De volta a Hogwarts?!




Harry estava com a cabeça rodando. Há dois minutos se encontrava no gabinete do Ministro da Magia, mas não se tinha dito uma única palavra. Fudge tentara diversas vezes falar, mas assim que seu olhar caía sobre Dumbledore – que estava parado em pé ao lado de Harry e com uma expressão nada agradável – fechava a boca e desvia o olhar para a grande janela.

Tonks suspirou alto, ainda olhando com ódio o ministro sentado na luxuosa cadeira de espaldar alto. Lupin se remexeu incomodado na parede ao lado da porta, a boca contraída em revolta. O Ministro mais uma vez passou os olhos pelo garoto e, com um certo ar de resolução disse com voz que pretendia ser autoritária:

- Você passou mais uma vez dos limites, Potter! E não serei tolerante. – mas a frase inquisidora não surtiu efeito sobre as pessoas que estavam na sala e passou como um vento pelo silencio que reinava, e isso só fez Fudge ficar ainda mais incomodado com aquela situação.

- Não dirá nada em sua defesa? Não me socará como fez da última vez? – disse em tom irônico, agora se levantando e inclinado sobre a mesa para olhar melhor o garoto. Harry se limitou a controlar cada célula do seu corpo que gritava em revolta contra aquele que causara tanto sofrimento para Mel. “Como ele pode falar assim comigo? Eu errei... mas não sou o culpado pelos erros dele!!!”, protestava intimamente. O garoto levantou os olhos e encarou o homem a sua frente da mesma forma ameaçadora, e Fudge abriu a boca para soltar um urro de fúria quando Dumbledore se manifestou, com uma voz lúgubre e fria:

- Estamos cientes da situação perigosa que corremos, Sr. Ministro. E Harry sabe muito bem que errou ao tomar uma decisão precipitada, mas isso não fará Melissa voltar e nos perdoar pela falta de respeito e pelas atitudes vulgares que o Ministério da Magia Britânico cometeu. Estou profundamente envergonhado por um dia a ter chamado a voltar para a Inglaterra e, ingenuamente, prometer que não faríamos mal nenhum para sua integridade física. Jurei que aqui ela seria tratada como a pessoa que é, e não o animal que a julgam. E nunca me constrangi tanto como no momento que a vi entrando na sala de reuniões chorando por ter sido enganada! – o diretor engoliu em seco e Harry pode ver que seus olhos estavam marejados. – Não permitirei que esse erro volte a acontecer! Mas não voltarei a confiar no ministério enquanto você estiver a cargo dele Cornélio, e aqueles que estiverem comigo combaterão Voldemort da maneira certa, e não cometendo as mesmas atrocidades apenas para vencer. As pessoas que tiverem caráter entenderão a minha decisão, e o mundo bruxo saberá de tudo o que aconteceu nessa noite. – E com um movimento brusco o velho bruxo, que agora transmitia uma aura forte e densa e não mais parecia encurvado sobre o peso da própria idade, encaminhou-se para a porta, enquanto Lupin a abria com um sorriso de triunfo e Tonks se postava ao lado do diretor com respeito e admiração nos olhos.

- Isso é um rompimento com o ministério Alvo? – perguntou o ministro com a voz ainda tremula de susto – É a proclamação de uma guerra contra nós?

Dumbledore parou no batente da porta e se virou lentamente.

- Duvido que o ministério consiga sustentar duas guerras ao mesmo tempo. Na verdade, duvido que você consiga Cornélio, por mais arguto e talentoso que seja. Por isso, não colocarei a comunidade bruxa em um perigo ainda maior, mas saiba que hoje você perdeu todo o respeito que eu, como homem, tinha por você, como homem.

Assim dizendo saiu decididamente da sala, disposto a encontrar sua querida Melissa e acabar de vez com aquele tormento causado por Voldemort. Harry olhou ainda para trás, e pôde saber que era a última vez que veria Cornélio Fudge sentado naquela mesa. E pelo o que via em seu olhar, o ministro também sabia disso...


XXXXX


Momentos depois da proclamação de Dumbledore na sala do ministro, Harry se via sentado em uma grande mesa redonda no Salão Principal de Hogwarts, ao lado dos maiores bruxos que conhecia e de seus amigos. Podia ver Mione e Rony sentados do outro lado da mesa e queria muito falar com eles, mas se recusava a desobedecer a ordem do diretor para sentar ao seu lado – e Harry sentia uma certa honra naquilo. E foi com a cabeça erguida e olhando para todos que escutou Alvo Dumbledore contar sobre todos os acontecimentos terríveis daquela noite.

Podia ouvir as exclamações de surpresa e revolta de muitos e os soluços mal-contidos da Sra. Weasley, que era consolada por seu marido e que também parecia desolado com a situação. Harry se surpreendeu ao ver lágrimas silenciosas nos olhos de Minerva McGonagall, que anotava os principais tópicos na pauta da reunião marcada com urgência pelo diretor, mas logo se lembrou que a professora era madrinha da menina e sentiu mais uma fisgada de remorso no coração. Levou sua mão até onde estavam repousadas as mãos de Minerva, e com um leve movimento as segurou, olhando confiante para os olhos de contas da velha senhora. E, para completa surpresa do garoto, ela sorriu de volta em agradecimento e apertando um pouco mais a mão de Harry. E assim, um dando força para o outro, eles escutaram o final trágico do relato e o silêncio profundo e triste pairou sobre o enorme salão. No alto, nuvens carregadas formavam-se e raios atravessavam toda a extensão do teto encantado.


XXXXX


Dumbledore havia dado muitas ordens.

Foi sem surpresa que, no outro dia, Harry recebeu o Profeta Diário das mãos de Mione, onde se via uma enorme manchete: “Falta de moral e ética corrompe o Ministério e o faz perder o seu maior aliado – leia mais nas páginas 9, 10 e 11. Uma entrevista exclusiva com Alvo Dumbledore explica seu rompimento com Cornélio Fudge”.

- Nossa! Não sabia que Dumbledore seria tão rápido. – exclamou Rony com a boca cheia de torrada, por cima do ombro de Harry.

- Mas ele tinha que ser, não é? Só assim Melissa poderá entender que ele não tinha nada a ver com a decisão do ministério de estuda-la e, talvez, ela possa voltar! É muito perigoso para ela ficar sozinha em um país que sequer conhece!!! – Mione exclamou em voz alta, que reverberou pela sala comunal da Grifinória.

A essa hora da manhã só eles estavam ali, tomando café em uma das mesinhas centrais e mais próximas da lareira. Harry sabia que era bom estar de volta a Hogwarts, mas queria que a maneira com que isso tivesse acontecido fosse melhor. Pensava em Melissa o tempo todo, e, às vezes, se pegava lembrando do beijo na estação. Balançou a cabeça e olhou - meio sorrindo, meio cansado - para mais uma das inúmeras discussões de Rony e Mione. Pegou mais uma torrada e percebeu, alegre, que Gina, Neville e Luna finalmente voltaram do corujal. No momento em que entraram os dois pararam a briga, esperando por novas.

- Ahhh... essa sala é tão quentinha! – exclamou Luna, arrastando a poltrona para mais perto da lareira e se enroscando toda, só parando para olhar o temporal que assolava as paredes da torre pelo lado de fora. Gina riu da amiga, mas logo ficou séria de novo.

- Encontramos Tonks lá em cima. Ela nos disse que hoje mesmo começa o nosso treinamento como Guardiões-específicos, logo após o almoço. Mas ela vem aqui no explicar como será tudo.

- Mas... eu ainda sou um Guardião? Quer dizer... o ministério não permitirá mais, não é? – perguntou Harry, um pouco confuso. Já se acostumara com a idéia de perder o cargo.

- Nada! Você ainda é nosso chefe cara! – disse Rony brincando com o amigo. Todos riram da cara que Harry fez, meio mal-humorado.

- Tá vendo? Já é um bom chefe. – disse Neville entrando na brincadeira de Rony e dando um sorriso para o garoto. Eles riram ainda mais, e até Harry se divertiu um pouco... “parece que há muito tempo não ria assim”, pensou olhando para todos.

- Tonks nos disse que Dumbledore precisa muito de nós, e que ninguém melhor do que você para nos ajudar Harry, afinal, agora que não temos mais o apoio do ministério, Hogwarts está mais vulnerável. – ponderou Mione.

- Tudo bem... nós iremos estudar mais e dedicar o máximo possível para aprimorarmos nossa técnicas de duelo. Faremos isso por Mel. – disse Harry, olhando nos olhos de cada um e recebendo um aceno de aprovação.

- E é isso que esperamos do Chefe dos Guardiões-Específicos de Hogwarts, não é mesmo Ninfadora? – fez-se ouvir a voz de Lupin atrás deles. Harry corou um pouco, mas ficou feliz com o comentário.

- Claro que sim. – a mulher sorriu para os meninos, mas logo se voltou revoltada para Remo. – Já te disse que meu nome é Tonks... TONKS entendeu Lupin???

Todos riram, mas sentaram-se em roda para escutar o que os dois tinham a dizer.

- Bom... depois de todas as confusões de ontem – e falando isso o homem olhou para Harry. - E que se resolverão o quanto antes... – continuou evitando as perguntas que já se formavam – Resolvemos aproveitar a escola ainda vazia para começarmos o treinamento de vocês.

- Mesmo sem Melissa? – perguntou Harry. Achava errado esquecerem assim da menina, e por ele a essa hora estaria lá fora procurando por ela. Houve um silêncio enquanto Tonks e Lupin se entreolharam rapidamente.

- Harry, sabemos que Mel também tem direito ao treinamento, mas se a pressionarmos é provável que não volte. Ela precisa tomar essa decisão sozinha e, ao mesmo tempo, vocês precisam iniciar o treinamento o quanto antes, porque estamos na eminência da Guerra! – disse Tonks olhando firmemente para o garoto, mas esse se limitou a abaixar os olhos.

- E ela já é muito bem treinada na arte do duelo, precisarão estudar muito para alcança-la. – disse Lupin sorrindo para os garotos.

Eles levantaram e se viraram para sair da Sala Comunal. Harry também se levantou da poltrona, estava decidido a passar o tempo que tinha livre na biblioteca – precisava saber tudo o que podia sobre druidas, ele queria entender porque estavam tão interessados na menina, ele TINHA que saber.

E sem falar nada saiu rapidamente da sala, descendo as escadas aos pulos e entrando na sombria e deserta biblioteca.


XXXXX


“Vemos esses seres como humanos e, na maioria das vezes, eles apresentam sentimentos e racionalidade característicos da nossa espécie. Mostram-se, entretanto, envolvidos com capacidades mentais e físicas superiores, sendo capazes de utilizar de magias avançadas facilmente e sem a utilização de varinhas, cajados ou objetos encantados para lança-las.”

Harry piscou os olhos mais uma vez. Era o sexto livro diferente que via sobre Druidas, e a cada linha se surpreendia mais. Todos os textos publicados pareciam teses de estudo, e quase tratavam os druidas com animais. “Porque?”, pensava o garoto a cada página virada. Mas por mais que procurasse não achava nenhuma referencia a gerações, famílias e nem sequer características hierárquicas entre eles. “Mas Melissa me falou sobre um mestre. E ela é a Druida da 17ª Geração... isso não faz sentido, nada aqui fala de famílias druidas... como?”.

O garoto fechou o livro irritado. Há horas estava sentado lendo livros empoeirados e carcomidos por traças, mas só confirmara aquilo que já sabia: a menina tinha poderes que transcendiam os poderes de um bruxo normal, mas nada além disso.

Levantou-se, olhando pela décima vez aqueles infindáveis corredores. Suspirou e se desvencilhou da cadeira, pensando que essa seria a última vez que procuraria um livro naquele dia. Mas assim que deu o primeiro passo escutou uma voz áspera vindo da porta central da biblioteca:

- Se você está aqui para entender essa tal menina-druida que apareceu em Hogwarts não terá sucesso nessa biblioteca. Esses seres imundos não são civilizados e não transferem suas tradições para livros, preferem cantá-las como bárbaros bêbados para seus descendentes e viver no meio da mata a estudar em lugares descentes como uma escola. Não acredito que Hogwarts aceitou essa selvagem aqui, e tenho certeza que as tragédias que aconteceram há 15 anos atrás se repetirão. – Madame Pince parou seu desabafo e olhou firmemente para o garoto, que parecia petrificado pelas palavras da bibliotecária. Ela não se intimidou e terminou com tom teatral. – Vejo nela o mesmo destino da mãe, Megan. Foi terrível, e ela devia saber que seu lugar não é entre nós.

Deu as costas e saiu apressadamente, deixando um Harry ainda mais confuso parado no meio da enorme sala.


N/A: MEU DEUS, NEM EU ACREDITO QUE POSTEI ESSE CAPÍTULO!!!!!!

Quero muito... muito mesmo... pedir enoooooooooormes desculpas pela incomensurável demora da fic! Sei que HP 6 foi lançado, e muitos de vcs jah devem estar lendo (ou jah lido!), mas resolvi manter o projeto inicial da fic, mesmo sabendo o q a Ti Jô escreveu no sexto livro (se tiver alguém q naum leu naum sou eu q vou contar neh? ^^)
Por favor queridos leitores, estou em um momento difícil e to, realmente, fazendo de tudo para escrever (mas o fracasso eh visível neh? Hehehehe....).
Espero que tenham gostado, e me desculpem mais uma vez, pq depois de toda a demora o cap ainda tah pequeno... hehehehe... mas to aproveitando o feriado para ler os livros do vestiba e pra tentar atualizar ao máximo a fic tah?

Agradeço aos lindos comentários de vcs!!! Brigada Lele (andou sumida por aki neh? Hehehe....), Gi (txamuuu!), Sunabi Samura (taí o cap! hihihi), Celso (vc sumiu!) e todos vcs q leram!!!!!!!!!! Brigada mesmo!

Bjinhos carinhosos nas duas buchechas...

Lice ^^


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