Uma surpresa inusitada.



- Tchau Gina!_ disse Hermione despedindo-se da amiga. _ Até amanhã e boa sorte com o Harry.
- Obrigada!_ sorriu-se Gina_ Até amanhã!_ Com um último aceno Gina entrou em casa.
Hermione tinha que andar ainda mais uma quadra para chegar em casa e fez isso no maior tempo possível.Os passos pequenos revelavam a vontade de conseguir chegar em casa depois da briga dos pais,que acontecia no mesmo horário,devido aos horários dos dois.A senhora Granger chegava em casa primeiro, o senhor Granger chegava uma hora depois e ai as mesmas discussões bobas começavam. Brigavam pelos horários, pela educação dos filhos, pela visita da sogra, até mesmo a alimentação do gato de Hermione, Bichento, era algo para discussão. Depois de muitos gritos e reclamações o senhor Granger saia de casa com raiva. Hermione nunca soube para onde seu pai ia toda noite, mais tinha lá suas desconfianças. A mãe passava o jantar tentando não chorar na frente de Guilherme, o filho mais novo. Mas Hermione via nos olhos da mãe sua tristeza.
Quando saiu de seus pensamentos já estava na porta de casa, desejou ter andado mais devagar. Olhou para trás á procura de algum visinho para conversar sobre alguma coisa sem importância, mas a rua estava vazia. Abriu a bolsa à procura de alguma coisa, olhou dentro dela por alguns minutos. Fechou-a e fixou os olhos na porta, decidiu então bater mesmo sabendo que estava aberta, mas não ouve tempo, seu pai abriu bruscamente a porta e saiu em direção ao carro estacionado na frente da casa, sem ao menos ver que ela esta ali. Ele estava com malas na mão, o que fez Hermione deduzir que enfim ele sairá de casa.
Ela entrou em casa apreensiva. Viu sua mãe em lágrimas no sofá, deixou a mochila no chão e correu para consola - lá.

- Não se preocupe filha, via ficar tudo bem. _a mãe tentou consolar Hermione.
- Não me preocupo você esta aqui comigo não está? Isso é o que importa. _ Hermione tentou sorrir.
- Desculpa filha, desculpa. _ Disse a senhora Granger envolvendo a filha em um abraço aconchegante.
- Não precisa se desculpar mãe, a senhora não fez nada de errado. _ Diz Hermione retribuindo o abraço
-Eu te amo!_ disse a mãe ao fim do abraço.
- Eu também. _ disse Hermione._ Agora vou pro meu quarto._ Ela recolheu a mochila do chão e subiu as escadas apresada.
A porta do quarto se abriu revelando a luz do sol entre as cortinas. Ela entrou devagar, fechou a porta com um empurrãozinho, colocou a mochila sobre uma cadeira e deixou seu corpo cair sobre a cama perfeitamente arrumada. Fechou os olhos e admirou o silêncio do quarto. O único lugar onde poderia ficar em paz, sem confusões, gritos e sem Ronald Weasley. Sim, sem aquele que tirava seu sonho todas às noites dos últimos quatro anos.
Ela revirou o corpo na cama deixando seu rosto a centímetros do porta-retratos sobre a cômoda.
Sorriu para a foto da Avó já falecida. A única que a entendia, parecia conhecê-la melhor do que ela mesma. Sabia e admirava sua paixão pela escrita, criticava seu pai quando ele dizia:
“Isso não enche barriga de ninguém.”
Ela levou a mão sobre o porta-retratos e sobre o peito, apertou-o com força. Seus dedos passaram pela parte de traz percebendo algo estranho. Sua avó havia lhe dado aquele porta-retratos no seu aniversario de quatorze anos, agora quase um ano depois, ela havia descoberto algo estranho. Ela retirou a parte de trás e um pedaço de papel caiu. Ela sentou na cama intrigada e abriu o papel desgastado.



Minha querida neta,

Talvez quando ler isto eu já não esteja mais sobre a Terra. Sei que não durarei muito por isso deixo meu bem mais precioso para ti, à pessoa que mais o merece.
Nunca deixe de escrever, é o mais nobre dom que poderias ter, e me orgulho de ti.
Escrever nos ajuda a analisar e aplicar as verdades em nossa vida. Ajuda-nos a descobrir o nosso verdadeiro eu, nos ajuda a viver de uma forma melhor.
Minha querida deixou-lhe um conselho:
Siga sempre seu coração, ele estará sempre certo e nunca esqueça que mesmo que tudo não ocorra do jeito que você gostaria saber que você já não é a mesma de ontem, te fará perceber que valeu a pena.
Trace as linhas da sua vida. Mas não seja egoísta.

Com todo amor,
Sua velha avó Margarida.



Se quiser saber que bem restou para você, vá até a minha casa, no único lugar onde as histórias são reais.

- O único lugar onde as histórias são reais _ Ela repetiu em sussurros _ Ah vó, como sinto a tua falta.
Ela apertou o porta-retratos novamente contra o peito.

- Porque a mamãe ta chorando?_ Guilherme entrou no quarto da irmã preocupado
- Mamãe não te ensinou que é falta de educação entrar sem bater?_ Disse Hermione enquanto guardava o pedaço de papel no bolso e devolvia o porta-retratos a cômoda.
- Porque a mamãe está chorando?_ insistiu o irmãozinho impaciente.
- Gui, bom..._ Ela começou devagar, sabia que o irmão admirava o pai mais que tudo._ o papai foi viajar.
- E quando ele volta?_ perguntou inocente.
- Eu não sei, mais logo, logo ele volta ta?_ Ela sorriu_ Agora desce lá embaixo e ajuda a mamãe a arrumar a mesa pro jantar.
- Mais hoje é seu dia!_ ele falou de imediato
- Se você descer lá eu faço o seu dever de matemática por três dias!
- Só se for por uma semana.
- Tem outro jeito?_ ela suspirou_ Fechado!_ ela esticou a mão que logo o irmão apertou.
Ele saiu do quarto sorrindo.
- O único lugar onde as histórias são reais. _ Ela sussurrou antes de pegar a mochila e sair apressada.
- Não me espere para o jantar mãe. _Ela gritou quando passou pelo corredor da cozinha.
- Mas... _ A mãe tentou argumentar mais era tarde, Hermione já havia saído.

Fim.

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N/A: Olha gente, espero que gostem da fic.
Perço que comentem, pois os comentarios são o que me estimulam.
Façam uma autora feliz.

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