A TRAIÇÃO DO LEÃO



Capítulo Um:

A TRAIÇÃO DO LEÃO


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Harry olhou Dumbledore por mais um instante e notando que não havia mais ninguém no cemitério, começou a andar em direção a saída.
_Para onde estamos indo professor? – perguntou enquanto eles seguiam por uma rua escura e vazia.
_Há casa de um amigo Harry – o diretor respondeu verificando um dos bolsos dentro das vestes – Ele poderá nos dizer aonde posso encontrar Betrayal.
_Betrayal? – Harry repetiu enquanto eles chegavam a uma nova rua, muito fria e muito escura, cheia de paredes altas e sujas, com janelas fechadas e jornais velhos pelo chão.
_Betrayal é um velho amigo – Dumbledore falou atento aos arredores – Ele poderá nos ajudar a reunir o Império da Fênix.
_E ele vai fazer isso como? – Harry perguntou quando eles chegaram ao fim de uma rua sem saída, apenas entulhos de lixos jogados distantes.
_Na hora certa você entendera Harry – Dumbledore respondeu fitando, por cima dos oclinhos meia-lua os olhos verdes de Harry – Você entendera.
Harry desviou o olhar e apenas reparou que o professor estava verificando novamente o bolso nas vestes.
_O que o senhor tem aí?
_Informações não caem dos céus – Dumbledore disse puxando sua varinha – Infelizmente é claro, então é necessário oferecermos algo de valor se quisermos algo que possa nos ajudar realmente.
Harry não entendia muito bem o que estava acontecendo, apenas sabia que estava em um lugar desconhecido, coberto por um capuz negro enquanto Dumbledore lançava marcas verdes no chão, em forma de raio.
_Venha – o diretor pediu – Iremos partir agora.
Harry caminhou até as marcas no chão e sentindo seu corpo ser puxado velozmente, percebeu que estava aparatando, enquanto imagens coloridas e difusas corriam ao seu redor. Vozes e ruídos se fortalecendo.
Após passar por uma cidade muito colorida e cheia de neve caiu em uma rua fria e muito bonita, aonde vários arbustos altos e de formatos diferentes estavam por todos os lados.
_Apenas tome cuidado – Dumbledore disse quase em um murmúrio enquanto as marcas verdes no chão os rodeavam.
_O quê é isso que o senhor fez? – Harry perguntou enquanto eles voltavam a andar.
_Um feitiço – Dumbledore respondeu – No qual impede qualquer outro bruxo de saber que estivemos por aqui ou que estamos aqui, um encantamento que impede muitos outros.
Harry, ao lado do professor atravessou a rua colorida e indo em direção a uma casa cheia de luzes pisca-pisca, muito bonita e pequena, pararam e o diretor deu dois toques na porta.
Uma voz surgindo de dentro perguntou:
_Quem?
_Venho ao seu pedido Lebran – Dumbledore respondeu e rapidamente a porta se abriu com um rangido assustador.
Dumbledore olhou para trás para ter certeza que não haviam sido seguidos e adentrou a casa, Harry logo em seguida, fechando a porta ao entrar.
Estavam em uma sala pequena, cheia de estantes e quadros nas paredes, castiçais por todos os lados e uma lareira ao fundo, com uma poltrona pequena em frente. O chão estava coberto por tapetes com figuras de leões e ainda haviam algumas mesas cheias de pergaminhos e tinteiros envelhecidos.
_Trouxe o que pedi? – uma voz perguntou em meio a uma escuridão entre duas estantes e Dumbledore levou uma de suas mãos ao bolso que antes verificara e dali puxou um pequeno frasco, com um líquido prateado.
_Uma memória? - Harry perguntou em voz baixa. Confiava em Dumbledore, mas mesmo assim, adentrar a casa de um estranho era revelar que não estava morto como todo o mundo bruxo pensava, o que era muito ruim diante do fato de que queriam ocultar isso.
_Ah sim, muito bem, muito bem mesmo – o homem disse saindo da escuridão e fitando o frasco com os olhos profundos. Ele era gorducho e muito baixo, com cabelos arrepiados e um nariz muito longo e caído, ele andava depressa nas pequenas pernas e trajava vestes de segunda mão, bastante empoeiradas. Haviam grandes olheiras ao redor dos seus olhos pequenos e a voz era bastante esganiçada, o que trazia à Harry uma vaga lembrança. – Eu sabia que você conseguiria – ele falou cobiçando o frasco com um olhar penetrante.
_E penso que algo tão valioso merece uma troca idem – Dumbledore disse colocando o frasco sob a mesa mais próxima. – Posso me sentar? – perguntou e o homem apenas o olhou por um instante, sem responder.
Dumbledore se sentou mostrando uma cadeira ao lado para Harry.
O homem correu até o frasco e o pegando foi até um armário distante aonde apanhando uma caixa empoeirada e cheia de frascos vazios, a colocou.
Se virando abruptamente para Dumbledore, fechou seus olhos por um instante e respirou com dificuldade.
_Você não faz idéia do quanto fiquei impressionado quando você me disse.
_Imaginei – Dumbledore falou calmo – Embora penso que tenha ficado feliz.
_Absolutamente meu caro! – o homem exclamou com um ligeiro traço de aborrecimento na voz – Absolutamente! E como prova direi aonde encontrar o que tanto quer.
Dumbledore encarou o homem por um instante e Harry percebeu que ele poderia estar lendo a mente do mesmo, o que seria assustador.
_Ele ainda está vivo? – Dumbledore perguntou enquanto o homem andava de um lado para o outro, parecendo querer evitar a troca de olhares.
_Sim – o homem respondeu ficando de costas – Precisei retomar muitos contatos, rever velhos amigos para finalmente descobrir e penso que ficara feliz quando eu lhe disser que sei, com absoluta certeza, que Betrayal está em casa, perto das ilhas do Leão Dourado, reinando sob seu povo.
Dumbledore ficou de pé com um movimento rápido e caminhando até o homem o fitou, parecendo realmente calmo.
_Estamos em um momento perigoso – o homem tremeu desviando seus olhos – E mais uma vez o mundo da magia pede aos seus colaboradores mais do que eles deveriam dar. - ele fez uma pausa - Ainda confio em você Lebran, confio. – e Dumbledore abriu uma das mãos deixando um pequeno objeto sob a mesa, um objeto que Harry não conseguiu enxergar.
O homem olhou o objeto e tremendo muito gritou surpreso, as mãos pequenas não podendo apanhar o que acabara de avistar.
_Vamos Harry – Dumbledore disse indo até a porta e a abrindo, Harry logo atrás. – Daqui poderemos aparatar com segurança. – continuou assim que deixaram a sala.
_Quem era esse homem professor? – Harry perguntou sentindo a corrente de ar frio se intensificar.
_Lebran Flitwick, irmão do professor Filius – Dumbledore respondeu chegando à rua cheia de arbustos.
_O que o senhor deu pra ele? – Harry indagou enquanto percebia que as marcas verdes ainda estavam debaixo de seu pé, embora mais fracas.
_Uma memória – Dumbledore respondeu – Lebran é facilmente influenciado por pequenos presentes, ele poderia nos trair com uma facilidade assustadora.
_E então porque o senhor veio até aqui? Até uma pessoa que pode dizer toda a verdade?
_Ele não dirá – Dumbledore respondeu parando de andar – Antes de sairmos deixei algo para ele que o impedira de dizer algo, um presente que o fará lembrar de um momento nada agradável e ele entendera o quanto as suas palavras podem ser perigosas.
Harry olhou ao redor nesse instante pois pensara ter visto uma sombra por detrás de um arbusto e se voltando para Dumbledore perguntou.
_Para onde estamos indo?
_Vamos nos encontrar com Betrayal – ele respondeu depressa.
Novamente Harry sentiu seu corpo ser puxado e passando por muitos lugares que nunca havia visto caiu sob um gramado muito verde e bonito.
Dumbledore avançou pelos terrenos em direção a uma entrada com dois pilares de mármore gigantes aonde ao topo havia um leão de ouro sob duas patas, parecendo rugir em sua pose.
_Aonde estamos professor? – Harry perguntou impressionado com a beleza do lugar.
_Na ilha do Leão Dourado, um lugar de grande magia e muito distante de outros locais de bruxaria.
Dumbledore caminhou lentamente até os portões de ouro enquanto Harry vinha mais atrás.
Dois centauros estavam protegendo a entrada dos portões.
Dumbledore conversou com eles em uma língua que Harry jamais ouvira e quase que imediatamente os portões se abriram.
Harry adentrou a ilha enquanto sereianos, faunos, centauros e outras criaturas, em meio há bruxos, conversavam com vários outros. Era um lugar realmente bonito, haviam caminhos de pedras em meio as árvores altas e belas e muitas casas imponentes e com grandes sacadas, haviam grandes pilares e árvores com folhas vermelhas que pareciam sangue em meio ao branco.
A neve cobria boa parte dos telhados e no final da maior rua apenas um caminho havia, um caminho cheio de escadas e com tochas de fogo no topo de pilares assustadoramente altos.
Seguindo Dumbledore pelo caminho de pedras Harry subiu em meio às árvores até um lugar extremamente bonito. Havia uma grande escadaria que levava a um majestoso altar com várias torres de mármores com outras tochas de fogo no topo, estas de cor azul.
Harry olhou para o altar naquele instante e entre os pilares altos e grandiosos um leão saltou velozmente parando no topo e encarando quem havia acabado de chegar. Dumbledore sorriu brevemente e enquanto os últimos raios do sol iluminavam o lugar, fez uma reverência. Harry também fez e por um instante houve um momento de silêncio, o leão os fitou parecendo furioso e descendo do altar devagar também produziu uma reverência.
_Devo agradecê-lo por ter vindo até aqui? – perguntou em uma voz grave e alta. – Depois de tantos anos sem nos encontrarmos.
_Não será necessário – Dumbledore disse retirando uma das suas verdes luvas de pele de dragão e por um momento o leão recuou. No momento seguinte, quase que imediatamente ele ganhou forma humana e assim se tornou um bruxo de longos cabelos e olhos acinzentados que agora encaravam os de Dumbledore de forma profunda. Ele era alto, muito claro e em seu braço direito haviam muitas cicatrizes.
_Imagino que minha chegada o traz a velhas recordações Betrayal – Dumbledore disse em voz baixa.
_Você sabe que sim Alvo – o bruxo respondeu olhando para Harry encapuzado com grande desprezo. – Venham comigo, tomaremos algo enquanto conversamos.
O bruxo começou a subir as escadas, enquanto Dumbledore e Harry o seguiam.
Dando a volta no grandioso altar parou em frente a uma porta que ficava debaixo do altar e adentrou rapidamente.
Dumbledore foi logo em seguida, descendo as escadarias que havia a seguir.
Harry fechou a porta assim que adentrou e logo percebeu que estava em uma grande sala. Grandes e belos tapetes com leões dourados, uma grande e majestosa lareira ao fundo, uma mesa de madeira com detalhes de ouro cheia de frascos em formatos que jamais havia visto. As paredes eram de pedra e pendurada nela estavam muitos quadros falantes, em suas molduras de ouro. Grandes espelhos estavam por todos os lados e uma grande estante ao fundo, completa por livros grossos.
Poltronas confortáveis estavam por todos os lados.
_Sentem-se – o bruxo pediu enquanto se acomodava em uma poltrona de cor vinho.
Dumbledore e Harry se sentaram em poltronas próximas e por um instante apenas se encararam.
_A luta que houve em Hogwarts chegou a proporções jamais vistas – o bruxo disse enquanto fechava um livro que havia deixado sob uma mesa próxima – Eu poderia dizer que fiquei chocado.
_E tenho absoluta certeza de que sabe o porquê desse encontro. – Dumbledore falou sério.
_Não posso negar que ao ver Harry Potter vivo fiquei muito surpreso, naturalmente sabemos qual assunto deve ser tratado. – Dumbledore sorriu brevemente enquanto um quadro distante, de um bruxo de longos cabelos negros, olhos fundos e expressão severa o encarava.
_Então garoto – Betrayal disse olhando para Harry – É verdade o que os boatos dizem?
Harry encarou o bruxo por um momento e podendo ver algo se mexer atrás de uma estante notou que parecia um pé, um pé igual ao de Dobby, o que deveria ser um elfo doméstico.
_E o que os boatos dizem? – perguntou tentando não parecer ter notado o acontecido.
_Sobre a Lenda é claro – Betrayal falou em um tom mais alto – Você realmente encontrou e bebeu Midna?
Harry notou que uma mancha vermelha estava escorrendo por detrás da estante da onde vira o pé, bem atrás da poltrona aonde Betrayal estava.
_Sim – respondeu mais depressa do que gostaria – Eu a bebi- disse tentando não parecer tão apressado.
_E funcionou Alvo? – o bruxo perguntou e Harry percebeu que os quadros nas paredes o estavam fitando, a maioria deles havia notado que percebera a mancha.
_Sim – Dumbledore respondeu – Embora imagino que você saiba que Voldemort ainda está vivo e que esse é o real motivo de estarmos aqui.
O bruxo notavelmente ficou incomodado com a pronúncia daquele nome, ele olhou para os lados e se sentou na poltrona mais confortavelmente.
_Os espelhos foram quebrados? – o bruxo perguntou e Harry notou que dessa vez Dumbledore ficou bastante incomodado, um pouco surpreso.
_Naturalmente – ele respondeu e Harry pode notar que algo estava sendo arrastando por detrás da estante.
_Se o garoto está realmente com os poderes de Midna, porque não matou Você-Sabe-Quem?
_Eu apenas poderei responder essa pergunta após estarmos reunidos novamente. – Betrayal sorriu com desdém e encarou o tapete por uns segundos parecendo irônico.
_Você realmente acha que isso vai acontecer? – ele perguntou em um tom frio – Você acha realmente que o Império da Fênix se reunira novamente?
_Estou aqui para isso – Dumbledore falou e Harry notou que a situação estava ficando tensa.
A mancha vermelha estava chegando aos pés da poltrona aonde Betrayal estava e agora era questão de tempo até Dumbledore vê-la.
Harry olhou, da forma mais discreta possível, para o local da onde ela vinha e vendo novamente o pé, na realidade percebeu que era uma mão humana, uma mão muito inchada e cheia de cortes, suja com sangue.
Naquele instante desviou seu olhar para os quadros do outro lado da sala e percebeu que eles o estavam encarando com expressões furiosas.
_Não voltaremos a ser como antes! – Betrayal disse em voz alta e naquele momento a mancha vermelha atravessou o carpete debaixo da poltrona e Dumbledore a olhou. Por um instante Harry pensou que a situação fosse explodir mas então Dumbledore apenas ignorou. – Você não deveria estar vivo! – Betrayal gritou e levando uma das mãos até as vestes puxou uma varinha ao mesmo tempo que ficou de pé e Harry pode ver, na estante atrás, um elfo arrastando um corpo cheio de sangue para o outro lado, querendo-o esconder. – ISSO ACABA AQUI! – Betrayal berrou e sacudindo sua varinha portas por todos os lados surgiram em meio as paredes e as estantes se abriram enquanto bruxos com varinhas adentravam e disparavam raios por todos os lados.
Harry sentiu uma mão o puxar para baixo enquanto um raio passava próximo ao seu braço direito e o cortava.
Houve um estrondo muito grande acima de sua cabeça e dois gritos de dor. No momento seguinte alguém tentou puxar os seus pés e dando chutes no ar se virou encarando quem o estava tentando agarrar. Nesse momento um jato passou próximo aos seus olhos e tudo ficou escuro por um momento, cavalgadas estavam por todos os lados agora e ainda não conseguia enxergar nada além do escuro.
Sentindo seus pés livres tentou se apoiar em algo mas apenas sentiu uma mão macia agarrar um dos seus braços e o puxar.
_Quem é?! – perguntou enquanto as imagens começavam a aparecer de forma nebulosa.
_Hermione – a voz disse e Harry pode ver um rodar de capas enquanto um jato de fogo explodia na estante da onde várias portas haviam surgido – Por aqui! – Hermione falou em seguida e Harry começou a descer as escadarias, sua vista bem melhor agora.
_Aonde está o Rony? – perguntou enquanto passos os seguiam.
_Estou aqui! – Rony falou mais atrás antes de pronunciar um feitiço que foi abafado por um grande estardalhaço na sala principal.
_Betrayal fugiu – Hermione disse – Dumbledore nos orientou uma saída secreta, você terá que ser paciente.
_Vocês não deviam saber sobre mim! – Harry exclamou vendo que Hermione o estava levando para um corredor escuro, cheio de portas trancadas.
_Sempre soubemos – Hermione disse – A cena do enterro foi combinada, o mundo é quem precisa imaginar que você está morto.
Harry sentiu a mão de Hermione o soltar enquanto um jato explodia uma porta mais a frente.
_Acho que é por aqui – ela disse e Harry notou que agora havia uma saída no final, para um lugar muito claro.
_E Rony?! Ele não está vindo! – Harry exclamou quando estavam a poucos passos da saída.
_Dumbledore o protegera – Hermione falou ofegante, a varinha em mãos – Vai ficar tudo bem.
No instante seguinte eles chegaram à saída e descendo os poucos degraus que haviam olharam para frente.
_Joguem as varinhas no chão, está acabado para vocês! – um Comensal ordenou dentre os inúmeros que estavam ali, fechando caminho e Hermione apenas deixou sua varinha cair sob o gramado verde.


PS: E aí está o primeiro cap da fic pessoal! Espero que tenham gostado e agora, de uma vez por todas, iniciamos a parte final da trilogia e finalmente saberemos o que vai acontecer com Harry e sua turma nos duelos contra Lorde Voldemort e na busca as Hocruxes finais. A fic vai seguir esse ritmo bem agitado até o final, muitos acontecimentos e muitos momentos legais ainda virão. Continuem lendo a fic por favor, os próximos capítulos serão mil vezes melhores, muito obrigado por lerem e tudo de bom.
Abraços.

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