Confissões
Harry dividia seu pensamento entre Hermione e o placar da copa de Quadribol:
Lufa-Lufa.......400
Sonserina.......150
Grifinória.......150
Corvinal.........150
Sua cabeça estava cheia de pensamentos. Não conseguia dormir, olhava Rony, pensava na Hermione...Precisava conversar com Mione o mais cedo possível, na primeira oportunidade. Diria que seu amor por ela ultrapassa as forças mais poderosas do universo e que gostaria de ficar com ela por toda a eternidade fingindo que o mundo era somente eles...ou diria que sentia algo especial por ela. A cama parecia muito desconfortável naquela noite, resolveu ir para o Sala Comunal.
Não havia um vestígio de vida naquele lugar que outra hora era abarrotado de pessoas. Olhou para a lareira onde um dia viu o rosto de seu protetor, seu segundo pai, seu amigo de confiança, Sirus Black. Agora ele, Harry, era um garoto sozinho no mundo...talvez a sua cama não fosse tão desconfortável assim, voltou para ela.
O dia seguinte foi normal: aula de Poções chata, aula de Historia da Magia sonolenta, e por aí vai. Mas nesse dia surgiu uma oportunidade de falar com Hermione, teria de ser rápido pois Rony estava alcanando-os.
–Me encontre esta noite na Sala Comunal. Bem tarde pra ninguém estar lá. –disse Harry corajosamente. Hermione não teve tempo de perguntar o que estava acontecendo, Rony chegou no momento exato.
–Vamos comer...estou morrendo de fome. – disse Rony. Todos seguiram para o salão.
Lá encontraram as sempre sorridentes Karina e Perséfone. O jantar estava prestes a começar quando um relâmpago roxo azulado passou no céu escuro. Ninguém notou, exceto Harry. Olhou para a mesa de professores e viu que Dumbledore estava se retirando. Não havia o que fazer, harry jantou como se nada tivesse acontecido.
A hora de Harry se encontrar com Mione chegou. Ele desceu com cuidado para não acordar Rony nem os outros. Quando teve a visão da garota sozinha numa sala que parecia ter dobrado de tamanho, Harru pensou: “É agora!”.
–Hermione, existem muitas coisas mudando na minha vida...as pessoas mudam, o mundo muda, os sentimentos mudam... – Harry esperou um pouco para ver se Mione falava alguma coisa. Nada. – Quando a gente se conheceu éramos crianças. Ficamos amigos, bons amigos...mas...meu sentimento por você mudou... – Harry desejava que Mione falasse algo, que entendesse, mas ela continuou muda. Talvez Harry tivesse que falar... –Eu te amo.
– Harry... – Mione falou de um jeito que parecia que ia se entregar ao grande beijo. – Estou namorando com Krum.
Hermione subiu rapidamente para o dormitório feminino. Harry ficou um tempo imóvel.
–Droga!!! – murmurou.
O melhor que tinha a fazer era ocupar sua cabeça com outra coisa. Lembrou-se do relâmpago. Correu para o dormitório, pegou sua capa da invisibilidade e foi rumo a saída do castelo. Teria que ver o que estava acontecendo na Floresta Proibida.
Descendo as escadas viu um garoto sentado nelas.
–Quem está aí? – perguntou Jean-Jacques Lousie, o amigo de Malfoy, agora conseguia falar sem sotaque. Com um rápido movimento arrancou a capa de Harry. – O que você está fazendo aqui?
–Não te interessa.
–Você não pode ficar aqui.
–Você também não. Que eu saiba você não é monitor. – Harry sentiu que Jean era muito diferente de quando estava com Malfoy.
–Eu estava esfriando a cabeça. Às vezes é muito bom. Ficar sozinho, colocar as idéias no lugar. Sente-se, não vou te denunciar pra anta da Mississipi.
Harry sentou, afinal, o que tinha a perder? Começaram a conversar, Harry esquecerá que aquele garoto era amigo de Malfoy. Via um olhar muito triste nos olhos azuis de Jean. Logo a conversa chegou a um ponto delicado: família.
– Eu nunca conheci meu pai. – disse Jean com um olhar mais triste ainda. – Ele teve uma aventura amorosa com minha mãe, engravido-a e voltou para Londres.
– Você tem sorte. Meu pai morreu quando eu era pequeno. Você ainda pode procurar pelo seu e ser feliz com ele. –tentou consolar o amigo.
–Na verdade, você tem sorte. Pode dormir sabendo que teu pai te amou. – Jean se levantou e foi para a Sala Comunal da Sonserina. Harry viu de passagem uma lagrima cair dos olhos azuis dele.
A conversa deixou Harry muito pensativo. Talvez Jean tivesse razão. Seu pai lhe amou, e amou também sua mãe. Harry lembrou-se do trovão e da Floresta Proibida. Talvez pela primeira vez na vida ele não quis se arriscar. Seria muito perigoso, talvez até uma armadilha...sua mãe morreu protegendo a vida que ele poderia entregar de bandeja. “Um outro dia...”, pensou.
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