Capítulo 3



Capítulo 3

-Pode entrar. –disse Hermione ao ouvir batidas na porta de sua sala.

Um garoto um pouco maior que ela, de cabelos castanhos um pouco abaixo da sobrancelha entrou na sala. Sua pele era bem clara e seus olhos eram castanhos claros. Sua expressão era firme e calma. Ele sorriu ao ver Hermione.

-Olá. –ele tinha a voz um pouco rouca.

-Em que posso ajudá-lo? –perguntou sorrindo.

-Você está dando aulas para o quarto ano, certo?

-Sim, eu e o Draco Malfoy. –respondeu orgulhosa.

-Eu queria agradecer. A minha irmã me contou que suas aulas eram boas e ficou falando de você o tempo todo, aí eu fiquei curioso pra saber quem você era. –ele deu um risinho.

-Nossa! Que emoção. –Hermione corou e sorriu.

-Meu nome é Mikael Galati e eu sou do sétimo ano. –comentou estendendo a mão.

-Hermione Granger, sexto ano.

-Grifinória, certo?

-Exatamente e você é...?

-Sonserina.

-Incrível! Você não é arrogante nem nada parecido. –comentou pensativa.

-Não, eu não sou. Bem, eu queria agradecer pelas aulas. Eu tinha que ficar explicando algumas coisas pra ela e tava sem tempo. Aí você apareceu e salvou minha vida.

-Ah que nada. –ela estava vermelha de vergonha. “Ele tem um sorriso tão bonito”.

“Minha irmã não exagerou. Ela é simpática e linda. Como eu não a conhecia há mais tempo?”.

-Você é amiga do Harry Potter, não é? –lembrou.

-Sim, sou eu mesma. Mas prefiro ser chamada de Hermione. –ela riu.

-Claro. Desculpe-me, deve ser horrível ficarem falando: “você é amiga do harry potter, não é?”.

-Não ligo não.

-Quer dar uma volta pelo jardim? Ta super abafada essa sala. –sugeriu o garoto.

-Ah, vamos sim. Estou aqui arrumando essas coisas faz tempo.

Ela fechou a porta e eles foram andando pelos jardins, conversando. Ele era inteligente e assunto era o que não faltava.

-Você tem namorado, Hermione? –perguntou tossindo parando em frente ao lago da Lula Gigante.

-Não. E você tem namorada?

-Também não. –respondeu olhando em seus olhos.

Silêncio absoluto.

-Gosta de quadribol? –perguntou para quebrar o gelo.

-Não muito. O Harry e o Rony são do time da Grifinória, mas eu tenho um certo medo de alturas. –contou sentindo um arrepio só de pensar.

-Ah, que besteira. É porque você nunca voou com a pessoa certa. –explicou observando a água.

-Talvez...

-O que você mais gosta de fazer?

-Eu? Ler... E você?

-Eu gosto de tocar guitarra e jogar quadribol.

-Guitarra? –indagou curiosa.

-É... Eu não sei explicar como funciona. Sai som, pra tocar música...

-Eu sei o que é. Só que é estranho. Você é da Sonserina, não tem descendência trouxa. –explicou.

-Eu já fui ao mundo trouxa e fui a um show. Aí achei o máximo e comprei uma e fui aprendendo sozinho. –contou sorrindo. –Depois toco alguma coisa pra você.

-Mentira que você ta com ela aí. –ela estava animada.

-Sim, sempre trago ela. Mas o amplificador é impossível trazer. Mas dá pra aumentar o volume com a varinha.

-Não acredito! Eu tento trazer meus Cd’s pra ouvir música aqui há seis anos! E nada. Que tipo de música você toca?

-Conhece Oasis? Eu sei todas deles. Adoro.

-Não é possível, você andou me espionando? –ela estava estupefata. -É minha banda preferida! –contou rindo.

-Mentira! Não acredito que achei alguém aqui que gostasse de Oasis. –ele estava tão eufórico quanto ela.

-Sempre que dá, eu vou aos shows deles e eu tenho todos os Cd’s. Estão todos aí. Ah, não acredito que vou ouvir Oasis em Hogwarts. Promete que vai tocar alguma música deles pra mim? –perguntou fazendo biquinho.

-Não faz assim que eu chamo eles aqui só pra tocar pra você. –brincou.

-Faz isso e eu morro! Se um dia eles falarem comigo eu desmaio.

-Eu te seguro. –os dois riram.

-O papo ta muito bom, mas é melhor irmos.

-Sim senhora, monitora-chefe. Acompanho você até seu quarto.

-Ah, não precisa...

-Precisando ou não eu vou acompanhar. –avisou.

Eles chegaram na porta do quarto da castanha e se despediram com dois beijinhos. Hermione ficou na porta esperando ele sumir na curva do corredor.

-Que cena meiga eu vi no jardim agora. O mendigo já sabe que tem concorrência? -Draco havia saído de seu quarto e estava parado em sua porta de braços cruzados.

-Tomando conta da vida alheia, Malfoy? Está me saindo um belo fofoqueiro.

-Seu namorado não gostaria de saber disso, Granger...Coitado do Weasley...Pobre e corno. –ele balançava a cabeça negativamente.

-Cala a boca, Malfoy.

-Esse garoto é um babaca, Granger. Se eu fosse você não ficava perto dele.

-Você é um babaca e eu tenho que ficar perto de você. –respondeu grossamente.

-Sabe, Granger, você devia me ouvir às vezes.

-Não é necessário, Malfoy. Boa noite.

“Por que esse loiro maldito tem que ficar sempre no meu pé?”.

“Como ela conheceu o babaca do Galati? Nunca gostei desse idiota”.

Hermione passava o olhar pela mesa as Sonserina na manhã seguinte. Seu olhar se encontrou com o de Draco e quando perceberam olharam para o outro lado. “Que tanto ele olha pra cá?”. “Por que eu não paro de olhar pra sangue-ruim maldita?”.

-O que foi, Mione? Ta sem fome? –quis saber Rony olhando para a garota preocupado. –Você ainda ta chateada comigo? Olha, desculpe.

-Não, Rony. Ta tudo bem. Eu só to cansada. Hoje tenho que dar aula.

-Posso passar lá depois?

-Não dá, hoje vou ter um monte de coisas pra arrumar. –mentiu.

Ela não queria encontrar Rony naquela noite. Terminou de comer e rumou para a aula de Transfiguração. Minerva estava sentada esperando os demais alunos.

-Bom dia professora. –cumprimentou sorridente.

-Srta. Granger, não tive tempo de agradecer. Vieram me falar que a primeira aula foi ótima e fiquei muito feliz. Mais uma vez agradeço.

-Ah, professora que bom que gostaram.

-Professor, quero que meu patrono seja um grilo. –falou um dos garotos na aula.

-Granger, que criança estúpida. Eu vou perder a paciência. –Draco murmurou.

-Querido, não podemos escolher. –explicou calmamente ao garoto.

-E se nós não tivermos lembranças boas? –perguntou uma menina da Sonserina.

-Só é possível conjurar um patrono quando tem lembranças boas. Vamos levantem-se. –pediu educadamente a menina.

Ninguém se mexeu.

-Vocês não ouviram? Levantem-se. –Draco falou fortemente e todos os alunos ficaram de pé.

-Como você faz isso? –indagou intrigada.

-Já ta na hora do meu treino.

-Você vai me deixar sozinha agora? Na hora que eles vão conjurar o patrono?

-Anda logo com isso, Granger.

-Vamos lá, gente.

-Mentalizem uma cena feliz. –mandou Draco.

-Agora apontem as varinhas de vocês e gritem: “Expecto Patronum.”

Apenas dois alunos conseguiram conjurar o patrono. A irmã de Mikael e um menino da lufa-lufa.

-Parabéns a vocês que conseguiram. –dizia Hermione.

-Vocês não mentalizaram nada? Eu mandei mentalizar uma cena feliz! –gritava Draco.

-Malfoy, fica quieto. Eles têm que aprender com calma, garoto.

- 40 cm explicando a importância do patrono para a próxima aula. –avisou Draco se jogando na cadeira. - Podem ir.

Eles saíram correndo. E o loiro começou a mexer nos pergaminhos em cima da mesa.

-Você é muito duro com eles. –comentou Hermione parada ao seu lado.

-E você não tem moral alguma. Você fica perdida sem mim.

-Temos que corrigir esses deveres e entregar para eles poderem estudar mais.

-Pega uma cadeira, anda.

Hermione puxou uma cadeira para perto dele e os dois começaram a ler os pergaminhos.

-Olha isso: ‘A possão poliçuco’ . Que burro, esse garoto. –ele estava rindo.

-Malfoy! Pára com isso. Circule os erros dele. –ela estava compenetrada lendo o pergaminho da irmã de Mikael. –Ela é escreveu mais de 30 cm. –observou a castanha.

-Nossa. Merece uma medalha. –ironizou ao ler o nome da menina no canto do pergaminho, Hermione rolou os olhos.

Eles ficaram um bom tempo terminando de ler tudo e quando Draco olhou no relógio lembrou que tinha perdido o treino de quadribol.

-A culpa é sua, Granger! –berrava ele.

-Minha? A culpa é sua. Você podia ter ido depois da aula. Você esqueceu.

-Você ficou enchendo o saco pra corrigir esses malditos deveres.

-Mentira! Não falei nada. Olha aqui, eu to cansada de você jogar tudo em cima de mim. –ela estava bem pertinho dele com o dedo apontado em seu nariz.

-Ah, você ta cansadinha? Faça-me o favor, Granger... Temos trabalhado igual!

-Não, não temos.

-Temos sim.

-Você se acha melhor que todo mundo e acha que todos têm que te obedecer. Não agüento mais você, Malfoy. –ela gritava e começou a socar o peito dele.

-Cala a boca, Granger. –ele segurou seu pulso.

-Você não me segura, garoto. Eu vou te bater.

-Não, você não vai.

-Vou sim. Me solta! –ela se balançava.

“Metido, idiota, arrogante, prepotente, por que ele não pára de ser tão chato e babaca? Não me põe contra a parede, eu imbecil, não faça isso de novo”.

“Sangue-ruim maluca, fica tentando me socar, parece louca. Onde já se viu? Ainda acha que tem forças pra me bater”.

-Sai de perto de mim. –ela gritava. “Não, não sai não”.

Mais uma vez o loiro a imprensou na parede. “Por que ele fez isso?”. Draco estava mais uma vez com a boca perto da dela.

-Já falei pra não tentar me bater. –dizia ele calmamente. “Que boca é essa? Eu não to me agüentando. Cala a boca, Draco”.

-Me solta... –pedia baixinho.

-Você quer que eu te solte? –ele sussurrou em seu ouvido fazendo seus pêlos da nuca subirem.

-Me solta, Malfoy... –ela fechou os olhos tentando pensar em outras coisas.

-Você quer que eu te solte? – sua boca estava em seu pescoço.

“O que está acontecendo com você, Hermione?”.

Ela não respondeu.

-Quer que eu te solte, Granger? –Draco soltou uma das mãos dela e segurou seu rosto.

Hermione já estava fora de si. Aquele perfume dele misturado com seu hálito deixava suas pernas bambas. Ela não conseguia responder. Ela não queria sair dos braços dele. Draco encostou seus lábios nos dela e ela abriu a boca, dando passagem à língua dele. Eles se beijavam desesperadamente, como se aquele beijo fosse o oxigênio que eles precisavam para respirar. Aos poucos o ritmo ia ficando mais devagar, e Mione começou a fazer carinho na nuca dele. Draco a puxava para mais perto, não querendo nenhum tipo de espaço entre os dois. Quando os dois finalmente pararam de se beijar, suas bocas estavam vermelhas e inchadas. Eles se olharam por alguns instantes de voltaram a se beijar por mais algum tempo.

-Eu preciso respirar... – avisou ofegante e com a voz falhando.

-Eu também. –mas eles continuaram se beijando.

-É sério, Malfoy. Eu to com falta de ar. –ele descolou sua boca da dela preocupado.

-Eu também. –ela voltou a beijá-lo.

“Por Merlim, eu não consigo parar de beijá-lo. Simplesmente não dá”.

“O que essa garota tem? Eu sou capaz de ficar aqui até amanhã”.

“Ele é Draco Malfoy!”.

“Ela é Hermione Granger!”.

Eles pararam de se beijar na mesma hora e ficaram se encarando assustados.

- O que nós estávamos fazendo? –ela parecia perplexa.

- Isso... –ele a puxou, beijando-a novamente.

-Bem lembrado... –respondeu entre o beijo. -Não Malfoy, chega! –disse um tempo depois saindo de perto dele.

-Por quê?

-Você ta me vendo? Eu sou Hermione Granger. Você é Draco Malfoy. Pronto? Já voltou a raciocinar? –ela tentava parecer obvia e se afastar o máximo dele.

-Não consigo raciocinar! O que você fez comigo, sangue-ruim? Feitiço?

-Cala a boca, doninha saltitante.

Eles ficaram em silêncio se olhando.

-Certo, certo. Isso foi um erro e não vai acontecer de novo. –disse Hermione for fim sentando na cadeira em frente à mesa.

-Não? Tem certeza? –perguntou em tom malicioso.

-Ah, quer saber, eu não tenho. –respondeu irritada e Draco chegou por trás dela e começou a beijar seu pescoço.

-Não faz isso, não faz isso... –suplicava sem olhar pra ele.

Hermione levantou da cadeira, pegou sua mochila e saiu correndo em direção ao seu quarto, deixando Draco sozinho na sala.

“O que foi isso que eu senti quando a estava beijando? É simplesmente a melhor coisa que eu já fiz em toda a minha vida. Não pode ser! Ela é Hermione Granger!”.

“Não acredito que eu beijei Draco Malfoy. Não acredito que eu gostei de beijá-lo. Eu não acredito que o melhor beijo da minha vida foi com aquele metidinho idiota”. –pensava a castanha enquanto passava pelo corredor.

Chegou no quarto e se jogou na cama tentando desviar seus pensamentos pra qualquer outra coisa, mas era impossível tirá-lo da cabeça. Draco era lindo e beijava tão bem. Ela não conseguia entender o que sentia quando encostava sua boca na dele. Era como se ela perdesse o chão e nada mais fizesse sentido. Draco ainda estava sentado na sala tentando organizar suas idéias. Ele queria entender como ela podia deixá-lo tão vulnerável. Quando estava passando pelo corredor, parou em frente ao quarto dela e no mesmo instante Hermione ouviu um estalo e foi para a porta. Eles encostaram a cabeça ao mesmo tempo e se não fosse pela madeira que os separava, eles já estariam se beijando novamente. Mas nada aconteceu. Depois de alguns segundos Draco rumou para seu quarto e Hermione decidiu dormir.

“Eu não posso estar apaixonada por aquela doninha saltitante!”.

“Eu não posso estar apaixonado por aquela sangue-ruim!”.

Hermione estava perdida em seus pensamentos brincando com um pedaço de bacon em seu prato.

-Ontem Minerva contou a todos sobre o baile. –comentou Harry na manhã seguinte. –Onde você estava que não apareceu no jantar?

-Hermione, ele esta falando com você! –disse Rony balançando a menina.

-O que foi, Ronald? –ela parecia completamente desligada.

-Por que não apareceu pra jantar ontem? Minerva nos avisou sobre o baile.

-Fiquei corrigindo os deveres dos meus alunos. “E beijando Draco Malfoy”. Quando terminei estava cansada demais e fui dormir. “Lembrando do beijo de Draco Malfoy”.

Seus olhos se cruzaram com os do loiro e eles ficaram se fitando durante um tempo.

-Draquinho... –Pansy começou a beijar seu pescoço e Hermione levantou as sobrancelhas fingindo voltar a observar seu prato e espiando os dois com o canto do olho.

-Pansy, deixe-me em paz? –pediu com um pouco de educação.

-Mione que tanto você olha na mesa da Sonserina?

-Que?

-Ta olhando o Malfoy, é?

-Quem? O que tem o Malfoy? –perguntou assustada.

-Você podia disfarçar.

-Já falei pra parar com isso, Ronald. Eu to de saco cheio. –ela respondeu emburrada e se levantou, indo em direção aos jardins.

Draco a seguia com o olhar e quando percebeu que ninguém estava olhando levantou e fez o mesmo caminho que a garota.

-Rony, o que eu te disse?

-Ela não para de olhar pra ele, Harry! Você viu?

-Pára de imaginar coisas, Rony.

-Eu não estou imaginando. Eu percebo as coisas, Harry. –ele cruzou os braços com raiva.

-Brigou com o Weasley, Granger? –perguntou Draco parando atrás da garota em frente ao Lago da Lula Gigante.

-Sim. –respondeu sem nem ao menos virar pra trás.

-Que triste...

-O que ta fazendo aqui? –ela não se mexia.

-O mesmo que você...

- Você sabe o que eu to fazendo aqui?

-Não, mas sei o que gostaria de estar fazendo... –Hermione engoliu seco e abaixou a cabeça olhando a grama.

-Por que você está fazendo isso, Malfoy? –perguntou olhando diretamente em seus olhos. “Esses olhos me deixam hipnotizada”. “Eu não vou conseguir mentir olhando desse jeito pra ela. Eu não consigo nem xingá-la”.

-Não sei... –falou baixinho se aproximando e encostando em seu braço.

-Não encosta em mim... –ela deu um passo pra trás.

-Eu não consigo, se você não percebeu. –ele deu um passo à frente.

-Tem gente no jardim. Acho melhor você ir embora.

-Não, você não acha. –sorriu confiante. “Por que ele tem que falar essas coisas, Merlim?”. –A castanha mordeu o lábio inferior e olhou para a boca dele.

-Encontro você daqui a dez minutos na torre de astronomia. –avisou o loiro dando os ombros e seguindo para o local combinado.

Hermione nem precisou se decidir se iria ou não. Ficou em torno de dois minutos parada observando a água e depois rumou para o lugar combinado.

Ao chegar, a porta fez um ruído alto, chamando a atenção de Draco. Ela entrou na sala e foi se aproximando do loiro.

-Eu não sei o que eu vim fazer aqui... Nós temos aula agora e... –ele a beijou antes que ela conseguisse completar a frase.

-Já sabe? –perguntou entre o beijo e ela afirmou balançando a cabeça sem parar de beijá-lo.

-Malfoy... –eles iam falando durante o beijo. Pra quê perder tempo falando?

-Fala... –eles nem se quer abriam os olhos.

-Nós temos aula agora...

-Nós já estudamos muito...

-Temos aula do Snape! –lembrou parando de beijá-lo.

-Não, é a segunda aula. –ele voltou a beijá-la.

-Tem certeza? –ela nem conseguia mais lembrar dos horários das aulas.

-Tenho. –respondeu desinteressado, deslizando as mãos pelas suas costas.

-Posso ficar aqui o dia todo te beijando. –confessou o loiro depois de algum tempo, fazendo a garota corar.

-Eu to confusa... Muito. –falou em seus braços olhando para o chão.

-Eu também... –ele levantou seu rosto forçando-a a olhar pra ele.

-Você me deixa assim... –admitiu envergonhada.

-Não é só com você... É assim com todas! –disse brincando.

-Eu to falando sério. –avisou ainda chateada.

-Eu sei. Eu não estou muito diferente de você.

-Não sei o que está acontecendo, Malfoy.

-Nem eu, Granger.

-Eu não posso fazer isso... –ela prestava uma atenção incrível na manga das vestes de Draco.

-Por que não?

-Porque eu to ficando com o Rony e não é certo. –Malfoy cruzou os braços.

-Ele é um idiota. Como você consegue ficar com ele?

-Você é um idiota, Malfoy, não o Rony. Ta confundindo. –falou sem prestar muita atenção.

-Se você se importa tanto por que está aqui? –perguntou fazendo-a ficar muda.

-Não sei... –sua voz quase sumiu na frase.

-Se ele fosse realmente importante, você estaria com ele e não comigo. –disse por fim.

-Eu sei. –afirmou olhando atentamente aqueles olhos acinzentados incrivelmente perfeitos.

-Nós temos aula do Snape agora, vamos. –falou o garoto mudando de assunto.

Ela segurou seu braço e o beijou, fazendo-o rir.

-Agora vamos.

Eles foram andando lado a lado pelo castelo até chegar na sala de Snape. Falavam sobre a monitoria e tentavam ao máximo mostrar que nada havia acontecido entre os dois. Como tinham perdido a primeira aula, foram os primeiros a chegar na classe. Hermione sentou-se na primeira carteira e Draco logo atrás dela.

- Olá, Mione. –ela ouviu uma voz chamar.

-Oi, Mikael...- falou confusa dando dois beijinhos em seu rosto. –O que está fazendo aqui? –Draco prestava atenção disfarçadamente.

-Vim te perguntar se queria dar uma volta comigo hoje à noite.

-Claro. –respondeu sorrindo.

-Posso passar no seu quarto depois do jantar? Umas nove horas?

-Ta ótimo. –concordou olhando em seus olhos.

Ele tirou um papel dobrado do bolso e entregou a ela antes de sair. Ela sorriu e desembrulho o papel.

“Porque todas as estrelas

Estão desaparecendo

Apenas tente não se preocupar

Você as verá algum dia

Pegue o que você precisa

E siga seu caminho

E faça seu coração parar de chorar “.

Hermione sorriu. Ele era um fofo. Havia escrito um trecho da música preferida dela. “Como ele sabia?”.

-Já te avisei sobre ele. –falou Draco atrás dela fazendo-a bufar. –Ele vai ficar dando em cima de você mesmo?

-Não fala besteiras. –ela se virou para ele.

-Eu não estou falando. “O que será que está escrito naquele papel?”.

-Esta sim. Até parece. Só porque um garoto é legal, não significa que ele esteja dando em cima de mim.

-Sim, significa. E ele é um babaca. Fica longe dele.

-Não fala merda, Malfoy. “Ele está com ciúmes?”.

-Eu ia falar pra me encontrar hoje à noite. –comentou fazendo Hermione sorrir.

-Bem, não vai dar, eu acabei de combinar com ele.

-Você que sabe, Granger...

Os alunos começaram a chegar e Harry sentou-se ao lado da amiga.

-Cadê o Rony? –perguntou ela ao olhar ao redor.

-Já vem. Foi buscar o livro que esqueceu. Onde você estava?

-Eu? Ah... Eu... Tive uma emergência. Mas já resolvi tudo.

-Ele não ta nada legal... –Draco se inclinou fingindo que estava escrevendo para ouvir sobre o que eles falavam.

-Por quê? Ele que fica de gracinha comigo Harry. E eu não agüento mais isso.

-Ele é doido por você, Mione. Você sabe. –tentava o moreno.

-Acontece Harry, que eu não gosto dele do mesmo jeito. –confessou olhando dentro os olhos do amigo. Draco sorriu.

-Que chato isso, Mione. Achei que vocês dariam certo.

-Pois é, Harry... –falou chateada. –Vou conversar com ele hoje.

-Vai parar de ficar com ele então?

-Sim.

-Tem certeza? Pensa mais um pouco, Mione. Ele pode mudar.

-Não, Harry. O Rony não vai mudar. Ele é meu amigo, é melhor fazer isso logo pra não prejudicar nossa amizade.

-Você que sabe, Mi.

-Rony, posso falar com você? –perguntou a garota após o jantar.

-Pode. Vamos até o jardim.

Eles foram andando lentamente até o começo da escada que dava para a grama.

-Eu sei o que você vai falar... –começou ele.

-Sabe?

-Sim, eu sei.

-Rony...

-Olha, Mione... Eu queria mais uma chance.

-Rony, eu não quero me envolver mais com isso. Acho melhor terminarmos agora. Eu não sinto o que gostaria de sentir... –confessou triste.

-Você quem sabe, Mione...

-Desculpe, Rony. Eu não posso enganar você.

-Tudo bem, Mione...

-Vamos ficar bem, não é? –perguntou sorrindo.

-Vamos.

Ela o abraçou e depois se despediu de Rony e foi para o seu quarto se arrumar. Tomou um banho demorado, ajeitou o cabelo e botou uma calça jeans com uma blusa de manga comprida preta. Borrifou um pouco de perfume e passou um lápis preto ao redor dos olhos. Aquilo realmente deixava o castanho ainda mais claro. Quando estava calçando seus sapatos ouviu batidas na porta.

-Você vai sair com ele? –perguntou Draco parado em frente à porta ao ver a garota toda arrumada.

-Por que não sairia? –ela arqueou a sobrancelha esquerda.

-Temos trabalho. -mentiu descaradamente.

-Trabalho? Você é louco? Sexta-feira à noite nós não temos nada pra fazer. –avisou parecendo obvia.

-Temos que preparar a aula de terça. –inventou olhando para ela.

-A gente faz isso depois. Eu não vou passar a minha noite livre preparando as aulas de terça.

“O que eu faço pra ela não sair com aquele babaca?”.

-Mas...

-Não adianta, Malfoy. Eu não vou. Posso fechar a porta? Eu to me arrumando. –pediu educadamente tentando fechar a porta.

Draco colocou a mão na frente, a beijou e saiu do quarto deixando-a completamente tonta. Hermione sentou-se na cama e respirou fundo. “Como ele consegue fazer isso comigo?”.

Um tempo depois ela ouviu mais algumas batidas na porta e correu para abri-la. Era Mikael, que usava uma blusa azul da cor do céu e os cabelos estavam um pouco desarrumados. Sua guitarra estava dentro de uma capa que ele carregava nas costas. “Já disse que ele é um fofo?”.

-Boa noite. –falou mostrando os dentes.

-Pra você também.

-Você ta linda. –comentou olhando para a castanha.

-Obrigada, você também. Vamos?

Eles foram caminhando até onde haviam ido a noite passada. O Lago da Lula Gigante era um dos lugares preferidos de Hermione. Lá ela se sentia calma e era onde conseguia botar seus pensamentos em ordem. Mas não quando se tratava de Draco Malfoy. Sentaram-se na beira do Lago e ele tirou a guitarra da capa.

-Não acredito. –dizia eufórica.

-Essa é a que eu mais gosto. –ele começou a dedilhar as cordas e o som de ‘Stop Crying your heart’ começava a aparecer. E os dois cantavam lentamente. “Ele toca perfeitamente!”. “Como ela é linda”.

Hermione balançava as mãos no ar e ficava rindo toda a vez que ele imitava os movimentos que os integrantes da banda faziam. Ela deitou na grama e fechou os olhos tentando entrar na música. Ele tocava “ Stand by me”. Draco começou a invadir seus pensamentos. “Não, vai embora daqui, Malfoy”.

-Vai a Hogsmead amanhã? –perguntou parando de tocar.

-Vou, você vai? –ela se sentou chegando mais perto dele.

-Vou sim. Quer almoçar comigo?

-Claro.

Eles ficaram o resto da noite sentados, cantando as músicas do Oasis e todos que passavam por eles ficavam olhando com curiosidade.

-Me ajuda amanhã a escolher meu vestido pro baile? –perguntou animada.

-Ajudo sim.

-Eu to cheia de idéias. Acho que vou comprar e vou acabar mudando várias coisas. –contou rindo.

-Vai ficar linda de qualquer jeito. –falou fazendo-a corar.

-Obrigada. –ela olhou pra baixo.

-No Natal vai ter um dos maiores shows deles. Você vai comigo. –avisou o garoto sério.

-Jura? O Show que eles fazem em Londres todo ano?

-Sim. Comprei dois ingressos. Um é seu. –afirmou fazendo Hermione soltar um gritinho.

-Você está brincando, não é? Eu tento ir a esse show desde que me entendo por gente. Mas nunca consegui comprar por causa das aulas e meus pais não queriam ir comprar pra mim.

-Estou te dizendo que você vai comigo. –ele estava sorrindo.

Os olhos da menina brilhavam e ela abraçou Mikael de repente. Ele correspondeu surpreso com o ato de Mione e sorriu.

-Quer sapos de chocolate? –perguntou o garoto tirando algumas caixinhas da capa da guitarra.

-Quero! –ela pegou uma caixinha e abriu colocando rapidamente na boca. Ele abriu devagar e seu sapo pulou em direção ao Lago. Hermione começou a rir descontroladamente.

-Eu sempre deixo ele escapar. –lamentou-se pegando outra caixinha e abrindo praticamente dentro de sua boca.

-Quase onze horas. –observou Hermione consultando o relógio.

-Vamos indo então?

-Vamos. –ele a ajudou a levantar-se e foram percorrendo o caminho até o quarto de Hermione.

-A noite foi muito legal. Obrigada. –agradeceu dando um beijo estalado em sua bochecha.

-Obrigado você pela companhia. –ele acenou e foi andando até sumir pelo corredor.

“Será que o Malfoy já está dormindo?”.

“Será que ela já chegou do encontro com o idiota?”. –pensava Draco enquanto vestia a roupa de dormir.

“Bato ou não na porta? Será que ele está acordado?”. –ela deu uma batida fraca na porta.

“Isso foi aqui na porta?”. –Draco abriu a porta lentamente e se deparou com Hermione olhando para ele.

-A que devo a honra da sua presença no meu quarto? –perguntou sarcástico.

-Se quiser eu vou embora. –falou dando um passo pra trás.

-Não, entra. –ele segurou sua mão. –Quero falar com você.

-Pode falar. –ela se sentou na cama e ele ficou parado em frente a ela.

-Olha só, eu vou ser sincero com você...Eu não sei o que está acontecendo comigo. E eu nunca me senti assim com garota nenhuma. –confessou o loiro olhando em seus olhos. –Eu não sei, mas eu sinto alguma coisa muito forte quando estou com você.

-É eu sei, eu também sinto. –falou baixinho.

-E por mais que eu tente te tirar da minha cabeça, eu não consigo. “Ele parece estar lendo meus pensamentos”.

-É como se todo o ódio que eu sentisse por você tivesse virado outra coisa. –comentou surpresa com o que tinha falado. “Por que diabos eu falei isso?”.

-Exatamente. –ele sorriu.

Alguns segundos de silêncio.

-Hermione... –chamou o loiro um pouco surpreso por tê-la chamado pelo primeiro nome. “Como meu nome fica suave quando ele o pronuncia”.

-Olha, você descobriu meu nome! –brincou a garota o fazendo rir.

-Deixe-me falar?

-Fala...

-Eu quero ficar sério com você... –falou olhando para o chão.

-E você acha que isso vai dar certo?

-Não sou vidente! Não tenho como saber.

-Se você vai continuar sendo grosso eu vou embora! –avisou a garota se levantando.

-Desculpe, mas isso já é difícil pra mim. –ele encostou em seu braço.

-E você acha que é fácil pra mim?

-Não é isso, Hermione. “Acho que gostou de falar o meu nome”.

-Então como é?

-Sempre fui eu quem implicou com você. E agora eu é que estou aqui dizendo que estou doido por você. –ela ficou muda. –Eu estou nervoso, se você não percebeu. E eu nunca fiquei nervoso perto de uma garota. E se você também não percebeu, eu to falando demais! –ela riu e se levantou.

-Tudo bem... Draco. Vamos ver no que isso vai dar... –ele se aproximou dela e a beijou.

-Ta vendo do que eu falo? O que você faz pra eu ficar assim? –perguntou Draco depois de um tempo.

-Eu sou irresistível. –respondeu rindo.

-Essa frase é minha. –disse fazendo carinho em seu braço.

Eles estavam sentados na cama e Hermione estava deitada sobre o peito de Draco tirando alguns fiapos de seu edredom.

-Porcos já criaram asas? –perguntou o garoto lembrando-se de quando Hermione falou que o dia em que ela quisesse beijá-lo, porcos criariam asas.

-Sim, olhe pela janela. –falou brincando apontando para o vidro.

Draco a beijou e começou a fazer cosquinha em sua barriga.

-Não, Draco, pára com isso... –ela começou a rir alto. –Eu odeio isso... –ela não parava de gargalhar. –Por favor... –suplicava com lágrima nos olhos.

-Dorme aqui hoje? –perguntou parando por cima dela.

-A porta do meu quarto não está emperrada. –disse sorrindo.

-Seu perfume vai ficar no meu travesseiro e eu não vou conseguir dormir. –confessou o loiro. “Por que eu não consigo controlar o que eu falo?”.

-Vai sim. Acho melhor eu ir, Draco.

-Tem certeza que vai dormir sozinha naquela cama grande? Não é perigoso ter um rato por lá?

-Você não vai me convencer. –avisou rindo e ajeitando seus cabelos loiros.

-Bem, eu tentei. Boa noite. –ele a levou até a porta e depois de um beijo longo, Hermione entrou em seu quarto.

“Ele é tão lindo!”.

“Ela é simplesmente perfeita”.
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Gente, gente... Espero realmente que tenham gostado desse capítulo e do *Mika* ^^ h0h0h0... Ele é um lindo, né? o Ai, ai, Draco ciumeeeento, era tudo que eu queria *-* KSDPOSAKPDAS... Genteeeee, continuem comentando pra me dar alegria :~~ o

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