Gemialidades Weasley



Ao fim da semana, Harry finalmente conseguiu passar um tempo com Gina, pois só se viam à noite e sempre havia muita gente por perto. Como começaria seu curso de auror na segunda-feira, ganhou a tarde de sábado para passar com a ruiva, que na semana seguinte voltaria para Hogwarts.  Mesmo contra a vontade, a Sra. Weasley permitiu que os dois fossem ao Beco Diagonal visitar a loja de Jorge. Antes eles passaram um tempo andando pela aldeia encantada de Hogsmeade.  
- Por mim eu nem voltaria para Hogwarts - disse Gina, entrando no Três Vassouras. Ela rira da cara dele quando Harry perguntou se ela queria tomar chá no Madame Puddifoot, o refúgio dos casais felizes. Era tão diferente de Cho, ele podia dizer qualquer coisa certo de que ela não ia começar a chorar ou fazer um escândalo. Era fácil conversar com ela, não precisava ficar tentando ser engraçado. – Mas mamãe quer que eu me forme, já que Fred, Jorge e Rony deixaram a escola. 
Depois de Harry pagar pelas cervejas amanteigadas, os dois saíram felizes para aproveitar a tarde.  
- Nem acredito que vou ter que ficar longe de você – disse ela, fazendo beicinho. 
- Não faça essa carinha ou não vou deixar você subir naquele trem – disse ele, beijando-a.
- Faça isso, Harry. Por favor. 
- Sua mãe nunca me perdoaria. E ela vai ficar realmente brava se nós chegarmos muito tarde, por isso é melhor irmos ver os seus irmãos.  
De mãos dadas eles aparataram no número noventa e três, Beco Diagonal. Harry notou que havia mesmo muita gente entrando e saindo da Gemialidades Weasley. Alguns eram garotos em idade escolar, comprando produtos que provavelmente pretendiam usar para matar aulas em Hogwarts, mas sem dúvida, a maioria eram garotas de quinze anos de idade, que saiam da loja radiantes, carregadas de sacolas. Harry não pôde evitar algumas, que ignoraram a presença de Gina e foram pedir autógrafos. Quando conseguiu se livrar delas, ele seguiu a ruiva que entrou na loja bufando, chamando todas de abusadas.
- Oi pra você também – disse Jorge, quando Gina passou por ele tão rápido que nem reparou no irmão arrumando produtos nas últimas prateleiras. 
- Desculpe, não vi você. Cadê o Rony? 
- Lá dentro. Oi, Harry, fique a vontade. Uh, o que aconteceu com a Gina? 
- Ah, umas garotas lá fora me pediram autógrafos. 
- Isso é normal, você já devia ter se acostumado a ser celebridade.
- Acho que não vou me acostumar nunca. Está bom o movimento mesmo, não é? 
- É, está entrando mais grana do que eu imaginei. Semana que vem começam as aulas em Hogwarts, por isso está difícil atender todo mundo.  Eles olharam para a porta e havia pelos menos mais umas quinze pessoas chegando. - Como eu disse, é melhor eu ajudar os vendedores. 
- Posso ajudar também – ofereceu. 
- Se não se importar, pode terminar de colocar essas caixas na prateleira? O que não couber pode levar lá pra dentro. Rony foi buscar outro estoque de poções do amor. 
Jorge saiu correndo para ajudar a atender a multidão que acabara de entrar na loja. Harry ficou ali agachado, arrumando caixas de produtos nas prateleiras mais baixas e rezando para que ninguém percebesse que ele estava ali. Gina voltara carregada de gaiolas de mini-pufes roxos e Rony vinha logo atrás trazendo montes de caixas de poções do amor. 
- Onde é que eu ponho isso, Rony?
- Lá na frente tem um lugar para os mini-pufes, ao lado das varinhas falsas.  
A ruiva se dirigiu para frente da loja e começou a arrumar as gaiolas.  Ao terminar seu trabalho com as prateleiras, Harry levantou-se e chocou-se com Rony, que quase derrubou as caixas que carregava.
 - Oi, Rony, desculpe – disse, ajudando o amigo a se equilibrar. - Tudo bem. Gina me falou das garotas que atacaram você, ela está um pouco irritada. 
- Sério? Eu nem tinha percebido – disse Harry, agora ajudando a tirar os frascos delicados de poções de dentro das caixas. - Como é que você agüenta isso, elas são sempre assim? 
- Ah é, e tem dias em que é pior... Eles ouviram um tumulto na entrada da loja e Rony saiu para resolver. Harry continuou arrumando os frascos na prateleira.
- Qual é o problema? – perguntou Rony. Em resposta à pergunta, ouviu vários gritinhos histéricos.  
- Uau, você é muito mais bonito pessoalmente! – exclamou uma delas. Mesmo lá do fundo da loja, Harry percebeu que Rony se empolgou todo com os elogios. 
- Em que posso ajudá-las? – perguntou, abrindo um sorriso tão brilhante que poderia muito bem desbancar o do Prof. Lockhart. 
- Queremos participar da promoção – respondeu outra garota.
 - Que promoção?  Então ele viu o cartaz que Jorge acabara de pendurar na porta da loja:

Gaste 10 galeões em compras na Gemialidades Weasley e leve um frasco de poção do amor a sua escolha gratuitamente, além de ganhar um autógrafo e tirar uma foto com Ronald Weasley. 

Ele olhou incrédulo para Jorge, que apenas encolheu os ombros e continuou a explicar sobre os kits Mata-aula para um bando de garotos. Gina largou as gaiolas e foi para o fundo da loja certificar-se de que Harry ainda estava a salvo por lá. 
- Ok, ok, façam uma fila então – disse Rony, tirando a varinha do bolso interno das vestes para convocar pena, tinteiro e um bloco de pergaminhos novos de cima do balcão. 
À medida que ia se livrando das primeiras garotas, outras iam chegando e entrando na fila. Jorge estava muito feliz no caixa, contando as centenas de moedas de ouro que estava recebendo. Parecia que aquela movimentação ainda levaria horas para se dissipar quando uma bonita garota com volumosos cabelos castanhos entrou na loja e passou apressada pela última da fila.  
- Ei, você tem que entrar na fila se quiser tirar foto com o Ron – reclamou uma delas. 
- Acontece que o Ron é meu namorado – respondeu Hermione, e avançou decidida até a mesa onde Rony assinava os autógrafos, ignorando os protestos das garotas que a viam passar. Ela parou diante da mesa. Ele nem levantou a cabeça para ver quem era, apenas perguntou: 
- Qual é o seu nome? 
- Hermione Granger. 
Ele levantou ligeiro. Quando viu Hermione ficou pálido e perdeu toda a pose de galã.
- Mione, você não avisou que viria aqui. 
- Achei que não precisasse marcar hora para ver meu namorado. 
- Certo, claro que não... 
- Ela é mesmo sua namorada? – perguntou uma das garotas na fila, parecendo desapontada. Hermione lançou a Rony um olhar assassino.
 - É – respondeu ele, que nem por um segundo pensara em dizer outra coisa. – Essa é Hermione Granger, minha namorada. Ela também ajudou Harry Potter a... vocês sabem.   Bem, acho que encerramos por aqui. Voltem na semana que vem.
 - Mas temos que ir para Hogwarts na semana que vem – protestou uma das garotas.
 - Bom, então voltem no feriado – disse Rony, agora com pressa para se livrar das garotas. 
Aos poucos elas foram saindo, mas não antes de uma delas gritar: 
- Harry Potter! Eu vi Harry Potter, lá no fundo, atrás das prateleiras.E todas correram para o fundo da loja. Levou mais um bom tempo até Harry conseguir mandá-las embora, desejando que tivessem um bom ano letivo. 
- Quer tirar aquele cartaz idiota da porta? – perguntou Rony a Jorge, irritado. 
- Esse cartaz idiota nos ajudou a faturar uns trezentos galeões, maninho.
 - Trezentos?! – admirou-se Rony. 
- É. E se Harry voltar na segunda podemos conseguir mais uns mil galeões fácil fácil com vocês dois. Essa foi a vez de Gina lançar a Harry um olhar assassino.
 - Não posso, começo o curso na segunda, desculpe – disse ele, que na verdade não lamentava o fato de não poder voltar ali. 
- Que pena, mas tudo bem – disse Jorge. – Acho que podemos ir então. 
Jorge encarregou um dos empregados de fechar a loja e saiu para depositar o dinheiro no Gringotes.  Harry, Rony, Hermione e Gina ficaram esperando por ele do lado de fora, para que todos chegassem em casa juntos e a Sra. Weasley não reclamasse tanto.  
- Francamente, Jorge, é assim que você está cuidando do Rony por mim? – perguntou Hermione, quando o cunhado voltou. 
- E estou vigiando, Mione, mas o que há de mal com algumas fotos se estamos ganhando dinheiro para isso? Espera, acaba de me ocorrer uma idéia brilhante! Rony, semana que vem podemos sortear um jantar com você para quem gastar...
 - Nem pense nisso, Jorge, ou eu juro que... – começou a ameaçar Hermione.
 - Ok, acho que exagerei, desculpe. Vamos para casa, é melhor. Quando chegaram, a Sra. Weasley os recebeu aflita, pois já havia anoitecido. 
- Vocês não têm consideração, eu fico preocupada! Ah, Hermione, querida, como foi a viagem? 
- Boa, obrigada. 
- Que ótimo, então sentem-se que eu vou servir o jantar.
 - To mesmo morrendo de fome – disse Rony. – Papai ainda não chegou? 
- Não, ele tinha trabalho extra hoje. Harry e Rony trocaram olhares significativos.
Hermione e Gina olharam para eles pedindo respostas, mas não poderiam fazer comentários diante da Sra. Weasley. Jorge parecia não estar prestando atenção. Então depois do jantar, reuniram-se no quarto que Harry dividia com Rony.

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