Sonhos ou Pesadelos 1 e 2




Subindo as escadas indo para seu quarto Lilly voltou a ver a garota Gina, acelerou o passo não queria problemas. Mas Gina também não deu a menor bola ao passar por Lilly que suspirou aliviada e ao chegar ao seu quarto teve uma grande surpresa, o tal do Malfoy estava ali, deitado na sua cama, olhando para chuva através da janela num tom de descontração, como se a festa estivesse prestes a começar. Quando ouviu a garota entrando no quarto, disse:


- Então sua estratégia agora e ‘comer’?


- Escuta quem te deu permissão para entrar aqui?


- Não importa.


- Claro que importa você está no meu quarto – Lilly olhou de relance para o armário lembrou-se das palavras dele na última vez, “ficaria ainda mais bonita de calça jeans e uma blusa cinza”, o garoto acompanhou o olhar da loira.


- Fica tranqüila, eu não mexi em nada, se e o que você está pensando.


- Vai embora daqui, AGORA!- a garota apontou a porta que ainda estava entre aberta.


- Claro que vou só passei para te desejar bons sonhos, e a propósito seu jantar está esfriando- ele mostrou com a cabeça a bandeja ainda coberta que deveria conter o jantar da loira. Quando ele se dirigia a porta ele parou perto dela.


- O que você quer comigo garoto? Se você sabe o que eu posso fazer por que não fica longe de mim? Afinal nunca se sabe quando posso perder meu controle – Disse ela com ironia.


- To começando a gostar do seu senso de humor- disse Draco olhando fixamente nós olhos de Lilly- , mas não, não me preocupo nenhum pouco com a minha segurança, ela não está ameaçada, ahh, ia esquecendo de te contar, a partir da meia noite e equinócio de outono.


- E o que eu tenho haver com isso?


Ele sorriu.


- Bons sonhos – disse saindo e fechando a porta.


Lilly fechou a porta na chave e olhou para a janela, a chuva havia piorado vários raios cortavam o céu a todo instante, a janela não tinha cortinas, Lilly se lembrava da sua cortina em seu quarto, a garota suspirou e se deitou continuou olhando para o céu durante um longo tempo.


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      Draco ainda não seguia para o SC da Sonserina, ainda precisava ver alguém naquela noite antes de dormir, precisava que sua intuição estivesse certa, então seguiu subindo os andares, ao chegar ao sétimo andar sabia que aquela era sua última esperança, ela sempre ficava ali por longos tempos, ele só não sabia o que ela fazia, bom não dava tempo de esperar ela sair, teria que entrar, ao passar pela frente da porta da sala precisa ele pensou:


“Preciso achar a garota Weasley”


“Preciso achar a garota Weasley”


“Preciso achar a garota Weasley”


      Deu certo, pensou quando viu a porta de madeira, ele a empurrou e viu o ambiente, era uma sala simples grande, não com uma pequena janela, mas sim uma enorme janela com vista para a tempestade La fora, pelo chão se estendia um tapete com varias imagens que Draco reconheceu serem atos que ele mesmo já presenciara, e alguns que ele achava que ainda iria presenciar, não havia cadeiras nem poltronas, mas somente imensas almofadas pelo chão, a única iluminação da sala era dada somente quando caia algum raio, que iluminava tudo ali, e foi ai que Draco viu. Gina Weasley encostada na parede perto da janela observando o céu:


      - Já está na hora das crianças dormirem sabia?


      - Por que você insiste em me perseguir?


      - Nosso acordo, você ainda não me deu uma resposta, seu prazo termina hoje, aliás, agora. - mais um raio- Então?


      Gina olhava para fora, abraçando os joelhos.


      - O que você quer que eu faça?


      - Isso é um sim?


      - Pode ser.


      - Ótimo, mas por enquanto nada, na hora certa você vai saber o que deve fazer, por hoje e simplesmente sonhar. E por último, no que você pensa para poder entrar nesta sala?


      - Por que quer saber?


      - Curiosidade.


      - Penso nela, em como acabar com ela.


      - Interessante, bom, ainda vai ser um local muito útil- Draco continuou olhando para o tapete, procurava certo desenho, mas não o encontrava certo que alguns dos quadrados não havia desenho algum – “Podemos modificar os meios, mas não o final”. Draco saiu da sala e fechou a porta, agora sim ele seguia para o SC da Sonserina. Certo de que a essa altura também já conseguirá ter contato com Potter.


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     “Depois que Malfoy deixou a sala me perguntei de novo se estava fazendo a coisa certa, me juntar a ele, mesmo sabendo que seu pai era um Comensal, que Draco possivelmente estava no controle de “Você-Sabe-Quem” que seja lá a ajuda que ele queria de mim era contra Harry, o Harry que tanto amo, o Harry que agora odeio, meu coração não suporta mais, minha cabeça pede pelo sangue dela, ela tem de pagar por perturbar minha vida. Se Harry não me reconhecer mais, a culpa era dele,a culpa e dela, dele que tinha de ser lindo demais, atraente demais, perigoso demais, para Gina, ele era tudo e mais um pouco,dela, por se meter na nossa história quando estávamos em perfeita harmonia, eu nunca vou me esquecer da última tarde no alto da colina...


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~FLASH BACK


      Após uma partida exaustiva de quadribol entre Harry e Hermione contra Rony e Gina no alto da colina, longe dos olhares curiosos dos trouxas, os quatro se atiraram debaixo de uma macieira carregada para descansar, Hermione não demorou muito e resolveu voltar para a tocar a fim de tomar um longo banho, Rony achou melhor acompanha – lá, já Harry e Gina continuaram ali, deitados com respiração ofegantes, até que ela se sentou e pegou uma das maças que estavam ali no chão e deu uma boa mordida:


      - Não vai dividir?- Perguntou Harry se sentando também.


     Gina pegou outra maça próxima deles e deu a ele.


 


      Quase no final da maça Gina pegou uma das sementes e jogou em Harry, ele olhou para ela e os dois começaram a sorrir, ele procurou uma semente para revidar, mas a garota saiu correndo e Harry a seguiu atrás, logo estavam correndo um atrás do outro se atirando sementes, mas enfim o cansaço foi bem maior, então se encostaram à velha macieira rindo, quando a garota se controlou o suficiente para olhar para Harry percebeu que ele estava ao seu lado ainda de olhos fechados, tentando respirar normalmente, mas assim que ele abriu os olhos também percebeu que estava próximo demais, o riso cessou, a ruiva sentiu o gosto de maça se intensificar, ao sentir os lábios macios do moreno contra os dela.


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ FIM DE FLASH BACK


... Por que ele tinha feito aquilo? Só para magoa – lá? Pois havia conseguido, e agora parecia querer deixar bem claro que ela não o merecia – Gina sorriu - sei eu não o mereço ela menos ainda, mas tudo bem, agora que o jogo começou vamos até o Xeque-Mate com o rei erguido.


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     Hermione sabia que Rony iria abrir a carta mesmo sendo perigoso, ou não seria perigoso? Seria somente o medo do que poderia estar escrito ali? Agora que ela passava boa parte do seu tempo ao lado de Rony, sentia uma espécie de ciúmes toda vez que ele fazia algo que não estava relacionado a ela chegou até a se sentir um pouco desconfortável quando viu ele rindo com Lilly uma certa noite em que estavam os quatro contando piadas.


     - Bobagem Hermione, ele e somente um dos seus melhores amigos dele ser normal querer maior atenção dele, ou será que eu to com medo de perder a amizade dele para ela? Talvez não seja só a amizade que eu tenho medo de perder –


“Larga de ser idiota se ele te ama eu deveria fazer alguma coisa!”


Acontece que ele NÃO me ama


“Então qual a outra ‘coisa’ que você tem medo de perder?”


Isso é só coisa da minha cabeça, hunf, imagina o Rony amando alguém! Ele só ama a si mesmo e olhe lá.


“Uma hora ele tem de crescer, quem sabe não chegou a hora?”


Hermione Granger, para de pensar bobagens, ele e seu AMIGO, irmão da sua AMIGA, ou seja lá o que Gina e eu somos no exato momento, e ele NÃO te ama, PONTO.


“Cabeça dura”


– A garota ouviu outro trovão e achou que seria bom ficar observando a chuva lá fora para esquecer do lado que queria incentiva - lá a tomar alguma iniciativa, ela se levantou e sentou no peitoril da janela observando as claridades repentinas de quando um raio caia. Suspirou. Por mais que tentasse não podia esquecer Rony recebendo a tal carta, por mais que tenha sido de uma garota, mas isso ela investigaria depois, outras coisas um pouco mais preocupantes estavam acontecendo, ela sabia que estavam. Mas seria mesmo culpa de Lilly a imensa raiva que Gina adquirira? Lembrar da amiga a fazia sentir-se um pouco mal, nunca havia brigado com Gina por nada na vida, sempre concordavam em tudo, e agora não se falavam.


     Por um momento a castanha perdeu a linha do raciocínio, que ia de Rony para o tempo, do tempo para Lilly, de Lilly para Gina, e voltava para Rony. Tentou se concentrar somente no barulho da chuva mas não conseguiu, e nem o sono vinha, perdeu a noção de quanto tempo tinha ficado ali, mas tinha certeza que já havia se passado pelo menos uma hora para mais, foi ai que ela ouviu o ruivo da porta abrindo, por reflexo Hermione se virou para ver que estaria voltando para o SC tão tarde, era Gina, a ruiva não viu Hermione, ia passar direto, a castanha até achou que seria melhor não puxar assunto com ela, fingir que nem estava ali, mas mesmo assim:


     - Gina...


     A garota já estava um passo da escada quando ouviu alguém a chamar, quem ainda estava acordado (a) em plena meia-noite?  Ao ver Hermione, não sabia o que pensar se surpresa ao ver a amiga ali, ou se raiva por ela ter a chamado.


     - O que você ainda faz aqui?


      A castanha deu de ombros. Gina se voltou para a escada, não estava a fim de brigar com a ‘ex-amiga’.


     - Então você está mesmo disposta a continuar nessa briguinha boba?


     - Não acho que seja tão boba assim Hermione.


     - Por quê? – disse Hermione saindo da janela para perto de Gina.


      -Se você visse a pessoa que você mais ama na vida, depois que ela estava a um paço de seus braços, ser levado pela primeira garota bonita que passa pela frente, você saberia o que eu estou sentindo. Ou para ser mais clara, na hora que Rony desistir de você para ficar com outra garota, você vai sentir e pensar a mesma coisa que eu.


      Hermione ficou meio paralisada pelas palavras da amiga, ouvir a hipótese de Rony estar com alguma outra garota da boca de alguém, era mil vezes pior do que simplesmente pensar naquilo.


      - Eu discordo, duvido muito que mesmo que Rony esteja com outra garota eu não vá ficar assim. Mas isso não vem ao caso, e você sabe disso, sabe que Harry e Lilly nunca tiveram nada. Mas tudo bem – a garota não deixou Gina a interromper – não to a fim de brigar mais com você, uma hora você vai ver o quanto ta sendo boba, o tempo que você está perdendo, pensando em bom não sei bem o que você está pensando em fazer exatamente, mas seja lá o que você decidir Gina, só quero que você me prometa que não vai perder a razão, não faça nenhuma loucura, to te pedindo isso pela nossa amizade.


      Silêncio


     - Me promete Gina?


      A ruiva saiu dali sem dizer uma única palavra, Hermione ficou mais meia hora no SC pensando:


“Ela não prometeu”


Gina não faria nenhuma loucura


“Mas você faria pelo Rony não? Então por que ela não?”


Eu nunca faria uma loucura por ele!


      Mas enfim o sono bateu mais forte e ela foi para o dormitório.


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     - Edwiges – O garoto correu para abrir a janela à coruja estendeu a pata para Harry retirar o envelope, e sem delongas ela deu meia volta e partiu, o garoto achou que por mais que chovesse ela iria caçar. Abriu o envelope que estava com uma fita azul e leu murmurando:


     “Ela não é veela, ela não é o que parece, ela não sabe amar, ela pode matar, mais venenosa que uma cobra, linda por fora, mas é por dentro? O que nela pode habitar?”


     Harry ficou vários minutos com o bilhete na mão, não esntedeu nada a principio, leu a carta de novo. A letra era masculina tinha certeza, pela fita azul achou que era de alguém da Corvinal, aquilo deixou Harry confuso.


     -“Ela não pode amar”, “Ela pode te matar”, “Mais venenosa que uma cobra”.


     Harry ainda estava meio confuso pelas palavras no bilhete se sentou na cama e ficou observando Rony dormir, logo o sono chegou sem prestar atenção Harry colocou o bilhete no mesmo livro que Rony havia colocado o bilhete que havia recebido mais cedo, se deitou ainda pensando naquelas palavras, pensando em quem havia entregue o recado a SUA coruja, e sobre QUEM aquele bilhete se tratava, se bem que para essa resposta ela tinha uma opção mais obvia, não sabia quanto tempo ficou encarando o teto, também não percebeu que a cada minuto a chuva piorava, era aterrorizante, mas o garoto não parecia dar à mínima.


     Depois de muito tempo se virando de um lado para o outro da cama começou a visualizar flash de imagens, ou seriam as visões que Dumbledore sempre pedia para Harry bloquear, as visões de quando Voldemort estava com muita ira ou muito feliz, na maioria das vezes as visões eram nítidas, e ele raramente tinha dificuldade de visualizá-las, a menos que Voldemort não quisesse que ELE visse, mas não era o caso, desta vez pareciam flashes pela rapidez por que se passavam. Apesar de no inicio os flashes serem rápidos, não dando tempo de Harry entender nada, logo eles foram diminuído de velocidade e assim ele visualizou formas, indistintas ainda, mas formas, e a cada momento o garoto visualizava melhor as cenas entre um flash e outro somando as imagens agora distendia sons, e pelos sons percebeu que as cenas se repetiam, ou melhor, que formavam um circulo após a última cena de flash a primeira cena voltava, a cada volta, a velocidade diminuía, sons e cores se intensificavam e logo ele distinguiu parte da primeira cena, pois apesar da cena agora se passar em uma espécie de tempo real, apesar das formas estarem mais ‘concretas’ ele não via os rostos.


A primeira coisa que pareceu ficar mais nítida era um tic - tac irritante de algum relógio, Harry procurou, mas a única coisa que via era uma sala com uma enorme janela de onde podia se ver a chuva cair incessantemente ao lado de fora, a cena era meio nebulosa, o garoto já vira algo assim, quando Riddle lembrança retornava pelo sacrifício de Gina através de seu diário, a lembrança e a cena que ele estava observando  eram iguais, o corpo nebuloso de Riddle aos 16 anos, com a sala de enorme janela, estava entre o real e o irreal, como se estivesse em transição, como se esperasse de algo para existir talvez uma simples decisão, talvez um ‘sim’, simples e poderoso, ou estaria Harry estaria de novo no passado? Como da vez em que ‘sem querer’ acabara voltando no passado através do diário de Riddle. Uma nova lembrança?


     Não fazia ideia, com muito esforço começou a olhar com mais atenção o ambiente, havia um enorme tapete, com diversos quadrados com desenhos que o garoto não conseguia distinguir, esqueceu do tapete, pois o barulho do relógio ficava mais forte, mas não havia nenhum relógio ali! Harry foi seguindo o som, vinha da janela, quando se deu conta percebeu que estava perto de alguém, alguém estava sentado ao lado, segurando os observando fixamente para a chuva, primeiro olhou novamente através da janela, mas era impossível ver qualquer coisa através dali, e no momento que viu novamente a figura percebeu que era Malfoy. Malfoy que estava ali sentado, e era dele que vinha o som, Harry achou muito esquisito ouvir o tic-tac vir do corpo do sonserino. Malfoy parecia ignorar a presença dele ali, apenas olhava para a janela, e o barulho de relógio aumentava de repente Harry viu tudo começar a embranquecer, tudo sumir, Draco sumir, logo tudo ficou branco e a cena foi mudando, era meio complicado se acostumar com toda aquela luz, e num súbito minuto a luz desapareceu tudo ficou escuro, frio?


Talvez, Harry não podia sentir, não teve tempo o atrito de suas costas contra o chão foi a primeira coisa de que tomou consciência, ouviu diversos sons um mais agudo que o outro, uma coruja ao longe, bem longe, ouvia o vento, ouvia um rumor de água bem próximo ele, próximo?  Ouvia os passos de alguém se aproximar, sem saber como, mas sabendo o que fazer Harry sem menor esforço, como que a queda de uma árvore de quatro metros de altura fosse mera bobagem, logo se levantou e se escondeu atrás de uma árvore, e ao se acostumar com a visão do lugar percebeu que era bem mais nítida da sala que acabara de sair, mas afinal, se esconder para que? Por quê? Sabia que tinha poder para acabar com aquilo em um minuto, sem sangue, e sorriu ironicamente de seu pensamento, sem sangue algum, mas ele não era aquilo, não era Harry que queria e sim uma força bem maior, quase como um instinto, era instinto, mas a aquele instinto não era tão grande como o amor, amor que sentia ao pensar em seus pais, em seus ‘amigos’ viu outro feitiço passar perto da árvore em que estava, e voltou a correr para fora da floresta, era mais prático sair da floresta, do que matá-la, mais prático, não mais fácil.


     À medida que Harry corria a floresta começou a sair de foco, Harry não via mais para onde corria, mas continuou correndo, logo estava em meio a um espaço, ou seja lá o que fosse, era extremamente branco, o garoto diminuiu a velocidade logo apenas andava com uma certa pressa, quando a cena voltou a tomar foco estava próximo a floresta, andando de um lado para o outro com uma mistura de impaciência, medo e arrependimento, uma preocupação tão grande se apoderou dele que logo voltou a correr para dentro da floresta, esquecendo que não tinha permissão para sair dali, mas agora nada importava, agora ele via o erro, e corria, quanto mais corria mais fraco ficava, suas pernas gritavam para ele parar, mas não havia tempo, e se houvesse, e o garoto se agarrava no ‘ se houvesse tempo’, teria de ter, sobreviva.


     Desta vez o espaço branco surgiu mias rápido e abruptamente Harry parou, ou melhor foi forçado a parar pois suas pernas estavam presas.


     O que ele via agora era uma grande clareira rodeada por imensas árvores, e ele próprio amarrado a uma destas árvores vestido com uma roupa preta e encapuzado, não sentia dor, mas sentia o corpo fraco, devia ter sido por toda a correria, não conseguia permanecer em pé, cicatriz doía, assim como no 4° ano por rabicho ao tirar gotas de seu sangue sem a menor pena com uma faca, havia mais pessoas ali todas encapuzadas algumas mais baixas outras mais altas, assim como ele, não prestavam atenção nele, e sim em um corpo que estava no meio da clareira sobre uma pedra. Era uma espécie de altar. Olhando mais atentamente viu que um vulto próximo dele segurava uma faca e um cálice, Harry teve um péssimo pressentimento.


     Uma rajada de vento veio a seguir, sentiu o frio chegar a sua espinha, mas o tempo não podia estar tão frio, não havia uma única nuvem no céu, o garoto estranhou, terá sido expressão dele, ou não estava chovendo durante sua estada na sala com a grande janela? Loucura e claro que havia chovido o estranho era um temporal como aquele se extinguir de um momento para outro. Harry arriscou ver o que se passava do outro lado clareira, mas só via o vulto ao seu lado estático, tentou gritar ou chamar alguém, qualquer coisa para sair dali, não conseguiu, nem um ruído sequer, absoluto silêncio, procurou pela varinha, nada, tentou se soltar das cordas, mas foi um simples desperdício de força que lhe faltava, de repente algum sinal foi feito, sinal que o moreno não percebeu, mas um primeiro movimento foi feito pelo vulto que se encontrava ao seu lado este se virou para ele, e Harry sabia o que viria a seguir, a faca alcançou seu braço direito e se prolongou de um ponto abaixo do cotovelo para próximo do pulso, por uma incrível sorte a faca pareceu não encontrar nenhuma veia vital, ele não sentiu dor alguma ali, mas a cicatriz doía, como se a facada fosse no coração, como se não fosse com ele, novamente não conseguiu gritar, talvez fosse pela falta de força, talvez porque não precisava, o vulto deixou parte do sangue escorrer para o cálice, um único esforço desesperado de ver algo de entender o que estava acontecendo o garoto fitou o vulto e como estava próximo conseguiu ver, Hermione se levantando e deixando Harry ali, sem forças, sangrando, semi-inconciente, a garota não mostrou nenhum sinal de reconhecimento para com o amigo, e se dirigiu para perto dos outros vultos encapuzados próximos ao centro, viu eles colocando outras coisas dentro do cálice, viu eles separarem o conteúdo em dois cálices, o primeiro conteúdo foi despejado por cima do corpo, a dor aumentava, ele tinha de sair dali, por um momento achou que tinha feito uma burrada a ir a clareira, mas tinha parado ali a força, em seguida mais pensamento brotaram por um momento ele achou que estaria revivendo a mesma noite do final do Torneio Tri-bruxo, mas revivendo com outra pessoa em seu papel, desta vez não era ele que estava amarrado, não era ele que perdia sangue.


     Seria o corpo de Voldemort ali que tomaria vida e voltaria para tentar matá-lo, bom, já havia escapado uma vez, se tivesse que escapar de novo, na hora Harry saberia o que fazer. Mas logo a ideia do corpo sem vida de Voldemort foi descartada porque o moreno viu perfeitamente o corpo virar seu rosto para um vulto próximo do ‘altar’, estava vivo. De repente ele tomou consciência do obvio. O obvio de que ninguém estava ali para ver ressurgir nenhum tipo de vida, e sim para extirpar a sua. Viu o vulto Hermione pareceu se tornar mais estressado com tudo aquilo levou outro cálice para um vulto que estava afastado, longe de todos, não se mexia, parecia que só estava na clareira de corpo e a mente vagava por algum outro lugar, a garota pôs dois objetos maiores dentro do cálice os deixou ali alguns segundos e os retirou, Harry não identificou o que seriam, tentou se concentrar para entender tudo aquilo, mas a cicatriz ardia pior a cada momento, ele deveria estar ali, sua cicatriz só ficava assim na presença ‘dele’, o garoto balançou a cabeça como se quisesse espantar grandes insetos que incomodavam seu rosto.


     Após retirarem os objetos, o vulto bebeu o conteúdo, Harry queria vomitar. O vulto que bebeu o conteúdo caiu, o garoto não distinguia muita coisa, viu Hermione estressada forçar o vulto caído a ficar de pé, empurrou um dos objetos em uma de suas mãos e empurrá-lo para frente, só que em vez de se virar para o corpo no centro, para a surpresa do moreno dois vultos ainda indistintos agarraram o vulto Lilly, logo o vulto que havia tomado o conteúdo do cálice se voltou contra ela, o garoto não viu, mas sabia o que teria acontecido ao ver os dois vultos jogarem o corpo sem vida de Lilly no chão. Paralisado, viu o vulto agora se virar para ele, e seguir andando calmamente, ao chegar próximo, bem próximo, Harry viu Gina sorrir.


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        “Eu não sabia por que, mas ter falado com Hermione poucos minutos atrás foi estranho, sentimentalmente. Bem, ela sempre foi minha amiga, e apesar de tudo que eu fiz para ela nesses últimos dias ela ainda é minha amiga logo eu to me sentindo um pouco mal por nossas brigas, como eu gostaria de poder contar com ela, de poder falar absolutamente tudo a ela, de não precisar me trancar em uma sala escondida dos olhos de todos, e ficar observando a chuva tola cair ainda por cima derramando lágrimas, e agora veja a que ponto cheguei: Até ajudar o Draco eu aceitei! Mas também ela ainda vem me pedir para cruzar os braços e deixar aquela imitação barata de veela levar o MEU Harry sem mover uma palha, isso eu não vou aceitar, não importa o nível que eu tenha de descer, agora que eu comprei essa briga, irão precisar pra mais de mil para me tirar dela!


      Às vezes eu detesto a mim mesma quando penso nisso, e lembro das palavras dela:  Cadê a minha amiga madura? A que tinha os pés no chão? Minha amiga alegre”. Morreu... foi isso que eu respondi, mas agora não tenho certeza de que fui totalmente sincera. Ela não morreu, está apenas triste, ou será realmente que todos os meus atos são frutos de um ciúme tolo e sem cabimento? Certo que Harry me beijou uma vez na vida, ele nunca me deu maiores esperanças de um compromisso sério, nunca me disse se aquele beijo estava carregado de amor, como o que eu havia dado a ele, agora eu vejo como eu fui boba, como fui BURRA, o que eu estava esperando? Harry antes de tudo é homem! É o que ouvimos sobre um homem? Que são todos iguais! Trouxas ou bruxos, por que com ele seria diferente? Igual: quantas histórias eu já ouvi de garotos que se aproveitam da irmã mais nova do melhor amigo quando estão a sós na casa do amigo? A sós, tudo que Harry fez que eu poderia tomar como algo a mais nos nossos laços afetivos, foi longe da vista de tudo e de todos...


    “ E agora enquanto meus pensamentos seguem correndo desesperados por uma resposta plausível para os atos deles, a uma porta que eu encontro aberta e a que aponta para ela, que a culpa e inteiramente dela, maldita hora em que aquela coisa se meteu na minha vida, mas pode deixar ela vai sair de perto do meu amor e não importa o preço que eu tenha de pagar”.


     Foi com estes pensamentos que Gina foi para seu dormitório, tendo o pensamento interrompido ocasionalmente a cada trovão mais alto, a cada clarão que invadia as janelas do dormitório fazendo tudo ganhar um ar sombrio, mas aquilo não a incomodava realmente, achou que aquilo tudo deveria ser pela mudança, afinal, desde as 21h era equinócio de primavera, em geral chovia mesmo.


      Gina ainda decidiu tomar um banho antes de se deitar, ao entrar no banheiro viu sua imagem refletida no espelho que havia ali, ajeitou o cabelo e ligou o chuveiro ela colocou a mão embaixo da água que caía, a princípio estava gelada, talvez ninguém havia ligado o chuveiro naquela noite, com tamanho frio não havia a menor necessidade, mas passando alguns segundo a água foi esquentando, e logo estava em uma temperatura muito agradável. Gina tomou um banho rápido, apesar da água quente o frio parecia se intensificar, e o que ela mais queria era se enfiar debaixo das cobertas o mais rápido possível, assim que voltou ao quarto percebeu que uma das janelas estava aberta, e achou estranho, pois quando havia entrado todas estavam bem fechadas, um pouco irritada por não terem fechado a janela direito, ela fechou a janela e finalmente se deitou, virou para o lado oposto a janela, já meio sonolenta ela virou-se novamente e teve uma surpresa ao ver que a janela estava novamente aberta,  porem o sono foi maior e Gina achou que não faria mal algum deixar a janela aberta, era até legal ficar vendo as cortinas movimentar-se quando o vento entrava no quarto, ela foi sentindo a temperatura cair, estava bem mais frio agora, e as cortinas se movimentavam cada vez mais, ou seja, o vento estava aumentando, seus olhos se fechavam pelo sono, ate que pelas minúsculas frestas dos olhos ela viu uma bolinha de luz entrar pela janela, uma bolinha que deveria ter o tamanho de um pomo de ouro, pensando bem ERA um pomo de ouro que havia entrado pela janela batendo as asinhas freneticamente irradiando uma imensa luz, a garota estranhou que ninguém ali acordasse pela luz do pomo, ela tentou abrir os olhos, mas eles apenas se fechavam mais um pouco, tentou levantar mas também não conseguiu


       O pomo virou-se de um lado para outro tentando se orientar, e assim que ‘viu’ a ruiva, ele seguiu em direção a ela, numa velocidade tão incrível que ela não teve tempo nem de fechar os olhos, de repente ela já estava de olhos abertos, ofegando com grande dificuldade, sentada em um corredor deserto, seu corpo todo doía, com uma mão ela tentava estancar um sangramento maior no outro braço embora ambos estivessem muito cortados e sangrando, o rosto também parecia ter sido cortado, a boca parecia que havia levado um grande soco, ela cuspia sangue, cabelos desgrenhados, e uma perna ela não conseguia mexer parecia dormente demais para isso, ela observava para a sua farda rasgada e todo seu sangue que se espalhava rapidamente pelo chão, não acreditava no que tinha acabado de acontecer, ela ouviu alguém vir correndo em sua direção, sabia que ela iria voltar para buscá-la, estava apensa limpando o caminho para isso, mas se surpreendeu ao ver Draco vir correndo em sua direção, ele a observou rapidamente.


      - Sectumsempra?


      - Ela deve estar guardando os imperdoáveis para quando estiver lá fora, fora do controle de magia do castelo, é arriscado demais um avada kedavra aqui dentro – Disse Gina dando um sorriso tosto, mas logo parou por que até aquilo fazia seu corpo doer.


      - Eu tenho que te tirar daqui. – Draco olhou para os dois lados do corredor- ainda dá tempo.


      - Ficou maluco? Eu vou morrer de qualquer maneira, mas você, bom você sim ainda tem tempo para sair daqui, salvar a ela e avisar alguém.


      - Sem você eu não vou. Você é a minha melhor amiga.


      Gina deu outro sorriso forçado


      - O problema é que eu sou apenas sua amiga, a pessoa que você ama está prestes a matar e morrer, eu não significo tanto assim. – Draco tentou interromper ela, mas ela não deixou – Não! Me escuta, se você sair daqui, ele não vai saber orientar ela, mesmo que ela me leve, eu não teria a menor utilidade, afinal parece que é o meu sangue que vai rolar nessa história.


      - Eu não vou deixar você morrer, você ainda tem que se entender com Rony.


      - Pensei que ele não ligasse para mim.


      - E ele ta aprendendo a mentir direitinho


      Gina deu um gemido de dor.


      - Eu não consigo te deixar aqui, não ferida desse jeito.


      - Mas se você não atrás dela, nós três morremos, se for para morrer que seja só um, que seja somente eu, que fui burra o suficiente para me meter aonde não devia.


     Agora os dois ouviram passos apressados.


      - Gina.


      - VAI!


      - E se der errado?


      - Sou sua melhor amiga?


      - A melhor.


      - Eu já posso morrer.


      Gina virou o rosto quando sentiu Draco virar e sair correndo, queria que ele ficasse ali com ela, ou que a levasse, mas sabia que tinha feito a escolha certa, ela só viu a pessoa entrar no corredor antes de sentir tudo ao seu redor ficar branco, mas agora ela conseguiu se levantar, e assim que estava de pé conseguiu observar o local com mais atenção, estava na floresta, numa clareira, olhando as arvores esperando algo acontecer, em menos de um minuto sentiu alguém a empurrá-la.


      - Quando tempo ainda teremos que esperar?


      - Não confia em mim? Não sei por que a pressa, já disse que está tudo ocorrendo no tempo previsto.


      - Acontece Harry, que se sua amiguinha não estiver aqui com a sangue-ruim, dentro de meia hora eu vou começar a me estressar e sou capaz de eu mesma ir tirar aquela garota de dentro daquele castelo.


      Harry se virou para encarar Belatriz, e apesar da mulher ser mais alta, ele não sentia menor preocupação com isso.


      - Eu cheguei mais longe do que qualquer outro comensal chegou ta vendo ali – Harry apontou para um corpo que estava imóvel sobre uma espécie de altar feito de pedra- ali está o prêmio! Você já está levando um crédito que pertence somente a mim, por que eu estou fazendo o sacrifício maior aqui!


      - Claro, veja como você ficou fraco, agora um tolo sentimental, está com pena por que seu amorzinho vai morrer? Está triste pela Weasleyzinha? Mas até onde eu sei, ela não te ama então...


      - CALE A BOCA! –Harry puxou a varinha- C-A-L-E A B-O-C-A – Eu não a amo, eu a usei, ela estará morta daqui a pouco, por MINHA causa, eu fiz minhas escolhas agora cale a boca!


      Belatriz não arriscou atiçar mais o Harry, este se virou para a orla da floresta novamente e pensou: “Vamos lá Lillyth anda logo”.


      Ele até viu alguma coisa vir em sua direção pela orla da floresta, mas antes de distinguir o que era uma imensa luz tomou conta do lugar e Gina não viu mais nada, o ambiente continuou branco, mas agora ela percebeu que não era luz alguma, era gelo. Gina estava em pé e um dos corredores térreos, encostada no peitoril da janela olhando os flocos de neve cair lentamente , Harry estava ao seu lado, ele segurava uma das suas mãos que estava enfaixada do pulso ate perto dos dedos.


      - Ainda dói?


      - Com você apertando claro que dói.


      - Ah desculpa – Harry soltou a mão de Gina, esta sorriu.


      - Gina- alguém havia a chamado, os dois viraram e viram Lilly; esta estava com faixas que atingiam ate um ponto acima do pulso alguns arranhões pelo corpo, alguns ainda um fundos. Assim que Harry a viu foi até ela a abraçou e a deu um beijo curto nos lábios. Gina sorriu, agora parecia que tudo estava no devido lugar. O garoto ainda murmurou um “Você está bem?” ela: “Longe daquela enfermaria e perto de você? To ótima!”, a loira virou-se para Gina:


     - Eu vim aqui te pedir desculpas.


     - Não quem tem que te pedir desculpa sou eu, eu estava completamente cega desde o inicio- no minuto de silêncio em que Gina olhava Harry de mãos dadas com Lilly ela falou- vocês formam um lindo casal.


      Lilly sorriu


      - Como Hermione está? Melhor?


      Lilly adotou um tom mais sério agora.


      - Os cortes delas estão muito fundos, talvez ela ainda fique uma semana por lá cuidando dos cortes nós braços, seu irmão ainda estava lá quando eu sai.


      - Ele está péssimo com isso, não sai de lá por nada, mas ela ainda ta desacordada?


      - Sim, mas Madame Pomfrey diz que é melhor assim, assim pode tratá-la sem ninguém reclamando do gosto dos remédios, disse até que ela talvez já tivesse acordado, mas ela por precaução está dando umas poções do sono a ela, disse que seria bom ela não ver seu corpo agora, em pensar que ela está assim por minha causa.


      - A culpa não é sua, você não sabia de nada, nem ela. Hermione é forte vai sair dessa.


     Gina olhou de novo para os dedos de Harry enlaçados com os da loira e virou-se rapidamente para encarar a neve.

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