O Torneio Tribruxo




Dentro de um curto espaço de tempo todos os estudantes que regressavam a Hogwarts encontravam-se no castelo. Todos estavam sentados nas mesas do salão principal assistindo a cerimônia de seleção de casas. Harry no entanto nem prestava atenção. Queria saber onde Duda estava, e também queria saber O QUE ele estava fazendo.

- Ei... – cochichou Mione. – Cadê o Dumbledore? – Harry que andava tão distraído a procura do primo nem havia notado que o diretor não se encontrava presente na cerimônia, tão pouco no salão principal. – Será que tem haver com o seu primo? Nenhum dos dois ta aqui. – sugeriu ela.

- É pode ser... O que será que eles tem de tão importante para tratar? Deve ser realmente MUITO importante para Dumbledore não estar aqui.

- Também acho. – disse Rony. – Essa não... – exclamou ficando vermelho e com cara de medo. – Acho que ele... Ele foi contar pro Dumbledore... Feijõezinhos... Vômito... Risada...

- Eu sabia que isso era receita pro azar! Onde é que eu estava com a cabeça quando fui te ensinar a fazer aquele feitiço? Eu devia saber que vocês dois são irresponsáveis, imatu...

- Já sabemos, já sabemos Mione. – disse Harry cortando a frase da amiga. – Ele pode até falar mas não tem como provar. E eu duvido que Dumbledore saísse da cerimônia de seleção das casas para ouvir um trouxa.

- Ele tem razão. – falou Hermione tentando imaginar alguma coisa para os dois terem a tratar. – Por quanto tempo ele vai ficar aqui? – Harry movimentou os ombros informando que não sabia. Quando enfim seleção terminou e o chapéu seletor foi guardado os professores ficaram em silêncio.

Minerva McGonagall olhava inquieta para Severo Snape e Rúbeo Hagrid.

- Professora McGongall... – dizia Snape. – Seria bom dizer algo aos alunos.

- Diga você, Professor Snape! Eu estou aguardando o diretor de Hogwarts, o Prof. Dumbledore. Ele é quem deve dar os avisos.

- Muito bem. Eu darei os avisos. – disse Snape com um leve sorriso de satisfação. – E todos terão que me ouvir. Inclusive Potter... – no entanto quando Snape acabou de dizer isso, Dumbledore entrou ao lado de Duda. Os dois se dirigiram até a mesa dos professores e o primo de Harry ficou em pé ao lado do banquinho do chapéu seletor.

- Gostaria de passar alguns avisos importantes. – disse Dumbledore. – Primeiramente, bem vindos alunos de Hogwarts! Mais um ano se inicia e eu sinceramente espero que ele seja muito proveitoso para todos nós. Acho que nunca tive um ano com tantos avisos... – e sorriu carinhosamente aos alunos. – Primeiro, acho que todos devem ter notado a presença do Sr. Dudley Dursley entre nós. Ele é primo de Harry Potter e tem alguns assuntos pendentes aqui na escola então ficará entre nós o tempo necessário. – Harry ficou vermelho de raiva. A oportunidade que teria de ficar longe de Duda seria gasta. – Então ele precisa ficar em alguma casa da escola. Sr. Filch, por favor traga o chapéu seletor novamente. – Hermione ficou pasma.

- Harry... – disse ela incrédula.

- Que foi?

- “Hogwarts, uma História” disse que o chapéu seletor só seleciona bruxos. O seu primo não tem a mente mágica, como é que pode ser selecionado?

- Tem certeza que leu isso?

- Já disse. É a vigésima vez que estou lendo. – os dois ficaram quietos por um instante. – Harry... Tem algo muito estranho nessa história. – ele afirmou com a cabeça. Filch chegou segurando o chapéu velho em sua mão e entregou-o a Dumbledore.

- Eca! Não vou por essa coisa poeirenta na cabeça. – reclamou o Dursley.

- É só por um instante. – disse Dumbledore. – Prometo que não vai ficar pó no seu cabelo. – Duda ficou um pouco relutante mais ao ver que os gêmeos Wesley, Fred e Jorge, riam da cara dele, resolveu aceitar. O chapéu seletor mal tocou em sua cabeça e já foi anunciado:

- Sonserina!

- Se fosse combinado não daria tão certo. – disse Harry. – Sempre soube que se Duda fosse bruxo ficaria na Sonserina. – o primo foi para a mesa de Sonserina e sentou-se ao lado de Crabbe e na frente de Draco Malfoy.

- Meus cumprimentos. – disse Malfoy. – O primo do Potter é mais espero que o Potter. – Crabbe e Goyle riram, assim como Pansy Parkison.

- Voltando aos avisos... – disse Dumbledore. – Gostaria de apresentar nosso novo professor de Defesa contra as Artes das Trevas, Prof. Vitoriano Galasiki. – o professor era muitíssimo bem vestido e sorridente. Ele fez umas reverências aos alunos agradecendo aos aplausos. Ele tinha cabelos grisalhos e olhos acinzentados. Aparentava a mesma idade de Snape e deviam ser amigos pois era a primeira vez que Snape não olhava com olhares duros para o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Ah sim! Quase me esqueci. – disse Dumbledore. – E palmas também para seu assistente, o conhecido Prof. Snape. – as palmas se abafaram. Snape se levantou glorioso. Quem olhava achava que ele estava prestes a ganhar o título de melhor professor de Hogwarts. – Sim, mas o Prof. Snape não deixará sua aulas de Poções.

“Tenho certeza que com os professores Galasiki e Snape conseguiremos dominar uma área tão importante do conhecimento. – Dumbledore sorriu gentilmente mais uma vez. – E também teremos o Torneio Tribruxo. Vou contar a vocês sobre o torneio e suas regras e as pequenas mudanças que fizemos nesse ano. – Dumbledore pegou um pequeno pergaminho e começou a ler em alta voz.”

- O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como de uma competição amistosa entre as três maiores escolas européias de bruxaria – Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer os laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades – até que a taxa de mortalidade se tornou tão grande que o torneio foi interrompido. Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio, nenhuma das quais foi bem sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que era hora de fazer uma nova tentativa, Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal. Selecionaremos os campeões à partir do Cálice de Fogo. – várias pessoas olharam para um objeto que Dumbledore apontava. – Nas regras originais, apenas alunos de sétimo ano poderiam se escrever, no entanto os departamentos que já citei acima optaram por algo que abrangesse mais alunos. Assim, os alunos à partir do 4º ano poderão participar do Torneio Tribruxo.

Na mesa de Sonserina, Malfoy já se apresentava como candidato do 4º ano.

- Gostaria de ressaltar que as provas exigem lógica e alto conhecimento em magia e vocês não serão tratados como crianças. Portanto quem colocar seu nome no Cálice de Fogo esteja certo que se for sorteado não poderá voltar atrás. Três campeões de cada escola para cada ano, somente. Uma pessoa não pode colocar o nome duas vezes no cálice, pois a Linha de Demarcação não permitirá duas entradas feitas pela mesma pessoa. Uma pessoas de não pode preencher o papel de uma série mais avançada pois o Cálice sabe se a pessoa é apta ou não para as provas de determinadas séries escolares. As escolas de Beauxbatons e Durmstrang ficarão acomodadas em outros salões da escola. Os dormitórios para eles já foram devidamente preparados, assim como uma sala comunal. Alguns alunos embarcaram no Expresso de Hogwarts e já chegaram, outros chegarão amanhã de manhã na segunda viagem do Expresso de Hogwarts. O prêmio do Torneio Tribruxo é mil galeões e um dia como diretor do Profeta Diário. Eu sei que escolher participar desse concurso é difícil mas o prazo estabelecido para colocar seu nome no Cálice de Fogo será de apenas uma semana, a qual se iniciará amanhã para evitar que algum aluno coloque seu nome no cálice precipitadamente e se arrepende depois. Um bom jantar a todos!

Havia uma grande euforia no salão. Todos comentavam quem iria participar e os alunos de primeiro a terceiro ano mostravam indignação por não poderem participar.

- Vou colocar meu nome naquele cálice. – disse Rony. – Mil galeões? Por isso boto até a mão no fogo.

- Você ouviu o que ele disse? – perguntou Hermione. – As provas exigem raciocínio.

- Vai se inscrever Hermione? – perguntou Rony.

- Com certeza. Não pelo dinheiro, mas eu gosto de provas de lógica e raciocínio.

- Nós também vamos. – falaram Fred e Jorge. – E vamos conseguir ganhar! Mil galeões! Isso é uma mina de ouro. E você Harry? Vai participar?

- Claro que vou. – disse ele animado. – Acha que eu perderia isso?

- Harry você ouviu o que eles falaram... – disse Hermione. – Não é uma brincadeira de aventura como as que nós fizemos nos anos anteriores. É sério, para provarmos nossa capacidade.

- Você acha que eu não sou capaz?

- Hermione, Harry já enfrentou Você-Sabe-Quem mais de uma vez, já matou um basilisco, espantou vários dementadores... Se alguém é capaz de vencer esse torneio é ele! – disse Rony. Hermione baixou a cabeça e se concentrou em seu pudim de leite. – Espero que isso não seja medo de perde pro Harry.

- Não tem como perder para o Harry. – replicou ela. – Apenas um de nós será escolhido entre todos os outros alunos do 4º ano.

- E por que está tão quieta? – perguntou Harry.

- Olha lá. – disse ela assistindo Malfoy, Crabbe, Goyle e Duda. – Não gosto disso... Não mesmo. – Os gêmeos Wesley conversavam com Angelina Jonhson e Kate Bell esperançosos de que pudesse participar do Torneio Tribruxo. – Nada tira da minha cabeça esse mistério. Harry, seu primo e trouxa! O chapéu seletor não podia ter selecionado ele para alguma casa de Hogwarts.

- Falando assim parece o Malfoy. – disse Rony. – Com essa história de sangue-puro. Mas eu também to estranhando isso, no entanto acho que a Mione leu errado no livro.

- Rony você só fala estupidez. Tenho certeza que li isso em “Hogwarts, uma História”. O texto era mais ou menos assim, “o chapéu seletor seleciona o bruxo em casas, Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina. O curioso é que o chapéu colocado na cabeça de um trouxa não fala nada, não seleciona.” ou coisa do tipo.

- Dumbledore deve ter feito algum feitiço. – sugeriu Rony.

- Não. – disse Hermione. – “Hogwarts, uma História” também diz que o chapéu não se altera independente do feitiço que é nele lançado. E até sobre ações manuais, se nós o rasgarmos ele se junta novamente. Eu canso de dizer que vocês deveriam ler esse livro, mas fazer o que? Não adianta!

- E se aquele não for o chapéu seletor? – disse Harry. – Talvez seja alguma imitação. Talvez Dumbledore tenha feito alguma para analisar as idéias de Duda e ver em qual casa ele se daria melhor para uma convivência a curto prazo.

- Até que enfim uma idéia decente. – disse Hermione. – É... Isso também acho muito provável. Aliás acho que é a idéia mais aceitável e lógica.

- Do que mesmo vocês estão falando? – perguntaram Kate e Angelina interessadas.

- Nada... – disse Rony ficando vermelho.

- Nós tínhamos que ir ver nossas coisas, lembram? – perguntou Harry inventando uma desculpa.

- Mas temos que esperar os monitores. – disse Bell.

- É que é mesmo muito importante. – disse Harry. – Rony, Mione, vamos. – os dois se levantaram. Hermione estava um tanto mal humorada. Quando terminaram de cruzar o salão ela reclamou:

- Por sua causa perdi meu pudim de leite. Estava uma delícia.

- É só pedir para a Minerva te ensinar a transformar abóboras em pudim de leite. – disse Rony rindo.

- É! Acho que seria útil. Mais útil que isso só aprender como calar a boca de um retardado. – o ruivo ficou quieto depois disso. – Me responda uma coisa, Harry... Pra onde estamos indo?

- Pra sala do Dumbledore. – disse ele enquanto o trio subia as escadas. – Eu quero ver se o chapéu seletor está lá. Quando nós saímos ainda não haviam levado aquele chapéu.

- Não vai adiantar. – disse ela. – Não temos a senha. Demoraria horas para adivinhar a certa.

- Não tenho tanta certeza. – sorriu Harry. – Rony, você é bom em Adivinhação. Tente adivinhar a senha da sala do Dumbledore. – o trio estava parado em frente a sala esperando algo milagroso acontecer para entrar.

- Não faço idéia. – disse o Wesley. – Mas se eu fosse chutar alguma... Hum... Eu diria... Hum... Acho que... Wingardium Leviosa.

- Esse é o feitiço que eu te ensinei. – disse Hermione. – Essa é a prova que Adivinhação é uma matéria inútil que não tem base lógica nenhuma. Livros não ajudam porque é um “dom” como a louca da Trelawney fala. Eu não acredito. Pra mim ela é que é uma charlatã. Li uma vez na escola dos trouxas um texto chamado “A Cartomante” e eu acho que é exatamente assim que Adivinhação funciona. Você diz qualquer coisa que possa significar várias coisas.

- Claro que não. – disse Rony. – Adivinhação é muito complexa pra sua cabeça. LIVROS NÃO AJUDAM, foi o que ela disse. E você ficou apavorada a um ano atrás com a possibilidade de ir mal na matéria. Eu nasci com esse dom. – disse ele se exibindo.

- Se você tem esse dom por que seu Wingardium Leviosa não abriu a porta? – houve um silêncio entre o trio. Hermione olhou-os com um ar de encurralamento. Nenhum dos dois tinha uma resposta para isso. Logo depois ela se virou e foi em direção a Torre da Grifinória.

Rony fez alguns xingamentos a ela enquanto Harry admirava a nova textura da parede da sala de Dumbledore. Tinha alguns detalhes azuis nela em alto relevo.

- Quem ela pensa que é? – disse Rony zangado. – Eu pelo menos tive algum palpite. Não sei porque Wingardium Leviosa veio em minha mente.

- Dumbledore nunca colocaria o nome de um feitiço para senha. Se alguém estivesse tentando fazer alguma coisa voar por aqui a sala se abriria. – Harry voltou a estudar os detalhes em azul da parede. – São vassouras. – disse ele rindo. – Bem pequenas, mas são vassouras.

- Quê? – perguntou Rony.

- A textura. Está vendo que em alguns lugares tem pequenas vassouras de quadribol?

- Massa! Talvez seja pela parede azul e pelas vassouras que eu tenha dito Wingardium Leviosa. – disse ele. – Que cabeça a minha.

- Vamos voltar para a Torre da Grifinória. Se nos pegarem aqui... Não quero perder pontos para a Grifinória logo no primeiro dia.

- Também não. – disse Rony. – E eu tenho que entregar os livros de Gina. Ficaram no meu malão sem querer. Não cabia no dela.

Os dois saíram em direção a Torre da Grifinória. Passaram em frente a biblioteca e ouviram algum barulho. Rony viu uma aranha por perto e puxou Harry para a frente.

- Vamos embora. Não deve ser nada...

- Por que alguém estaria na biblioteca no primeiro dia de aula?

- Talvez seja um professor, agora vamos. Temos que acordar cedo pra por o nome no Cálice de Fogo. – Harry lançou mais um olhar para a biblioteca e teve quase certeza de ter visto um facho de luz que parecia ter vindo do feitiço Lumus.

- É vamos... – concordou Harry. – Seja lá quem for... Deve estar querendo aprender alguma coisa. Talvez seja Hermione.

- Como não pensamos nisso antes? – disse Rony. – É claro que é ela! A Mione DISSE que foi para a Torre da Grifinória, mas tem que passar pela biblioteca antes de chegar lá. Ela não deve ter resistido a inaugurar a biblioteca nesse ano letivo.

- Ou deve estar querendo aprender a fazer alguma coisa antes de nos ensinar.

- Ou teve dúvida em um dever de casa.

- É... Pode ser. – falou Harry. – Mas acho mais provável que ela tenha tido alguma curiosidade ao fazer o dever de casa. Acho que deveríamos falar com ela.

- Não. Tem uma aranha ali... – disse Rony se contorcendo. – Falamos com ela quando ela voltar para a Torre da Grifinória.

- Você já tem 14 anos. – ralhou Harry. – Não tem que ficar tendo medo de aranhas. – O ruivo resolveu enfrentar aranha e se aproximou da porta. Harry foi em sua frente mas quando iam entrar ouviram vozes.

- Rápido Harry. Vamos nos esconder em algum lugar.

- Aqui. – disse ele. – Atrás da porta da biblioteca. – os dois ficaram escondidos naquele local.

- ... Não sei Severo... Eu faria gosto que ele não participasse do Torneio Tribruxo.

- Devo dizer algo a ele? – perguntou Snape.

- Seria injusto. – exclamou Minerva. – Entendo que ele deva se concentrar em outras coisas mas devemos dar os mesmo direitos a todos os alunos. Não há nada que o proíba. Além do mais vários outros alunos da mesma casa e da mesma série que ele tentarão participar. É realmente difícil ser sorteado.

- É por isso que não quero dar nenhum aviso ou coisa do tipo. As chances dele participar realmente são poucas. Isso me tranqüiliza um pouco.

- Isso significa... Vai deixar ele participar? – perguntou Snape furioso.

- Se o Cálice o escolher... Sim. Vou. Como a Profa. Minerva disse ele tem os mesmos direitos que todos. – Snape contraiu os lábios e ia falar algum palavrão, mas foi interrompido pelo Prof.Galasiki.

- De quem estavam falando mesmo? – perguntou curioso. – Se é que eu posso saber... – disse dando risadas abafadas.

- Harry Potter. – disse Dumbledore.

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