o primeiro Malfoy a fazer isso. – ele ficou carrancudo. – Mas isso não vem ao caso. Foi feio o que vocês fizeram, desobedeceram às regras da escola e isso é caso de detenção, além dos pontos que lhes serão descontados.


- Professor. – chamei-o receosa. – Coloque-nos em detenção, mas não nos tire pontos.


- Sinto muito, Rose, mas regras são regras. – olhei para Alvo e Scorpius, pedindo ajuda, mas ambos continuaram calados. Dois covardes. – Por isso, eu vou tirar vinte pontos de cada um e vocês terão que limpar a sala dos troféus toda. – escancarei a boca. A sala dos troféus, que eu e Scorpius havíamos visitado três dias antes durante a noite, era imensa. Resmungando, fomos dispensados e seguimos o caquético Sr. Filch pelos corredores. Ele murmurava algo sobre usar correntes contra os alunos. Confesso que senti certo medo.


Ficamos cerca de trinta minutos em silêncio, apenas limpando os troféus, até que Alvo puxou uma música das Esquisitonas e Scorpius e eu o acompanhamos. Nós gritávamos mais que qualquer outra coisa e começamos a rodopiar alegremente pela sala. Até que aquela detenção estava divertida.


 Até que eu esbarrei numa prateleira e todos os troféus caíram. Como num jogo trouxa de dominó, um a um os troféus foram caindo com estrondo no chão. O Sr. Filch abriu a porta esbaforido e nos achou olhando sem reação para estrago que eu havia feito. Sorri amarelo para o zelador e vi uma veia pulsar perigosamente em sua têmpora. O rosto atingiu a vermelhidão em segundos e ele explodiu:


- Mais uma semana de detenção! Uma semana até que tudo esteja em ordem! E se eu tivesse mais poder, tiraria cento e cinqüenta pontos da Grifinória! CENTO E CINQUENTA! Esperem só até eu achar o Prof. Longbottom, esperem só! – e saiu, deixando-nos a sós. Temerosos, nós nos entreolhamos e então, explodimos numa gargalhada de dar gosto.


Cinco minutos depois, o Prof. Longbottom nos encontrou rindo e nos tirou mais cinqüenta pontos. Além da tal uma semana de detenção.


Ah não, você não se enganou. Eu e meus amigos tocamos o terror em Hogwarts, mas esse foi o início. Hoje, que estou para dar o passo mais importante da minha vida, relato aqui o meu sétimo ano. Muitas águas rolaram por debaixo dessa ponte e espero que você embarque comigo nessa viagem. 

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Comentários (2)

  • Lana Silva

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII O PRIMEIRO CAPITULO MUIIIITO BOM *--*

    2011-10-10
  • Potter_Lover

    A sua fic ta muito perfeita! to doida pra continuar lendo!

    2011-07-20
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