Uma confluencia de caminhos



                 *Chapter One.
                              Uma Confluência de caminhos. 


"O homem tem que estabelecer
um final para a guerra, senão
a guerra estabelecerá um final
 para a humanidade."

John F. Kennedy


  


Olha o que eu achei.


A noite estava mais escura que o habitual, as estrelas que normalmente iluminavam a terra com seu brilho, aquela noite estavam escondidas pelas densas nuvens negras que encobriam todo o céu, trazidas pelo forte vento que chacoalhava as arvores ao redor da rua deserta.


O farfalhar da capa ecoou alto pela Rua, quando o Comensal da morte puxou-a, dando pequenos passos em direção à calçada, observando atentamente empertigado o que o outro havia encontrado.


― O Lorde das trevas vai ficar feliz quando eu mostrar pra ele o que eu achei.


― Não, por favor, eu não fiz nada, eu juro, eu não fiz nada, eu não tenho nada a ver com...


― Silêncio. – A varinha mal se moveu quando o feitiço silenciou o homem, agora encolhido ao canto da parede, o corpo trêmulo, os olhos assustados, tentando a todo custo não manter um contato visual com o Comensal que desferira o feitiço.


O Comensal observou o homem ao canto, o rosto erguido, o nariz empertigado, tal como ele o era, as feições fechadas demonstravam que não era bom ter nenhum tipo de brincadeirinha com ele, tão frio e cruel quanto o próprio Lorde das Trevas assim o era.


― Vamos levar ele pro Lorde das Trevas, tenho certeza que ele vai ficar feliz com... – Mais uma vez a varinha mal se moveu, mas dessa vez o Comensal não se calara pelo feitiço e sim pelo gesto do outro.


― Não vamos incomodar o Milorde com uma coisinha insignificante como essa.


― Mas, Malfoy você sabe quem ele...


― É claro que eu sei, Avery, seu imbecil.Acha que eu sou obtuso que nem você?


― Não, claro que não. - O outro comensal, cujo chamava-se Avery calou-se diante do tom de voz do Comensal, que puxou a capa retirando-a da frente para dar alguns passos decididos adiante.


― Aonde você pensa que vai? – Um sorriso perigoso perpassou por seu rosto quando ele em passadas rápidas alcançou o homem que, tentando se fazer despercebido diante da discussão dos homens, tentara fugir. Com um aceno da varinha o feitiço se desfez, permitindo que segundos depois o homem, novamente encolhendo-se a calçada, voltasse a se defender rapidamente antes que o pior lhe acontecesse.


― Eu não fiz nada, eu juro, eu não fiz...


― Verdade? Porque será que não consigo acreditar em você? – A frieza que emanava do Comensal intitulado de Malfoy era tão seca e cruel que podia ser sentida na pele pelo homem que se encolhia cada vez mais diante das palavras.


― É serio, eu juro, não foi eu. – o Homem encolhido estremeceu quando o Comensal ergueu a varinha antes de dizer.


― Veremos. – Um sorriso perverso formou-se nos lábios do Comensal. – Crucio.


E o homem tombou ao chão, um grito pavoroso escapou de seus lábios, enquanto ele se contorcia ao chão diante da maldição, diante dos pés de Malfoy que sorria vendo o homem gritando de dor, girando ao chão, implorando entre os gritos.


A maldição inesperadamente cessou-se e Malfoy franziu a testa, girando nos calcanhares no segundo em que o som de passos ecoavam pela rua.


O sorriso nos lábios do Comensal se desfez, luzes vermelhas e verdes disparavam vindas das varinhas de ambos os lados, enquanto o outro comensal tentava se defender das três pessoas que disparavam feitiços contra eles.


― Pega ele e vamos. – Ordenou Malfoy, que em passos rápidos aproximou-se das três pessoas, duelando com os três ao mesmo tempo, enquanto Avery corria até o homem que tentava se levantar e fugir, o que, sem varinha, ele não conseguiria tão facilmente.


― Você não vai conseguir ir a lugar algum sem isso aqui. – Avery sorriu maldosamente, girando a varinha do homem, capturada minutos antes, entre os dedos.


― Anda logo seu trasgo. – Malfoy derrubou um dos homens, dando passos rápidos pra trás, esperando ter a certeza de que Avery capturara o homem antes dele desaparatar.


Mas quando Avery, ainda sorrindo maldosamente, esticou as mãos para segurar o homem, um feitiço atingiu-o, fazendo-o voar pra trás e cair contra a parede, escorregando a mesma, enquanto a mulher corria até o homem o levantando.


Malfoy enfurecido, desvencilhou-se do homem com quem ainda duelava, jogando-o longe, antes de se virar para a mulher.


― LENE. – O grito de aviso do outro homem, fez a mulher virar-se rapidamente, erguendo a varinha e gritando, antes do feitiço de Malfoy atingi-la.


― PROTEGO. – Uma fina camada invisível do feitiço fez o feitiço de Malfoy bater contra ele e voltar, fazendo o Comensal agilmente desviar-se a tempo de não ser atingido pelo ricochete de seu próprio feitiço. Urrando enfurecido, ele deu passos decididos em direção à mulher, cuja única coisa que ele conseguiu ver foi o brilho do sorriso vitorioso por debaixo da capa, antes dela segurar firmemente o homem e desaparatar.


― NÃOOOOOO! – Um grito enfurecido escapou dos lábios do Comensal que girou nos calcanhares, disparando feitiços, que bateram contra os postes de luz e paredes, fazendo-o constatar enraivecido que os demais já haviam desaparatado.


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 Quando ela sentiu os pés tocando o chão novamente, soltou o braço do homem, sentindo seu corpo cedendo e sendo seguro antes que seus joelhos batessem contra o piso frio do chão.


― Lene. – A voz preocupada ecoou próximo de seus ouvidos, enquanto uma mão forte a segurava pelo braço, fazendo-a sentar-se rapidamente em seguida.


 ― O que aconteceu?


O homem que Marlene salvara agora enxugava a testa ligeiramente careca com um lencinho, se sentando a mesa e pegando um copo de Whisky de fogo, antes de vira-lo num só gole.


― Malfoy. – Disse o homem com a voz ligeiramente fina demais para um homem na idade dele, não muito velho, mas também não mais jovem.


― Encurralaram o Fenwick, o Malfoy e Avery. – Marlene, que agora virava um gole de cerveja amanteigada de uma garrafinha, recolocou a garrafa sobre a mesa antes de se levantar. – O Dédalo e o Franc estavam comigo, preciso saber se eles estão bem.


A preocupação na voz da mulher era nítida, mas mais uma vez a mão pousou sobre seu braço, acalmando-a em seguida.


― Eles estão bem.
Marlene sentiu-se sentar novamente a cadeira, enquanto a mão de Sirius ainda pousava em seu braço de maneira carinhosa.


― Sabe, precisamos dar um jeito nesses Malfoy. – O rapaz então recostou-se a cadeira, inclinando-se pra trás e balançando-a nas duas pernas traseiras enquanto em seus lábios um sorriu marotamente surgia.


― Dumbledore já disse que é melhor não mexermos demais com os peixes grandes.


― Qual é, quem tem medo deles? São só uns riquinhos mimados que acham que mandam só porque são Comensais da Morte.


― Edgar tem razão, Dumbledore disse pra não mexermos demais com eles, alem do mais todos nós sabemos que os Malfoy tem ligação mais forte com Você-Sabe-Quem.


A garota sentada a mesa, apenas ouvia, a garrafinha novamente a mão era mais uma vez virada em um gole enquanto a bebida descia esquentando-a por dentro, levando embora a adrenalina dos minutos atrás e deixando apenas uma sensação confortante de cansaço e sono.


― Sirius tem razão, não podemos deixá-los fazerem o que quiserem.


Todos os olhos na mesa se voltaram pra ela, que calmamente colocou a garrafinha sobre a mesa.


― Os Malfoy tem uma... – Começou um dos presentes a sala, mas ela apenas negou com a cabeça antes de dizer, interrompendo o homem.


― Fenwick por Merlin, todos nós sabemos que Você-Sabe-Quem ilude esses comensais com a idéia de serem ligados a ele ou sei lá o que, pelas barbas de Merlin vocês não escutam Dumbledore, não?. Você-Sabe-Quem não tem ligação nenhuma com ninguém, ele apenas usa eles, e nós não podemos deixá-los soltos, cometendo as atrocidades que estão fazendo. Se eles são os mais fortes, tem que ser os primeiros a serem tirados do combate.


― Uau, eu já disse que adoro essa garota? – O sorriso maroto brincou nos lábios de Sirius Black enquanto todos os outros presentes olhavam-na mesclando a duvida e o medo.


― Marlene, eles são poderosos, conhecem magia das trevas que desconhecemos, não sei se podemos... – Marlene arfou, virando-se para encarar Edgar Bones sentado do outro lado da mesa.


― Vocês são ou não são da Ordem da Fênix?  Ela existe pra isso, pra combatermos os Comensais da Morte, e vocês queiram ou não, eu, uma Auror e membro dessa Ordem não vou descansar em paz até ter feito alguma diferença, não vou deixá-los soltos por ai matando pessoas inocentes.


Sem esperar uma resposta, Marlene McKinnon levantou-se tão rapidamente que a cadeira em que estava sentada tombou para trás, antes dela puxar a capa e caminhar decidida em direção a porta, que a levaria a um corredor escurecido.


Acendendo a luz da varinha, Marlene parou a porta que a levaria a rua.


― Lene, quer que eu te leve pra casa? Não acho seguro ficar andando sozinha depois de ter salvado o Fenwick do Malfoy, ele deve ta bem furioso.


Marlene sorriu diante da risada rouca do amigo, apoiando as pontas dos dedos ao ombro do mesmo, ela sorriu gentilmente.


― Eu to bem, Gidi, ele não me reconheceu. – Ela segurou a capa, antes de cobrir a cabeça com a toca da mesma.


Gideão Prewett sorriu carinhosamente.


― Vou falar com Dumbledore, não se preocupe.


Marlene sorriu, antes de virar-se e abrir a porta, sentindo o vento frio da noite soprando contra seu rosto, antes de, em passos decididos alcançar a rua, suspirando, antes de emergir na escuridão e desaparecer antes mesmo que qualquer pessoa notasse sua presença.


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 A mesa estremeceu quando a mão enraivecida do homem bateu-lhe com força, a raiva pulsava por seu corpo com tamanha fúria que, se ele ainda estivesse empunhando a varinha, era certeza que sua raiva escaparia em forma de jatos vermelhos e verdes, de preferência o mais fatal possível.


Ele sabia o que aconteceria quando seu irmão ou até mesmo o Lorde das Trevas soubesse do que acontecera naquela noite e isso o enfurecia ainda mais, aqueles malditos Aurores, sempre em seu caminho, sempre tentando atrapalhar sua vida, ele não podia deixar isso daquele jeito, tinha que fazer alguma coisa para acabar com aqueles malditos.


Mais uma vez a mesa estremeceu quando sua mão, mais uma vez, fechada em punho atingiu-a, acompanhada de um urro feroz que espantou a coruja aninhada no alto da gaiola, fazendo-a sair voando pela janela aberta.


― Maldita.


Erick Malfoy afundou-se em sua poltrona, seus olhos perdidos nas paredes sem conseguir enxergar nada a sua frente, sua mente relembrava o momento em que perdera o homem e aquele sorriso irônico brilhara por baixo da capa antes de desaparecer.


― Maldita. – A voz ensandecida de raiva ecoou agora mais baixa pelo quarto bem decorado e elegante da Mansão Malfoy. Esticando as pernas sobre a mesinha de centro a frente, Erick Malfoy chamou alto, a voz emanando ainda a fúria, antes de um elfo domestico materializar-se a sala, as orelhas baixas e os olhos tentando não encarar seu dono. - Dobby.


― S-Sim, meu Senhor.


― Cadê meu Whisky?


― C-claro, meu Senhor. – O elfo domestico curvado ainda em reverencia desapareceu no ar, voltando segundos depois, trazendo a mão um copo incrustado e uma garrafa antiga de Whisky de fogo, enchendo o mesmo antes de entregar o copo a seu dono, colocando a garrafa sobre a mesinha de centro, e permanecendo parado próximo a mesma, ainda levemente curvado com as orelhas baixas e os olhos fixos ao chão, aprendera anos atrás que nunca era bom olhar demais seus donos quando pareciam tão furiosos.


― Sai logo daqui. – Disse Erick, virando o copo em seguida num grande gole sentindo a bebida descendo por sua garganta queimando tudo e abrasando a fúria que se encontrava instalada em seu ser. O elfo desapareceu no ar com um pequeno estalido, mas Malfoy não pareceu notar tal coisa, fechando os olhos ele inclinou a cabeça pra trás recostando-se a poltrona e sentindo a fúria ainda percorrendo seu corpo. Minutos, era o que ele provavelmente teria de paz, mas ao contrario do que ele pensara, sua paz fora interrompida muito antes.


― Seu obtuso eu disse pra não deixar nenhum homem de Dumbledore passar, e você deixou ele escapar?


Erick Malfoy sabia quem estava agora gritando em seu quarto, e sabia também exatamente porque aquela gritaria toda ecoava contra ele. Respirando fundo, ele abriu os olhos virando mais um gole de sua bebida, friamente, vendo seu irmão mais velho parado onde segundos atrás estivera Dobby.


― Você disse, Lucio? Que eu saiba essa era uma ordem do Lorde das Trevas e não sua.


― E porque deixou ele escapar? O Lorde vai ficar furioso quando souber. – Lucio permanecia parado encarando o irmão que parecia emanar frieza e tranqüilidade ao virar mais um gole de sua bebida.


― É claro que Avery livraria a própria pele. – Erick riu sem vontade, inclinando-se a frente e colocando o copo sobre a mesinha de centro, colocando mais uma grande dose de Whisky dentro do mesmo. – Aquele trasgo obtuso deixou o velhote escapar quando os Aurores apareceram.


― Aurores ou homens de Dumbledore? – Lucio Malfoy ergueu a mão no instante em que conjurava um copo, sentando-se na poltrona à frente e colocando também uma enorme dose da bebida em seu copo.


― Provavelmente os dois, aqueles malditos e tinha uma mulherzinha no meio, aquela maldita levou o velhote, depois do idiota do Avery ser abatido.


Lucio Malfoy não respondeu de imediato, virou a bebida em um gole enquanto os olhos fixos na garrafa demonstravam que estava perdido em pensamentos.


Erick Malfoy era muito parecido com o irmão, apesar de ser mais novo e mais charmoso, Erick era louro, tinha os olhos azuis, levemente acinzentados, o rosto bonito, e apesar das feições duras e fechadas, era nítido seu ar galanteador.


― Eu não vou poder fazer nada.  


Erick soltou um riso fraco e irônico diante das palavras do irmão, mas nada disse, apenas se recostou novamente à poltrona, virando mais um gole da bebida, que mais uma vez desceu queimando tudo por dentro, mas dessa vez não abrasando a raiva que ainda pulsava em suas veias.


Lucio virou o resto de sua bebida, colocando o copo sobre a mesinha de centro e se levantou.


― Mas te dou permissão pra descobrir quem é essa mulher e acabar com ela.


Erick riu, mais uma vez ironicamente, enquanto repetia a palavra como se fosse incapaz de engoli-la.


― Permissão. Claro, claro, não se preocupe, Lucio, não preciso da sua permissão pra caçar essa maldita e acabar com ela.


Lucio Malfoy assentiu com a cabeça, antes de sumir, assim como fizera também, Dobby antes dele, mas Erick Malfoy, mais uma vez, não deu atenção para tal fato, virando o resto de sua bebida num grande gole, ele disse a si mesmo, as palavras saindo duras e frias por entre os dentes, enquanto a fúria emanava junto com elas.


― Ela vai se arrepender de ter cruzado o caminho de um Malfoy.


 


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 *N/A:


Minusculamente um capitulo terminado xD
kkkkkkk
Eu mudei tudo, pra quem já tinha lido antes os poucos capítulos que eu tinha postado, e pra quem não leu, é isso ai  mesmo, fic da época da primeira guerra do mundo bruxo, com um personagem criado, na verdade um dos principais.
Bom a idéia dessa fic surgiu em 2006, pra vocês terem uma idéia, e desde aquela época o epilogo esta escrito, mas eu passei anos sem escrever, e depois acabei me empenhando em outras idéias, incluindo da minha fic atual “Os marotos, Geração Coca Cola”, e deixei muitas fics pra trás sem terminar, como essa daqui.
Mas eu resolvi reedita-la, e bom, antes no lugar da Marlene, a personagem principal, tinha sido uma criada por mim, que seria Jenny Prewett, irmã caçula da Sra. Weasley, mas bom, tentando colocar a idéia e tudo numa coisa mais ampla da historia do Harry, já que ia se passar na época da guerra, em que os pais de Harry ainda eram vivos e tudo, eu resolvi mudar e colocar a Marlene, sendo assim a historia vai ser muito mais do que apenas um amor proibido e impossível entre um comensal da morte e uma Auror. Isso se um Comensal da morte for mesmo capaz de amar, será? :P kkkkkk
segredo, enfim, eu espero que gostem, eu vou tentar, ao Maximo, não abandona-la, apesar de já deixar avisado a vocês que provavelmente eu me ausente um tempo por motivos pessoais, enfim, tentarei mesmo assim, postar sempre que possível.


 Falei demais já né, o próximo capitulo vai ser maior, prometo  xD
E comentem, me digam, aqueles que já leram, o que acharam das mudanças, e os novos leitores o que acharam desse Cap, os comentário são essências para eu postar mais.

Então até o próximo capitulo.


Beijos
Lanah Black

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