Thursday.




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Quinta-Feira, 5 de Setembro de 1976.


Adormeci com o pensamento de que as meninas realmente poderiam estar certas. Que eu poderia estar gostando do Potter. Digo... que eu estou gostando dele.

O que é uma coisa bem irônica, pensando bem. Quem nunca ouviu falar de duas pessoas que se odiavam e acabaram juntas? Ou, cof-cof, uma pessoa odiava a outra e essa outra amava a pessoa.

- Foi você quem pegou ele! Eu sei! – falando em odiar alguém, parece que já tem gente se matando a essa hora da manhã.

Desci correndo as escadas e dei de cara com James, olhando hipnotizado para dois primeiranistas.

- Eu já falei que não é minha culpa! – berrava um menininho, de pijama de vassouras, com lindos cachinhos e os olhos azuis mais lindos que eu tinha visto em toda a minha vida.

- MENTIRA! – retrucou a garotinha de cabelos loiros e pijama de macaquinhos, que estava com os olhos vermelhos e com umas marcas de lágrimas pelas bochechas fofinhas. – Eu aposto que foi você! Quem mais iria pegar o Dylan?

- Oras! Qualquer um que quisesse te ver livre daquele macaco!

- O único macaco aqui é você!

Eles nem pareciam notar James e eu ali.

- Argh! Eu fiz um favor!

Aqueles dois me lembravam alguém, mais eu não sabia quem. (?) James olhava tudo, mas parecia estar no mundo da lua.

- O QUÊ? Fav... Então você admite que foi você que pegou ele?! – a garotinha já estava vermelha quanto meus cabelos.

- Eu... – ele abaixou os lindos olhinhos azuis, e pude ver um leve rubor nas bochechas dele.

- HEIN? – ela gritou, com os olhos lacrimejando.

Ele abriu a boca para responder, mas nada saiu, então fechou a boca. Tentou mais uma vez. Nada.

- Você é um idiota, isso sim! – ela resmungou, num tom de voz repentinamente frio.

- Idiota é você! – ele falou, com uma súbita raiva que finalmente me recordou quem eles me lembravam....


- Me devolve, Potter! – eu berrava, tentando inutilmente pegar meu livro que James segurava acima da própria cabeça. Mesmo com seus 11 anos, ele era bem mais alto que eu. Ainda é.

- Nãna-nina-não! Larga de estudar, Evans, que coisa!

- Os exames estão chegando. Eu. Não. Vou. Largar. De. Estudar!

- Ah, vai sim, se não eu jogo seu precioso livro no lago... – ele chegou perto do lago, com o braço esticado, ameaçando jogar o livro. Sirius, que estava observando junto com uma pequena platéia, deu um grito de incentivo.

- Você é um idiota – berrei, e tinha certeza que estava vermelha de raiva. – e... E eu odeio você!

James ficou sério no mesmo instante e largou o livro no chão. O público fez um ‘aaah’.

- Idiota é você! – ele retrucou e ia falar mais coisa, só que eu fui correndo para dentro do castelo, tentando segurar as lágrimas, ouvindo Alice me chamar e correr atrás de mim, sem nem ao menos me lembrar do livro estúpido.



- Idiota nada – falou Jones, me tirando do meu dejavu. - É LOUCA! Uma louca! Onde é que já se viu alguém gostar tanto de macacos assim? (n/a: cof-cof, olha quem fala hein Jones, cof-cof).

A garotinha ficou vermelha até a raiz dos cabelos e os olhos dela lacrimejaram.

- Você é um... bebezão, Jones!

- Ah – ele falou, sarcástico -, sou eu o bebezão que está choramingando atrás de um bicho de pelúcia?

- Quer saber? Você é uma criança idiota, boba, imatura, ridícula e... e... – falou a pequena, com a voz falha, e começando a chorar de novo.

Ouvir ela soluçar daquele jeito pareceu ser o bastante para a raiva dele ir embora.

- Não chora, Mary, por favor – ele pediu, repentinamente preocupado.

- Você roub-roubou o Dylan de mim! E ap-posto que só fez isso p-porque eu sou nascida trouxa, não é?

- O QUÊ? Não! Isso é ridículo! – ele retrucou, indignado, mas abaixou imediatamente o tom de voz quando viu que ela ia chorar mais ainda, se é que era possível. - Eu nunca roubaria ele de você por causa disso! Eu não ligo pra isso, você sabe!

- ENTÃO P-PEGOU ELE PORQUÊ, JONES? – ela gritou, mais alto do que eu consigo gritar. Osh.

- PORQUE VOCÊ DÁ MAIS ATENÇÃO PARA AQUELE... MACACO... MACACO IDIOTA DO QUE PARA MIM! – ele conseguiu gritar mais alto ainda, e tapou a boca com as duas mãos logo em seguida, conseguindo ficar mais vermelho que ela.

O pequeno Jones saiu correndo dali, o que só fez a tal Mary chorar mais alto. Ela sentou no chão e abraçou os joelhos, abaixando a cabeça, se balançando de um lado para o outro.

Eu a entendia perfeitamente. Quem esses Potter-Jones pensavam que eram, afinal, para roubar nossas coisas? Falando em Potter, ele está olhando para a garotinha com uma sobrancelha erguida.

Mary já tinha parado de soluçar (mas ainda chorava) e deixado os joelhos escorregarem, enquanto ela se encostava na parede mais próxima, quando o tal Jones apareceu correndo com um macaquinho de pelúcia na mão. Mas acabou se desequilibrando e caindo e escorregando até pés de Mary. Ela tentou não rir dele, sem sucesso, e ele abriu um sorriso envergonhado e tímido.

Ele se sentou em frente ao lado dela e secou as lágrimas que teimavam em cair. Ela estava totalmente corada, mas ele só tinha as bochechas vermelhas pela corrida.

Jones entregou o Dylan para Mary, que pegou radiante o bichinho de pelúcia, dando um abraço nele, e depois pulou para cima do garoto, abraçando-o e voltando a soluçar no ombro dele.

Ele retribuiu o abraço, meio desajeitado.

- Desculpa – ele murmurou com os olhos fechados, e pude perceber que ele cheirava o cabelo dela. – Nunca mais vou fazer você chorar, nunca... Eu prometo.

Ela chorou ainda mais depois dessa. E... advinha só...

Eu também!

- Lily? – James chamou, doce. Eu chorei ainda mais ao ouvir a voz dele. Ele me abraçou. – Tá tudo bem? - Fiz que sim com a cabeça, secando as lágrimas e dando um sorriso mole pra ele, que deu um beijo no topo da minha cabeça.

Voltamos nossa atenção para os dois pequenos daquela sala.

- Porque você gosta tanto desse macaco, afinal? – Jones perguntou um pouco mais carrancudo do que pretendia, imagino; e, se eu não me engano, tinha uma pitadinha de ciúmes naquele tom. Ah, se tinha!

- Meu irmão quem me deu – ela respondeu, com a voz chorosa. – antes de se alistar pro exército. Sempre foi o sonho dele, esse exército... Eu sinto falta dele...

Jones voltou a abraçá-la e beijou a testa dela. O que foi extremamente carinhoso da parte dele.

- Esses dois estão nos imitando... – falou James como se tivesse investigando alguma coisa.

Eu ri, passando as mãos nas bochechas para apagar qualquer resquício de lágrimas.

- Vamos logo.

Ele passou os braços pelos meus ombros e, enquanto saímos, arrisquei um último olhar para os primeiranistas.

Ainda estavam abraçados. Digo, o Jones abraçava a Mary e mexia no cabelo dela, enquanto ela abraçava o Dylan e mexia na cauda dele.

Ah, o amor!

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Ah, eu estou realmente invejando a pequena Mary. Bem que eu queria um Jones daqueles pra mim. Só que bem mais velho. Oun, imagina só ele quando crescer: aqueles olhos azuis, aqueles cachinhos... Oun! /suspira/ n/b: owwn *-* também quero um desses pra mim!

- Pensando em mim, Lily? – a voz rouca e sexy de James me tirou dos meus pensamentos.

- Pensando naquele Jones quando crescer...

- Ah – ele resmungou e eu tive que olhar para a cara dele e rir.

Ele fez uma careta e eu fiz outra. Ele me mostrou a língua. E eu revidei, mostrando a língua também. Ele bufou e eu também. Ele me virou de costas para a pia, e de frente para ele, e deu um sorriso malicioso. Esse eu não imitei!

E, então, James encostou os lábios nos meus, bem de leve, esperando a minha reação. Mas a única coisa que eu fiz foi me arrepiar, e tremer um pouco, mais ou menos, quase nada (?). Ele abriu de leve a boca e foi aí que eu ‘acordei’. James Potter tentando me beijar, enquanto eu apenas me arrepio! Puxei minhas mãos das dele e, assim que as levei para o ombro dele, fui arrastando uma mão para a nuca dele, e a outra eu deixei naquelas bochechas vermelhinhas. Ele entendeu o recado e me prensou mais contra a pia, suas mãos foram parar na minha cintura.

Ouvimos um baque, que fez me soltar imediatamente de James e ele olhar para os lados, assustado. Olhamos um para o outro e começamos a rir. Mas quando percebi, ele já estava me beijando de novo.

O beijo tava muito bom, apesar de eu não me lembrar desde quando estava tentado afrouxar a gravata dele e quando foi que a mão dele começou a descer um pouco mais. Mas como eu sou Lily Evans, sempre tem que ter algum infeliz para acabar com a minha felicidade...

- EVANS E POTTER! – empurrei o James com o susto e ele cambaleou até a pia mais próxima, quase caiu dentro, mas conseguiu se equilibrar no último instante. - QUE POUCA VERGONHA É ESSA?

- Professora McGonagall? – perguntamos, ambos ofegantes.

- Vo-você? – falei, olhando abismada para o elfo, sim, aquele elfo de sempre, que tinha uma cara vitoriosa. McGonagall entrou na frente do elfo, quando percebeu que eu poderia avançar pra cima dele a qualquer segundo.

- Jacob estava fazendo o trabalho dele, coisa que vocês dois também deveriam estar fazendo, quando os viu. E fez mais do que certo em me chamar.

Ela olhou severamente para James e cruzou os braços. Olhei para ele e vi que estava com um sorriso bobo e o olhar perdido. Voltei a olhar para o elfo que revirava os olhos, e depois para a McGongall, que olhava para James com uma cara de pena e ao mesmo tempo assustada. Tentei prender o riso, mas ele saiu pelo nariz (?).

Os três se voltaram para mim, James murchou um pouco o sorriso ao ver o elfo e a McGonagall, mas voltou quase instantaneamente a sorrir quando me olhou.

- E eu que pensava em liberá-los dessa detenção, mas, por causa disso que aconteceu, passaram a semana inteira mesmo. E voltem logo ao trabalho ainda deve dar tempo de lavar mais alguma coisa. – Ela falou seca, dando meia volta e saindo da lavanderia.

Assim que as portas se fecharam...

- Eu vou te matar, seu elfo maldito! – gritei, avançando para cima do elfo, mas James me segurou antes que eu pudesse socar aquele narigão.

- Calma aê, Lily – ele falou, ainda sorrindo abobado.

Bufei. Ah, mas aquele Jacob ia ver só o que é bom pra tosse!

- Jacob! – murmurei irritada, enquanto esfregava uma camisa com força. – Jacob! Onde já se viu elfo ter nome de gente?! Aquele idiota...

- Lily – James puxou o meu braço antes que eu rasgasse a blusa, de tanta força que estava lavando ela -, eu tenho certeza que o Remus não vai ficar nada alegre de você rasgar outra camisa dele. – parei imediatamente de esfregar a camisa.

- Como assim outra camisa dele? Eu nunca rasguei nenhuma camisa dele! – falei indignada.

- Ah – James abriu e fechou a boca umas duas vezes e mordeu de leve o lábio, pensando – É que... que... ah, é que umas meninas rasgaram algumas camisas dele e...

- Nunca ouvi desculpa pior que essa, James Potter.

Ele suspirou, derrotado.

- É só que... não seria bom rasgar uma camisa do Remus... ele não tem muitas, sempre acontece alguma coisa, e elas, ah, rasgam. – Cerrei os olhos, odeio que mintam para mim.

- Sei, mas... primeiro que eu não sou burra, Potter, e segundo que, bom, eu realmente esperava que, com alguns anos de prática, Remus tirasse as roupas antes de se transformar. – depois de um segundo percebi o que tinha falado e tapei a boca.

Pfff, como se as palavras fossem voltar!

James ficou pálido e abriu a boca para falar, mas nada saiu.

- Do... do que você está falando?

Respirei e olhei para a camisa de Remus.

- Eu sei do segredo dele, James.

Passei a mão de leve na camisa e senti uma imensa vontade de chorar. Mas me segurei. Não iria chorar logo ali na frente de James Potter.

- Ai, Merlin! Como?

- Eu ouvi... sem querer, eu juro... uma conversa entre a mãe dele e o professor Dumbledore no quinto ano. Alice também sabe, ela estava junto comigo. Não contamos pra ninguém e nunca farei isso, não se preocupe – falei, antes que ele abrisse a boca.

- Ah, er... obrigado.

- De nada, eu acho.

- Ham... você, digo, você e a Lice não se importam de, bom, de conviver com ele mesmo com esse... probleminha peludo?

- Mas é claro – fiz uma pausa dramática e James congelou – que não! Drr! – ele descongelou sorriu aliviado.

- Sabe, você é perf... COF-COF (?).

- Quê? *o*’

- Não, nada. Olha, já tá na hora.. vamos embora logo. – ele desconversou, corado.

Oun, James Potter, o único perfeito aqui é você!


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N/B: OMFG, Maria Izabel! Que lindo esse capítulo! *-* Ah, mas eu sei que você estava imaginando o Jones e você nessa cena não é? Ahn, eu sei das coisas (?). HSUASUAHSAS!
Cara, essa fic é simplesmente linda demais. Haha, eu acho que teria sido lindo ele cantar pra Mary, mas eles ainda são crianças. :B Deixa pra quando eles crescerem! XD
HSUAHSUAHUSHAUSH! Amei tudo e te amo, mari! ;**


N/A: aaaaaaai gente. Esse foi o capítulo que eu mais gostei de escrever :D
Tipo, alguém sabe em quem eu me inspirei pra escrever aquele Jones lindo com cachinhos e olhos azuis? HAUIEHAEA, eu quase fiz ele cantar para a tal Mary, mas achei melhor não :B
Anyway, melhor eu ir, que tô cheia de coisa pra fazer; fim de ano, sabem como é. :T
p.s.: gaby, você sabe das coisas. eu realmente imaginei :B AUEIOAUEPAIUE :’D

enfim... te amo gaby, brigada por aguentar minhas demoras (?)
beijo povo, amo vocês também :D :*

Mαry Mo̲ony :3
2O.11.2OO8



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