Capítulo I




Capítulo I

Cinco anos mais tarde...

Acomodado sobre a grande mesa da sala de estar, Harry tomava seu habitual café da manhã quando Rosaline adentrou no cômodo pedindo licença.
Ele ergueu os olhos do jornal inglês que mantinha aberto entre as duas mãos e captou a expressão transtornada de sua empregada. Franziu a testa:
- Algo errado? – perguntou.
- O signor ter uma visita – ela informou com voz sumida.
Harry ficou atônito. Como, em nome de Deus, ele poderia ter uma visita justamente ali? Ninguém lhe visitava, mas sim ligava, e quem ligava jamais viria à Itália sem avisá-lo antes.
- Deve ser engano – disse, por fim.
A mulher de cinqüenta e cinco anos abanou a cabeça:
- Não signor Potter, não ser engano. – Apontou para a extremidade esquerda da sala, onde do outro lado da parede provavelmente se localizaria o átrio – Signor velho perguntar por signor Potter.
Agora Harry estava curioso.
- Muito bem – retrucou enquanto dobrava e pousava o jornal na mesa – Acomode o senhor na saleta bibliotecária, sirva um café ou um chá... Estarei lá em um minuto.
Rosaline saiu logo após o comando de seu patrão.
Segundos depois, assim que terminou de limpar a boca com um guardanapo em pano branco, Harry levantou-se arrastando a cadeira de encosto alto para trás.
Quando entrou na saleta, não soube qual o sentimento que prevaleceu com mais força e intensidade, se a incredulidade ou se a fúria.
Sentado num pequeno sofá velho, mas bastante aconchegante, um homem com aparentemente cinqüenta anos de idade sorriu torto para Harry por cima da borda da xícara.
- Tem aqui uma bela casa, Potter – Jack elogiou apontando para as antiguidades que rodeavam toda a biblioteca de aspecto ancestral. O tom de sua voz endureceu: - Sua nova casa é sem dúvida muito majestosa.
- O que está fazendo aqui? Como me descobriu? – Harry rugiu sem conseguir esconder sua aversão por aquele homem.
Jack pousou a xícara de chá na mesinha à sua frente com extrema suavidade.
- Potter, Potter, Potter… Você me subestima demais, meu caro.
- Saia daqui!
Em vez de se mostrar intimidado, Jack exibiu um sorriso irônico.
- Isso é lá jeito de se tratar seu sogro?

Uma semana depois…
Inglaterra

Os últimos raios de sol refletiam sobre as madeixas castanhas do cabelo ondulante de Hermione, que se encontrava no terraço do chalé da praia, entretendo-se a cuidar do jardim. Sua vida nos últimos cinco anos, desde que Harry a abandonara naquela madrugada nupcial, transformara-se em algo rotineiro e metódico da manhã à noite.
A rotina fora a melhor solução que ela encontrara para esquecer a mágoa que sentia sempre que pensava em Harry. Também não queria divertir-se com outros homens, conviver com um possível companheiro para sua solidão, e era por isso que ela ainda usava a aliança no dedo, para afugentar qualquer olhar cobiçoso.
Raramente saía de casa, somente para fazer compras e abastecer a geladeira. Seu pai visitava-a todos os domingos, à hora do almoço. Ela sentia-se bem, mas não feliz. Muito pelo contrário, a infelicidade aumentava a cada dia que passava, assim como a preocupação de Jack.
Jack, seu pai, não viera almoçar a sua casa no domingo passado, afirmando estar fora do país em uma viagem de negócios. No fundo de seu coração, Hermione sabia que ainda nutria certo ressentimento por seu pai... Mas Jack era apenas um pai que queria o bem para uma filha.
Erguendo-se, ela limpou o suor que lhe banhava a testa e suspirou, ligeiramente cansada depois de regar os jardins e plantar rosas vermelhas num canteiro.
Uma boa ducha, isso sim, era o que estava a precisar.
Já visualizando a água quentinha banhando seu corpo dolorido, Hermione abriu caminho pela trilha de granito até as escadas de madeira que ligavam com a porta de entrada e olhou para trás, sentindo-se subitamente ansiosa enquanto apreciava o pôr-do-sol sobre o mar alaranjado.
O relógio de pêndulo na sala de estar tocou 20h45min quando ela saiu do banheiro, trajando um pijama de cor alaranjada, e se dirigiu até a cozinha para aquecer uma tigela de sopa, que fizera ao almoço.
Lá fora a noite já caíra, silenciosa e misteriosa. E mais uma vez, Hermione sentiu uma estranha ansiedade…

*

Acordou aninhada num cantinho do sofá moderno, coberta com uma manta preta. A televisão continuava ligada, passando o mesmo filme, que provavelmente a enfadara até ela acabar por adormecer.
Ia erguer-se, mas paralisou ao escutar um som bastante característico. O som de uma porta a bater. A porta de um carro.
Com um pulo, Hermione foi até a janela e espreitou através das cortinas… E lá estava, um carro sofisticadíssimo, parado em frente à sua casa. Atrás da viatura, um homem consideravelmente alto retirava uma maleta do bagageiro… Um homem forte e estranhamente familiar…
Hermione observava a cena com uma sensação de irrealidade. E então, aconteceu.
Como que em câmera lenta, o indivíduo começou a virar-se, e Hermione, atônita, pôde contemplar seu rosto iluminado pela luz fraca dos candeeiros da estrada.
“Oh meu Deus! Oh meu Deus!”
Era ele, o homem que a abandonara cruelmente cinco anos atrás, sem dó nem piedade.
O homem que ainda perturbava seus sonhos à noite.
Harry James Potter, seu marido, em carne, pele e osso.
Hermione largou as cortinas e começou a deambular pela sala, para lá e para cá, para lá e para cá… Sobressaltada, perguntou-se se ele contava com ela ali, vivendo na mesma casa onde a deixara depois da noite de núpcias. Não importava! A casa também estava no nome dela. Tinha todo o direito de permanecer ali, a bem ou a mal.
Mas o que faria quando ele entrasse?
Ok, ela sabia que era uma infantilidade, mas a única solução que lhe passou pela cabeça foi fingir-se despercebida, como se de fato não o tivesse visto ou ouvido chegar.
Iria para o quarto? Ficaria na sala? Cozinha? Talvez banheiro?
A porta abriu-se e Hermione pulou, completamente histérica.
Num último impulso desesperado, lançou-se sobre o sofá e cobriu-se com a manta, fingindo-se adormecida. Na verdade, sequer deveria estar dissimulando de modo convincente, pois tinha a horrível sensação de que tremia da cabeça aos pés.

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N/A: Oi gente.
Antes demais, quero agradecer por todos os comentários e votos. Fiquei super feliz. Obrigada.
E então? Agora também têm outro personagem para dar dor de cabeça. Rsrs O pai da Hermione. Já devem estar captando algumas coisinhas, não é mesmo?
E peço que me perdoem por terminar o capítulo justamente ali. Eu sei que é ruim, mas o reencontro terá de acontecer no capítulo dois e eu quero que fique perfeito. Se vocês comentarem, eu prometo tentar não demorar muito até postar.
Outra coisa que eu notei foi que a maioria odiou o Harry… rsrs Tenho certeza que depois as opiniões irão mudar…

Respostas aos comentários:

Teresa
– oi! Sim, você tem motivos para ficar chocada com o Harry... A Mione tinha dezoito anos, mas isso irá saber-se nos próximos capítulos... Se minha fic é uma adaptação? Não é não. Eu mesma que idealizo e escrevo tudo. O capítulo já está mais grandinho que o prólogo, concorda? Espero que goste e comente de novo. Beijo.
Robert`s – oie! Que bom que você adorou o prólogo. Pois é, a Hermione não merecia uma coisa daquelas, mas que podemos fazer? O que aconteceu brevemente se descobrirá. Obrigada pelo comentário. E comente mais uma vez. Beijo.
Rayssa Black Malfoy – Corei com seus elogios! Rsrs Muito obrigada. Capítulo postado. Gostou? Sim? Não? Fico aguardando seu comentário... Beijo.
Alais Potter – como eu não esperaria que você não o odiasse? Ele estava realmente muito bruto… Acho que não demorei pra postar. Demorei? Aguardo seu comentário. Beijo.
Bєlinhααα ♥ – nossa, seu comentário foi o mais original! rsrsrs brincadeirinha... Ainda bem que gostou. Aguardo ansiosamente por um comentário SEU. Rsrs Beijo.
Mione03 – oi! Obrigada pelo seu comentário. Ainda bem que você não achou o prólogo chato e gostou. Você tem toda razão quanto ao Harry. Ser chantageado não é realmente muito bom. E isso se notou nas reações dele, nos modos como agia com a Mione, no prólogo... Espero que tenha gostado do capítulo um e sinta-se à vontade pra comentar sobre ele. rsrs Obrigada pelo comentário. Beijo.
Luxúяiα Blαck [★] – Ai, obrigada pelo elogio (de eu escrever bem). Eu realmente corei. Obrigada. Se você pode matar o Harry? Bem, não, ainda não... rsrs Acho que você se arrependeria. Gostou do capítulo? Esperando seu comentário. Beijo.

Bem, por hoje é só isso.
Fiquem sabendo que eu adorei todos os vossos comentários.
Beijo e até!

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