Bem-Vindo



A pequenina menina com cachinhos ruivos estava sentada desenhando com giz de cera no tapete da sala de frente para a lareira que crepitava alegremente.

Naquele dia e menininha estava um pouco irritada, pois James havia jogado um de seus gizes na lareira e o chato do Albus não parava de rabiscar o desenho que ela tentava concluir.

Ela tinha se irritado especialmente com os adultos que não haviam reparado naquelas injustiças! E o pior era que a casa estava cheia aquele dia: vovô, vovó, papai, mamãe, titio e titia!

- Gina, pelo amor de Deus! Não pode ir cuidar das crianças? Não precisamos que você comece a parir agora também! – Molly havia ralhado – Além disso, sua gravidez realmente está no estado final, querida, você não pode se esforçar muito.

- Mas eu posso ajudar! – replicou Gina, como sempre teimosa – Mamãe, sei que a pequena Lily não virá hoje e eu estou me sentindo...

O que exatamente Gina estava sentindo não se soube, pois naquele momento Hermione havia dado um berro de arrepiar a espinha e novamente Molly pareceu estressada e se virou para os dois homens que seguravam, cada um, uma mão de Hermione, que estava em sua cama de casal e parecia triturar os dedos dos dois.

- Harry, por favor querido, posso te pedir pra levar a Gina daqui?

- Claro, - disse Harry se levantando ao mesmo tempo que Hermione dava outro berro.

- Rony, querido, melhor você sair também. – disse Molly.

- Não! Nem pensar! – reclamou o rapaz – É o meu filho que está vindo para o mundo, caso a senhora não tenha perceb...

- RONY! – berrou Hermione, triturando-lhe os dedos quando outra contração a causou uma terrível dor. – Desculpe, amor, mas é melhor você sair um pouquinho... – disse Hermione arfando.

Rony pareceu extremamente surpreso, mas um tanto aliviado. Levantou-se, beijou a testa de Hermione e se afastou.

Na sala, encontrou seu sobrinho Albus berrando de choro pelo beliscão que sua filha havia lhe dado na cocha que, inclusive tinha avermelhado. Harry estava andando de um lado para o outro com seu filhinho de dois anos no colo, tentando acalmá-lo enquanto Arthur, sentado ao sofá com Rose no colo, tentava lhe explicar que o que ela havia feito era errado. A menina, provavelmente achando que o avô estava sendo injusto na bronca, estava prestes a cair no choro.

Rony entrou na sala e imediatamente Gina saltou da poltrona, se aproximou dele e lhe segurou as mãos.

- Como você está? – e, vendo que ele não respondeu: - Hermione vai fica bem, ela é durona! Vem sentar um pouco.

- Nem pensar! – disse Rony andando de um lado para o outro. – Aquele curandeiro disse que essa gravidez estava um pouco sensível. – disse ele alto para abafar os berros de Albus.

- Rony, tenho certeza que seu filho também é durão. – disse Harry do outro lado da sala, embora ele também aparentasse muita preocupação no rosto. Gina abraçou Rony. Ou pelo menos tentou abraçá-lo com a gigantesca barriga entre eles.

Foi a gota d’água para James, que pelo jeito estava se sentindo muito sozinho e também começou a chorar.

- Ah Meu Deus! – exclamou o Sr. Weasley se abaixando para pegar o outro neto que soluçou em seu colo.

A sala agora era uma berraria só! E Rony estava ficando muito ansioso enquanto seus sobrinhos competiam para ver quem berrava mais alto e... de repente todos olham para Rose no meio do carpete engasgando e tossindo, com as mãos e a boca cheia de giz de cera. Em desespero, Rony correu para a filha e a sacudiu de cabeça para baixo com a intenção de fazê-la cuspir o que estava fazendo-a engasgar.

- Anapneo! – berrou Harry apontando a varinha para a sobrinha que imediatamente cuspiu um pedaço de giz e instantaneamente caiu no choro também, pra rivalizar com seus primos, berrava com todas as suas forças. Mas os meninos, chocados com o choro sufocante de Rose, pararam abruptamente para assisti-la encarrapitada no braço de Rony, que a embalava agora.

Aos poucos, Albus pegou no sono no colo do pai, que o depositou no berço móvel a um canto. James já parara de chorar e agora brincava com os cordões dos óculos de seu avô. Gina andava um pouco e se sentava, enquanto Harry andava para cima e para baixo soltando palavras que evidentemente esperava que consolassem Rony, que também andava de lá para cá com Rose no colo.

De vez enquanto escutavam berros horripilantes de Hermione. De repente Rose, que parara de chorar há alguns momentos, olhou para o pai e perguntou:

- É o Hugo que está chegando, né papai?

- Isso mesmo, minha querida.

- Ele é menino como o Al, papai?

- É – Rony riu – menino como seus primos.

- Eu quero uma menina! - reclamou Rose.

- Já conversamos sobre isso, Rosie. – disse Rony muito pacientemente – tia Gina vai ter uma filhinha logo, logo. Ela será sua priminha, como Victoire.

- Victoire é muito velha! – reclamou Rose e todos na sala riram. – Papai – perguntou Rose – mesmo Rose não gostar da vassoura que papai deu, papai não vai dar a vassoura pro Hugo, né papai?

- E se o Hugo gostar de voar, Rose, você não vai emprestar sua vassoura pra ele?

-Não! – ela pausou – Bom... talvez... eu ainda vai ser sua Rosie, papai? Mesmo que Hugo gostar da vassoura?

- Mas é claro, meu amor. – disse Rony, abraçando a filha enciumada e querendo demonstrar como ela era amada.

As horas passaram... as crianças adormeceram e, finalmente, uma Molly suada desceu as escadas para anunciar a um Rony extremamente pálido, que seu filho havia nascido.

Rony correu escada à cima e Hermione ficou extremamente radiante ao vê-lo se aproximar dela e do bebê que mamava em seu peito.

- Ele é a sua cara, Rony. – disse Hermione, apontando para os cabelos ruivos ralinhos do menino que mamava.

- Não... ele é parecido com você! – disse Rony, apontando os olhos abertos de um aguado castanho-mel do recém-nascido. E beijou sua mulher cansada nos lábios.

Alguém tocou a porta aberta e já foi entrando... Harry, seguido de perto por Gina, que segurava uma enorme máquina fotográfica bruxa que registrou vários momentos.

Mais tarde, no dia que amanheceu, Rony entrou novamente no quarto, desta vez com Rose nos braços e encontrou Hermione amamentando Hugo novamente.

- Mamãe! – exclamou Rose, enquanto o pai a inclinava para Hermione poder beijar a filha.

- E esse é o Hugo, seu irmãozinho – disse Rony. Rose olhou desconfiada para o bebê, mas supôs que era inofensivo, pois sua expressão se alterou para demonstrar carinho e ternura.

- Ele é muito delicado ainda. – disse a mãe – Mas se você quiser, pode dar um beijinho na bochecha dele.

- Eu quero! Eu quero!

Rony, então, inclinou sua filha sobre seu filhinho e Rose o beijou.

Hermione sorriu para Rony, e ele a sorriu de volta... ambos sentindo-se felizes e plenos.

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