Flagra!



17 de Maio

O dia se passou de uma forma que eu não poderia ter adivinhado que seria, da alegria que estava no meio da noite, agora estou dramaticamente triste.A meia-noite de ontem eu e Harry nos aprontamos para levar Norberto.Onze horas da noite estaríamos na cabana de Rúbeo e talvez até sentiríamos pena do fato de ele ter de desistir do sonho de criar um dragão se não estivéssemos preocupados em talvez sermos vistos, mesmo com a capa da invisibilidade.

Pirraça, o poltergeist, andou jogando tênis contra a parede do Saguão de Entrada, impedindo o nosso caminho e tivemos de esperar que ele terminasse de jogar para irmos até a cabana.Já era onze e meia e estávamos preocupados com o pouco tempo que nos restava para levar Norberto até a torre mais alta.Rúbeo tinha colocado Norberto num grande caixote cheio de furos, por onde se observava o bebê dragão numa cesta confortável, segurando um animal de pelúcia. p>-Pus muitos ratos e um pouco de conhaque para a viagem.E embalei junto o ursinho de pelúcia para o caso dele se sentir solitário.- disse Hagrid, com voz abafada.

Nesse instante, ouviu-se um barulho de pano rasgando-se, que Harry depois me disse que lhe pareceu o bichinho de pelúcia sendo rasgado.

-Até a vista Norberto!- despediu-se Hagrid soluçando, ao ver a mim e a Harry esconder a caixa com a capa.Estava visivelmente um pouco bêbado, pelo visto lhe doía muito ver Norberto partir.

A capa, como Harry havia previsto, escondia a mim, ele e Norberto juntos, porém tivemos de ter muito cuidado com os movimentos, pois a qualquer hora podíamos ser surpreendidos por algum professor ou por Filch e sua gata.De fato, eu não saberia dizer certamente como conseguimos levar Norberto até a torre, nem mesmo os atalhos que Harry conhecia nos ajudava e era preciso saber-se guiar corretamente pelo castelo.Penso que enfrentamos muito mais corredores e escadas do que o preciso, e em um deles Harry murmurou:

-Estamos quase lá!

Foi então que um movimento brusco a nossa frente fez com que quase deixássemos cair o caixote e nos escondemos entre as sombras, observando as duas pessoas que vinham em nossa direção.Uma lâmpada se acendeu, indicando que se tratava da Professora McGonagall e Draco.

-Está detido.E são vinte pontos a menos para Sonserina.Perambulando no meio da noite, como você se atreve...- dizia McGonagall em tom alto e rígido, com seu robe de lã escocesa e rede no cabelo, indicando que acabara de acordar.

-A senhora não compreende, professora, Harry Potter está vindo aí; vem trazendo um dragão.

-Que absurdo!Como você se atreve a contar tais mentiras!Vamos; vou conversar com o Prof. Snape sobre você, Malfoy.

Depois dessa, foi muito fácil terminar o caminho até a torre, e foi quando chegamos lá e tiramos nossa capa que nos acalmamos, pudemos respirar direito outra vez, livres leves e soltos.Não pude esconder minha felicidade, e comecei a dançar a jiga escocesa que minha avó Fiona me ensinou: íamos nos livrar de Norberto e de Malfoy numa mesma tacada!

-Malfoy vai ficar detido!Eu seria capaz de cantar.- disse eu, enquanto dançava na torre, para esperar os amigos de Carlinhos.

-Não cante - aconselhou-me Harry.

Rindo de Malfoy, dançando e cantando muito, nós esperamos os amigos de Carlinhos, estávamos muito felizes.Foi até que quatro vassouras se irromperam da escuridão e do frio da noite para dentro da torre.Eram os amigos de Carlinhos, que me lembravam bastante dos bruxos da pensão do tio John: carismáticos e animados, o grupo não parecia se desanimar com nada.

Eles trouxeram arreios para suspender Norberto, e eu e Harry ajudamos a tira-lo da caixa e da cesta, logo após nos agradecemos e eles foram embora rapidamente.

Nós descemos a escada sem fazer barulho, na maior felicidade, foi aí que demos de cara com o Filch.

-Ora, ora, ora.Estamos encrencados.- sussurrou.

Tínhamos deixado a capa no alto da torre.

Filch nos levou a sala de McGonagall no primeiro andar sem falar mais.Eu e Harry sentamos nas cadeiras, esperando McGonagall, um mais receoso que o outro.Eu por exemplo, estava tremendo e não conseguia juntar uma teoria simples para nos tirar da encrenca, de fato, acho que nem cheguei a pensar coisa com coisa.Nada podia ficar pior.Bom, foi o que eu achei, mas fiquei decepcionada ao ver Neville entrando com McGonagall por entre a porta.

-Harry!Eu estava tentando encontrar vocês para avisar que ouvi Malfoy dizer que ia pegar vocês, disse que vocês tinham um drag...- disse Neville, ao ser interrompido por Harry, que sinalizava para que ele calasse a boca, mas Minerva viu e nos analisou da cabeça aos pés com a aparência mais brava do que nunca.

-Eu jamais teria acreditado que vocês fossem capazes disso. O Sr.Filch disse que vocês estavam no alto da torre de astronomia.É uma hora da madrugada.Expliquem-se.

Era a primeira vez que eu deixava de responder uma pergunta dela, em parte, porque com o meu medo eu não era capaz de somar dois mais dois, eu apenas olhava para a fivela dos meus sapatos e observava como era ricamente decorada, eu não conseguia captar as palavras de McGonagall, estava praticamente chorando.

-Acho que tenho uma boa idéia do que anda acontecendo.Não é preciso ser gênio para contar somar mais dois.Vocês contaram a Draco Malfoy uma história da carochinha sobre um dragão, tentando tira-lo da cama e mete-lo em apuros.Eu já o apanhei.Suponho que achem engraçado que o Neville tenha ouvido a história e acreditado nela também.

Eu fiz não com a cabeça, mas ninguém pareceu notar.Pobre Neville, ele não podia acreditar que aquilo era verdade, pois iria ficar muito magoado.

-Estou desapontada.Quatro alunos fora da cama em uma noite!Nunca ouvi falar numa coisa dessas antes!Você, Hermione Granger- e então levantei a cabeça para ouvi-la - , achei que tinha mais juízo.E você, Harry Potter, achei que Grifinória significava mais para você do que parece.Os três vão pegar uma detenção- sim e você também, Neville Longbottom, não há nada que lhe dê o direito de andar pela escola á noite, principalmente nos dias que correm, é muito perigoso, e vou descontar cinqüenta pontos da Grifinória.

-Cinqüenta?- Harry ofegou.

-Cinqüenta pontos de cada um.- disse McGonagall.

-Professora...por favor...- disse Neville.

-A senhora não pode...

-Não venha me dizer o que eu posso e o que eu não posso, Harry Potter.Agora voltem pra cama, todos vocês.Nunca senti tanta vergonha de alunos da Grifinória antes.

E assim fizemos.Tentei explicar a Neville a situação, mas ele não queria se convencer.Soluçando de tanto chorar, ele foi para seu quarto correndo, seguido por Harry.Eu fui ao meu quarto, mas não dormi enquanto não parei de chorar.

As pessoas que passavam pela ampulheta que marcava os pontos da casa acharam que era um engano e procuraram McGonagall.Logo, as pessoas já sabiam que o grande Harry Potter, mais aquela primeira anista que todos diziam ser eleita melhor aluna de Hogwarts.Da posição de herói, Harry passou a ser odiado por todos os que não queriam Sonserina com a taça, eu tive que me conter nas salas de aula para que os Grifinórios não fizessem chacota da minha cara, tive de trabalhar em silencio e apenas Harry e Rony conversavam comigo.As aulas de McGonagall haviam virado um inferno...Ela parecia evitar olhar para mim e Harry nas aulas, mas continuava como boa professora.Flitwick ao contrário veio a ser um bom amigo e me disse para continuar indo em frente...

Mas um dos meus grandes objetivos que era conquistar a taça das casas estava agora pouco menos do que uma utopia, não por causa dos outros, mas por mim...E Grifinória?Eu que fui criada para ser patriota em tudo que eu sou envergonhei Grifinória de uma forma nojenta, como McGonagall disse que nunca sentira tanta vergonha de grifinórios na vida.E quando descobrirem os responsáveis pela perda de 150 pontos da Grifinória?Dirão que eu ajudei a colocar Grifinória no último lugar...

Ah, não, estou tão chateada.McGonagall disse que ACHOU que eu tinha juízo, quer dizer: sou uma avoada mesmo.E o único argumento que eu consegui para me animar ainda me confunde: eu fiz isso por um amigo.Rúbeo.Ele precisava de mim...eu não podia deixar ele na mão.Se eu não tivesse o ajudado ele iria preso, e sofreria muito só por causa que tentou seguir o sonho dele!Talvez até morreria.

Mas é aí que vem as perguntas que me confundem: Será que isso não é só uma justificativa para a minha irresponsabilidade?Será que eu estou usando do Hagrid para me enganar que eu ainda estou andando na linha?Será que Rúbeo é mesmo um motivo justificante?É, diário, só mesmo o tempo para me responder isso...Agora a minha vida vai mudar e eu não sei como, só sei que eu devo me adaptar...

O bebê Norberto.

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