O verdadeiro amor de mãe



São Paulo, época atual... Fizera quinze anos que Dolores viera para São Paulo para tentar uma nova vida ao lado de seu marido e de sua filha. Gregório, como era muito doente vivia internado, não aquentou e morreu antes mesmo de Maria Clara completar três anos de vida. Já Dolores, permaneceu forte, já que teria que ser pai e mãe de Maria Clara. Mas depois da morte de seu marido Dolores nunca mais foi a mesma. Às vezes ela se pegava relembrando o passado, curtindo os bons momentos que nunca mais vão voltar, com isso ela se sentia só, desamparada. E não demorava muito e uma intensa lágrima corria pelo sue rosto. Mas sempre que se sentia assim ela pensava em Gregório, e logo ela se acalmava e sentia uma luz a - abraçando e colhendo a intensa lágrima a fazendo ter mais confiança na vida. Dolores, já estava com 75 anos e não podia trabalhar, ela recebia uma pensão de Gregório e também tinha a sua aposentadoria. Para não ficar em casa sem fazer nada, Dolores, fazia crochê para se distrair e esquecer os maus momentos que passou depois da morte de seu marido.

....

Já Maria Clara, com seus quinze anos parecia uma mulher feita, era linda todos os garotos do bairro onde ela morava eram doidos para namorá-la, mas ela nunca se interessou por nenhum deles. Ela achava que os garotos do bairro onde ela morava eram moleques não queria nada com a vida. E Maria Clara, pensava no futuro, ela queria ser alguém na vida. Além disso, ela também era educada, meiga, estudiosa, era tudo que qualquer mãe queria. Mas mesmo sendo isso tudo, ela não era feliz. Maria Clara cresceu sabendo que tinha sido adotada pela Dolores e pelo Gregório, pai que ela nem se lembra como era. Mas ela não sabia que tinha sido abandonada na porta do casal de idosos. Por isso ela não entendia por que ela tinha sido abandonada. O que ela mais queria era descobrir por que a mãe biológica a - abandonou. -“O que será que eu fiz pra minha mãe pra ela me rejeitar? Será que eu era tão feia quando eu nasci que a minha mãe não me quis?” Essas perguntas não saiam da cabeça de Maria Clara, por mais que ela tentasse nunca tirava isso da cabeça. Ela sofria mais quando chegava época de dia das mães. Ela via todos os seus colegas felizes na Escola preparando o presente para dar as mães e isso a entristecia não por que ela não tivesse mãe, até porque mãe ela sempre teve a Dolores. Ela sofria mais com as piadinhas que os seus colegas faziam a seu respeito. Assim a única saída era se isolar. Maria Clara ficava sentada na última cadeira quieta calada, só falava quando a professora perguntava alguma coisa. Na escola, ela nunca teve nenhum amigo. Ela sempre ficava na dela. Por agir dessa forma algumas alunas pensavam que ela era metida e a rejeitavam mais ainda.
Camila! Essa era a menina que mais pegava no pé de Maria Clara. Desde que Maria Clara, veio para Escola os garotos se interessaram nela. Mesmo ela sendo calada, na dela, ela acabava chamando a atenção dos meninos. Com isso Camila ficava morrendo de raiva. Ela sempre se achou a mais bonita da Escola e tinha razão, pois ela era muito bonita mesmo. Tinha um olhar chamativo, uma boca que deixava os garotos loucos. Ela até tinha a fama de ser a mais linda da Escola. Qualquer garoto fazia tudo pra ficar com ela. Mas com a chegada de Maria Clara, essa fama estava ameaçada. Pra não deixar sua fama se acabar Camila, vazia todos os alunos da Escola ficarem com raiva de Maria Clara. Ela queria que todos pensassem que Maria Clara, era arrogante, metida, chata... E o plano dela funcionou, porque todos tinham essa idéia de Maria Clara. Mas ela nem se importava com isso. O que ela sempre quis, foi descobrir por que tivera sido abandonada quando nasceu?
Vendo que Maria Clara, não estava se importando mais com as provocações, Camila resolveu ser mais drástica. Ela aproveitou que a professora estava fora da sala, e começou a mexer com Maria Clara.
- Olha quem está aqui gente! Maria Clara, a menina que foi abandonada pela própria mãe! Nem a própria mãe gosta dela! – Dizia Camila, para o restante da sala.
- Camila, deixe a Maria Clara em paz! Poxa! Ela não tem culpa de ser tão chata a ponto de nem a mãe dela suportá-la. – Disse uma aluna rindo da cara de Maria Clara.
Logo todos os alunos estavam rindo da cara de Maria Clara.
- Olha aqui! Eu não admito que vocês falem assim comigo! – Disse a Maria Clara, levantando da cadeira. – Eu não sei o motivo que fez a minha mãe biológica a me abandonar. E também seja qual for o motivo, vocês não têm anda a ver com isso!
-Você não tem que admitir nada garota! Aliás, nesse colégio você não passa de um lixo! – retrucou Camila.
- Lixo abandonado, né Camila? – Completou a outra aluna.
As provocações foram tantas que Maria Clara não agüentou e foi para cima de Camila.
Foi o maior fuzuê na sala. Maria Clara pegou a Camila pelo cabelo e começou a bater nela. Feito uma bala de um revolver que acabara de ser disparado a outra menina que também estava mexendo com ela sumiu no ar comedo de ter que sentir o peso da mãe de Maria Clara. Vendo aquela situação os outros alunos fizeram uma roda em volta das duas alunas que estava brigando, só para pegarem melhor o ângulo da briga. Naquele momento Maria Clara estava feliz, pois estava descontando toda a sua raiva que sentia de Camila, por todas as vezes que ela a - chamava de excluída só porque ela não sabia quem era a sua mãe biológica. Os outros alunos da sala, vendo a confusão começaram a gritar:
-“Porrada! Porrada! Porrada!”.
A gritaria foi tanta, que os outros alunos das outras salas ao lado foram lá ver o que estava acontecendo em pouco tempo a sala estava tomada de curiosos que queriam ver a briga. Com tanta gritaria não teve como a professora que estava no corredor não escutar. Quando a professora entrou na sala, a roda de alunos que se formara para ver a briga de Maria Clara e da Camila, mas do que depressa se desfez. Os alunos que não eram daquela sala saíram correndo para as suas devidas salas, comedo de serem punidos.
A professora ficou sem palavras, pois ela imaginava que Maria Clara fosse mais calma. Mas ao ver aquela cena horrível onde Maria Clara espancava a Camila, a-surpreendeu e muito. Ela não via outra saída, á não ser mandar as duas para a diretoria. Já era a terceira vez que Maria Clara e Camila iam parar na diretoria só nessa semana.

....

O olho esmurrado pela Maria Clara, estava roxo e já se fechara pelo inchaço quando Camila entrou na diretoria.
- Camila! O que houve com seu olho? Está preto! – Perguntou o diretor imaginando que ela tivesse sido atropelada por um trator.
- Foi a Maria Clara, diretor. Ela me bateu dentro da sala de aula. – Respondeu Camila com a mão sobre o olho.
- O que? Maria Clara, o que está acontecendo, com você? Já é a terceira vez que você vem parar na diretoria só essa semana. – Falou o diretor. – E olha agora você espanca uma aluna!
A Camila como era esperta, nem deixou Maria Clara falar e já foi tirando o seu corpo fora.
- Diretor, todos na sala estão de prova. A Maria Clara me agrediu. E eu não
fiz nada com ela, foi ela quem começou a discutir comigo e partiu pra cima de mim. – Disse a Camila dissimuladamente.
- Mentira! Você ficou mexendo comigo! Você e os outros alunos ficaram
rindo da minha cara. Aí eu não agüentei e fui pra cima de você. – Se defendeu Maria Clara.
- Maria Clara eu exijo que você peça desculpas à Camila!
- Mas diretor, ela começou!
- Maria Clara, eu não quero saber quem começou a briga. O que eu quero é
que você peça desculpas à Camila! Você não tinha o direito de bater nela. Imagina se a mãe dela vem aqui no colégio tirar satisfação? O que eu vou dizer para ela? Hã? – Perguntou o diretor.
- A verdade! Que a filha dela não tem mais o que fazer, e fica mexendo
com os outros. Aí, depois apanha e não sabe por quê.
- Então, você não vai pedir desculpas para a Camila?
- Não!
- Pois, bem, vamos fazer como você quer. Já que você não quer pedir
desculpas pra Camila, não precisa. Mas escute bem, se você se envolver em mais uma briga, eu vou te expulsar do colégio. Ouviu, bem? – Disse o diretor já alterado.
- Como assim, me expulsar do colégio? O senhor não pode fazer isso.
- Mas é claro que eu posso. O colégio é meu. Não da Prefeitura ou do
Estado. E já que você quer fazer as suas regras... Eu também vou fazer as minhas. E já disse, se você se envolver em mais uma briga vai ser expulsa. Ouça bem!
- Perfeitamente. Eu entendi.
Maria Clara tomou uma ocorrência para a alegria de Camila.
- Isso é uma injustiça! – Exclamou Maria Clara irritada com a injustiça que
acabara de sofrer. - Quem começou a briga foi Camila e não eu!
- Maria Clara, eu não quero saber de mais nada. E por favor, saia da minha
sala.
- Mas diretor...
- Maria Clara, eu já disse, saia da minha sala! – Retrucou o diretor já
mostrando a saída para a garota.
Maria Clara foi para a sala, mais indignada do que antes. Por outro lado
Camila estava feliz da vida, apesar do olho roxo e dos hematomas que estavam em seu rosto, da surra que tomara da rival.
Já a menina que ajudou a Camila a ficar exultando a Maria Clara, sumiu da Escola. Naquele dia ninguém ouviu mais o rastro dela. Ela ficou com tanto medo que evaporou feito água.
....

Maria Clara não demorou muito a chegar em casa. Dolores estava esperando ela no sofá, vendo televisão e fazendo o seu crochê. A cara de Maria Clara, não era uma das melhores. Parecia que ela iria explodir de tanta raiva.
- O que aconteceu com você minha filha?- Perguntou Dolores com toda
calma do mundo.
- Eu não agüento mais mãe! Todo mundo na escola está mexendo comigo!
Eu não agüento mais isso. – Disse Maria Clara querendo sumir do mapa de tanta raiva que estava sentindo.
- Filha eu já disse para você deixar pra lá. Uma hora eles vão perder a
graça. Aí eles param.
- Eu não tenho essa paciência que a senhora tem mãe... Não tenho!
- Você foi parar na diretoria de novo?
- Fui. E ganhei um bilhete para a senhora assinar. Uma garota insuportável
da sala ficou mexendo tanto comigo que eu não agüentei e dei uma surra nela.
- O que? Mas minha filha eu não posso acreditar que você, uma menina tão calma fez uma coisa dessas! – Disse Dolores, não acreditando no acabara de ouvir.
- Mãe, eu já não agüentava mais ver essa menina mexendo comigo. O meu sangue subiu na hora, eu me descontrolei.
Dolores ficou decepcionada, com a filha. Maria Clara era tão calma. Como que de uma hora pra outra ela se transformara naquela criatura que estava a sua frente contando que acabara de bater na sua rival? Como isso poderia acontecer? Se antes ela nem gostava de ver uma briga, que ficava comedo. Dolores ficou alguns minutos observando a filha, tentando encontrar uma justificativa para tanta mudança. Mas a única coisa que Dolores via em Maria Clara, era um prazer de ter batido na sua arqui-rival. E um prazer maior ainda de esta ali contando os detalhes.
Para acabar com aquela monotonia Maria Clara foi para o quarto trocar de roupa para almoçar.
....

No almoço, foi à mesma coisa. Ambas estavam mudas, nenhuma falava nada pra outra. Era como se elas nem se conhecessem. Ou como se elas tivessem medo de magoarem uma a outra.
Maria Clara estava mais calma agora, ela percebera o quanto foi burra de ter batido na Camila. Ela estava até arrependida. Mas como estava com vergonha ela comia de cabeça baixa, não conseguia encarar a mãe de frente.
Para Maria Clara, aquele almoço estava sendo o mais longo de toda a sua vida. Ela estava louca para poder ir para o seu quarto ficar sozinha, pensando na vida. Pensando na burrada que fizera.
....

Depois do almoço Maria Clara foi para o seu quarto. Finalmente agora ela estava só. Podia pensar no que acontecera na sua vida desde que nasceu. Já Dolores foi ver um pouco de televisão e fazer o seu crochê como era de costume. Como na hora do almoço, agora também elas ficaram algumas horas sem se falar. Até que Maria Clara já decidida do que iria fazer da sua vida daqui pra frente, saiu do quarto e foi até a mãe. Dolores ao ver a filha na sua frente ficou muda. Talvez por medo do que a filha iria lhe dizer.
- Mãe precisamos conversar. – Disse Maria Clara angustiada.
- Você tem toda a razão, minha filha. Vamos lá, o que você quer saber?
Maria Clara agora tinha a oportunidade de perguntar tudo que queria saber
sobre seu passado, coisas que Dolores nunca quis falar. E a menina com um olhar penetrante começou a fazer um interrogatório.
- Quem é a minha mãe biológica? Onde ela está? Por que ela me
abandonou? Por que agente veio para São Paulo e não continuamos morando em Belo Horizonte?
Dolores ficou até tonta com tantas perguntas. Ela estava num beco sem saída. Ela teria que responder todas as perguntas de Maria Clara. Mas no fundo ela sabia que logo esse dia iria chegar. Ela sabia que não poderia esconder o passado por muito tempo de sua filha. Dolores só lamentava, pois não tinha o Gregório do seu lado para ajudá-la nessa missão tão difícil.
- Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você ia me fazer essas perguntas
Maria Clara. Você não esta satisfeita comigo, não é? Pode falar!
- Não mãe, não é isso. Olha, eu estou muito satisfeita por senhora ser a
minha mãe.
- Então por que você quer saber quem é a sua mãe biológica?
O que eu quero, é saber por que, ela me abandonou. – Disse Maria Clara já um pouco tensa. - Mãe, eu não agüentou mais ser apelidada de “uma menina sem mãe”! E eu também quero poder responder quando alguém me perguntar aonde que a minha mãe biológica esta. Ou a senhora acha que eu fico feliz quando alguém me pergunta aonde ela esta, e eu não posso responder, porque eu nem sei quem ela é.
- Minha filha, você não tem que ficar se importando no que os outros falam! Você tem que se preocupar com você!
- Mas é por isso mesmo que eu quero saber quem é a minha mãe biológica. Eu tenho o direito de saber quem eu sou, da onde eu vim quem são os meus pais...
A cada minuto Dolores se surpreendia ainda mais com a atitude de Maria Clara. Ela nunca imaginou que um dia a filha agisse daquela forma. Que fosse capaz de levantar a voz daquele jeito. Por um momento ela se sentiu só. E uma leve dor a incomodava próximo ao seio esquerdo. Ela se sentou no sofá e logo a luz que sempre a ajudava quando se sentia só e desamparada começou cobri-la. E como num piscar de mágica ela se sentiu melhor. A dor que a incomodava parou. E ela ganhou mais coragem para encarar a filha de frente.
- Está bem filha. O que você quer saber? Eu não vou esconder mais nada de você. Pode perguntar o que você quiser. – Disse Dolores, bem firme nas suas palavras. Como se ela tivesse a certeza de que Gregório, estava ali do seu lado a ajudando a ter coragem para conversar com a filha. E talvez ela estivesse certa. Talvez o Gregório estivesse mesmo ali, do seu lado. Mas não em carne e osso, mas sim em espírito.
- Para começar mãe, eu quero saber como exatamente eu nasci. Todos os detalhes.
- Bem minha filha, você foi abandonada na minha porta logo que nasceu. Era numa noite de verão e chovia muito. Era uma tempestade incontrolável. A sua mãe, com muito custo colocou você na minha porta e tocou a companhia. Eu me lembro que até fiquei com medo, pois já era tarde, e estava chovendo muito forte. Mas logo o medo que eu sentia foi embora e eu abri a porta. E lá estava você á minha frente toda molhada por conta da chuva. Você tremia tanto que nem dava pra ouvir os seus choros. Eu chamei o Gregório para ver o que estava na nossa porta e ele entrou com você, porque eu fiquei tão abalada, que nem conseguia me mexer.
- Se a chuva estava tão forte assim, por que eu não morri?
- Talvez porque tenha sido um milagre de Deus Minha filha. Eu e o Gregório éramos loucos para termos um filho. Mas agente nunca poderia ter um, pois eu tenho um problema que não me deixa engravidar. Aí todas as noites antes de dormir agente orava pedindo Deus um filho... E um belo dia você veio.
- E por que vocês se mudaram de Belo Horizonte?
- Porque ninguém acreditava na gente. Todos pensavam que eu e o seu pai tínhamos te raptado. Eles nem conversavam com agente direito. Pra você ter uma idéia eles até tiravam os seus filhos de perto da gente. Vendo isso a única solução que nus restou foi sair de Belo Horizonte, porque agente não queria que você crescesse num ambiente onde todos pensassem que seus pais adotivos tivessem te raptado.
- E por que a senhora nunca gostou de falar nesse assunto? A senhora sempre deixou claro que eu era adotada mais nunca me contou como eu tinha sido abandonada, por quê?
- Porque eu tinha medo de te perder minha filha! Eu pensava que se você soubesse que tinha sido abandonada na minha porta, você tentaria descobrir quem era a sua mãe biológica. Eu estava comedo de te perder. Eu e o seu pai custamos a realizar o nosso sonho, agente em momento algo queria te perder.
- E quem é a minha mãe biológica? A senhora a conheceu?
- Não. Foi como eu disse, eu e nem ninguém da Vila onde agente morava descobrimos como você foi parar ali na minha porta. E também eu e o Gregório, nem fizemos tanta questão de descobrir quem era a sua mãe biológica, porque a gente ficou com medo dela tentar pegar você de volta.
- Meu Deus! Então eu fui mesmo rejeitada! – Disse Maria Clara, como se o mundo pra ela acabasse naquele momento.
- Minha filha, eu acredito que nada acontece por acaso. Se a sua mãe biológica não te quis, tem outras pessoas que te querem. Eu por exemplo, eu tenho você como uma filha de sangue. Eu só lamento de ser tão velha e não dar conta de cuidar de você.
Agora tudo se encaixava como um jogo de quebra-cabeça. Maria Clara estava mais confusa do que no início da conversa. Era como se ela caísse no chão e não conseguisse levantar por mais que ela tentasse. Dolores, também entendia porque a filha estava agindo nervosa daquele jeito. Qualquer adolescente na idade dela agiria da mesma forma ou até pior.
- Então minha filha, o que você vai fazer agora? Vai atrás da sua mãe biológica? – Perguntou Dolores comedo da resposta que Maria Clara ia dar.
Maria Clara olhou fixamente para Dolores. Após alguns segundos, ela se levantou e ficou de frente pra mãe.
- A senhora acha mesmo que depois de tudo, eu vou ter coragem de procurar uma pessoa que me abandonou? Ainda mais na forma como tudo aconteceu? A minha mãe biológica me abandonou numa tempestade! Eu poderia morrer!Uma pessoa dessas não merece nem a minha compaixão.
Dolores, não sabia se estava agindo certo, mais ficou feliz de ouvir a filha dizer tudo aquilo. A emoção tomou conta ainda mais dela, quando Maria Clara, chegou mais próximo a ela.
- Além do mais, pra que eu vou caçar uma outra mãe, se eu tenho você aqui do meu lado, mamãe? E você, eu tenho certeza que me ama de verdade! E mãe, não é a que faz. Mãe é a que cria, que cuida, que protege... E a senhora faz tudo isso e muito mais!
- Então você não queria reencontrar a sua mãe adotiva?
- Mais é claro que não. O que eu queria era descobrir por que eu tinha sido abandonada. Eu precisava saber o que levou a minha mãe biológica a me abandonar. Mais agora eu já sei. Ela fez isso porque não gostava de mim. Uma mãe que faz uma coisa dessas com o filho é porque ela não o- ama. Por isso mamãe, nunca tenha medo de me perder, porque eu nunca vou te abandonar. Sabe por quê? Porque eu te amo mamãe! Eu te amo! E sempre vou amar!
A emoção tomou conta das duas. Elas se abraçaram fortemente. Um abraço de mãe e filha. Aos poucos, o medo que Dolores, sentira ia embora. E Maria Clara pela primeira vez na sua vida sentia o verdadeiro amor de mãe!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.