Prólogo
Estava um trânsito infernal. Parada num semáforo vermelho, Hermione Granger praguejou entre dentes e olhou o relógio de pulso prateado, seu último luxo. Custara uma fortuna, mas nem mesmo o excelente mecanismo poderia parar o tempo. Dez horas e trinta minutos! Completamente atrasada!
O semáforo mudou para verde e Hermione acelerou pela via fora, ultrapassando um caminhão com uma manobra perigosa. O outro condutor buzinou, mas Hermione já virava à esquerda, derrapando mesmo diante de um grande edifício.
Pegou a bolsa no assento ao lado e saiu batendo a porta com um estrondo. “Ai, me desculpe, branquinho.” O branquinho era um Porshe branco, tão elegante quanto sua dona.
Hermione entrou no edifício moderno como uma flecha. “Elevadores, elevadores…”
- Desculpe – disse, tocando o braço de uma mulher que passava por ali – onde são os elevadores?
A mulher apontou para as portas douradas mesmo na frente do nariz de Hermione, que corou até a raiz dos cabelos.
- Oh! Deve ser dos óculos escuros, a senhora certamente sabe… Muito obrigada!
Sem se importar com olhares curiosos que atraia, Hermione correu até o elevador e praticamente grudou o dedo no botão. Os homens, quase todos de paletó, devoravam seu corpo esbelto, envergado por umas calças justas de cor creme e uma blusa vermelha meio transparente. Os cabelos brilhantes estavam presos por uma presilha de prata em formato de borboleta, deixando alguns cachos soltos emoldurar o rosto de traços clássicos.
Quando um dos elevadores finalmente decidiu abrir uma porta, Hermione nem pensou duas vezes antes de entrar, colocando os óculos sobre a cabeça. Clicou para o piso 6, onde dois homens deveriam estar a fumegar de tanto tédio. “Eu adormeci, sinto muito.” Não, não… Assim iria parecer uma miúda da escola, chegando atrasada a uma prova de matemática. Bufou, emburrada. Teria mesmo de dar uma explicação? A boa educação dizia que sim.
Após chegar ao piso 6, ela deu um jeitinho na blusa e começou a recuar de costas para a saída. O elevador não tinha espelho – ou não o topara –, e Hermione acabou por colidir em algo bem duro atrás de si. Desequilibrou-se e, se não fossem pelos dois braços fortes como aço que a ampararam, ela teria tido o pior momento da sua vida.
- Oh, me desculpe – ela disse, toda atrapalhada, se virando até colidir agora com um par de olhos verdes. Estremeceu.
- Estou acostumado a salvar beldades que se esbarram contra mim – Harry brincou, e Hermione pensou que fosse derreter com aquela voz tão agradável e gostosa como chocolate. O som tinha o efeito de uma pena acariciando cada curva de seu corpo, suave e preguiçosamente.
“Meu Deus! Hermione Granger! Ainda por cima você está atrasada! Oh, se eu não estivesse…”
Chocada com seu pensamento libertino, ela elevou os ombros, seu busto subindo por causa do movimento súbito, atraindo o olhar afiado do homem atraente.
- Er… Eu estou um pouco atrasada. Obrigada por… me salvar.
Os olhos de Harry brilharam de riso.
- Então você é Hermione Granger?
Hermione sentiu que ia desfalecer, como uma folha de outono caindo levemente no chão.
- Sim, sou eu, e preciso ir…
- Sou Harry Potter – ele interrompeu – segundo candidato para a casa.
Agora sim, ela poderia dizer que acabara de fumar marijuana, de tão entorpecida que ficara.
- Nossa! – “Idiota! Não tem melhor vocabulário?”
Harry sorriu e a convidou a segui-lo até a sala onde decorreria a breve reunião para acertar determinados pontos quanto ao contrato que a empresa oferecia.
- Vou já informando que eu quero a parte de cima! – ele caçoou.
Hermione riu a muito esforço.
“Também eu!”
N/A: Oi! Nossa, eu escrevi esse prólogo agora mesmo. Eu comecei a imaginar a coisa, comecei a escrever... e acabei por me agarrar tanto que consegui finalizar tudo ainda hoje.
Gostaram? Sim? Não?
“Agora sim, ela poderia dizer que acabara de fumar marijuana, de tão entorpecida que ficara.” rsrsrsrs Harry Potter tem o efeito de marijuana… rsrsrsrs
Já sabem, capítulo um só dependendo dos comentários. E espero muitos. Quem sabe eles me empolguem também no capítulo. rsrs
Beijo e até.
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