O Pedido



Tinha sido um dia cansativo no Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas e na Suprema Corte dos Bruxos aquela sexta-feira, mas mesmo assim Hermione havia se arrumado com especial cuidado aquela noite... resolvera definir os cachos do cabelo, passar o perfume que seu namorado mais gostava e vestir um vestido lilás azulado.

- Humm... hoje o dia vai ser especial – comentou a Sra Granger com um largo sorriso.

- Você está linda querida. – disse o Sr Granger – O que será que ele vai te falar hoje?

- Ora papai, por quê diz isso? Tem que ter um motivo para meu namorado me chamar para jantar?

- Não, meu bem... não quis dizer isso. Mas eu não esqueço que hoje faz quatro anos que vocês começaram a namorar... você só fala dessa data.

- Não é verdade – Hermione protestou – Eu falo dos meus amigos, do meu trabalho, dos elfos, dos meus sonhos...

- E do Rony, do Rony, do Rony e do Rony – teimou o Sr Granger.

- Ah, papai... não fica enciumado – disse Hermione se aproximando e beijando o pai – eu amo muito você.

- É que eu estou tão orgulhoso da moça linda e digna que você se tornou. – disse o pai com os olhos marejados.

A campainha tocou e Hermione abriu a porta... e deixou o queixo cair.

Pairando levemente há meio metro do chão estava Ronald Weasley de camiseta a calça social em cima de um tapete indiano voador grande o suficiente para duas pessoas.

- Rony! – ela exclamou – Tapetes voadores são proibidos na Grã-Bretanha como Objetos Enfeitiçáveis Proscritos! – ela disse a pesar do grande sorriso.

Rony deu um sorriso ainda maior do que a sua namorada e, estendendo a mão para ela, disse:

- Hermione, você tem medo de vassouras e já comentou comigo como seria romântico um passeio num tapete voador...

- Sim Rony, mas era brin...

- E a minha mulher – disse ele alteando a voz e fazendo Hermione escancarar seu sorriso ainda mais – merece tudo do melhor. Seus desejos estão à cima da Lei.

Houve uma pausa e Hermione exclamou, meio exasperada e meio risonha, “Rony...!”.

- Você confia em mim? – ele perguntou, oferecendo a mão mais insistentemente. Hermione a segurou e Rony a ajudou a subir e, no momento seguinte o tapete voou em disparada para o céu. E, inspirada, Hermione cantou uma canção antiga, talvez que tivesse escutado em uma história... e Rony respondeu encarando-a apaixonado e ela mal tirava os olhos do rosto dele, desviando só para olhar as estrelas e a cidade abaixo que Rony apontava de vez enquanto.

E de repente o tapete mergulhou, mas abraçada a Rony, seu guardião, não era possível para Hermione temer alguma coisa.

O tapete pousou diante da casa de solteiro de Rony. A casa que ele havia comprado com o salário de Auror... “O melhor Auror do mundo” pensou Hermione.

Rony abriu a porta de casa e, num gesto de cavalheirismo, permitiu que Hermione entrasse primeiro.

Pela segunda vez naquela noite Hermione deixara o queixo cair. A casa de Rony estava toda florida de lírios, rosas brancas e vermelhas, margaridas, violetas, gira-sois, camélias, etc. Instintivamente ela olhou para a mesa de jantar à direita, mas ela não estava lá. Em seu lugar estava uma pequena mesa para duas pessoas, com pratos e cálices já dispostos, assim como um único lírio no meio da mesa. Hermione inspirou e sentiu o aroma das flores que a faziam se sentir em um jardim. E percebeu que a iluminação vinha de velas flutuantes como as do Salão Principal em Hogwarts.

Rony entrou atrás dela e fechou a porta enquanto o tapete voador se enroscava a um canto.

- Por favor, mademoiselle – disse Rony, imitando o francês que seu irmão Gui usava com sua mulher, Fleur; indicando a mesa.

Hermione se aproximou e pendurou a bolsa na cadeira, mas antes que pudesse fazer outro movimento, Rony puxou a cadeira para que ela se sentasse, meio desajeitado.

- Humm... obrigada, monsieur – brincou Hermione, sentando-se e sentindo o coração aumentar de ritmo.

Como era bom estar namorando o seu amor depois de tudo o que passaram juntos. Confessadamente o romance deles não era um mar de rosas todo o tempo. Tinham perdido a conta das brigas tanto antes como depois de começarem o namoro... mas ficar sem se abraçar, beijar... nunca chegava a 1 mês inteiro.

Porém, na maior parte do tempo, se surpreendiam a cada momento em um namoro renovável que parecia intensamente eterno e insaciavelmente intenso.

E aquele dia Rony a estava surpreendendo. Não que seu namorado não fosse romântico, mas hoje Hermione havia mergulhado em um sonho.

- O quê você preparou para comermos, monsieur? – perguntou.

- É outra surpresa, madame. – veio a resposta de Rony da cozinha.

Mas logo Hermione sentiu cheiro de torta e pudim de ruibarbo que só a Sra Weasley e Rony sabiam fazer... mas fingiu surpresa quando Rony a serviu e sentou-se de frente.

Rony parecia um pouco nervoso aquela noite, Hermione notou como suas orelhas estavam vermelhas.

- Humm... como foi no Ministério hoje? – ele perguntou.

-Tudo bem... um pouco cheio. Algumas audiências que estagiei e consegui reencaminhar três elfos para novos lares... sabe como é esse período de transição do Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas para o Departamento de Execução das Leis da Magia...

- Sei... você me disse...

- E você? – continuou Hermione – Prendeu muitos bruxos das Trevas? – perguntou com um sorriso apaixonado.

- Não... só recapturei Willy Widershins após um flagrante de tortura de trouxas...

- Willy Widershins...? Aquele que fazia os vasos regurgitarem?

- Esse mesmo, mas de uns tempos pra cá ele se tornou um canalha ainda pior.

- Já contou ao Arthur que o prendeu?

- Não... hoje eu me concentrei em fazer outras coisas... o Harry me cobriu no período da tarde e eu nem passei na Gemialidades.

- Por quê? – perguntou Hermione fingindo não saber.

- Porque hoje você ia ter essa surpresa. – ele respondeu meio irritado e, de repente, Hermione se lembrou do Rony aos 12 anos de idade... soltando levemente o garfo no prato, ela esticou a mão e segurou a mão de Rony.

- Eu te amo. – sussurrou.

Depois de um momento, Rony ergueu-se um pouco da cadeira e, inclinando-se sobre a mesa beijou Hermione demoradamente.

Após o jantar, Rony trouxe o doce de chocolate preferido de Hermione.

- E agora, pra melhorar – disse Rony entregando uma taça de vinho dos elfos para Hermione – vamos dançar? – ele acenou a varinha e de algum lugar começou a tocar uma música antiga que despertou nostalgia em Hermione.

- Eu sempre quis dançar essa música com você – confessou ela – passei muitos momentos de fossa pensando em você enquanto a escutava.

- É... você dançou essa música com o Krum no Baile de Inverno – sentenciou Rony com uma leve nota de acusação na voz. Hermione levantou as sobrancelhas enquanto o som de As Esquisitonas tocava mais forte, enchendo o ambiente com “Magic Works”. Ela colocou a taça em cima da mesinha, se aproximou de Rony e lhe tirou a taça das mãos, o puxou para o centro da sala e o abraçou, envolvendo suas costas com seus braços e descansando a cabeça no peito dele. Rony retribuiu o abraço, envolvendo Hermione com seus braços fortes de Auror. E, ao ritmo da música, eles dançaram, ou talvez tenham andado lentamente em círculos.

Quando a música terminou. Há muito eles já estavam se beijando loucamente, como se fosse a primeira vez e, descolando gentilmente seu lábios de sua namorada, Rony ajoelhou-se diante dela em um gesto de cavalheiro que será nomeado pela Coroa. Olhou para os olhos de Hermione... olhos castanhos cor de mel e tão expressivos que qualquer um se hipnotizaria. Pegou nas mãos juntas dela e disse meio sem graça:

- Isso é uma música... er... mas não sou bem em cantorias então vou recitar.

“When did you fall in love? (Quando você se apaixonou?)” – terminou Rony em uma nota trêmula.

Mergulhada nos envolventes olhos azuis de Rony, Hermione sentiu os próprios olhos esquentarem de lágrimas de alegria.

- Eu estive pensando e... – começou Rony com as orelhas muito vermelhas – e... agora que eu estou bem na Central de Aurores e você foi promovida para a Suprema Corte dos Bruxos – ele começou a corar, enquanto Hermione sentia o pescoço e o rosto esquentarem também – e... – ele pigarreou para clarear a garganta que estava seca.

- Sim? – incentivou Hermione cheia de emoção.

- E... bom... 4 anos é um bom tempo de namoro...

- 11 anos! – disse Hermione.

- Q-quê? – perguntou Rony.

- Tem mais de 11 anos que a gente se conhece e que eu te amo.

- É... – Rony pareceu meio perdido no olhar dela, até que – você é tudo pra mim. Eu sei que é com você que eu quero montar a minha família e, eu sei que a gente conversou sobre isso várias vezes, mas hoje estou oficializando: Hermione Jean Granger, amor da minha vida, você aceita se casar comigo? – e estendeu uma caixinha aberta com um lindo anel.

Hermione soltou um gritinho de desabafo e se jogou em cima de Rony, derrubando-o no tapete... enchendo o pescoço, o rosto e os lábios dele de beijos espaçados em numerosos “sim!”.

Segurando Hermione nos braços, Rony a levou para o quarto e a depositou na cama. Sem se largar dele, Hermione o puxou pelo colarinho da camisa de forma que ele quase caiu em cima dela... num frenesi, ela desabotoou a camisa dele, beijando-lhe o tórax, sentindo a língua dele em seu pescoço... tão diferente da primeira vez deles...

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