Resgate Inusitado



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Local: Mansão de Drakul – Londres Inglaterra
Hora Local: 10:30 hs.
Status da Missão: Sem contato com os Operativos. Possivelmente capturados
Tempo Decorrido da Missão: 08:16 hs.
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Já fazia 10 minutos que elas haviam chegado. Mas Drakul não falava nada. Pensava furiosamente numa maneira de contar a elas sobre o que tinha acontecido.
- Que agitação é essa, Meu Pai? – pergunta Sophia observando Drakul caminhar de um lado para o outro em seu escritório.
- Dá pra parar de caminhar e nos explicar por que nos chamou aqui? – pergunta Hermione séria.
- Olha, vou ser direto e sincero com vocês duas. – fala Drakul finalmente parando de caminhar. – Enviei mais cedo Gabriel e Potter para uma… missão importantíssima para a Aliança, e… perdi a comunicação com eles.
- O quê? – pergunta Hermione confusa.
- Explique direito, meu pai. – fala Sophia tentando entender o que o pai dizia.
- Uma missão importante para o futuro da aliança. Mandei os dois para cumpri- la e houve um corte na nossa comunicação. – explica Drakul demonstrando nervosismo. – Eles estão abaixo do templo de Karnak. Creio que entraram em um lugar errado e não sei o que aconteceu com eles. Ouvi disparos constantes de armas, xingamentos, ruído de luta e depois mais nada.
- E o que eles foram fazer lá? – pergunta Sophia curiosa.
- Er… Bem… – fala Drakul pensando em como explicar, mas não conseguia inventar uma boa desculpa. Falar para as duas que enviou os dois amados para uma missão que era mais problema dele do que dos dois, seria como entrar na jaula dos leões sem nada para se defender.
- Drakul… você está bem? – pergunta Hermione olhando o vampiro de cima à baixo e notando que ele não queria falar nada..
- Seu coração está acelerado, meu pai. Está escondendo alguma coisa? – diz Sophia estreitando os olhos desconfiada.
Drakul não respondeu, temendo falar algo errado.
- Gabriel não me disse nada sobre nenhuma missão da Aliança em que teria que ir. – comenta Hermione desconfiada.
- E desde quando Harry participa delas? – pergunta Sophia cruzando os braços.
- Acho que você tem algo a nos dizer, não é? – comenta Hermione vendo Drakul se enrolar com a resposta.
- Hum… Bom… Hã… – ele parou e respirou fundo vendo o olhar ameaçador das duas mulheres. – Eles foram buscar um presente que eu prometi para… Rosa Negra. – fala rapidamente e em voz baixa.
- Rosa Negra??? – exclama Sophia entre incrédula e nervosa.
- Quem é essa? – pergunta Hermione confusa.
- É uma vampira que eu procuro há um bom tempo e que me prometeu um jantar se eu lhe mostrasse uma rosa que está na pirâmide de Anúbis. – explica sem olhá- las, mas já esperando a explosão das duas. Não precisou esperar muito.
- O senhor enviou os dois para uma missão suicida em uma pirâmide amaldiçoada que é considerada uma lenda, para buscar um presente para ter uma noitada??? – reclama Sophia furiosa.
- E agora eles estão em perigo?? Mas que *****, Drakul! – explode Hermione igualmente furiosa. – Pegar uma ******** de presente ********** só para se satisfazer?? *******!!!
- Tinha que ser em um lugar perigoso?? Não podia ter nos avisado antes?? ********! Aliás, nem pediu a nossa permissão para ir buscar uma ***** de presente para outra mulher!! – reclama Sophia com a face vermelha.
- Creio que estejam passando tempo demais com o Gabriel. – comenta Drakul com os olhos arregalados ao ouvir os palavrões que as duas soltavam.
Enquanto as duas falam palavrões dos mais variados tipos, Drakul sorriu debochado, imaginando Gabriel e Harry, impacientes em algum lugar abaixo do templo, esperando por resgate. Seria engraçado as duas explicando o porque da demora.
- Acho melhor vocês se apressarem um pouco, porque não sei como está o estado dos dois lá. – comenta Drakul com um sorriso no rosto.
As duas se calaram na hora e ficaram sérias.
- Dê- nos as coordenadas que nós vamos. – fala Sophia decidida.
- Primeiro, isso. – fala Drakul e as entrega um comunicador para cada, que os colocam na orelha. – Levem dois comunicadores a mais, caso eles tenham perdido os deles. Agora precisam tomar esta poção.
- Que poção? – pergunta Hermione curiosa.
- A Maldição do Faraó. – fala Drakul pensativo.
- A poção que protege nossos pulmões dentro das pirâmides, não é? – comenta Hermione.
- É. Fez o dever de casa, Hermione? – pergunta Drakul sorrindo.
- Aulas de reforço com Snape e Narcisa durante o treinamento. – fala Hermione sorrindo ao lembrar- se de tantas aulas extras na ilha.
Drakul entregou a elas as poções que Gabriel havia deixado na mesa e elas beberam sem demora. Em seguida contou- lhes por onde e o que os dois passaram. Mostrou- as o mapa provisório que havia feito de acordo com as observações de Gabriel e Harry e, por fim, contou- lhe sobre as maldições e os desafios enfrentados pelos dois. Descreveu os guardiões e contou que eram imunes à magia, o que causou surpresa para as duas.
- Agora vão para o Templo de Amon- Rá. De lá, eu as guiarei. – diz Drakul sério.
- Pode deixar. – falam as duas, segundos antes de aparatarem no templo, com mochilas nos ombros e prontas para qualquer coisa.
- Estamos aqui, Drakul. – fala Hermione pelo comunicador.
- Descreva o local. – pede Drakul.
- Os monumentos de Karnak à frente, à direita da margem do Nilo, próximo a Lúxor. – fala Sophia olhando em volta. - O grande eixo leste- oeste com balizas por uma série de pilones e pátios. Há esfinges de pedra, ao longo do eixo principal na fímbria do deserto.
- Á Direita. Há um pórtico. - orienta Drakul.
- Estamos nele. – informa Hermione.
- Vão para um altar, à duzentos e cinqüenta metros daí. Lá encontrarão uma pedra falsa, logo abaixo do próprio altar. – fala Drakul pelo comunicador.
- Estamos no local. - fala Sophia.
- Não se esqueçam das estacas que estão no fundo desse poço. – alerta Drakul.
- Mas cadê a pedra? – fala Hermione procurando a pedra falsa.
- Se fosse uma cobra, tinha te picado. – comenta Sophia rindo, mostrando a pedra. – Afaste- se. – fala dando alguns passos para trás e engatilhando uma Magnun 357.
Assim que Hermione se afasta, Sophia atira na pedra, acertando- a de raspão, fazendo com que ela se mexa. Segundos depois, um alçapão se abriu de imediato, mas se fechou instantes depois.
- Vamos ter de ser rápidas. – comenta Sophia levantando novamente a arma na altura dos olhos para mirar. – Pronta?
- Pronta. – Responde Hermione se aproximando, assim como a vampira. Fez uma transformação parcial e transformou suas mãos em garras e as deixou preparadas.
- Um… Dois… Três! – conta Sophia e atira novamente na pedra. O alçapão se abriu e as duas pularam para dentro, cravando as garras na parede para desacelerarem. Foram caindo com lentidão até se aproximarem de um chão com pedra lisa. Caiem com cuidado e novamente vão freando.
Quando finalmente o caminho chegou ao fim para Hermione, ela transforma os olhos e observa com cuidado.
- Que boa recepção para os visitantes. – comenta pulando com cuidado para não cair nas estacas.
- O que espera? Chá com biscoitos? – Debocha Sophia pulando na frente de Hermione, barrando seu caminho.
Hermione rolou os olhos e olhou em volta.
- Se seu pai não tivesse nos avisado sobre essas estacas, acho que agora estaríamos em outro lugar. – comenta olhando admirada com o tamanho das estacas e enojada com os corpos dos comensais cravados nelas.
- Você estaria em outro lugar, não? – pergunta Sophia mostrando um sorriso cínico enquanto andava entre os corpos.
- Ah! Esqueci. Vaso ruim não quebra. – fala Hermione também sorrindo.
Sophia olha Hermione pelo canto do olho e começa a caminhar.
- Vocês duas não se dão muito bem, não é? – pergunta Drakul rindo pelo comunicador.
- Claro que nos damos bem! – fala Hermione como se fosse óbvio. Pega a lanterna e ilumina o caminho.
- Como cão e gato. – murmurou Sophia.
- Sei… Onde estão agora? – pergunta Drakul.
- No corredor que nos falou. – fala Sophia olhando em volta. – É. Parece que o Gabriel passou por aqui. A parede foi explodida. – comenta sorrindo ao ver os restos da parede.
- Acredito que agora não tenha mais perigo como quando os dois chegaram aí. Podem avançar, mas atentas a qualquer anomalia ou armadilha. – comenta Drakul sério.
- Anomalia? – pergunta Hermione estranhando.
- O que esperava dentro de uma pirâmide amaldiçoada? – debocha a vampira enquanto observava o chão coberto de pólvora com pegadas de tamanho anormal. – Esses guardiões são exatamente o que, meu pai?
- Para falar a verdade, não sei. Só sei que são os guardiões da pirâmide e possuem corpo de um homem e cabeça de chacal. Gabriel e Potter tiveram dificuldades em livrar- se deles.
- Então é bom manter as armas preparadas. – alerta Hermione.
- Disso eu já sei, lindinha. – fala Sophia estreitando os olhos. – Nesses assuntos sou bem mais esperta que você.
- Disso eu já sei, queridinha. – responde Hermione com a voz ácida posicionando duas colts para qualquer ataque surpresa.
- Não precisam dizer nada. Só seguirem a trilha das balas. – fala Drakul rindo e encerrando a discussão.
As duas continuam a caminhar em silêncio, atentas à qualquer som. Se aqueles tais guardiões aparecerem, teriam de estarem prontas.
- Acabamos de chegar em um corredor de frente para uma porta com duas imagens de Anúbis. – comenta Sophia para Drakul. – Ambos seguram um pequeno ANKH e estão de frente para o outro. A porta é ladeada por quatro estátuas de pedra, e nenhuma delas tem uma cara amigável.
- É impressão minha, ou sempre quando há uma imagem de Anúbis também há um ANKH? – pergunta Hermione curiosa.
Sophia ia falar algo, mas ouviram um uivo, seguido de outros atrás delas. As duas gelaram ao ouvir tal som e viraram. Viram cerca de dez dos guardiões no portal daquele corredor, armados e com caras ameaçadoras.
- Mas que ******! – resmunga Hermione guardando suas colts e a lanterna e pegando rapidamente um M16, abrindo fogo contra os guardiões que começavam a avançar. Alguns saltavam longamente e começaram a correr pela parede, fechando o caminho para elas, tentando cercá- las.
- Praga, Granger! – reclama Sophia atirando com sua Magnum .357 naqueles seres que não paravam de se aproximar. Conseguiu acertar um no peito, que voou contra a parede e se quebrou em pedaços. Outros dois tentaram saltar sobre ela, mas ela os acertou na cabeça com disparos precisos e os destruiu. – Por que não avisou que havia trazido seus clones??
- O quê??
– pergunta Hermione irritada mas sem parar de atirar com seu M16, destroçando três outros guardiões que tentavam se aproximar delas.– Se não notou, querida, eles são a sua cara!!
- O que estão fazendo? – pergunta Drakul aos gritos assustado com os disparos e com as palavras “gentis” que ambas diziam uma para a outra..
- Estamos brincando com os cachorrinhos do Templo, papai. É só para relaxar um pouco. – responde Sophia, deixando passar o comentário de Hermione enquanto trocava de arma, e agora atirava com duas Uzi Israelenses. – Mas por que eles não param??
- É meio óbvio porque não nos querem aqui! – responde Hermione fazendo alguns dos guardiões em pedacinhos.
- E isso é abaixo do Templo de Karnak! O que encontraríamos embaixo do de Cleópatra? – fala Sophia disparando contra os que pulavam nas paredes enquanto Hermione cuidava dos que vinham na direção das duas.
- Cleópatra não era tão criativa. – comenta Drakul pensativo.
- O quê? – pergunta Sophia debochada enquanto derrubava mais dois. – Ela não era criativa? – pergunta vendo os dois últimos guardiões serem destruídos por Hermione. – Conseguiu acertar algum?
- Alguns. São muito rápidos! – responde Hermione trocando a munição de ambas as armas e guardando novamente na mochila. – Drakul, você disse que Cleópatra não era criativa? Ela foi um gênio.
- Não foi muito especial se tirarmos o fato de que governava todo o Egito. – comenta Drakul com simplicidade. – Eu sei. A conheci pessoalmente.
- Pessoalmente? – pergunta Hermione curiosa.
- É claro. – fala Drakul rindo. – Sou bem mais velho do que imaginou, não é mesmo? Não se engane por este rostinho lindo e bem conservado, minha cara.

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Local: Pirâmide de Anúbis
Hora Local: 16:30 hs.
Status da Missão: Sem contato com Drakul
Tempo Decorrido da Missão: 09:35 hs.
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- Como se sente, Gabriel? –pergunta Harry preocupado ao ver Gabriel se apoiar na parede.
- Um pouco tonto, apenas. – fala Gabriel cansado e guardando seu fuzil AK47. – O sangramento na testa já parou. Acho que as múmias também terminaram. Só um pouco tonto, mas logo fico melhor.
- Ainda bem. – fala Harry suspirando cansado. – Acho que nunca mais vou assistir filmes de Múmias.
- É, no cinema é bem mais fácil. – fala Gabriel rindo baixinho. – Vamos em frente. Acho que estamos perto do final dessa busca.
- Não quer descansar um pouco? – pergunta Harry ao ver Gabriel caminhar pesadamente.
- É melhor terminarmos isso de uma vez. – fala Gabriel lembrando de um corredor estreito por onde tinham passado há pouco tempo. Centenas de múmias que tinham destruído. – Assume a ponta? – pergunta Gabriel.
- Sem problemas. – fala Harry sério enquanto se adiantava um pouco, ainda preocupado com Gabriel.
Andaram por mais de 100 metros até chegarem num pórtico de pedra, com alguns hieroglíficos.
- Estranho. – fala Harry apontando sua lanterna para o pórtico e não conseguindo ver nada mais.
- O que foi? – pergunta Gabriel se aproximando.
- A luz da lanterna não ilumina adiante. – comenta Harry. – Consegue traduzir? – pergunta apontando para os hieroglíficos.
- Deixe-me tentar. – fala Gabriel se aproximando e iluminando o pórtico com sua lanterna. – Que novidade!!!
- O que foi? – pergunta Harry preocupado ao ouvir um som baixo.
- Mais maldições! – resmunga Gabriel cansado lendo os hieróglifos. – Blá, blá,blá....Opa!! Essa é nova: “Se não comentou a fic sua vida se tornará um inferno. Esquecerá suas senhas do Msn. Seu Orkut irá ser apagado e seus e-mails contaminados por um vírus destruidor!
- O que diabos é um Msn? Orkut? E-mails? – pergunta Harry curioso.
- Não são armas, disso eu tenho certeza. – fala Gabriel pensativo. – Por via das dúvidas, é melhor comentar logo.
- Algo mais, ou só isso? - pergunta Harry apurando o ouvido e escutando o barulho se tornar mais alto.
- Não. Tem mais. – fala Gabriel movendo sua lanterna e encontrando um símbolo que conhecia. – O Escaravelho Sagrado.
- Hein? – pergunta Harry curioso enquanto remuniciava seu fuzil G36. – Tem escaravelhos sagrados no egito?
- Sim, tem sim. – fala Gabriel movendo sua lanterna e lendo mais para frente. – Isso vai demorar um pouco. Ouviu isso?
- Um barulho baixo, como se fosse algo se arrastando? – pergunta Harry. – Será que são mais múmias?
- Não. Acho que é muito pior do que múmias. – fala Gabriel lendo a última coluna de hieróglifos. – “A carne de seus ossos será consumida e garantirá uma morte dolorosa, profanador!”
- Cara... Será que é pior do que múmias? – pergunta Harry aproximando-se do pórtico e ouvindo o som aumentar muito.
- O pior é que acho que é. – fala Gabriel cansado apoiando-se na parede e deslizando lentamente até se sentar no chão. – Vamos fazer uma pausa, Harry. Não faz sentido enfrentar este desafio estando cansados.
- Por que não me fala do Escaravelho Sagrado? – pergunta Harry sentando-se ao lado de Gabriel.
- Pois bem. – fala Gabriel pegando um cantil com água e tomando um gole. - O escaravelho sagrado tem relação com o Deus-Sol. Ele também podia ser representado por um escaravelho ou por um homem com um escaravelho no lugar da cabeça. Nesse caso o bichinho simbolizava o deus Khepra (escaravelho, em egípcio) e sua função era nada menos que a de mover o Sol, como movia a bolazinha de excremento que empurrava pelos caminhos. Associados à idéia mitológica de ressureição, os escaravelhos eram motivo freqüente das peças de ourivesaria encontradas nos túmulos egípcios.
- Cara. Eles fazem de todos os animais deuses? – pergunta Harry curioso enquanto comia uma barra de ração de emergência.
- A cultura deles é muito especial, Harry. Agora, eu acho que atrás dessa porta nós vamos encontrar alguns escaravelhos. E se eu bem conheço os Egípcios, provavelmente são daqueles que comem carne. – fala Gabriel pegando seu lança chamas e verificando sua carga.
- Sim, eu entendi que são uma cultura fascinante, mas... qual é? Um animal que faz pelotas(bolinhas) de merda, não me parece ser exatamente um bom exemplo para ser deus, parece? – pergunta Harry confuso.
- Você está interpretando de forma errada. – fala Gabriel comendo uma barra de ração de emergência. – Os egípcios tentavam a todo custo serem imortais, Harry. É uma peça central da cultura deles. Desta forma, Khepri(deus escaravelho) era da classe dos deuses egípcios associados com um animal particular. O nome significa o escaravelho ou aquele que surge. O escaravelho é um tipo de besouro do esterco comum em todo Egito. O hábito do escaravelho de botar ovos em esterco animal bem como nos corpos de escaravelhos mortos foi observado pelos egípcios.
- Como eu te falei, um animal que revira merda não me parece tão importante para ser deus. – comenta Harry sério.
- Imortalidade, Harry. Essa é a peça central da cultura egípcia. – fala Gabriel sorrindo ao se lembrar que tivera as mesmas dúvidas que Harry e que Apolo gastara dias para lhe convencer do contrário. - O chocar subseqüente dos ovos de material aparentemente pouco prometedor conduziu os egípcios que associam o escaravelho com renovação, renascimento e ressurreição. O hábito do escaravelho de enrolar esterco em esferas e empurrar através da terra foi também notado pelos egípcios Antigos. Khepri era freqüentemente associado com o Sol e foi concebido como um escaravelho gigantesco que rola o Sol através do céu...A renovação e renascimento associados com o escaravelho também entrou em jogo aqui. Khepri renova o sol cada dia antes de rolar ele acima do horizonte e carrega-o com segurança através do outro mundo após o pôr do sol para renová-lo no dia seguinte. O sacerdócio de Heliópolis o consagrou como deus do sol diurno e o venerou como sol ao surgir na tripla forma de Khepri-Rá-Áton (raiar, meio-dia, poente). Nas iconografias aparece em forma humana com o escaravelho situado em lugar de sua cabeça, ou simplesmente como um escaravelho que empurra com suas patas dianteiras o disco solar através do céu.
- Uma simbologia para mostrar um escaravelho movendo o sol? – pergunta Harry um pouco confuso.
- Mais ou menos. O símbolo do escaravelho estava sobre os amuletos e nos selos do rei. Existia um escaravelho do coração que formava parte do vestuário do defunto. – explica Gabriel sorrindo. – Não dá pra entender tudo o que eles faziam, Harry. Na melhor das hipóteses podemos tentar descobrir o que eles pensavam. Mas muitas vezes podemos estar errados.

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- E agora? – pergunta Harry preocupado.
- A existência de escaravelhos neste local demonstra que estamos próximos ao fim dos desafios. – fala Gabriel pensativo.
- Como assim? – pergunta Harry sem entender.
- Já tivemos que nos “elevar”, lembra? – pergunta Gabriel.
- Sim. E depois caímos num poço. – concorda Harry.
- Exatamente. Subimos ao “céu” e depois descemos ao “inferno”. – fala Gabriel. – Estamos cumprindo as etapas do Renascimento Espiritual. O próximo passo é nos livrarmos da “carne” de nossos corpos e prosseguirmos somente como espíritos.
- Você está querendo dizer que devemos morrer para continuarmos? – pergunta Harry curioso.
- Isso é uma metáfora, Harry. Não quer dizer que precisamos seguir ao pé da letra o que está escrito aqui.– fala Gabriel sorrindo enquanto pegava um bastão químico de luz em sua mochila. – Já viu essas?
- Sim, mas nunca usei. – fala Harry. – Na verdade, nem sei como funcionam, exceto que iluminam o local.
- Química básica, Harry. – fala Gabriel sorrindo ao pegar . – É muito simples. Tem horas que adoro os trouxas. Eles para criarem armas e equipamentos são muito superiores aos bruxos. A reação entre os diferentes compostos de um bastão de luz causa uma liberação substancial de energia. Como em uma lâmpada incandescente, os átomos dos materiais são excitados, fazendo com que os elétrons passem para um nível de energia mais alto e depois retornem aos seus níveis normais. Quando os elétrons retornam aos seus níveis normais, a energia é liberada em forma de luz. Esse processo é chamado de quimiluminescência.

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- Caraca! Onde você aprendeu isso? –pergunta Harry curioso. – Isso não se ensina em Hogwarts!
- Eu tive bons mestres. Agora, vamos ver o que enfrentamos. – fala Gabriel rindo ao agitar dois bastões luminosos e observar a luminosidade surgir deles. A seguir, joga os dois, além do pórtico.
Mal os bastões caíram no chão, rolaram lentamente e o que mostraram, desagradaram profundamente os dois. Uma escada em espiral, feita de madeira e milhões de escaravelhos. As paredes, estavam cobertas por escaravelhos que se moviam sem parar. Uma parede viva.
- Caraca! – fala Harry assombrado.
- Realmente. – concorda Gabriel pensativo. – Um poço, que segundo imagino leve as profundezas, guardado por milhões de escaravelhos carnívoros famintos.
- Lança chamas? – pergunta Harry sério.
- Não temos combustível suficiente para tantos. – comenta Gabriel. – Vamos improvisar.
- Cara... eu não gosto quando você fala assim. – fala Harry ao ver Gabriel colocar sua mochila no chão e retirar algumas granadas. – O que é isso?
- Granadas de fósforo branco e Napalm. – fala Gabriel sorrindo. – Fabricadas por Irgil a meu pedido. Devem resolver.
- Fósforo branco? – pergunta Harry olhando para o sorriso de Gabriel e imaginando algo horrível.
- Sim. O Fósforo branco é uma forma alotrópica do fósforo, muito venenosa, que deve ser mantida sob a água devido à sua propriedade de inflamar-se espontaneamente em contato com o ar. – explica Gabriel sorrindo. – Já ouviu a expressão: “Queima como o inferno??”
- Sim. – responde Harry sério.
- É isso mesmo que está pensando. – fala Gabriel sorrindo ainda mais. – Estas armas são particularmente perigosas para as pessoas expostas porque o fósforo branco continua a queimar a não ser caso privado de oxigênio até que seja completamente consumido, de forma que pessoas atingidas ainda que se joguem na água continuarão a queimar quando emergirem para respirar. Isso queima que é uma beleza! E se juntarmos a ele um pouco de Napalm...
- Napalm? – pergunta Harry vendo o sorriso de Gabriel e pensando em algo ainda mais horrível.
- Napalm é um conjunto de líquidos inflamáveis à base de Gasolina gelificada, utilizados como armamento militar. O Napalm é na realidade o agente espessante de tais líquidos, que quando misturado com gasolina a transforma num gel pegajoso e incendiário. – fala Gabriel rindo pra valer ao pegar 4 granadas de cada tipo e as colocar em sua frente. – Isso vai virar um inferno, rapidinho.
- Vai jogar elas no poço? – pergunta Harry sério. – Como vamos descer, se destruir as escadas?
- Usaremos cordas de alpinismo. Agora, recue pelo menos uns 20 metros. Isso, se cair em você, vai queimar até não sobrar nada. Pegue seu lança chamas e fique pronto. Caso os escaravelhos saiam fugindo do fogo do poço, precisaremos contê-los aqui. – alerta Gabriel e vê que Harry recua e pega seu lança chamas, ficando em posição de disparo, mirando o pequeno pórtico. A seguir, Gabriel lança as granadas dentro do poço, além do pórtico e recua correndo enquanto pegava seu lança chamas também.
Segundos depois ouve as granadas de fósforo branco baterem no fundo do poço e se quebrarem. Ao entrarem em contato com o ar, incendeiam-se e logo as labaredas subiram pelo poço. Foi neste momento que as granadas de Napalm explodiram e amplificaram o fogo ainda mais.
Ouviam claramente o guincho dos escaravelhos sendo queimados. Bem como o cheiro de produtos químicos. Alguns escaravelhos conseguiram sair pelo pórtico, indo em direção a eles, mas com os dois lança chamas, os queimaram antes de se aproximarem.
- Bem... – fala Gabriel sorrindo e apagando seu lança chamas. – Agora, é só esperar. Daqui há pouco poderemos seguir adiante. Basta o fogo apagar. Enquanto isso, bem, vamos sentar e comer algo.
- Notei que não estamos cumprindo os desafios. – comenta Harry sério. – Isso pode ter um custo mais tarde.
- Sempre existe um custo para se conseguir o que quer, Harry. A questão é saber se está disposto a pagar o custo. Às vezes ele é alto demais. – fala Gabriel sério enquanto olhava para além do pórtico. As paredes já estavam livres dos escaravelhos. O cheiro era de revirar o estômago. – Mas eu não tenho problemas com isso, Harry. Sei que nenhuma vitória vem sem uma perda. É melhor que aprenda isso logo.
- O que sacrificaria para cumprir sua missão, Gabriel? – pergunta Harry curioso.
- Qualquer coisa. O que está em jogo é muito maior do que eu ou você. – fala Gabriel de modo misterioso.

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Local: Pirâmide de Anúbis
Hora Local: 17:30 hs.
Status da Missão: Múmias!!!!
Tempo Decorrido da Missão: 11:40 hs.
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- Então Cleópatra não era inteligente? – pergunta Hermione séria.
- Não. – responde Drakul sorrindo ao direcionar o assunto agora.
- A visão que a maioria tem sobre ela, está errada. Muitas versões a descrevem como uma mulher fatal e de rara beleza. Alguns relatos valorizam, com certo exagero, a questão estética de Cleópatra. – comenta Sophia olhando para a sala que agora estava vazia, a não ser por elas.. – Ela era bonita, mas não linda.
- Cleópatra vinha de descendentes muito mais do que nobres e distantes. Trezentos anos antes de Cleópatra governar o país mais rico do mundo, Alexandre, o grande, tinha acabado de conquistar o Egito. Desejoso de ser considerado uma divindade, ele dirigiu- se ao templo de Siwa, onde foi proclamado um deus pelo oráculo. Alexandre conquistou o maior império de toda história, dominando terras que iam da Europa a Índia. – comenta Hermione. – Cleópatra era descendente dos reis gregos do Egito, os Ptolomáicos. Ela nasceu em Alexandria com os cabelos vermelhos e em berço de ouro. Menininha do papai.
- Ptolomáticos? – repete Drakul curioso. – Sabe do que está falando?
- É claro que sei. Estudei isso na escola trouxa, ainda. Era dos Ptolomeus. Durante 300 anos, seguiu- se uma geração desses faraós. Foram exatos doze Ptolomeus. Ptomoleu III foi o ultimo grande faraó dessa era, reconquistando grandes riquezas que haviam sido perdidas para outras civilizações. Ptolomeu IV foi um grande fracassado que perdera grande parte das riquezas do Egito Antigo. – responde Hermione sorrindo abertamente por saber a resposta. – Resumidamente, um bando de Ptolomeus que não conseguiram reerguer a riqueza que os antigos faraós haviam deixado sem perdê-la novamente.
- Estamos no corredor de novo, meu pai. – informa Sophia levemente irritada.
- Sei onde estão. – comenta Drakul reprimindo uma risada. As duas juntas não era realmente nada bom. – Acima de vocês há uma abertura que levará para o lugar onde os dois caíram pela primeira vez.
- Encontramos. – fala Sophia olhando para cima. Flexiona os joelhos levemente e pula na abertura.
- Exibida. – fala Hermione para si mesma, assumindo sua forma animaga parcial e voa para a abertura logo atrás da vampira. – Nossa! Não da pra enxergar nada!
- Pai, temos uma ceguinha aqui. – fala Sophia rindo.
- Vá na frente, Hermione. – sugere Drakul suspirando. – Ligue a lanterna e sigam em frente.
- O que tem no final ? – pergunta Hermione enquanto passava por Sophia, esbarrando propositalmente nela. A vampira rosnou e Hermione abriu um sorriso angelical, enquanto engatinhava pelo túnel estreito.
- Na verdade, não irão chegar ao final. Antes de chegarem, haverá um poço no qual os dois caíram. Preparem- se para uma queda brusca. Agora... continue a história de Cleópatra. Está até interessante. – pede Drakul.
- O mais curioso é que Cleópatra certamente inspirou seus objetivos, sobretudo políticos, as façanhas alcançadas por Alexandre, o maior líder militar que o mundo já conheceu. Ela era ambiciosa, determinada e inteligente. Definitivamente, estas são características de uma mulher fatal. Por outro lado, uma harmoniosa combinação de: espiritualidade, determinação e inteligência tornaram Cleópatra à mulher mais famosa do mundo. – conta Hermione engatinhando logo a frente de Sophia. – Aos dezoito anos de idade, ela perdeu seu pai. O testamento de Ptolomeu XII dizia que o Egito deveria ser governado por Cleópatra e seu irmão, Ptolomeu. Mas na prática isto não chegou a ocorrer. Os dois brigaram pela disputa ao poder graças aos objetivos de Cleópatra e de Ptolomeu, bem diferentes. – completa Hermione sorrindo até ver o poço. – Onde esse poço vai levar?
- Se é um poço, provavelmente vai levar à água. – debocha Sophia.
- Francamente, eu preferia as piadas do Gabriel e do Potter do que ouvir vocês duas brigando! – fala Drakul irritado. – Isso mesmo. Vai levar a um riacho subterrâneo. Acho melhor se prepararem. Vai levar um tempo para poderem respirarem de novo.
- Tem tão pouca experiência de vida que nem consegue segurar a respiração… – suspira Sophia fingindo lamentar. – Não vai se agüentar lá fora por muito tempo.
- Ah! Por favor! Sei me cuidar. – fala Hermione indignada. – Gabriel me ensinou o que sei.
- O que parece ser muito pouco, já que não sabe com quem não deve mexer. – rosna Sophia séria.
- Sophia, vê alguma coisa? – pergunta Drakul pelo comunicador, tentando impedir um possível ataque entre as duas.
- Sim. Mas muito pouco. A celulite de Hermione atrapalha minha visão. – responde Sophia sorrindo olhando para Hermione que se arrastava a sua frente.
- Ai, eu tento! Que saudade das piadinhas de Gabriel e Harry. – comenta Drakul cansado.
- Dá um tempo, Sophia! – fala Hermione irritada.
- O que foi? Acabou sua cota de resposta? – pergunta a vampira rindo.
- Não vou discutir com idiotas. Os outros podem não diferenciar. – alfineta com um sorriso de lado. E antes que recebesse uma resposta nada bonita de Sophia fala: – Júlio César, poderoso general romano, acompanhou de perto as desavenças entre Cleópatra e seu irmão, e no palácio de Alexandria, mandou chamá-los para entender melhor a questão. Confesso que também faria o mesmo. Mas, fontes antigas nos revelam que Cleópatra chegou até César antes de seu irmão. Enrolada e escondida em um tapete, já que temia ser surpreendida pelo seu irmão. O general romano ficou impressionado com ela. Desde então uma atração física começou a dominar o futuro casal.
- Lugar estranho para se viajar. – comenta Drakul rindo.
- César adiou sua volta a Roma e juntou- se a Cleópatra para conhecer melhor o Egito. Decerto, Cleópatra queria impressionar o general com a grandeza e principalmente riqueza de seu país. Cleópatra era considerada uma deusa, César como seu acompanhante também era visto como um deus. – fala Hermione. – Foi no cemitério de Sakara que César viu pela primeira vez uma múmia de perto. A crença na vida após a morte e a possibilidade da imortalidade com a preservação do corpo, é uma idéia que pode ter atraído César que já estava envelhecendo. O nobre casal passou por Tebas, Karnak e Luxor, locais de grande admiração do Egito antigo. Durante este longo passeio, César observou também os grandes campos de trigo do Egito, alimento suficiente para alimentar seu exército, que, diga- se de passagem, não era nada pequeno.
- Mas nada estava assim, às mil maravilhas. – comenta Sophia séria, discordando de Hermione. – Cleópatra estava determinada com a idéia de conquistar um grande império, como de Alexandre. O terrível incêndio que destruiu a biblioteca de Alexandria durante um conflito entre egípcios e romanos deixou a jovem rainha profundamente magoada, revelando seu apreço pelos livros, seu maior patrimônio era a inteligência.
- Sim. Aquele incêndio foi uma obra de bárbaros. – comente Hermione.
- Você faria um funeral só para os livros, não é? – debocha Sophia rindo.
- Chegamos no poço, Drakul. – fala Hermione, segurando a raiva.
- É só pular. – fala Drakul.
- As mais velhas primeiro. – fala Hermione dando passagem para que Sophia passasse. A vampira lhe lança um olhar metralhador e depois pula com elegância para dentro do poço.
Hermione faz o feitiço cabeça- de- bolha e em seguida pula, com as garras freando sua queda.
Quando chegou ao fundo, pôde avistar Sophia começando a nadar na sua frente, seguindo a correnteza do riacho subterrâneo. Mergulha e protege-se contra as possíveis pedras em que bateria. Consegue ver a vampira e a segue. Sentiu a corrente se acelerar mais e logo se viu caindo em uma cachoeira. Chegou ao fundo e logo submergiu. Nada até a margem e cansada, jogou-se ao chão.
- Drakul… você realmente… a ama! – fala Hermione cansada.
- Já se cansou? – debocha Sophia de pé, torcendo as beiradas da roupa para retirar a água.
- Não vai se livrar de mim tão cedo. – fala se levantando, mostrando ainda ter disposição.
- Acho que já estou velho demais para isso… - comenta Drakul ouvindo os constantes comentários entre as duas. – O que vêem?
- Um pórtico de pedras repleta de hieróglifos. Mas acho que Gabriel e Harry não vieram por aqui. - comenta Sophia enquanto Hermione pega a lanterna e ilumina a sua frente.
- Por que acha isso? – pergunta Drakul curioso.
- Não há sinais do uso de explosivos ou de armas. – comenta Hermione sorrindo.
- Sim, sim. Ele abriu essa porta somente pressionando alguns hieróglifos. – comenta Drakul. – Sophia, aperte os hieróglifos que estiverem livres de poeira. Serão os mesmos que ele apertou.
- Certo. Vamos ver. – fala Sophia se adiantando até o pórtico e olhando detalhadamente. Passa a mão por cima de alguns deles e depois os aperta. – Acredito que tenham sido esses que Gabriel apertou.
Uma porta de pedra se abre na frente das duas, fazendo Sophia sorrir e Hermione girar os olhos. Caminham para dentro de um corredor tão escuro quanto o lado de fora e olham enojadas os escorpiões queimados.
- Mas nas histórias que conheço, Cleópatra não fica em sua tão amada Roma por tanto tempo ou até a morte. – comenta Drakul pensativo tentando fazer com que as duas parassem de discutir entre elas.
- Cleópatra amava César, não Roma. – comenta Hermione pondo a arma em posição. Observa o chão com atenção e acha vestígios de pegadas. – Arsenob era uma ptolomáica, derrotada por romanos. Foi algo que marcou a vida de Cleópatra para sempre. Mas a esta altura, ela era o assunto em evidência de Roma. César ganhou muito dinheiro e comprou muitas casas, construiu um templo com a estátua de Cleópatra e um belo jardim para sua amada. Revelou o quanto era verdadeiro seu amor pela rainha do Egito, sem ganância ou segundas intenções. Já por dois anos em Roma, Cleópatra – aliada ao homem mais poderoso do mundo – tornou- se a mulher mais poderosa do mundo. Parecia certo que seu filho, Cesário, herdaria um império de grandeza similar ao conquistado por Alexandre, o Grande. Mas a idéia de eliminar a República Romana não agradou nenhum pouco o Senado. César foi terrivelmente assassinado por inimigos políticos. Por isso de não ter ficado muito tempo em Roma.
- E você sabe como foi que decidiram quem seria o futuro Imperador? – pergunta Drakul.
- Foi uma grande briga, pois, Marco Antônio, aliado do Casal e general de César, expôs ao Senado Romano que Cesário, filho de Cleópatra era o herdeiro legítimo de César. Otaviano (sobrinho de César) reclamou tal legitimidade. A beira duma guerra civil, Cleópatra voltou para o Egito com seu filho. – responde Hermione sorrindo abertamente ao ver a cara de espanto de Sophia. – O país mais rico do mundo estava em declínio econômico e político. Mas Cleópatra utilizou toda sua habilidade administrativa para melhorar a situação explorando as estradas de comercio (com a extração do Pófiro) e a rota das caravanas, esta última, estabelecida desde a era ptolomáica. A rota das caravanas desempenhava um duplo objetivo econômico, além de abastecer o comercio local, era também a principal mantenedora dos luxos do palácio egípcio.
- Ela foi à única rainha conhecida no Egito que conseguiu reerguer a fortuna do país e mantê-la por um bom tempo. Sem precisar de muita ajuda e com a postura firme. – comenta Sophia lendo os hieróglifos com atenção enquanto caminhava. – Uma daquelas mães que, mesmo com o salário mínimo, consegue educar os filhos, sustentar a casa e ainda ter um tempo livre para si mesma.
- Mas não ficou só assim e ela teve ajuda. Pouca e quase inútil. Mas teve. – fala Hermione murchando o sorriso ao ver que Sophia conhecia muito bem a história. – O general Marco Antônio precisava das riquezas do Egito para vencer seu principal inimigo, Otaviano e conquistar Roma. Ele solicitou um encontro com Cleópatra em Tarsus. Cleópatra aceitou o encontro, porém, de acordo com sua conveniência. Por outro lado, Cleópatra precisava de Marco Antonio para dar continuidade em seu plano de entregar um grande império a seu filho, Cesário. Em Alexandria, Cleópatra já voltou amante de Marco Antonio e grávida de gêmeos.
- Ele foi um verdadeiro aproveitador, porque Marco Antonio partiu para uma batalha e deixou a rainha no Egito. Algum tempo depois, uma carta dele revelava que ele estava com outra mulher e tinha abandonado Cleópatra. – comenta Sophia olhando de soslaio a companheira ao seu lado, que fazia o mesmo. – O túnel se divide em dois caminhos, meu pai.
- Vão para a esquerda. – fala Drakul.
- Estamos indo. – fala Sophia e continua: – Aos 29 anos, mãe de três filhos pequenos, Cleópatra teve de adiar mais uma vez seus planos quanto ao futuro de Cesário. Foi nesta ocasião, em Dendera, que a rainha dedicou- se intensamente a religião, que no Egito antigo significava basicamente uma transição entre deuses e o faraó. O país teria prosperidade assegurada, desde que esta transição ocorresse de maneira harmoniosa e precisa. Até hoje Dendera abriga uma imagem de Cleópatra fazendo oferendas aos deuses. Detalhe: normalmente os faraós apareciam em paredes de templos acompanhados de seus maridos ou esposas. Mas Cleópatra não era uma rainha qualquer, seu filho Cesário, é quem aparece ao seu lado. – fala Sophia rindo. – Uma mulher corajosa.
- Contudo, sempre há um problema. – confirma Hermione sorrindo. – Marco Antônio voltou tempos depois e pediu um novo encontro com Cleópatra. Ele ainda precisava das riquezas do Egito para vencer Otaviano. A rainha estava com a mente confusa, mesmo com toda dedicação em preparar um futuro prospero para Cesário, Cleópatra tinha sentimentos. Ela fora abandonada prestes a dar vida a dois filhos gêmeos. Mas sua determinação política venceu seus ressentimentos, aceitando assim, um novo encontro com Marco Antônio. – fala Hermione mais séria. – Desta vez Cleópatra condicionou as riquezas do Egito a um grande acordo nupcial. Para ela ficou a região de Arnúbia, Chipre, Sinai, Armênia, Norte da África e Fenícia.
- Ela aprendeu, não é? – fala Drakul balançando a cabeça divertido. – E como foi que a guerra terminou?
- Com territórios conquistados com o sangue romano que tinham sido entregues a uma rainha egípcia. – responde Hermione se animando. – Isto causou fúria em Roma, alimentando com raiva às tropas lideradas por Otaviano que estava preparando um confronto final contra Marco Antonio. Nesta batalha, Otaviano sagrou- se vitorioso. Cleópatra chegou a acompanhar de perto o confronto, mas quando percebeu a iminente derrota de Marco Antonio, fugiu em sua nau capitânia. A rainha seguiu para Alexandria. Marco Antonio não conseguiu acompanhá-la e perdeu-se no caminho, caindo em desespero. Cleópatra planejou uma viajem até a Índia, onde fundaria um novo império com sua riqueza. Era sua última chance. – respirou fundo. – O túnel se dividiu de novo.
- Esquerda novamente. – fala Drakul conferindo na rota em que os dois haviam passado anteriormente.
- Depois da sua viagem, em Petra, Cleópatra foi surpreendida e suas embarcações (carregadas e prontas para ganhar o mar) foram incendiadas. Marco Antônio, preservando o estilo romano, entregou- se a espada e fora morrer nos braços de sua “amada”. – comenta Sophia com um certo tom de deboche na voz. – Já havia uma tumba preparada para Cleópatra. Porém, sua morte faz parte de uma discussão interminável.
- Ponto sensível. Como foi, exatamente, que Cleópatra morreu? Vocês sabem? – pergunta Drakul pensativo.
- Sua morte desencadeia uma grande e quase interminável discussão. Muitos textos antigos afirmam que ela tenha sido morta por meio de uma picada de cobra. – fala Sophia.
- Resta saber se por uma naja, ou uma víbora. – comenta Drakul. – Um dos maiores mistérios do Egito Antigo.
- Na verdade, baseado no que sabemos da vida dela, sabemos até a cobra que ela escolheu para morrer. – comenta Hermione olhando para o túnel.
- Como assim? – pergunta Drakul curioso. – Ninguém sabe a verdade. Nenhum dos especialistas tem certeza sobre isso.
- Só por que todos os especialistas são homens, não é mesmo? – pergunta Sophia sorrindo.
- Sim, e daí? – pergunta Drakul curioso.
- A Naja possui um veneno mais letal e sua picada é de difícil identificação. Já a Víbora provoca um inchaço grotesco, praticamente deformando a vítima. – fala Hermione séria.
- E daí? O que isso provaria? – pergunta Drakul sem entender.
- Qual mulher desejaria ficar grotesca para seu próprio funeral?? – pergunta Sophia séria. – Nós passamos a vida toda nos cuidando e mantendo nossa beleza. Por que iríamos ficar feias para nosso próprio funeral??
- Eu... quer saber... vocês estão iguais ao Gabriel. Pegam respostas absurdas e destroem décadas de pesquisas sérias. – reclama Drakul.
- Se fossem pesquisas sérias, deveriam chamar algumas mulheres para entender o que estudam. – comenta Hermione e vê que Sophia ameaça um sorriso.
- Direita ou esquerda, pai? – pergunta Sophia.
- Direita. – responde Drakul. – E vocês sabem o por que ela escolheu morrer assim?
- A morte por meio da picada da cobra evitaria a exposição de Cleópatra num triunfo romano, conforme desejo de Otaviano. – fala Hermione. – Cleópatra foi confinada num dos quartos do palácio e, tudo que era levado até ela era inspecionado para evitar seu suicídio. Mas de alguma forma, ela conseguira se matar conduzindo uma de suas mãos a uma “compota” onde uma cobra estaria entre os frutos. Quando os soldados romanos de Otaviano entraram no quarto da rainha, ela já jazia morta e vestida com trajes reais. Otaviano nada pode fazer a não ser expor para seu poderio militar um retrato da rainha Cleópatra.
- Realmente, ela foi criativa. – confessa Drakul sorrindo. – E vocês sabem o que houve com os filhos dela?
- Os dois filhos gêmeos de Cleópatra perderam- se na história. Otaviano matou Cesário, impedindo definitivamente qualquer chance de prosperidade política para o filho da rainha. Sem Cleópatra e seus filhos, Alexandria deixou de ser um lugar dedicado ao saber, passando a ser uma mera província romana no Egito. Mas Cleópatra nunca fora esquecida. Ela seria a eterna rainha do Antigo Egito. – fala Sophia séria.
- Então, Drakul? Admite agora que nós, mulheres, somos extremamente marcantes na história? – pergunta Hermione sorrindo debochada.
- Nunca discordei, mas não posso negar. Afinal, quem geraria os antigos heróis se não fossem elas? –pergunta Drakul gargalhando.
- Sem comentários. – fala Sophia séria.
- Pela primeira vez eu concordo com você, Sophia. – fala Hermione emburrada. – Nunca achei que fosse machista, Drakul!
- Não sou. – fala Drakul rindo. – Só puxei esse assunto para que vocês duas parassem de se atacar. Além disso, é melhor do que ouvir as piadas do Gabriel e do Potter.
- E quais piadas que eles contaram, Drakul? – pergunta Hermione curiosa.
- Piadas? Ah, não vão querer saber. – respondeu o vampiro sério.
- Por que não? Tinha algo haver com mulheres semi-nuas? – pergunta Sophia séria, mas piscando para Hermione de forma divertida.
- Basicamente... não. – dala Drakul pensativo. – A maioria foi para me irritar.
- Sobre o que eram as piadas? – pergunta Hermione sorrindo ao imaginar o que eles poderiam ter dito.
- Sobre sogros. – responde Drakul irritado.
Sophia e Hermione caíram na gargalhada. Assim que viram que riam juntas, pararam na hora, e ficaram sérias. Foi a vez de Drakul rir pelo comunicador.
- Vocês duas são um caso sem solução! – fala Drakul rindo animado.
- Há casos dos quais não se deve discutir. – fala Hermione séria.
- Nossos laços de amizade são um deles. – completa Sophia também séria.
- Sei... – Diz Drakul ainda rindo.
Continuam caminhando até que ouvem um barulho oco.
- O que foi isso? – sussurra Hermione olhando em volta.
- Não faço idéia. – responde Sophia, com a arma em posição.
- O que foi? – Pergunta Drakul.
Nenhuma das duas respondem e olham para todos os lados à procura da origem do som. Como não vêem nada, voltam a andar, com mais atenção ao que acontecia ao redor.
- Só ouvimos um barulho estranho, meu pai. – Fala Sophia.
- Sabem a origem?
- Por enquanto, não. – Responde Hermione olhando para trás ao ouvir passos. Mas não havia ninguém. – Esse lugar me dá arrepios.
- Olhos abertos, senhoritas. – Fala Drakul sério. – Anúbis não era temido a toa.
- Pode deixar. – falam as duas juntas. Olham- se irritadas e depois voltaram a atenção para o corredor.
Mais alguns passos e uma leve curva no corredor e se depararam com uma parede explodida. Seus pedaços estavam espalhados por todo o chão e o salão do outro lado muito silencioso.
- Estamos de frente para a porta que os dois explodiram, meu pai. – informa Sophia colocando a arma em posição. Ela e Hermione se aproximam e olham para todos os lados.
- Cuidado. Aí foi onde encontraram... – começa Drakul, mas é interrompido por um grito assustado de Hermione. – ...as múmias. – completa em voz baixa.

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Local: Pirâmide de Anúbis
Hora Local: 18:30 hs.
Status da Missão: Descendo
Tempo Decorrido da Missão: 12:40 hs.
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- Bem, aqui estamos. – fala Harry sério ao sentir seus pés tocarem o chão. – No fundo do poço.
- O que importa é que estamos bem. – fala Gabriel olhando para o poço e apontando uma passagem com sua lanterna. – Ali! E por ali que devemos seguir.
Caminharam em direção á passagem com cuidado, mas não encontraram nenhuma armadilha. Percorreram o túnel que lentamente ia ficando mais escuro. Temendo esgotar a carga de sua lanterna, Gabriel pegou mais dois bastões de iluminação e os agitou. Em seguida, desligou sua lanterna.
Quase duzentos metros depois, finalmente atingiram uma sala circular grande. À sua frente uma estátua sobre um pedestal de pedra. Atrás da estátua, uma porta com milhares de hieróglifos talhados nela.

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- E agora? – pergunta Harry curioso.
- Traduzir e avançar. – fala Gabriel dando dois passos em direção a porta, mas tem seu braço puxado subitamente por Harry que o faz recuar.
- Pare, Gabriel. – alerta Harry sério. – A estátua se mexeu!
- Hein? – pergunta Gabriel alerta olhando para a estátua que se moveu preguiçosamente e abriu os olhos, os encarando com curiosidade. Sacou um fuzil G36 e preparou-se para abrir fogo.
- Oh, droga! Estamos com problemas sérios. – fala Harry impedindo Gabriel de atirar. – Não se mexa, Gabriel. Se atacar, estamos ferrados.
- Vejo que um de vocês já sabe quem sou, não é mesmo? – pergunta a estátua elevando-se lentamente de seu pedestal de pedra.
- Uma Esfinge! – fala Harry sério lembrando-se do seu desafio no Torneio TriBruxo.
- Correto. – fala a esfinge sorrindo e Gabriel observou centenas de pequenos dentes, semelhantes aos dos tubarões. – Para prosseguir devem resolver o enigma. Se falharem, eu os mato.
- Qual o enigma? – pergunta Harry sério e ainda segurando o braço de Gabriel que lentamente baixa seu fuzil.
- Talvez você seja à favor. Talvez o contrário. Talvez tenha de fazer algo. Ou se mover. Mas, no fim, tudo é só uma dor lancinante que um bebê consegue provocar ao se mover, sem antes o mundo chegar a ver. – fala a Esfinge sorrindo. – Agora, responda ou morra.
- Harry? – pergunta Gabriel curioso depois de alguns instantes.
- Bem... – fala Harry olhando para Gabriel e sacudindo a cabeça. – Lamento.
- Oh, bem, é fácil! – fala Gabriel rindo baixinho de costas para a estátua, para que essa não visse o que ele fazia.
- Fácil? – pergunta Harry vendo Gabriel tirar um pacote de C4 da mochila e colocar um detonador por controle remoto nele. – Não faz isso. – sussurra baixinho.
- O preço da vitória, Harry. Lembra-se? – pergunta Gabriel baixinho e vira-se olhando para a esfinge que sorria. – A resposta é... – fala Gabriel jogando o pacote na boca da esfinge que engole o explosivo. Quando ela fecha a boca, Gabriel detona o explosivo, arrancando a cabeça da estátua.
- Não devia ter feito isso. – fala Harry preocupado ao ver a Esfinge se restaurar.
- Mas que ********!!! – grita Gabriel sacando seu G36 e abrindo fogo na Esfinge que sorri e salta sobre eles, derrubando-os no chão. Em seguida, coloca uma pata sobre o peito de cada um deles e sorri de forma perversa.

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- Bem, vocês erraram! Agora, vou matá-los! – fala ela sorrindo ainda mais.
- Eu não errei o enigma! – fala Gabriel meio sufocado, sentindo o peso da pata dela em seu peito. – Você só pode matar aqueles que erram.
- É isso mesmo. – fala Harry sentindo o mesmo peso da pata em seu peito. – Ele não errou. Só tentou trapacear.
- Bem, neste caso vou manter os dois aqui, comigo. – fala ela sorrindo. – Não vou matá-los. A sede e a fome farão isso por mim. Mas você, meu caro, vai pagar por tentar me ferir.
Em seguida, crava as garras de sua pata no peito de Gabriel e puxa lentamente, fazendo com que ele gritasse de dor conforme seu peito era lentamente cortado pelas garras. Harry gritou de raiva e tentou se mover, mas era impossível ajudar Gabriel que gritou de dor até desmaiar.

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Local: Pirâmide de Anúbis
Hora Local: 18:50 hs.
Status da Missão: Múmias e Mais Múmias
Tempo Decorrido da Missão: 13:20 hs.
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Hermione viu uma múmia logo acima de si, colada à parede como uma aranha. A múmia pulou e foi caindo em sua direção com a boca e braços abertos. Hermione abre fogo e atrasa a queda da múmia. Sai de baixo dela e quando ela cai a sua frente, permanece atirando até que a múmia se desfaça em pedaços.
- E só avisa agora?? – reclama Hermione nervosa.
- Tem mais delas! – avisa Sophia olhando para o outro lado e abrindo fogo. Dezenas de múmias semi mutiladas vinha na direção delas fazendo aquele barulho estranho. - Fique de olho em volta! – grita Sophia em meio às balas que disparava, fazendo as múmias perderem mais pedaços ou se desmancharem.
- Elas não acabam nunca? – pergunta Hermione aos gritos ao ver mais múmias atrás de si. Uma delas pula e agarra sua perna, mordendo-a. - Me larga, seu bastardo! – grita nervosa, explodindo a cabeça da múmia com um disparo preciso.
- Pára de brincar e atira, Hermione! – fala Sophia concentrada em acabar com todas as múmias que se aproximavam cada vez mais, fazendo- a recuar.
- Pára de falar e atira então! – devolve Hermione. Vê duas múmias correndo em sua direção. Esquerda e direita. Dá um passo para trás e deixa que elas se chocassem, em seguida pulveriza a cabeça de ambas.
Sophia bateu as costas nas de Hermione, mas nenhuma delas parou de atirar. Agora estavam cercadas, e as múmias pareciam não acabar nunca.
- Tática do Gabriel? – pergunta Hermione.
- Tática do Gabriel! – responde Sophia.
Ambas se encostam, costas as costas, e começaram a girar no mesmo lugar com as costas coladas e atiravam em todas as múmias que as cercavam. As que chegavam a pular na direção delas eram empurradas por uma saraiva de balas. Agora estava mais fácil e dando mais resultado.
O número delas foi reduzido a vinte quando a munição das uzis de Hermione acabaram.

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- Droga! – Reclama Hermione jogando as armas no chão. Puxa a mochila do ombro e se abaixa. – Sophia, toma conta!
- Mas seja rápida! – alerta a vampira atirando nas múmias mais próximas.
Hermione leva a mão para a mochila e pega uma escopeta, calibre 12 e a engatilha. Vira-se ainda abaixada e decepa as duas pernas de uma múmia ao seu lado, fazendo-as cair como pinos de boliche.
- Esquerda! – grita Hermione.
Sophia virou- se, mas não conseguiu parar a múmia antes dela pular sobre si, derrubando-a. Hermione se levanta e atira nas duas que se aproximavam de sua companheira enquanto Sophia usava a arma para afastar o rosto da múmia do seu.
- Arggg! Que mau hálito! – reclama Sophia enojada. Força o lado direito da arma para cima e acerta a cabeça da múmia, a deixando desorientada. Tira- a de cima de si e abre fogo nela. – Isso é por não escovar os dentes! – grita Sophia nervosa.
- Sophia! – grita Hermione ainda atirando nas múmias que se aproximavam da vampira.
Sophia, ainda deitada, atira nas múmias perto de si, enquanto Hermione cuidava das mais distantes. As múmias foram caindo aos poucos e logo estava tudo silencioso e quieto novamente. Na sala só se via montes e montes dos corpos mumificados e mutilados.
Hermione remunicia e guarda as armas e estende a mão para Sophia, que a aceita e se levanta.
- Sophia? Hermione? Na escuta? – chama Drakul preocupado.
- Estamos sim, Drakul. – diz Hermione séria.
- Graças a Merlin. – suspira Drakul aliviado.
- O quê? Achou que não daríamos conta? – pergunta Sophia rindo.
- Gabriel e Potter não conseguiram. Não me surpreenderia se vocês não conseguissem. – comenta Drakul dando de ombros.
- Sei... – fala Hermione rolando os olhos. Olha em volta e vê o estrago que haviam causado. – Parece que não há mais deles vivos... ou mortos... por aqui. – comenta séria olhando mais a frente e encontrando quase duas centenas de múmias despedaçadas pelos dois.
- Por onde Gabriel e Harry saíram é que vai ser o problema. Você sabe, meu pai? – pergunta Sophia colocando mais munição na arma.
- Não. Você terá de farejar, Sophia. Ou ver se ele usou explosivos para abrir mais uma porta. – responde Drakul.
- Com o odor de pólvora por cima vai ser demorado para farejar. – comenta a vampira olhando para a frente.
- Procuramos algum vestígio por aqui que nos mostre onde fica uma porta. – fala Hermione.
Sophia concorda com a cabeça e vão para a parede de frente para a qual acabaram de entrar. Hermione tateava a parede enquanto Sophia olhava com a tenção o chão, procurando algum vestígio de Gabriel ou Harry.
- Achei uma saliência. – comenta Hermione alisando a superfície da parede. – Parece ser uma porta que foi fechada. Agora, como abrir isso?
Sophia vai até ela e vê uma linha resta que ia até uma outra bem discreta na horizontal. Pega dois pacotes de C4 (explosivos plásticos) na mochila e os prega na parede.
- Se afaste. – fala Sophia andando de costas até chegar no corredor que estavam antes. Engatilha a arma e aponta para um dos explosivos. Hermione ficou ao seu lado e Sophia puxou o gatilho. A parede explodiu e vários pedaços voaram para todos os lados.
- Bela pontaria! – fala Hermione rindo alto.
- Obrigada. – agradece Sophia sorrindo, entrando novamente na sala. Caminham até a parede recém- destruída e entraram com as armas erguidas. – O corredor está vazio e com exceção de algumas múmias despedaçadas, sem sinal de movimento. – comenta Sophia entrando primeiro no corredor.
- Como é que você consegue ver alguma coisa nessa poeira? – pergunta Hermione boquiaberta, seguindo as cegas a colega.
- Quer que eu te responda? – debocha Sophia.
- Começaram é? Achei que tinham se acertado. – comenta Drakul rindo.
- Até parece. – murmura Hermione irritada.
- Tem cheiro do sangue de Gabriel aqui. – comenta Sophia preocupada.
- Como é que é?? – pergunta Hermione sentindo seu sangue gelar.
- O sangue dele? Mas e ele? – pergunta Drakul preocupado.
- Ele não está aqui, mas deixou uma boa quantidade de sangue para trás. – responde Sophia se abaixando. Repara nas manchas de sangue no chão com marcas de pés e mãos nelas. Segue a trilha com os olhos e vê virar um corredor. – Seja o que for que aconteceu com o Gabriel, ele está vivo, mas está sangrando muito.
- Se aqui não se pode fazer magia, ele ainda deve estar machucado. – comenta Hermione temerosa. – Vamos. Temos de achá-los e rápido. – fala ela séria enquanto andava pelo corredor.
Um gemido rouco e agudo pôde ser ouvido por Hermione. Ela pára e olha para uma múmia que se mexia com dificuldade no chão, tendo sido parcialmente despedaçada.
- Vai pro inferno. – fala Hermione nervosa e atira na múmia restante, deixando- a em pedaços.
Sophia olha surpresa para Hermione. Agora não podia mais provocá-la tão à fundo com toda aquela raiva.
- Ele sangrou bastante. – comenta Sophia, olhando para o rastro de sangue no chão.
- E também bateram em bastantes múmias. – fala Hermione, apontando para os restos de múmias pelo caminho.
- O que estão vendo? – pergunta Drakul.
- Nada de tão diferente. O corredor continua mais cinco metros, depois tem uma curva. – fala Sophia.
- Só para constar, como conheceu Rosa Negra, Drakul? – pergunta Hermione curiosa.
- Para falar a verdade, nunca a vi tão de perto e por tanto tempo quanto no dia em que ela foi ao meu escritório. – fala Drakul pensativo. – Já havia ouvido sua voz, seu jeito de ser, pesquisado sobre sua vida, mas nunca cheguei a lhe falar ou conhecê-la de verdade.
- Quando? – perguntou Sophia.
- Ah, foram vários encontros em diversos anos! – fala Drakul sorrindo. – Não sei lhes dizer ao certo em qual comecei a me interessar por ela. Mas me recordo de ter sido depois de minha esposa morrer. Cheguei a me comparar à um adolescente quando comecei a procurá-la. Nunca me senti tão estranho.
- Você leva em consideração ela só ter te procurado para lhe pedir uma coisa para ela? – pergunta Hermione.
- Há coisas que somente na voz conseguimos identificar, como sentimentos. – comenta Drakul calmo.
- Medo, amor e atração são alguns deles. – completa Sophia séria.
Hermione da de ombros e continua caminhando. Viram o corredor e se vêem diante da mais um portal. O outro lado estava escuro até com a lanterna que Hermione apontava. Não conseguiam ver nada além.
- Chegamos em mais um portal, meu pai. – fala Sophia baixo. – Esta escuro até para mim o outro lado.
- Tenham cuidado nesse ponto em diante. Não sei mais de nada. – alerta Drakul.
Hermione e Sophia caminham vagarosamente até ficarem mais perto do portal. Hermione se ajoelha próxima a nova passagem e Sophia fica de pé. Ambas com armas prontas. Sophia pega um braço de uma múmia e o joga pelo portal. O braço levou alguns segundos até atingir alguma coisa.
- Ouviu isso? – pergunta Hermione confusa, sem tirar os olhos da entrada.
- Parece... cascas. – fala Sophia também confusa.
- Nenhum movimento, Drakul. – fala Hermione e se levanta. – Vamos entrar.
Sophia vai na frente e acende a lanterna sobre a arma. Quando coloca o primeiro pé na frente, quase cai.
- O que foi? – pergunta Drakul preocupado.
- É uma escada. – fala Sophia iluminando o chão. – Mas acaba logo á frente. Desmoronou.
- Até onde desce? – pergunta Hermione.
- Não dá para ver. – respondeu Sophia tentando inutilmente ver o chão. – É muito fundo. Sente o cheiro? Usaram fogo por aqui. Queimaram algo vivo. Fogo químico. Depois desceram usando cordas.
- Desçam pelas cordas, e, repito: cuidado. – avisa Drakul sério.
- Sabe quantas vezes você já disse “cuidado” só nessa missão? – pergunta Hermione curiosa.
- Não será você quem terá de enfrentar um assassino se algo lhe acontecer, Hermione. – fala Drakul sério.
Sophia se certifica que as estacas estão bem presas e depois olha sorrindo para Hermione.
- Te vejo lá embaixo! – fala e desce escorregando pela corda.
Hermione não perde tempo e vai atrás dela. Tinha certeza de que, se não fosse pelas luvas, suas mãos estariam queimando.
Parou quando viu Sophia parada logo abaixo, olhando atentamente para o chão, agora bem mais perto. A vampira olhou para cima e encarou Hermione.
- Escaravelhos. – fala Sophia séria.
- Escaravelhos? – pergunta Hermione confusa. Desce até onde Sophia está e enrola as mãos para que se mantivesse parada na corda.
- Sim. Mortos. Completamente. Provavelmente, Harry e Gabriel deram conta deles mesmo machucados. Devem ter usado as granadas de Napalm que o Gabriel sempre carrega. – fala Sophia séria. – É seguro descer.
- Então vamos. – fala Hermione e as duas terminam de descer as cordas.
Pisam devagar nos restos dos escaravelhos, tomando cuidado em olhar onde estavam e onde as cordas estavam penduradas. Procuram ao redor, com as lanternas, uma saída.
- Onde estão? – pergunta Drakul pelo comunicador.
- Estamos literalmente no fundo do poço. – fala Sophia.
- Pensem que não há terra em cima. – fala Drakul rindo de leve. – Alguma saída?
- Até agora, nem o final da estada estamos vendo. – fala Hermione olhando em volta.
- Achei. – diz Sophia e caminha para um canto. Hermione a segue e logo pôde ver o último pedaço da escada inteiro, com pouco mais que dois metros de altura. Uma escada de madeira que um dia já foi espiralada.
Na parede, havia uma escura abertura. Uma nova entrada. Elas caminham por ela e logo vêem mais sangue trilhando o caminho.
- Eles vieram por aqui. – fala Sophia séria.
- Jura? Não dá nem pra notar! – debocha Hermione, entrando no corredor primeiro.
- Lembrem-se garotas: terreno desconhecido. Atenção onde pisam. – fala Drakul sério.
- Já sabemos, meu pai. – fala Sophia entediada, seguindo Hermione.
Seguem pelo corredor, em silêncio, sem se olharem. À medida que caminhavam, o lugar parecia ficar mais frio, principalmente com suas roupas ainda molhadas.
- O que mais tem no fim desse corredor? – pergunta Hermione tentando se distrair.
- Logicamente, um novo desafio. – fala Sophia sorrindo. – Não pensa não, Hermione? Achou que já estávamos no centro disso tudo?
- Vale à pena sonhar um pouco. – fala Hermione dando de ombros. Subiram uma pequena escada e continuaram caminhando.
- Sonhar nesse lugar? Você ficou maluca?
- Tem razão. Com você por perto, é sempre um pesadelo. – alfineta Hermione, nem dando mais atenção ao que vinha em frente. Pára de caminhar e encara Sophia.
- Estou na mesma situação que você, madame. Harry também está correndo perigo! Não é hora para ficar pensando em quando será o fim, e sim onde é que eles estão! – fala Sophia séria, também encarando Hermione.
- E se eles conseguiram chegar lá? E se eles não conseguiram vencer um dos desafios? Como é que fica a história? – pergunta Hermione.
- Seja onde estiverem, a nossa prioridade são eles! Depois vem esse negócio de Rosa de Anúbis!
- Olhem, não é uma boa hora para brigar... – começa Drakul hesitante.
- Você já pensou que a única saída disso aqui pode ser o próprio final? Ou seja, pegar a Maldirá Rosa? – pergunta Hermione nervosa, ignorando Drakul.
- Viemos aqui procurar Gabriel e Harry, Hermione! Não pegar a rosa! – fala Sophia irritada.
- O que acha que vamos fazer quando os encontrá-los então? Ficar sentados vendo as múmias passarem?! Qual é, Sophia! Teremos de sair daqui! Com ou sem a Rosa, não importa. – fala Hermione bufando.
- O caminho pelo qual viemos ainda é mais seguro do que o que ainda não conhecemos! – argumenta Sophia irritada.
- Mas se eles estiverem presos em um desafio?! – pergunta Hermione.
- Er... meninas? – ouviram alguém chama-las mais à frente
- O QUE É?! – perguntaram juntas, voltando a atenção para frente. Mas calaram-se e se espantaram ao verem o autor da voz.
Harry e Gabriel estavam deitados no chão, Harry com a cabeça virada para elas, com uma lanterna acesa iluminando uma Esfinge, diretamente sobre os dois. Não foi só o fato de os dois estarem muito machucados que as assustaram, e sim a esfinge sentada entre os dois, com uma pata sobre o peito de cada um, e uma enorme porta contendo milhares de hieróglifos. A Esfinge balançando calmamente a cauda enquanto olhava para cada um na sala com olhos atentos e estudiosos. A bocarra fechada em uma linha, onde havia centenas de dentes bastantes ameaçadores.
- Poderiam nos ajudar aqui? – pediu Harry com um sorriso amarelo. – Somos péssimos para decifrar enigmas.
- Alô? Sophia? Hermione? Estão aí? – Drakul chamou pelo comunicador, mas nenhuma das duas conseguiu dizer alguma coisa.
- O desafio permanece. Respondam o Enigma e continuem. Falhem e morrem. Se tentarem trapacear como este, eu as mato também. – fala a Esfinge com a voz fria apontando com a cabeça para Gabriel que estava desmaiado.
- Qual é o Enigma? – pergunta Hermione atenta, vendo que Gabriel não se movia.
- Talvez você seja à favor. Talvez o contrário. Talvez tenha de fazer algo. Ou se mover. Mas, no fim, tudo é só uma dor lancinante que um bebê consegue provocar ao se mover, sem antes o mundo chegar a ver. – fala a Esfinge sorrindo. – Agora, responda ou morra.
- Sophia? Hermione? – chama Drakul preocupado.
- Temos um problema aqui, meu pai! – fala Sophia séria.
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Fim do Cap! Precisamos da resposta ao enigma e de muitos comentários para postar o next cap.
Um abraço, pessoal
Claudiomir e Clara.

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