O convite



Rony parecia mais empolgado do que nunca. Além de estar orgulhoso de si mesmo, estava fazendo o maior sucesso com as meninas. Quem não gostava nada disso, era Hermione, que sempre reclamava que o garoto não dava a devida atenção aos seus estudos. Harry sentia ciúme, mas não era de quem gostaria de sentir, Rony. O ciúme que Harry sentia era da amiga Hermione. O bruxo estava com os hormônios à flor da pele, e estava muito confuso, pois este ano sentia algo a mais por Mione, Gina e agora não parava de pensar em Katie. Essa, na verdade, não parecia com nenhuma garota que Harry ou qualquer outro menino da escola já havia conhecido. Ela era desinibida, extrovertida e usava roupas que estavam longe de ser adequadas para uma escola. Por baixo da grande capa, havia botas e mini-saias. A garota, com aquele olhar meigo, não conseguia parecer vulgar, por mais curtas que fossem suas roupas. Harry, que até agora só beijara uma menina em sua vida, não via hora de praticar de novo. Uma tarde, Rony, constrangido, veio pedir opiniões sobre garotas.

- Harry, eu não sou muito bom com mulheres, você sabe, e ainda não dei um beijo... – disse o amigo, extremamente vermelho.

- Rony, eu não sou bom também. Mais agora que você é capitão do time e tudo mais, acho que agora que você é mais famoso, vai ser mais fácil – Harry não acreditava que estava tendo essa conversa com seu melhor amigo – Há alguma que te interesse? Quem sabe eu posso te ajudar.

- Bom, não. – disse Rony não convencendo nem o pássaro que voava ao lado da janela.

Com essa conversa constrangedora, Harry sentiu que estava na hora de agir com Katie. Encontrou-a perto da escada da torre que subia para os dormitórios e tomou coragem.

- Hum... Katie? Katie? – a garota olhou para ele, estava chorando. Será que eu só me interesso por garotas choronas? Pensou. - O que aconteceu?

- Ah Harry.. Tenho saudades de minha mãe. Em dias nublados como esse, nós fazíamos um bolo de abóbora e comíamos quente. Depois a gente jogava xadrez ao lado da fogueira. Sinto tanta saudade dela!

- Katie... eu não cheguei a realmente conhecer meus pais, mas sinto saudade deles também. Nunca achei ninguém semelhante a eles. Até cheguei achar uma pessoa bem perto deles, mas essa pessoa também se foi. – disse se lembrando de Sirius. – Mas temos que estar preparados para a morte, uma vez que ela está em todo lugar.

- Mas o que você veio falar comigo? – disse a menina curiosa.

- Bom, eu estava pensando. Quer dizer, eu gostaria de, quem sabe, sair com você. Quero dizer, você é sensacional, tão diferente de todas as garotas que eu já conheci, fala o nome de Voldemort e tudo o mais, também está no castelo para se proteger. Eu realmente gosto de você Katie.

- Harry, você não deve estar em seu juízo perfeito! – exclamou a garota – Leia meus lábios, Eu Posso Ser Filha De Lord Voldemort! Você não vai querer sair com uma garota problemática como eu...

- Você acha mesmo que Voldemort vai me atrapalhar até com garotas? Ele me atrapalhou a vida inteira! Você é um mistério para mim, não sei nada sobre você e sua vida antes de vir para cá! Você poderia me contar Katie!

- Você já sabe mais do que todas as outras pessoas na escola. Mas se você realmente quer saber – disse ela encarando-o – eu vou lhe contar. Eu nasci nos Estados Unidos da América. Minha mãe é brasileira, e o homem que ela dizia ser meu pai, também é brasileiro. Ele se chamava Vinicius Morgan. O nome da minha mãe era Camila Morgan. Sempre fomos mais que mãe e filha, fomos amigas, porém ela guardou esse segredo até seus últimos dias. Quando percebeu que Voldemort a procurava, me contou a história. Eu estudava em uma escola de magia no meu país. Sempre fui boa aluna. Meninos? Antes de vir para cá eu tinha um namorado, mas quando disse que ia me mudar ele terminou comigo. Minha história é como qualquer outra. Sempre fui criada como uma brasileira. Sei diversas coisas sobre a cultura de mamãe. Ela era nascida no Rio de Janeiro, uma cidade no litoral do Brasil. Mamãe gostava de samba e carnaval, apesar de eu só ter visto isso na TV, sempre pareceu empolgante. Sou uma adolescente normal, Harry. Não escondo mistérios. E quanto a sair com você.. quem sabe!

- Katie, eu também não sou o que se pode dizer de normal. Eu nunca consegui namorar de verdade e acho que só afasto as meninas. Uma vez que famoso, todos diziam que seria mais fácil para mim, porém, a garota que gostava praticamente não fala mais comigo e.. você sabe né..

- Na minha outra escola, todos estranhavam eu ser filha de brasileiros. Eu sempre vesti roupas mais curtas e brilhantes. Adoro o estilo brasileiro, e por ser um país tropical, as roupas são bem leves e confortáveis. Aqui também pareço chamar atenção, ainda mais por ter me mudado no 6º ano. Nunca fui famosa até o grande segredo de mamãe ser revelado. Algumas pessoas até queriam me prender, sabe. Mas Dumbledore foi contra e disse que iria me abrigar aqui, em Hogwarts. Acho ele um homem incrível. Mamãe sempre me disse que enquanto houver Dumbledore no mundo, estaremos tranqüilos.

- Como era a sua mãe?

- Aaaah! Ela era incrível, sabe. Uma pessoa extraordinária, inteligente e extremamente bonita. Mamãe sempre foi jovem de espírito e isso refletia sua beleza exterior. Apesar de ser viúva, nunca quis ter outro relacionamento, e olha que havia muitos pretendentes. Ela era uma bruxa e tanto, sempre foi contra as Artes das Trevas. Ela me ensinou quase tudo o que sei e quando me dizem que sou parecida com ela, fico muito contente comigo mesma. Se um dia chegar perto do que ela foi, estarei mais que satisfeita. – disse a menina, com os olhos brilhando.

- Todos dizem que sou parecido com o meu pai, mas tenho os olhos de minha mãe. O meu jeito também me lembra muito ele. Quero dizer, é o que dizem, porque graças a Voldemort, eu nunca os conheci...

- Harry... – a garota o abraçou – sinto muito, mesmo. – e soltando-o – sei como é horrível a dor de perder alguém amado. Mesmo que você não se lembra, no momento em que passou a entender, você a sentiu. No próximo fim de semana faremos uma visita a um povoado, não me lembro o nome. Que tal irmos juntos?

- Hogsmeade – disse o garoto – Irmos juntos? Você está aceitando meu convite, Katie Morgan?

- Talvez... – disse a garota, corando. – Tenho que fazer meus deveres, Harry – e deu-lhe um beijo na bochecha.

O garoto não entendia o porquê, mas cada vez que falava com a misteriosa Katie, seu peito se enchia de esperança.

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