Confissão



. . . - Ele quer você. – Falou Rony pela primeira vez desde que Hermione havia entrado na sala. – Ele quer a chance de te conhecer antes de nos ajudar.

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- Eu? – Hermione indagou confusa. – Eu não entendo! O que esse prisioneiro quer comigo?

Apesar de ela olhar fixamente para Rony, foi Harry quem respondeu a pergunta. – Nós não temos idéia do por que ele quer te conhecer... Mas sabemos que ele tem informações importantes...

Hermione mordeu o lábio inferior, um costume dela quando ela avaliava uma situação difícil, um costume que fazia com que Rony a achasse ainda mais atraente que o normal. Ele desviou o olhar da garota para um casaco de Harry pendurado na parede do escritório. Hermione pensava na situação.
Por que um bruxo das trevas iria querer conhecê-la?

- Se você quiser algum tempo para pensar se aceita os termos dele Mione... – Harry disse.

Mas antes que Hermione pudesse formular qualquer resposta Rony já vinha atropelando com palavras.

- Eu já disse que ela não vai considerar nada Harry! – o Ruivo falava num tom de raiva. – A resposta da Mione é não!

- O que é isso? – Hermione olhou confusa – Desde quando você toma minhas decisões?

As orelhas do ruivo ficaram instantaneamente vermelhas. – Você não entende! – Ele se aproximou da garota – Eu não quero você envolvida nisso! Se você aceitar os termos dele, significa que você vai estar lá e também vai receber informação sigilosa que só deveria pertencer ao departamento de Aurores e ao departamento de Mistérios! – Ele olhou fundo nos olhos de Hermione. – Se você aceitar... Você vai estar envolvida nesse caso até o pescoço... E eu não quero você correndo nenhum risco. Pelas leis mágicas, eu não posso alterar a memória de um funcionário do Ministério que contenha alguma informação sobre assuntos pendentes Ministeriais... Você vai ser obrigada a participar disso, e se colocar em risco.

 Hermione não conseguia acreditar no que escutava. Ronald Weasley estava tentando protege-la, tentando evitar que ela corresse qualquer risco, mesmo depois dela ter afastado o ruivo algumas horas antes no escritório.
O escritório. Ela imediatamente se lembrou do beijo, e da fúria de Rony ao ser afastado, por achar que ele estava apenas sendo usado. Lembrou-se da preocupação que Rony sentia antes de se beijarem.

- Rony... É uma chance de acabar com toda essa situação dos Weasleys... – Ela encarou os olhos azuis cobalto e em seguida olhou para os olhos verdes de Harry que assistia a tudo apreensivo. – Eu aceito. Eu não me importo de ficar envolvida nesse caso. – Ela falou decidida.

- Hermione não... – Rony tentou protestar, mas a garota o fez se calar com um aceno da mão.

- É a sua família Ronald... Temos que fazer tudo para protegê-la. – Ela suspirou fundo. – Essa família já teve perdas demais durante a guerra.

Rony espantou-se ao escutar as próprias palavras saindo da boca de Hermione, e quando ele viu o brilho decidido no olhar da garota ele não pode fazer nada a não ser encarar os próprios pés e murmurar um fraco “que seja”.

- Não há motivo para se preocupar... – Harry disse. – Vamos estar com Mione o tempo todo, não há nada que esse prisioneiro possa fazer... Além disso, se as informações dele forem boas, vamos saber o que esses bruxos das trevas estão planejando, e podemos por um fim nisso tudo... A Mione não vai correr riscos.

O ruivo ainda encarava os pés, evitando o olhar dos dois amigos. – Você tem certeza sobre isso Hermione? – Ele falou num tom estranhamente frio.

- Tenho... Qualquer coisa para ajudar vocês a resolverem logo esse problema. – Ela falou novamente decidida, tentando camuflar a tristeza que sentiu pelo tom de Rony.

- Marque um encontro com esse prisioneiro amanhã Harry... Estamos cansados... – Ele foi à direção da mesa de onde recolheu um casaco. – Precisamos dormir. – Ele saiu do escritório sem lançar nenhum olhar para os amigos. Hermione ficou estática por alguns instantes encarando a porta por onde Rony havia acabado de sair. Ela sentiu o toque gentil de Harry no ombro dela.

- Ele só está preocupado... Por isso está agindo assim... – O rapaz falou.

- É... – Ela disse fracamente, tentando afastar a imagem do beijo da mente novamente.

- Você deveria descansar Mione. – Harry disse. – Amanhã você vai ter um dia movimentado.

- Você também... – Ela virou-se sorrindo para Harry. – Tenho certeza de que você está louco pra encontrar com a Gina. Harry virou-se tão depressa para encarar a amiga que Hermione pode jurar que ouviu o pescoço dele estalando.

- Sim, estou... – Ele falou com um sorriso nervoso.

- Harry relaxa! – Hermione alargou o sorriso – A Gina já me contou tudo!

O rapaz respirou aliviado, passando a mão pelos cabelos negros, bagunçando-os ainda mais. Ele sorriu e soltou uma risada que contagiou aos poucos Hermione. Já era assim há algum tempo, desde que Rony havia partido: A única coisa que mantinha ela feliz era a alegria dos amigos.

- Então... – A garota falou. – Como você está reagindo a noticia?

- Humm... – O sorriso se Harry foi se desmanchando. – Eu estou mais feliz do que nunca... E confuso também.

- Confuso?

- É... Quero dizer... É algo totalmente novo pra mim Mione... Você acha que eu vou ser um bom pai? – As últimas palavras saíram mais baixo do que ele esperava.

- Harry... – Ela depositou gentilmente as mãos no rosto do amigo – É claro que vai!

Os dois sorriram felizes por alguns instantes, depois Harry retirou a mão de Mione do próprio rosto e a segurou com carinho. Ele a encarou fundo nos olhos. – E quanto a você e o Rony? Eu vi a maneira como ele entrou no escritório... O que aconteceu entre vocês dois mais cedo?

- Nada Harry. – A menção ao nome do ruivo fez com que o sorriso de Hermione desaparecesse instantaneamente.

- Mione... – Harry foi falando inseguro. – Você não acha que isso já passou dos limites? Quero dizer... Quando o Rony estava longe, você se sentia sozinha... E eu notei sim! – Ele acrescentou quando ela desviou o olhar. – Mas agora que ele está aqui... Por que continua afastando ele? Quanto mais dessa tortura você ainda vai agüentar?

- Harry... Eu não posso contar... Eu sei que você não compreende... Mas é para o bem dele. – Ela falou completamente decidida.

- Hermione pensa bem... O Rony não vai esperar para sempre! O que você vai fazer se um dia ele desistir de você e começar a se interessar por outra?

Instantaneamente Mione formou uma imagem lívida de Rony beijando-se com outra garota. Uma garota sem rosto, mas que por algum motivo, na mente de Hermione era irritantemente semelhante a Lilá Brown. Ela afastou o pensamento tentando manter o raciocínio. Mas a única coisa que conseguiu foi manter uma outra imagem na cabeça: Rony ferido e sofrendo. – Então será melhor para ele Harry... Ele estará a salvo.

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Rony olhou para a lareira do Chalé das Conchas no momento em que Harry se materializou nas chamas verdes, assim que saiu de dentro da lareira Hermione apareceu, ele imediatamente desviou o olhar da garota. Sentia-se estranho, confuso e irritado. Ela o havia abandonado, e mesmo assim durante todos os anos em que esteve distante ele nunca pode deixar de amá-la.
Ele não podia negar que havia criado certa expectativa, que por vezes havia imaginado como seria reencontrar Mione, sentir mais uma vez o cheiro dela, o gosto dela, ouvir novamente a voz dela dizendo que o amava. Mas o reencontro não foi como ele esperava. Ela o afastou, um sinal que ele acreditava só confirmava algo que ele sempre temeu: Ela nunca o amou.
No final talvez tenha sido sempre uma expectativa tola, como alguém como Hermione Granger poderia amar um pobre Ronald Weasley? Rony estava tão concentrado nos pensamentos que se assustou com o toque gentil no ombro dele.

- O jantar está pronto querido... – Falou a senhora Weasley carinhosamente para o filho, que lançou um sorriso fraco e se dirigiu a cozinha. Os Weasleys estavam todos dispostos pela longa mesa de jantar do Chalé das Conchas, nunca antes essa casa (que era relativamente pequena) esteve tão cheia de gente.

Rony viu Harry e Gina se reunindo na cozinha, eles trocaram um beijo gentil e sentaram-se lado a lado na cozinha; Ele notou que ele segurava a mão da irmã. Já estava acostumado a ver o amigo e a irmã juntos, mas ele claramente pode ver que havia algo diferente nos dois. Ele os conhecia muito bem para não notar uma mudança. Todos os Weasleys ainda discutiam o ataque a Toca, e a segurança da família. Hermione tentava acalmar a todos.

- Todos os documentos já foram preenchidos... – A garota falava. – Amanhã pela manhã a casa de todos já estará sobre total proteção do ministério...

- Então só vamos precisar passar essa noite aqui no Chalé das Conchas? – Perguntou Percy enquanto empurrava uma colherada de comida na boca da filha menor, Lucy.

- Ainda bem! – Falou Fleur aliviada. – Non que nós non gostemos da família reunide aqui em casa... Mas bem, você compreende que non temos muito espaço aqui... – Ela carregava Victorie no colo enquanto passava apressada entre todos na casa, servindo a comida.

- Se isso ajudar... – Foi dizendo Gina. – O Largo Grimauld já tem todo tipo de proteção mágica... Já que o Harry trabalha a tanto tempo na sessão de Aurores, é obrigatório para ele ter uma casa protegida... Temos espaço... Alguns de vocês podem dormir lá...

- Isso serria Maginfique! – Fleur suspirou calma – Assim todos continuariam confortáveis!

- Então fica decidido... – Falou a senhora Weasley. – Eu e Arthur vamos para o Largo Grimauld com Percy e Awdrey... Jorge, Angelina e Rony ficam aqui no Chalé das Conchas... Fleur e Gina já concordavam euforicamente com a afirmação da matriarca quando foram cortadas por uma voz fraca. A voz de Rony.

- Não vou precisar de um lugar aqui Fleur... – Ele falou encarando a cunhada.

- Como non? Você é meu convidado aqui essa noite!

- Eu vou passar a noite n’A Toca... Preciso buscar umas coisas minhas lá... E já que eu sou auror, facilita muito fazer meu relatório se eu estiver no lugar do ataque...

Fleur pareceu ligeiramente desapontada que Rony estivesse se recusando a aceitar a hospitalidade da casa, mas apenas acenou concordando. O resto do jantar se estendeu normalmente, já mais aliviados com a noticia de que iriam receber proteção no ministério, os Weasleys voltaram a conversar sobre assuntos normais e deixaram um pouco de lado o ataque A Toca. Hermione não pode deixar de notar a maneira com que Gina contemplava o marido. Harry estava a poucos metros de distancia alegrando as crianças conjurando bolhas multicoloridas da ponta da varinha.
Hermione tentou esconder um sorriso. Sabia que nesse exato momento a amiga estava imaginando como seria o Harry como pai. Lembrou-se imediatamente da época de Hogwarts, quando Gina ainda pedia a ela conselhos sobre Harry... Quem diria que um dia eles estariam juntos... Uma família.
Quase que sem querer a mente dela formou uma outra cena. Ela intuitivamente imaginou Rony brincando com um garotinho ruivo. Ela sentiu um aperto forte no coração... Ela sabia que se um dia Rony tivesse filhos e uma família ela jamais poderia ser parte dela. Ela arriscou olhar para o ruivo justamente quando ele se levantou da mesa.

- Eu vou até A Toca agora... Boa noite para todos. – Rony seguiu apressado e antes que alguém pudesse dizer algo ele já havia saído da casa e desaparatado. Por alguns segundos os Weasleys ficaram calados, tentando compreender o porquê da reação do ruivo, o porquê da repentina saída. Depois apenas voltaram a conversar.

Hermione foi a única a notar que o prato de Rony permaneceu intocado. Ele não havia comido nada, e conhecendo Rony sabia que isso era algo serio.

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Rony se materializou no grande jardim d’A Toca. Ele olhou em todas as direções antes de entrar, tropeçando nas panelas que ainda estavam caídas por toda parte na cozinha. Ele seguiu cansado em direção a escada, mas não foi diretamente para o quarto, primeiro ele foi até o banheiro, despiu-se de qualquer maneira e entrou em baixo de uma chuveirada de água morna. Ele encostou contra a parede do chuveiro olhando para baixo, apenas observando as gostas caindo. Isso acendeu uma lembrança que ele achou que já estava perdida há muito tempo.

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Rony abriu lentamente os olhos, irritados com a claridade do lugar. Era um quarto de tom pastel, estava numa cama grande de lençóis brancos, ao lado da cama um armário de madeira estava cheio de frascos com variadas poções. Sentada numa cadeira com a cabeça sobre a cama ele imediatamente reconheceu os cabelos selvagens de Hermione.

- Onde eu estou? – Ele falou fraco, e imediatamente sentiu uma dor forte no peito. A cabeça de Hermione se ergueu velozmente, os olhos estavam inchados e vermelhos, o que deveria ser um sinal de que estivera chorando.

- Você está acordado! – Ela disse com a voz estranhamente esganiçada.

- É claro que eu estou acordado! – Novamente ele sentiu a dor no peito. – Agora onde raios nós estamos Mione? Ela se atirou sobre Rony num abraço de quebrar costelas. Ele sentiu a dor forte no peito novamente e a afastou.
- Não que eu não goste quando você me abraça assim... Mas eu estou meio dolorido... – Ruivo falou em tom de brincadeira, que fez com que Hermione se afastasse imediatamente.

- Desculpe... – Ela falou sem jeito, enquanto percorria o corpo de Rony com os olhos, tentando verificar se não havia machucado o namorado com o abraço.

- Agora será que dá pra me dizer onde raios nós estamos... E se tem alguma coisa pra comer aqui... Eu estou faminto!

- Você está no St. Mungus... - Hermione disse sorrindo. – Você não se lembra de nada?

- Eu me lembro que nós dois estávamos fazendo uma batida na cada de um comerciante de venenos... – Ele franziu o cenho tentando pensar. – Ele estava nervoso... Ele tentou atacar você... – Os olhos dele se arregalaram como se ele tivesse feito uma grande descoberta – Você está bem? Machucou-se?

- Rony eu estou ótima! – Ela falou para acalmar o ruivo – Você se atirou sobre o veneno que ele lançou em mim... Eu o estuporei e aparatei com você aqui pro St. Mungus... Você está desacordado há dois dias Rony...

Ele levou a mão ao peito e entendeu imediatamente por que doía tanto... Fora ali que o frasco com veneno o havia atingido. Ele foi se lembrando rapidamente de tudo. – Dois dias... Cadê o resto da família?

- Os Weasleys viraram a noite aqui esperando para saber se você se recuperava... Depois os curandeiros acharam que seria melhor que eles descansassem em casa.

- E por que você ficou aqui? – Ele perguntou.

- Eu ameacei amaldiçoar qualquer curandeiro que tentasse me afastar de você. – Ela falou num tom maroto.

- Ainda bem... – Rony disse puxando ela pela cintura e dando um beijo estalado na garota.

- Rony eu estou tão feliz... Eu estava tão preocupada. – Ela abraçou o ruivo mais cuidadosamente – Eu não acredito que você se jogou entre mim e o veneno!

- Mione... – Ele sorriu encabulado – Se algum dia eu precisar morrer para te salvar... Saiba que eu vou morrer feliz por isso!

A garota ficou instantaneamente pálida. Foi como um choque, como se ela tivesse acabado de perceber algo muito sério. Ela colocou as duas mãos no rosto de Rony e disse o mais seriamente possível. - Prometa que você nunca mais vai colocar sua vida em risco por minha causa. – Hermione disse encarando profundamente os olhos azuis de Rony.

- Mione o que você...

- Prometa Rony! – Ela falou desesperadamente.

- Certo! – Rony falou abaixando as mãos dela e acalmando a garota. – Mas por que isso agora?

- Eu tenho que ir Rony... – Ela se levantou depressa. – Tenho que avisar para sua família que você está bem.

- Mione... – Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa ela já havia se levantado e saído do quarto do St. Mungus, deixando Rony totalmente sozinho e confuso.

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Rony bateu com força na parede do banheiro.
Por que depois de tudo os pensamentos dele continuavam voltando para Hermione? Para ele já estava claro: Ela não o amava, e ele não deveria mais alimentar falsas esperanças. Desligando o chuveiro ele vestiu-se com o pijama limpo, observando a cicatriz recente no braço. O corpo inteiro dolorido devido ao dia turbulento. Estava a caminho do quarto quando escutou o barulho no andar a baixo.

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Harry havia acabado de entrar no próprio quarto do Largo Grimauld, ele fechou a porta atrás de si e encarou a linda ruiva que estava deitada de lado sorridente na cama. Ela já usava a longa camisola de seda.

- Seus pais já estão dormindo... – Ele falou cansado.

- Que bom... – Ela disse enquanto ele ia se aproximando, folgando a gravata e deitando-se ao lado dela.

- Esse jantar com os Weasleys me fez pensar... – Ele encarou a esposa, e repousou uma das mãos dele sobre o ventre da ruiva. – Quando nós vamos contar a todos a novidade?

Gina mordeu o lábio inferior – Acho que seria melhor esperar até essa crise passar... Mas esse é o menor dos problemas...

- E quais os outros? – Ele perguntou beijando a barriga da esposa.

- O quarto do bebê, o nome, as roupinhas... – enquanto falava ela afagava os cabelos rebeldes do marido.

- Vamos ter que esperar alguns meses para nos preocuparmos com isso... Ainda nem sabemos se vai ser um menino ou uma menina! – Ele beijou novamente a barriga da esposa.

- É tão bom saber que você está gostando dessa novidade...

- Estou mais feliz do que nunca!

- Mas não parece... – Ela notou o quão abatido Harry parecia. – O que houve?

- Não é nada... É que... Não sei... É toda essa situação do Rony e da Mione... – Harry disse olhando fundo nos olhos castanhos da esposa.

- Eu sei! – Gina disse compreendendo tudo. – Dá pra ver o quanto eles estão infelizes!

- E dá pra ver que eles querem ficar juntos...

- Mas Mione está irredutível com relação ao Rony... – Ela voltou a afagar os cabelos negros de Harry. – Ela não quer voltar para ele.

Harry lembrou-se de algo que ele escutara mais cedo, mas diante de tantos acontecimentos havia esquecido completamente. – Mione disse que quer salvar o Rony dela mesma...

- Disse? – Gina perguntou parando de afagar os cabelos do marido, fato que Harry percebeu e apenas confirmou sua suspeita.

- Disse... E você sabe o que ela quer dizer com isso.

- Sei. – A ruiva confirmou.

- Mas mesmo assim não vai me contar. – Harry disse ainda deitado com a cabeça próxima a barriga da esposa, que voltou lentamente a afagar os cabelos do marido. Não era uma pergunta era uma afirmação. Conhecia muito bem a ruiva e sabia que Gina jamais contaria um segredo de Hermione para ele.

- Não... Eu não vou te contar meu amor. – Ela mudou de posição, e fez com que Harry sentasse de frente para ela. – Ela tem um motivo para não contar nem para você e nem pro Rony... E de certa forma eu concordo com ela. Eu não gosto de ver nenhum dos dois tristes... Mas eu entendo o porquê dela querer se afastar, e o porquê dela não querer te contar.

Harry suspirou fundo. Tocou gentilmente o rosto da esposa. – Às vezes eu acho injusto, Gina... Eu e você juntos e felizes... Enquanto eles estão nessa situação.

- Eu sei... Mas não vamos pensar nisso... – Ela beijou Harry. – Amanhã você tem um dia cheio... É melhor dormir.

- Na verdade eu tinha outro plano em mente. – Ele beijou a ruiva no pescoço, Gina sentiu um calafrio percorrendo todo o corpo dela.

- Harry! – Ela afastou o moreno rindo. – Meus pais estão dormindo na casa hoje! Você sabe o que isso significa? - Sei... – Ele deu mais um beijinho contrariado nos lábios dela antes de se afastar respirando pesadamente. – Vamos ter que nos comportar essa noite.

- Claro que não! – Ela se esticou e pegou a varinha no criado mudo ao lado da cama, apontou a varinha para a porta e murmurou – Abaffiato. – Abriu um largo sorriso maroto para Harry – Significa que teremos de ser discretos! – Ela o puxou para um beijo apaixonado ao qual Harry foi deitando-se por cima dela.

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Lentamente Rony foi se aproximando da porta da cozinha, onde ele via a luz acesa. Um barulho de panelas batendo não deixou duvidas, havia um intruso na casa. A varinha em punho pronta para nocautear o invasor, ele entrou na cozinha esperando pelo pior e se surpreendeu com o que viu.

- Mione? – Ele perguntou confuso ainda com a varinha apontada para a garota, que havia recuado assustada com a entrada repentina do ruivo.

- Rony! Você me assustou! – Ela estava com a respiração descompassada.

- O que você está fazendo aqui? – Rony perguntava enquanto abaixava a varinha.

- Você saiu do chalé das conchas sem comer nada... – Ela apontou para o forno da casa, onde varias panelas assavam. – Eu vim aqui preparar uma comida, achei que você estaria com fome...

- Desde quando você cozinha? – Ele perguntou desconfiado.

- Faz quatro anos que eu moro sozinha Rony! Você por acaso acha que eu peço pizza toda noite? Eu aprendi a cozinhar uma ou duas coisinhas...

- O que é uma pizza? – Perguntou Rony sem entender.

- Senta ai enquanto eu preparo alguma coisa pra você... – Ela falou com um sorriso bobo no rosto.

- Você não deveria estar aqui Mione. – Ele falou enquanto sentava.

- Eu quis estar aqui... Eu e você precisamos conversar. – Ela disse decidida.

- Acho que não. Pra mim já está tudo bastante claro... Especialmente depois de hoje. – Ele disse com o tom frio que Hermione tanto detestava.

- Não está claro. – Ela fez um aceno da varinha, o forno se apagou e uma grossa sopa voou até uma tigela aterrissando levemente diante do lugar onde Rony estava sentado.

- Eu não estou com fome. – Falou o ruivo evitando olhar a tigela, e tentando ignorar o maravilhoso cheiro que invadia as narinas dele.

- Claro que está Ronald! Agora coma enquanto eu falo. – Ela sentou-se de frente a ele na mesa, ela lançou um olhar tão penetrante no ruivo que ele não pode discordar, começou a tomar a sopa.

- Mione! Eu não estava convencido de que você sabia o que estava fazendo... Mas isso está ótimo! – Rony falava de maneira gutural entre uma colherada e outra.

- Rony eu te amo. – Hermione disse simplesmente, fazendo com que Rony tossisse e engasgasse. – Eu estive conversando com a Gina e com o Harry... E eles têm tentado me alertar... Eu estive pensando e cheguei à conclusão de que eu não posso viver sem você Rony.

Rony estava estático. A colher escorrendo sopa estava parada no ar a meio caminho da boca. O ruivo simplesmente não conseguia acreditar que sem motivo aparente, Hermione havia dito aquelas palavras. Quando tentou falar as palavras saíram mais fracas do que ele pretendia.

- Mione eu... Eu queria poder acreditar em você... Mas parece que sempre que eu me aproximo de você eu me machuco.

Ela empalideceu imediatamente com a frase. - Eu tinha medo Rony! – Hermione tinha um tom desesperado na voz. – Eu sempre tive... Nos seus jogos de Quadribol na época de Hogwarts, quando Sirius mordeu sua perna no terceiro ano, quando você foi envenenado no sexto ano, durante toda a guerra... Todas as vezes que você se feria ou corria algum risco... Eu me feria e corria o risco com você! – Ela se levantou e deu a volta na mesa para ficar mais perto de Rony, que apenas observava atentamente. – Quando você se tornou Auror eu senti tanto medo de que você acabasse se machucando ou corresse algum risco de vida... Que eu preferi te afastar a sofrer todos os dias imaginando se você estava em risco ou não!

- Você tem idéia do quão egoísta foi isso que você disse? – Ele disso no tom frio.

- Rony me perdoa... – Hermione agora chorava livremente

- E eu Hermione? Todo esse tempo longe, sofrendo, tudo por que você foi egoísta e achou que os seus medos eram mais importantes que o amor que eu sentia por você! – Rony estava novamente confuso e cheio de raiva.

Foi então que Hermione fez a ultima coisa que Rony podia esperar: Ela se ajoelhou diante dele.

- Eu te amo Rony! – Ela disse desesperada, com lagrimas já encharcando o rosto inteiro. – E eu preciso de você... Preciso do seu perdão! – O rosto dela se contorceu, e as feições ficaram repentinamente decididas. – Eu não vou desistir de você! Não importa o que aconteça!

O ruivo encarou Hermione por alguns segundos, considerando... Ele não conseguiria odiar aquela garota nem mesmo se tentasse. E agora ali estava ela de joelhos diante dele.

- Eu faço qualquer coisa para você me perdoar Rony... – Ela disse abaixando o rosto e deixando o choro cair tristemente. Rony esticou-se e ergueu o rosto dela gentilmente com as mãos, depois se curvou e plantou um beijo nos lábios de Hermione, que ficou espantada por um instante, antes de se entregar totalmente a sensação. Ele interrompeu o beijo e olhou fundo nos olhos dela.

- Tudo que eu quero de você é que nunca mais me afaste...

Ela sorriu e puxou Rony para mais um beijo, um beijo mais apaixonado. Ele foi descendo da cadeira onde estava, e antes que os dois percebessem estavam deitados no chão da cozinha d’A Toca. O beijo ficou mais intenso e involuntariamente, como se fosse a coisa mais natural possível, Hermione fez com que Rony rolasse para cima dela, e o enlaçou com as pernas...

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Comentários (1)

  • Sheilinha Araujo

    Então este capitulo me deixou confusa... o que afastou a Hermione foi o medo de que Ron se machucasse por si só???Muito egoista da parte dela, e a Ginny concorcando com isso? Eu acho que vc tem alguns coelhos na manga, pq pra mim tem mais coisa ai. =)Estou amando, pretendo comentar cada capitulo, mas quando não houver comentarios é ó o meu fogo pra ler mais rapido!     

    2013-06-02
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