Capítulo 7: Marvolo




Capítulo VII: Marvolo


Hermione olhou nos olhos grafites de Tom Riddle pesadamente enquanto seu coração batia desesperadamente dentro do peito. Ela engoliu em seco sentindo suas mãos mesmo naquela noite fria, suarem. O frio que sentia havia desaparecido e o medo começara a tomar conta do seu corpo. Tom Riddle não desgrudava os olhos de Hermione. O único movimento de Hermione foi somente engolir em seco. E agora? O que faria? O que deveria fazer? Tom Riddle por acaso soubera de seu segredo? Que ela viera do futuro para matá-lo? Como ela iria fazer com que aquela situação se desdobrasse para algo seguro?


'O que está fazendo aqui, Riddle?' Perguntou Hugo franzindo as sobrancelhas.


'Solte a Leslie!' Mandou Fox apontando a varinha para o peito de Riddle. 'Agora!'


Tom Riddle soltou um mínimo sorriso no canto dos lábios e ignorou Fox. Ele continuava olhando para os olhos castanhos de Hermione. Aqueles olhos o lembravam alguém, mas ao mesmo tempo ele não sabia quem exatamente.


Fox, repentinamente, lançou o feitiço Stupefyno entanto, Riddle nada sofrera pelo aparente feitiço de proteçãoque conjurara de forma não-verbal. Fox novamente apontou a varinha para o rosto de Riddle, mas Hermione colocou o seu braço esquerdo a frente do loiro.


'Solte-a, Riddle... Solte a Leslie!' Pediu Hermione encarando os olhos grafites do garoto enquanto tentava impedir um novo duelo. 'Não sei com que propósito trouxe-a aqui, mas o melhor que façamos é voltar para Hogwarts antes que algum professor perceba que não estamos lá.'


O sorriso dele se alargou e Hermione percebeu que era assustador ver Voldemort sorrindo daquela forma. 'Não sabe com que propósito? Senhorita Granger, sua capacidade de lógica é, de fato, impressionante, e tenho a certeza que você sabe bem o motivo de Leslie Burke estar aqui.'


'O que está querendo dizer?' Perguntou Hugo aproximando-se de Riddle. Hermione piscou os olhos.


'Ao contrário de você, seus amigos grifinórios não parecem serem lá muito inteligentes.' Ele disse sorrindo.


'Ora seu... STUPEFY!' Gritou Fox com raiva. O feitiço rebateu no Protego de Riddle e voltou, acertando Hugo com força. Ele rodopiou no ar e caiu no chão. Hermione correu até ele, ficando de joelhos, e ajudando-o a levantar.


'Você está bem?' Ela perguntou preocupada.


'O que ele quis dizer? Você sabia que ele havia raptado Leslie?' Ele perguntou juntando os olhos. Hermione não respondeu, se limitando a olhar para o chão.


'Não... Eu só achei que...' Hermione não continuou. Ela franziu a testa um pouco curiosa com o que Riddle havia dito e levantou o rosto olhando-o nos olhos. 'Você sabia?' Riddle levantou as sobrancelhas negras, aparentemente, sem entender. 'Você sabia que eu saberia... Digo.. Você realmente planejou tudo para que eu descobrisse isso?'


'Se eu não quisesse que você descobrisse, senhorita Granger, você jamais teria se dado conta.' Hermione piscou os olhos castanhos e sentiu certa raiva de ele ter dito aquilo. 'Contudo não posso de deixar de me sentir impressionado pela sua rapidez. Calculei que por ventura você fosse descobrir o que eu tinha feito apenas por amanhã de manhã ao não ver o retorno de Leslie Burke.'


'Estava pensando em mantê-la aqui até amanhã?' Ela indagou com raiva. 'Você é louco, Riddle!'


'Alguém pode me dizer o que está acontecendo?' Perguntou Presto aparentando estar confuso.


'Hermione, o que está dizendo? O que ele quer dizer?' Tentou Hugo para a garota. Hermione ignorou os amigos. Tom Riddle também parecia ter facilidade em ignorar os garotos ali presentes.


'Você se utilizou de Brewster apenas para enganar os professores?'


'Não. Brewster é talvez o garoto mais idiota de Hogwarts e ele jamais conseguiria se passar por mim perante os professores, principalmente perante o professor Dumbledore.'


'Então...' Hermione abriu os olhos castanhos. 'Os monitores! Brewster seria o suficiente para enganar os monitores e fazer que você tenha um álibi, não podendo ser assim o culpado com qualquer coisa que possa acontecer a Leslie.' Ela completou com a voz seca. Ele sorriu mais uma vez.


'Está querendo dizer que Riddle está enganando a todos no castelo?' Indagou Hugo franzindo a testa.


Hermione piscou os olhos castanhos e, desta vez, fora ela quem dera um sorriso no canto dos lábios. 'Você só parece ter perdido algo, Riddle.' Ele ficou sério de repente com o comentário da menina. 'Brewster van der Alden não foi à reunião dos monitores!'


A parte inferior do olho direito de Tom estreitou-se e ele pareceu ter mordido os dentes. Aquele idiota! Poderia ter colocado tudo a perder! Por que diabos ele fora confiar logo em Van der Alden?


'Tá legal! Eu não sei do que vocês estão falando, mas, Riddle, é melhor você soltar Leslie!' Recolocou Fox apontando a varinha para o sonserino.


'Hermione, pode nos dizer o que está acontecendo?' Pediu Hugo ao lado da menina. Hermione respirou fundo antes de responder.


'Riddle utilizou-se de uma Poção Polissuco para se transformar em Brewster van der Alden, da Sonserina, e trazer Leslie para Glast Heim. A fim de que ninguém desconfiasse, Riddle marcara uma reunião para com os monitores de Hogwarts e assim Brewster van der Alden estaria na reunião como Tom Riddle enquanto Tom Riddle estava como Brewster van der Alden à procura de Leslie. Riddle, no entanto, não contara que Brewster poderia não ir à reunião fazendo assim seu plano dar errado. Se por acaso nenhum professor ou monitor de Hogwarts tiver visto Riddle no castelo no horário comum, Riddle poderá ser, no mínimo, expulso de Hogwarts. No entanto, se ele tiver sido visto, quem será expulso será Brewster já que ele seria o único a não estar presente em Hogwarts em tal horário.' Terminou Hermione com o cenho franzido em amargura.


'Poção Polissuco? Como Riddle conseguiu uma?' Perguntou Leslie piscando os olhos verdes. 'Demoram meses para ficar pronta!'


'Pegou dos estoques do Professor Slughorn.' Completou Hermione determinante.


'Mas mesmo assim, o professor iria se dar conta que estaria faltando poções!'


'Não, não iria.' Negou Hermione com a cabeça. 'Aprendemos na aula de Feitiços, o feitiço Geminio que permite duplicar objetos. A partir de uma, fez várias.'


'Mas... Isso é contra as regras da escola!' Emendou Hugo com a voz dura.


'Ninguém saberia disso. É ingenuidade pensar que um aluno de Hogwarts iria cumprir sempre com todas suas regras e axiomas.'


'Isso é loucura!' Juntou Presto nervoso. 'Riddle deveria ser expulso!'


'Isso se Diretor Dippet não ajudá-lo, não é mesmo, Riddle?'


Tom Riddle sorriu novamente e começou a bater palmas para Hermione. Ela franziu a testa um pouco insegura enquanto os garotos encaravam Tom atônitos. O sorriso se alargara em seu rosto e os olhos grafites se tornaram brilhantes. 'Você realmente me impressiona, senhorita Granger! Sua capacidade de observação e lógica é formidável.'


'Por que pegou Leslie, Riddle?' Perguntou Fox com raiva.


'Ela me fez ver algo que não sabia até então.' Respondeu olhando para Fox. 'E pelo visto, senhorita Granger suspeitou desde quando chegou a esta escola.'


Hermione engoliu em seco um pouco assustada. Não sabia o que dizer. 'Não suspeitei de nada... nem suspeito.' Tentou mentir, mas sabia bem do que Riddle estava falando.


'Ah, você é uma péssima mentirosa, senhorita Granger.' Comentou ele com uma voz mais suave. Hermione não soube dizer o que lhe dava mais medo, se era a voz fria de sempre de Voldemort ou a voz suave dele. Certamente, não queria ouvir a sua risada maléfica.


'Não estou mentindo...não sei do que está falando...'


'O que lhe fez ficar preocupada quando Leslie Burke me contou o que vira?'


Hermione permaneceu calada enquanto mirava a grama do cemitério. Ele saberia? Ele havia se dado conta de que talvez ela fosse do futuro? Uma coisa, Hermione sabia, Riddle havia percebido que Leslie possuía o dom da clarividência.


'E como sabia que eu tinha visto uma caveira com uma cobra?' Perguntou Leslie confusa.


Hermione fechou os olhos com força. Havia se esquecido disso, e supostamente Riddle também. Leslie acabara por lembrá-lo. O que diria? "Ah, é que eu já sabia porque eu vim do futuro para matá-lo!". Hermione pela primeira vez na sua vida não sabia o que fazer. Viu Riddle apontá-la a varinha, e ela se sentiu inerte.


'Nem pense nisso, Riddle!' Falou Hugo apontando a varinha para ele. 'Se fizer alguma coisa a Hermione, faço essa sua varinha entrar pela sua bunda!'


Hermione arregalou os olhos. Viu Tom Riddle sorrir. De forma maníaca.


'Tente, Stradivarius!' Provocou Voldemort.


Hermione agora tinha o coração completamente descompassado. Eles estavam em Glast Heim, uma cidade se vestígios de Magia! Facilmente Riddle poderia vir à matá-los!


'Hugo, não faz isso...' Pediu Hermione com a voz falha. 'Ele vai matar você.'


'Ele não vai me matar...' Disse com um sorriso divertido. 'Eu sou o filho do Ministro, Hermione!'


Hermione segurou o braço sujo do amigo com força. 'Vai, ele vai matar você! Se tem uma coisa de que Tom Riddle não teme de fazer é matar alguém...'


Hugo franziu a testa para Hermione. 'Por que parece que você o conhece?'


'Não é que eu o conheço, é que eu sei do que ele é capaz...'


'Como?'


'Intuição...' Disse Hermione. 'Hugo, por favor, não duele com ele...'


'Qual o problema, srta Granger? Não confia no filho do Ministro da Magia?' Indagou Tom ainda com o sorriso no rosto. 'Deixe que duelamos. Sua madrinha não está aqui bem como também não está o meu padrinho, então não precisa interromper'.


'É, Hermione, vai ficar tudo bem. Será só um duelo normal.'


Hermione arregalou os olhos. Um duelo normal? Aquilo não poderia ser um duelo normal! Hermione se assustou mais quando viu Tom Riddle apontar a varinha em direção ao peito de Hugo e o sorriso maníaco de Tom se alargar.


'Crucius!'


Hermione, assustada, empurrou Hugo para o lado com os braços. O feitiço de Riddle acabou por atingi-la e ela caiu no chão do cemitério se contorcendo. A sensação de agulhas e facas penetrando todos os membros do corpo era latente e ela gritava de dor. Seu coração se contorcia junto ao corpo e Hermione não se assustaria se ele entrasse em espasmo. Escutava as vozes de Leslie, Hugo, Fox e Presto, mas não conseguia bem entender o que eles estavam dizendo. "Qual a diferença? Qual a diferença entre o meu crucius e o seu aspersio? Ambos mataram aqueles zenorcs." Agora Hermione sabia a diferença. Jamais seria capaz de torturar algo ou alguém daquela forma. Jamais poderia se sentir bem causando aquilo a uma pessoa. Ela parou de gritar e percebeu que a dor estava indo embora. Suas mãos tremiam enquanto saliva passava a escorrer um pouco pelo canto direito da boca. A respiração ofegante e a vista um pouco embaçada deletava o efeito do feitiço. Hermione reconheceu o rosto de Hugo à sua frente. Viu-o apontar-lhe a varinha.


'Ennervate!'


Hermione piscou os olhos castanhos e uma leve sensação boa a fez se sentir melhor. Ela apagou as remanescentes dores e com a ajuda de Fox e Presto conseguiu se levantar.


'Hermione, você está bem?' Perguntou Leslie preocupada amarrada à lápide do cemitério. Ela se mexia, tentando, inutilmente, afrouxar as correntes e sair dali. 'Droga! Riddle, me tire daqui!'


Hermione levantou os olhos e fitou os grafites de Tom. Eles estavam negros e o rosto aparentava um semblante sério. 'Como pode fazer isso? Como pode gostar disso? De ver alguém sofrendo desse jeito?' Ela perguntou ainda de pé com a ajuda de Fox e Presto.


Ele piscou os olhos negros. 'Eu não quis machucá-la.'


Ela ouviu o coração bater forte entre os pulmões. "Eu não vou machucá-la, senhorita Granger, eu prometo." 'Não quis machucar? Você lançou um Cruciatus emHugo!'


'Sim. Era para atingir Stradivarius, mas você o empurrou permitindo se machucar. Eu jamais a machucaria deliberadamente.'


Hermione sentiu algo quente e latente percorrer o estômago. Ela abaixou o rosto e fechou os olhos com força.


'Seu maldito!' Xingou Fox. 'Eu vou arrebentar essa sua cara!'


'Ah, isso será interessante.'


Hermione arregalou os olhos castanhos quando Fox ficou à sua frente, encarando Riddle. Tom Riddle conjurou um feitiço, mas assim que o fizera, Presto lançara um Stupefy estuporando o sonserino. Hermione virou o rosto de Riddle para Eric Presto.


Presto tinha os óculos extremamente sujos, mas aquilo parecia não impedi-lo de encarar Voldemort. Hermione percebeu que Presto não parecia estar nervoso.


'P-presto?' Indagou Hermione se recuperando das dores ao lado do amigo.


'Tenho medo de cemitérios, mas não tenho medo de sonserinos metidos, Riddle!' Falou com uma voz que não lembrava nem de longe Eric Presto. 'E se mexer com meus amigos, mato você!'


'Você não consegue duelar comigo e salvar seus amigos ao mesmo tempo, garoto.' Falou Tom Riddle levantando-se do chão com a voz já séria de sempre.


'Posso sim...sabe, as pessoas ficam mais fortes quando têm alguém pra quem proteger.'


Hermione foi bombardeada por imagens na sua mente. Desde o seu primeiro ano, quando Harry e Rony protegeram-na do Trasgo montanhês até o instante em que encontrou com Voldemort para realizar o Chronum Extracto. E percebeu que realmente Presto tinha razão! As pessoas ficam mais fortes quando tem algo por qual lutar ou alguém por quem proteger! E aquilo era algo que Voldemort nunca iria saber. Ele nunca entenderia aquilo, e, por um momento Hermione sentiu pena de Tom Riddle. Ele nunca saberia o que representa o valor da amizade e companheirismo.


'Errado...as pessoas ficam mais fortes quando não dependem das outras. Amizade e cumplicidade são sentimentos que tomam conta de você e, por isso, tornam-se suas fraquezas.' Respondeu olhando para Presto. 'O único sentimento que lhe faz mais forte é o ódio.'


Sem aviso, Tom conjurou um feitiço não-verbal e Eric foi estuporado. Tom observava Presto caído e Fox tentou pegá-lo desprevenido. Porém Tom usou Protego pra proteger-se do feitiço repentino de Fox. 'Não pense que vai conseguir me vencer num duelo, Mulder. Enquanto você treinava para ir atrás de uma bola e marcar gols, eu estudava pra me tornar o melhor bruxo que esse mundo já viu...'


'O melhor bruxo do mundo é Alvo Dumbledore.' Respondeu Hermione interrompendo Voldemort. Tom Riddle olhou pra ela curioso. '…E você, Riddle, nunca vai tirar esse título dele'.


Tom Riddle olhou diretamente nos olhos castanhos de Hermione. A garota sentiu o medo voltar para o seu corpo. "Não devia ter medo dele, senhorita Granger. O medo nos faz realizar coisas terríveis". Ela arregalou os olhos quando viu Hugo apontar a varinha para Voldemort de forma automática


'Solte Leslie.' Mandou Hugo com a varinha apontada para o peito de Voldemort. A voz do garoto estava firme e dura. 'Não tenho medo de machucar você, Riddle.'


'Crucio!'


Hugo caiu no chão gritando e se contorcendo de dor. Hermione correu até o monitor. Ela se ajoelhou ao lado do amigo, pensando em fazer algo, mas não sabia o quê. Desesperada, ela perguntava se ele estava bem. Leslie novamente tenta se soltar das correntes e por não conseguir xingava e gritava de raiva. Hermione então percebeu que quem tinha lançado o feitiço não fora Voldemort e sim Lester Malfoy.


'Eu também não tenho medo de machucar o filho do ministro da magia. Na verdade, eu adoraria...'


Hermione cerrou os punhos com raiva ao vê-lo ali e mordeu os dentes de insegura. Precisava fazer alguma coisa! Aquilo estava começando a sair de controle. Tinha que manter a calma e pensar. Pensar em alguma forma de perder tempo com aqueles sonserinos enquanto Presto e Hugo se recuperam dos feitiços. Precisava pensar em uma forma de tirar Leslie dali e voltar para Hogwarts. Lester Malfoy abaixou-se e ficou cara a cara com Hermione. Talvez seus olhos estivessem a menos de um metro de distância. Hermione engoliu em seco enquanto encarava os olhos azuis esverdeados do loiro.


'Você chega a ser um desperdício na companhia desses idiotas... Hermione.'


Hermione sentiu o sangue ferver. 'É Granger pra você, Malfoy!'


'O que está fazendo aqui, Malfoy?' Perguntou Fox.


'Não poderia deixar de avisar que tudo ocorrera como planejado.'


Hermione franziu a testa. 'Planejado?'


'Sim. Os professores não se deram por falta de Riddle. Já não sei se posso dizer o mesmo quanto a vocês.'


'Seu merda! 'Solte a Leslie ou eu juro que estrincho esses seus olhos de peixe morto.' Disse Hugo levantando-se do chão. Hermione olhou pra ele assustada. Hugo tinha as mãos trêmulas e o rosto machucado. 'Não torre minha paciência, Malfoy...'


Ele sorriu enquanto se levantava e portando-se altivamente. 'Vamos, Stradivarius, mate-me.'


Hugo ficou de pé, com as mãos trêmulas, mas antes que conseguisse apontar a varinha para o loiro, foi atingido por um novo feitiço. Rictusempra. Hugo começou a rir como se sentisse cócegas nos pés. Hermione notou que arranhões começavam a aparecer no rosto dele. Ele ria forçadamente enquanto seus músculos ainda sentia as dores do feitiço Cruciatus.


'Pare com isso!' Mandou Hermione. Hugo foi atingido pelo feitiço Petrificus Totalus e caiu no chão duro com os braços colados no corpo.


Hermione segurou a varinha com força.


"EXPELLIARMUS!" A varinha de Hermione voou e foi em direção a Tom Riddle. Hermione cerrou os punhos. Ela encarou o rosto do garoto enquanto tentava não se desesperar. Riddle caminhou aproximando-se de Hermione. Ela engoliu duro com a aproximação do sonserino. 'Por que está aqui?' Ele perguntou a ela com um voz melodiosa.


Hermione arregalou os olhos. "Promete?". Hermione fechou os olhos. "Harry, eu não posso!" "Promete?" "Senti tanto a sua falta, Hermione." Contaria? Contaria a ele que viera para matá-lo? "Você não parece bem, Hermione." "Não há medos ridículos, Presto. A verdadeira coragem não está em não ter medo de nada, mas em superar seus medos." "Promete?" "Prometo". Nunca! Nem que morresse por não dizer, nunca diria o real propósito de estar ali. Ela abriu os olhos e todo o temor que sentia por Voldemort havia desaparecido por uma força que sabe-se lá de onde vinha. Ela encarava os olhos cinzas de Tom e sentiu sua circulação sanguínea em cada parte do seu corpo. Começava no coração e ia até a ponta dos dedos dos pés.


'Gosto dos seus olhos.' Disse Riddle abrindo um sorriso. 'Eles se pintam de âmbar quando você parece determinada a fazer algo.'


Hermione não disse nada. 'Como soube de Leslie?' Perguntou seca.


'Eu só prestei atenção á aula de Transfiguração. E mais tarde a encontrei na biblioteca lendo sobre sonhos estranhos. Suspeitei que fossem os de Leslie Burke.'


'Você não mente...' Ela disse franzindo a testa. 'Por que não mente?'


'Eu deveria mentir?'


'Por que diz a verdade?'


'Porque não tenho razão para escondê-la. O que já acontece com você, não é mesmo?'


'Você tem seus segredos, eu tenho os meus. Não minto, só omito eles.'


'É realmente um desperdício no meio de tolos.' Disse com uma voz diferente enquanto disfarçada em um sorriso. 'Tem algo de magnífico em você.'


Magnífico? Voldemort estava dizendo que ela era magnífica? O bruxo mais temido do mundo estava a elogiando? Hermione não conseguiu deixar de sentir orgulho próprio, e ao mesmo tempo em que percebeu isso, repreendeu-se.


'Não se repreenda por se achar superior aos outros, o que, de fato, é. Não é errado pensar dessa forma.'


'Não sou superior a ninguém, Riddle. Sua ideologia é extremamente desviada!' Hermione fixou os olhos castanhos nos olhos cinzas de Tom.


'Não se pode dizer de uma ideologia que ela é desviada. Ela só é mal compreendida.'


Hermione soltou uma risada abafada. 'Você é ridículo, Marvolo.'


Os olhos de Riddle se transformaram no que Hermione poderia chamar de raiva, mas sabia que ia muito além daquilo. Os olhos não se pintaram de negros como antes, mas de vermelhos. A voz de Voldemort saiu dura e baixa para que somente Hermione escutasse, embora a castanha tenha tido a impressão de que Tom não poderia falar aquele nome mais alto do que aquilo. 'Não me chame de Marvolo.'


'Marvolo...' Disse Hermione com um sorriso largo. Hermione achou curioso e engraçado o fato de Riddle se incomodar tanto com aquele nome. Para ela soava como uma singela diversão. Era uma maneira estranha de se divertir, ela sabia, mas ao mesmo tempo era um pouco engraçado. O sorriso se desfez quando sentiu a varinha de Riddle encostar-se no local certo do seu coração. Hermione sentiu o coração bater vertiginosamente. A pressão sanguínea agora era mais forte, e Hermione sentia seus dedos das mãos se encherem de sangue quatro vezes por segundo.


'Você sabia que quando um feitiço é lançado diretamente no coração ele dura mais tempo do que o normal e causa mais danos?' Indagou Voldemort para Hermione. Ela engoliu em seco. 'Com exceção do Avada Kedavra logicamente...
Hermione fechou os olhos com força.


'Você disse que não me machucaria deliberadamente.'


'Me chame de Marvolo mais uma vez.' Hermione respirou forte e mais uma vez engoliu o bolo de saliva que se formara na boca.


'Mar-vo-lo.' Disse numa voz baixa e fraca.


Ela sentiu o feitiço sair da ponta da varinha e ir direto ao coração. Ela caiu no chão se debatendo sobre o chão daquele cemitério. Finas agulhas e facas cortavam seus órgãos internos vagarosamente. Hermione sentia uma pontada das facas em cada órgão e tecido de seu corpo. Suas costas começavam a arde enquanto suas mãos arranhavam-se de dentro pra fora; suas veias e artérias se afinavam e o sangue não passava direito para o coração, nem voltava para o resto do corpo.
O nariz começava a sangrar, talvez obstrução nasal, e a traquéia pareceu fechar-se. Hermione ficou com falta de ar, tentava respirar, mas não conseguia.
Respirava pela boca com dificuldade, e o peito doía a cada vez que o ar entrava em seus pulmões. Sua perna direita entrou em espasmo e Hermione sentiu uma cãibra acentuar-se na batata da perna. A dor em todo seu corpo era tão forte que som algum saia da sua boca, tinha medo de que se forçasse o grito, doeria mais. Hermione cerrou os punhos pela cãibra na perna, agarrando terra e grama do chão. O sangue escorria pelo nariz e algumas lágrimas de dor desciam dos olhos.
A traquéia abriu-se novamente. Ela trancou os dentes e um pouco de saliva escorreu pela boca. Os dedos dos pés dobraram-se dentro das meias do uniforme de Hogwarts. As mãos paradas sobre o solo daquele cemitério enquanto o corpo se contorcia. E parecia que nunca pararia de se contorcer. Talvez tivesse sido assim que os Longbottom ficaram loucos, Crucius lançados diretamente no coração de cada um.
Hermione sentiu um fino corte proveniente do feitiço na garganta, talvez no esôfago, e ela cuspiu sangue. O gosto de ferrugem na boca se misturava com o sal das lágrimas. Uma dor aguda nos dedos das mãos começou e Hermione soube que a artrite que já tinha acabara de piorar com aquele Crucio.
O coração se debatia vorazmente dentro do corpo, e não sabia em que órgão doía mais. Doía em lugares que ela nem sabia que existia. Seus olhos ardiam, e seus músculos pareciam perder a força. Hermione sentiu seu rosto cortar-se e seu ouvido esquerdo começou a sangrar, teria uma inflamação no ouvido ou quem sabe labirintite. Seu músculo do pescoço doeu de forma medonha. Zumbidos começavam a incomodar seu ouvido esquerdo e o sangue no nariz não parava de escorrer. Hermione não agüentava mais, talvez se contasse a verdade ele a mataria de uma vez e assim acabaria com aquele tormento.


Os olhos da menina começavam a pesar como toneladas, e a ardência do corpo era imensa. Hermione sentiu seu coração doer. Tentou colocar a mão sobre o peito, mas o feitiço a impediu, se contorcia e gemia de dor. Hermione sentiu a cãibra voltar na sua perna, ela franziu a testa pela dor, mas não gritou. Seu pé esquerdo ficou dormente.


Sentiu as veias a artérias se abrirem, e o fluxo sanguíneo voltar ao normal, embora o coração continuasse batendo dolorosamente. Ela respirou tentando inalar a maior quantidade de ar possível, mas arrependeu-se quando sentiu seu pulmão queimar de dor. Hermione fechou os olhos. E quando fechou sabia que estavam pesados demais parar abri-los novamente.




'Com licença, viram um sapo por aqui? É de um garoto chamado Neville, parece que ele o perdeu. Estou ajudando-o a encontrar. Oh, está fazendo magia? Posso ver?'


'Sol, Margaridas, Amarelo Maduro, torne amarelo esse rato velho e burro!' Mas nada aconteceu.


'Tem certeza que fez o feitiço, certo? Sabe, eu andei lendo alguns feitiços em casa.' Ela apontou a varinha para o rosto do outro garoto. 'Oculus Reparus! Oh, você é Harry Potter. Li sobre você em quase todos os livros que comprei. Sou Hermione Granger e você é?' Perguntou para o ruivo.


'Rony. Rony Weasley.'





'Desculpe, mas foi minha culpa, professora. Eu li sobre trasgos montanheses e achei que pudesse detê-lo, mas se não fosse por eles...'


'Bom, então tiro cinco pontos seus da Grifinória, senhorita Granger, pela sua atitude, e quanto a vocês dois, cinco pontos cada um pela sua sorte. E estou profundamente desapontada com você, senhorita Granger.'


'Quase nos meteu numa encrenca das grandes.' Reclamou Rony. 'Mas pra que serve os amigos, não é?'





'Você vai conseguir, Harry, é um grande bruxo.'


'Não tanto quanto você.'


'Ah, livros e inteligência, há coisas mais importantes nessa vida, como amizade e coragem. Vai lá, sei que vai conseguir.'





Hermione estava atrás de Rony e ao lado de Harry quando foram visitar Hagrid. Viram Malfoy, Crabbe e Goyle.


'Ah, vieram ver o show?' Indagou Malfoy. Hermione cerrou os punhos. 'Vejam aquele idiota, chorando pelos cantos como um bebezão...'


Hermione passou rapidamente por Harry e Rony e seus dedos atingiram o rosto de Malfoy. A marca vermelha na face esquerda. Seu peito subia e descia num ritmo frenético. Sentiu uma onda de felicidade ao ver que Draco passara a mão no rosto como resposta da dor. Bem-feito.





'Acho que era meu pai...'


'Harry, seu pai está...'


'Morto! Eu sei. Sei que é estranho, mas eu tenho a certeza que era ele. E não deve demorar pra ele aparecer. Foi bem ali que ele me salvou.'


'Harry, vocês estão morrendo...'


'Tudo bem, papai vai salvar a gente, vai ver!'


'Harry, escuta! Ninguém vai aparecer ali'.


'Vai, vai sim, ele vai aparecer!' Harry estancou. Hermione viu o garoto correr, Hermione levantou-se assustada e viu o menino lançar um Expecto Patronum na forma de um cervo.





 'Ele voltou. Voldemort voltou.'





 'Também não seria mal se dissesse que você me acha feia.'


'Mas eu não te acho feia'.





 'Eu adoro você, Mione'.


'Não deixe Lilá ouvir isso, Rony.'





 'A verdadeira coragem não está em não ter medo de nada, mas em superar seus medos.'





 'Pensei que se importasse com seus amigos'.





 'A pior luta é aquela que não se enfrenta.'





 'Eu não vou machucá-la, senhorita Granger. Eu prometo.'





 'Promete?'


'Prometo!'





 'Me chame de Marvolo mais uma vez.'




Hermione sentiu pingos d'água atingirem-na. Mexeu seus dedos devagar. Ela abriu os olhos e viu as nuvens cinzas e pesadas no céu de Glast Heim. Suas mãos ardiam quando os pingos tocavam os arranhões. O coração batia normalmente e as dores embora eram constantes, já estavam se dissipando. Ela percebeu os olhos negros de Tom Riddle encarando-a. "Me chame de Marvolo mais uma vez". Sentiu sangue seco na boca. Fechou os olhos com força e disse num fraco porém sonoro: Mar-vo-lo.


Riddle piscou os olhos negros e novamente apontou encostou a varinha no local exato de seu coração. Ela não tinha forças para fazer algo. Nem mesmo para se levantar. E fazer aquilo era assinar um atestado de suicídio. 'Não adianta me torturar, Marvolo... Nunca vai saber meu segredo. E se um dia souber, eu contarei ao pé do seu ouvido no seu leito de morte...'


Hermione sentiu-se tonta de repente, mesmo deitada naquele chão, mas não demonstrou. Viu as imagens um pouco embaçadas.


'Eu a mataria primeiro, senhorita Granger.'


'Não mataria não.' Duvidou Hermione ainda fraca. Tom olhou pra ela curioso. 'Eu sou magnífica, e você não deixaria uma pessoa desse calibre sair das suas mãos...não é, Marvolo?'


'NÃO ME CHAME DE MARVOLO!' Gritou Riddle forçando a varinha agora no pescoço da menina. Ele estava por cima da menina e seus olhos fixados um no outro. A chuva fraca escorria pelo rosto de Tom. 'E não duvide de mim, senhorita Granger, posso matar você antes que diga Marvolo.'


'Marvolo.' Falou. Hermione achou divertido chamar Riddle de Marvolo. Era uma maneira estranha de se divertir, mas não perderia essa chance. Ela sabia que ele não a mataria, pelo menos não agora e não na frente daqueles garotos.


Sua idéia pareceu mudar quando sentiu Marvolo agarrar seu pescoço com força. Hermione quis segurar o braço de Voldemort, mas não conseguia. Estava fraca demais. Sentiu os dedos apertarem mais sua traquéia. Riddle caiu no chão quando alguém se jogou sobre o tronco de Tom.


'Não machuca Hermione!' Disse um garotinho por cima do sonserino. Fenrir! Hermione olhou assustada pra ele. O que ele estava fazendo ali? Fenrir batia e chutava Riddle. Tom tentava se soltar, mas não conseguia. Riddle pegou uma pedra e bateu com força na cabeça de Fenrir. Ele gemeu de dor e colocou a mão sobre a cabeça que começara a sangrar. Tom deu um soco no rosto de Fenrir e ele caiu pro lado desmaiado. Tom levantou-se e apontou a varinha para Fenrir. Hermione engoliu em seco assustada.


'Crucio!


Hermione arregalou os olhos quando viu Riddle se contorcer no chão. Ela franziu a testa. Hermione piscou os olhos castanhos quando, pela vista embaçada, pareceu ver Rose. Ela viu a menina estender a mão direita e ela fez força para levantar o braço esquerdo. Rose ajudou Hermione e a puxou com força para cima. 'Vamos, levante-se daí, sua cyborg!' Ela sorriu para a garota enquanto tinha o braço esquerdo em volta dos ombros da monitora. Depois de alguns minutos, Tom levantou-se do chão, com o uniforme de Hogwarts e o rosto sujos. Ele respirava forte, com os ombros subindo e descendo num ritmo acelerado. Riddle pegou a varinha que estava no chão e apontou para Rose. A menina engoliu duro e juntou as sobrancelhas negras.


'Já cansei desse jogo... E você será a primeira a morrer, Lestrange...'


Continua no Próximo Capítulo.


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