Raízes profundas...



 


A viagem via pó-de-flu, usando a lareira do escritório de Malfoy, levou Draco, Hermione e Rony até uma casa velha e abandonada nos arredores de Hogsmeade. Draco explicou rapidamente que havia utilizado a casa durante algum tempo.


Não parecia haver ninguém, e nenhuma aranha, na casa. Por isso, Hermione apressou-se a olhar pela janela, seguida por Rony e Draco.


A visão de Hogsmeade era aterradora: Estava tudo esbranquiçado, mas não era pela neve que costumava deixar a cidade com uma aparência encantadora. Pelo contrário, o branco acinzentado era das teias que cobriam tudo na cidade. Não havia ninguém pelas ruas, mas ela possível ver uma ou outra acromântula cruzando a rua como se fossem pessoas e outras, ainda maiores, pulando de um telhado a outro.


- Há uma passagem secreta na Dedos de Mel – falou Malfoy, apontado para a antiga loja de doces no centro da vila, perto de onde haviam outras aranhas. – Talvez devêssemos esperar até a noite. Não vai ser fácil chegar até lá.


- Há outra passagem secreta na casa dos gritos... podemos ir por lá! – falou Rony, apontando na outra direção.


Era uma idéia melhor. A casa dos gritos era no alto de um morro e estava com poucas teias, o que significava que haveria poucas ou nenhuma aranha por ali.


- Ótimo! Vamos aparatar lá. Há uma janela quebrada no segundo andar, Malfoy. Precisamos ser rápidos... – falou Hermione, optando pelo plano de Rony.


 


 


De fato, no mesmo instante, os três aparataram no ar, aparecendo segundos depois em frente a Casa dos Gritos. Os três abaixaram-se automaticamente, e se esconderam atrás da casa.


- É aqui! – falou Hermione, apontando para cima. Escalou rapidamente a parede de madeira e entrou pela tábua despregada da janela.


Quando Malfoy surgiu na casa, depois da subida de Rony, parecia impressionado:


- Como vocês sabiam dessa passagem? – perguntou ele.


- Tivemos muitas aventuras aqui, enquanto estávamos em Hogwarts. Eu, Rony e Harry...


- Sim... o trio... – falou Malfoy, levemente aborrecido. De fato, ele não havia participado das aventuras que o trio vivera.


Eles desceram rapidamente as escadas e tomaram a passagem do subsolo. O corredor para o castelo de Hogwarts estava livre de teias, isto é, havia algumas paranhas, mas nada que indicasse que haviam acromântulas por ali.


- Onde vai dar esse túnel? – perguntou Malfoy, com a varinha em ‘Lumus’.


- No salgueiro lutador... bem... no antigo salgueiro lutador! – falou Hermione, com uma ponta de tristeza. O salgueiro lutador havia morrido há alguns anos atrás. Ela só soube pelo profeta diário, mas sentiu bastante . Claro que a árvore já a havia maltratado muito, principalmente no terceiro ano, mas era uma criatura mística de centenas de anos que simplesmente havia morrido de um dia para outro. Não conseguia imaginar como tal criatura pudesse morrer assim, sendo tão forte e de raízes tão profundas...


Profundas...


Hermione franziu o cenho, tendo um pensamento tímido plantada em sua mente lógica. Quando chegaram ao fim do corredor, onde a claridade os chamava para fora, Hermione resolveu ficar por último. A saída ficava bem no meio de duas raízes enormes que se enterravam profundamente ao chão. Ali, Hermione podia ver que a madeira estava petrificada, dura, morta e negra.


Era realmente estranho.


- Mione?


Hermione saiu do devaneio quando escutou a voz de Rony e, apressou-se a sair.


Ao contemplar o castelo, Hermione teve a vontade de chorar: estava parcialmente destruído. Se podia ver uma espiral de nuvem negra avançando pelo céu e o fogo queimando uma das torres. Na outra parte, onde não havia fogo, havia aranhas na parede e algumas fiando uma enorme teia entre a torre mais alta e a ponte para o corujeiro.


- É melhor irmos pela parte queimada. – falou Malfoy, apontando o caminho. – E fiquem preparados. Vamos encontrar acromântulas no caminho.


 


Andaram em silêncio, pela orla da floresta, a fim de não serem vistos. Quando chegaram a antiga e abandonada casa de Hagrid, fizeram uma pausa para ver o que acontecia no castelo. No saguão de entrada havia muitas aranhas. Duas estavam até brigando.


Na parte queimada havia um grande buraco na parede.


- Podemos ir por ali... – constatou Rony. 


O trio tomou o caminho mais longo - pela outra margem do lago - para chegar até o castelo. A abertura na parede era enorme. Parecia ter sido causada por uma explosão.  Os três entraram em silêncio, olhando para todos os lados. Ali, não havia sinal de acromântula, mas também estava muito quente e havia muita fumaça. Subiram por uma escada parcialmente destruída e chegaram até o corredor do terceiro andar. Dali, eles podiam escutar o barulho das acromântulas. A grande maioria delas estava concentrada no saguão principal. Para cima, para a torre da Grifinória, não parecia haver muito movimento, mas era necessário silêncio e agilidade.


A medida que subiam, as teias pareciam rarear. Para Hermione era óbvio que Aranhas eram criaturas que preferiam o solo ou até o subsolo. Chegaram até uma passagem totalmente coberta por escombros.


- Foi aqui! Foi aqui que as aranhas me atacaram! – sussurrou Rony.


Os três levantaram as varinhas em riste, preparados para o pior, caso houvesse um ataque surpresa. Brandindo a varinha com leveza, Hermione tirou alguns escombros do caminho e passaram para uma outra câmara, mas estava completamente inabitada.


Resolveram subir então e foram até a torre da Grifinória. Hermione sabia que seu filho mais velho, Hugo tentaria se abrigar lá, se estivessem bem, mas não havia ninguém também.


Hermione sentiu uma tristeza no coração. Esperava acha-los por ali. Onde poderiam estar?


- Eles foram levados para o ninho, talvez! – falou Malfoy – É o que elas fazem com os alimentos. Os que podem ser armazenados, elas levam para o ninho. Talvez seja na masmorra da Sonserina. Vamos...


Dessa vez, foi Malfoy quem os guiou. No térreo, tiveram que passam muito perto de três aranhas que pareciam se comunicar estranhamente com ruídos, apesar de serem possuidoras de fala humana. Nesse trecho, Malfoy abraçou Hermione, e utilizando o capuz encantado, cobriu até mesmo o rosto dela, para que ela não exalasse nenhum odor de nascido-trouxa que as Aranhas pudessem sentir.


Na masmorra da Sonserina, Hermione sentiu o desespero tomando conta dela: estava vazia. Não totalmente: havia uns 10 alunos mortos. Cortados, provavelmente, com as patas das aranhas. Apesar disso, estavam secos e envelhecidos. Malfoy tinha razão. As aranhas matavam logo os nascido-bruxos e armazenavam os nascido-trouxas. Mas onde estariam seus filhos?


- Não estão aqui, Mione... meu Deus... não podemos mais continuar aqui!!! – falou Rony, com o rosto vermelho. – Nossos filhos estão mortos! Rose e Hugo... estão mortos!


- Não diga isso, desgraçado! – falou Hermione, segurando Rony pela lapela. – Nossos filhos estão vivos. Só precisamos acha-los.


- Hermione pode ter razão, Weasley! – falou Malfoy. – Se não há aranhas aqui, é porque não é aqui o ninho. O problema é: onde é o maldito ninho?


- Antigamente era na floresta proibida. – falou Rony, lembrando do ano em que quase foi comido por uma aranha gigante.


- Eu achei que eles criariam um ninho mais perto da cidade agora, mas... quem sabe o que se passa na cabeça dessas acromântulas. – concordou Malfoy – Acho que vale a pena dar uma investigada na floresta, talvez na...


- Não! – falou Hermione, com um pensamento fixo na cabeça, um pensamento que se acendera em sua mente desde que passaram por debaixo do salgueiro lutador. Era lá o ninho, só poderia ser.


- Eu sei onde é o maldito ninho! Só uma coisa poderia matar uma criatura mística: outra criatura mística!


- Do que está falando? – falou Malfoy, sem compreender direito o que Hermione queria dizer.


- O ninho é no Salgueiro Lutador. Foi isso que matou a árvore! – falou ela, animada com a ideia.


- Como, Hermione? Nós viemos por ali e não havia nenhuma Aranha. Nem tinha quase teias...  – argumentou Malfoy.


- Não na passagem, Draco. – falou Hermione. – As raízes do salgueiro são muito profundas. Eu até acho que a entrada para o ninho é em algum lugar da floresta proibida. Mas não podemos ir por lá, ou morreremos até achar o ninho. Mas se tentarmos ir pelo salgueiro...


- Isso não me parece um bom plano! – falou Rony, tentando acompanhar o raciocínio de Hermione. – Nada indica que haja um ninho por perto.


- E como a árvore morreu, Rony? Se alguma vez tivesse lido “Hogwarts, uma história!”, saberia que o Salgueiro Lutador existe desde a criação da escola e que nunca ninguém foi capaz de mata-la. Lembra que no segundo ano você e Harry a atingiram com um carro e mesmo assim, isso nem a atingiu. Então como ela poderia morrer de um dia para outro? Eu vi as raízes. Estão estranhas... há algo embaixo da árvore... e eu acho que pode ser um ninho das acromântulas! Nossos filhos podem estar lá, em algum lugar...


 



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Comentários (1)

  • Byanca

    hermione sempre orgulhando com essa inteligencia . Quero maaaaaais *-*

    2012-11-03
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