Uma já foi, só faltam seis

Uma já foi, só faltam seis



Harry e Dumbledore olharam a sua volta para procurar o autor da voz.

- Quem está aí? – perguntou a voz, mais uma vez.

- Será que poderia nos informar onde estão os donos dessa casa? – pediu Dumbledore, enquanto Harry não conseguia falar nada.

- Morreram há alguns anos – respondeu secamente. – Quem são vocês?

- Somos conhecidos deles – respondeu Dumbledore calmamente. – E quem é você?

- Sou um parente deles, vim para cá há poucos dias ver como estava a casa. Ninguém vem aqui há anos, a não ser eu. Tenho que vir às vezes, pois os trouxas que sabem que a casa existe gostam de atirar pedras, entrar na casa para se divertir – respondeu, ainda sem se mover da poltrona. – Então, eu os afugento. Eles pensam que a casa é mal assombrada e não voltam mais. Trouxas imbecis. Odeio todos eles! – disse com raiva. – E o que fazem aqui?

- Como disse, somos conhecidos e viemos para procurar um objeto que ficou aqui, após a morte deles, que precisamos entregar a um parente – disse Dumbledore. – Se importa se procurarmos pela casa? Não mexeremos em mais nada.

- Não podem fazer isso – respondeu o homem irritado, levantando-se.

- Por que não? – perguntou Dumbledore.

- Por que eu não deixarei que ninguém mexa nesta casa! – exclamou, empunhando a varinha e acendendo-a. Ao ver o homem, Harry se assustou. A voz dele estava completamente diferente do que quando Harry o vira em seu segundo ano. Seu rosto não era mais tão bonito quanto antes, suas feições demonstravam a raiva que sentia. – Sei que não são conhecidos deles, professor.

Era Voldemort, o Voldemort após alguns anos de sua saída da escola. Harry sabia que ele não o conhecia, afinal, ainda não havia profecia, mas não pôde evitar os calafrios que percorreram seu corpo. Sua mente travou, não sabia o que fazer, mas tinha certeza de que a mente de Dumbledore trabalhava rapidamente e logo encontraria um jeito de sair dali.

- O que quer aqui? – perguntou Voldemort.

- Somente ver o que havia restado nessas ruínas, Tom – respondeu Dumbledore simplesmente.

- Não minta para mim! Nunca viria até aqui com um aluno só para ver o que sobrou da casa de minha mãe! – gritou ele, e tentou usar a Legilimência em Dumbledore, para descobrir por que estavam ali, mas, como este era muito bom em Oclumência, apenas bloqueou seus pensamentos para que Voldemort não conseguisse penetrá-los.

- Tom, por que está com tanta raiva? – perguntou Dumbledore.

- Não me chame mais de Tom, sabe que agora tenho um novo nome! – disse ele. – E, em relação à minha raiva, tenho vários motivos.

- Então, pode me dizer.

- Primeiro que não aceitou quando fui até aquela escola pedir que me desse o emprego de professor em Defesa Contra as Artes das Trevas – começou ele. – E, segundo, se não partir agora, terão problemas muito maiores do que imaginam – disse, com um sorriso sem emoção alguma.

- Chamará seus seguidores, que se intitulam “Comensais da Morte”, para nos tirar daqui à força?- perguntou Dumbledore, sem preocupação alguma, enquanto Harry ainda não tinha idéia do que fazer.

- Se não saírem agora, vou sim – disse Voldemort ameaçando-os.

- Vá em frente, Tom, faça o que quiser, mas tenho que lhe dizer que vai se arrepender amargamente se o fizer.

- Foi você que pediu – respondeu Voldemort irritado, chamando seus Comensais. No momento seguinte, ouviram vários “craques” e várias pessoas com capas, capuz e máscara aparataram na casa. Voldemort sorriu satisfeito. – Tem tanta coragem de me enfrentar agora, Dumbledore?

- Ah, Tom, não sabe o que posso realmente fazer – disse Dumbledore, sem ao menos olhar para os Comensais que o rodeavam. Seus olhos estavam fixos em Voldemort.

Harry, sem querer, avistou algo brilhando em cima de uma pequenina mesa perto da lareira. Seu coração disparou. Sabia que era o anel. Olhou para Dumbledore, que, com certeza tinha percebido também, quando a luz de várias varinhas iluminou a sala. O diretor deu uma piscadela discreta para Harry, que entendeu no mesmo momento o que tinha que fazer. Dumbledore começou a avançar em direção a Voldemort.

- Peguem-nos! – gritou ele. Harry, nesse momento, colocou sua Capa de Invisibilidade e saiu da roda dos Comensais, tão concentrados estavam em pegar Dumbledore que nem perceberam que uma pessoa havia sumido.

Dumbledore lutava com incrível facilidade e, em alguns instantes, todos os comensais estavam derrotados. Só faltava Voldemort. Enquanto isso, Harry foi até a mesa e pegou o anel com uma luva que havia levado e embrulhou-o num pano, tendo o máximo cuidado para não tocá-lo. Voldemort não viu que seu anel tinha desaparecido, pois começou a lançar um feitiço após o outro em Dumbledore, que os repelia facilmente. Quando olhou para trás, viu Harry acenando positivamente, ainda coberto pela capa, dizendo que já estava com o anel. Dumbledore lançou um feitiço que confundiu Voldemort, mas não duraria muito tempo. Então, com uma rapidez impressionante, segurou o braço de Harry e aparatou de volta para a estradinha que levava a Hogwarts.

Enquanto isso, Voldemort gritava furioso por não ter conseguido matar Dumbledore, sem perceber que uma de suas Horcruxes havia sumido. Dumbledore e Harry entraram nos terrenos do castelo e seguiram para o escritório do diretor.

A chuva ainda caía intensamente, mais forte do que quando deixaram o castelo. Batia com força nas janelas e o céu estava tão escuro, que parecia ser noite, embora ainda fosse manhã.

- Onde está ela, Harry?- perguntou Dumbledore, depois que entraram no escritório e se sentaram. Harry tirou um embrulhinho de suas vestes e o entregou-o para o diretor. Este pegou-o e colocou em cima da mesa, sem encostar. Pegou sua varinha e começou a murmurar coisas que Harry não entendeu, mas pôde supor que eram feitiços para acabar com a Maldição que o anel continha.

- Pronto! – disse Dumbledore sorrindo. O anel começou a brilhar, emitindo uma luz avermelhada. Então, uma fumaça preta saiu dele e se dissolveu no ar e o anel emitiu uma luz azulada, indicando que não havia mais maldição. – Agora não há mais problemas em tocar nele. Mas não há razão para tocá-lo, também, temos que destruí-lo. Alguma idéia do que podemos usar para isso?

- Bom, quando destruí as outras, no futuro, utilizei a espada de Grifinória e uma presa de basilisco. – respondeu Harry.

- Uma presa de basilisco? A espada de Grifinória? – perguntou Dumbledore. – Onde arranjou isso?

- Foi no meu segundo ano... - começou Harry, explicando a história da abertura da Câmara Secreta, a qual tinha sua entrada no banheiro feminino, onde vivia o fantasma da Murta-Que-Geme, que o monstro dentro dela era um basilisco e, por isso, podia ouvi-lo já que falava a língua das cobras pois esse poder fora transferido para Harry na noite em que Voldemort tentara matá-lo, que Gina foi levada para a Câmara e que Harry foi atrás dela. Que estava falando com a lembrança de Riddle que saiu do diário quando Fawkes apareceu deixando o Chapéu Seletor com ele e a espada surgiu de dentro deste e cegou o basilisco, que cravou a espada no céu da boca da cobra gigantesca, mas uma de suas presas feriu Harry e com essa presa destruiu o diário, fazendo Gina acordar e a fênix curou seu ferimento. – Então, Fawkes trouxe todos nós de volta para o castelo – concluiu.

- A Câmara Secreta foi aberta uma vez, quando Riddle estava aqui, mas ele acusou Hagrid, que foi expulso. Só eu suspeitava de Tom, mas como não tinha provas – disse Dumbledore, pensativo. – Mas nunca soube onde era a entrada da Câmara.

- Senhor? – chamou Harry após alguns minutos em silêncio.

- Sim, Harry? – disse ele.

- Como iremos, então, destruir a Horcrux? – perguntou Harry. – Tem que ser um objeto mágico poderoso.

- Ora, com a espada de Grifinória – respondeu, como se fosse óbvio.

- Mas, onde ela está?

- Bem aqui – disse Dumbledore apontando para uma caixa de vidro vazia.

- Não vejo nada – respondeu Harry olhando bem para a caixa.

- Agora verá – disse Dumbledore com um sorriso enigmático. Estalou os dedos e apareceu uma espada brilhante, cravejada de rubis na empunhadura. Dumbledore foi até a caixa, abriu-a e retirou a espada de dentro dela.

- Mas, por que não consegui vê-la imediatamente? – perguntou Harry, confuso.

- Por que coloquei uma magia nela. Só pode vê-la quem eu autorizo.

- Por que o senhor fez isso, professor?

- Para que Tom não tentasse pegá-la.

- Mas o senhor não sabia das Horcruxes dele – disse Harry, mais confuso ainda.

- Mas sabia que ele era fissurado por relíquias. Queria encontrar e ter para ele uma relíquia de cada fundador de Hogwarts. E como a espada é a única que sabemos que foi de Grifinória, ele com certeza tentaria pegá-la se a visse.

- Entendo – disse Harry, com suas expressões se desanuviando.

- Então, mãos à obra! – disse Dumbledore, energicamente. – Vamos destruí-la.

- Está bem – concordou Harry.

- Como foi você quem me avisou de tudo isso, Harry, te dou a honra de destruir a primeira Horcrux – disse Dumbledore, entregando a espada a Harry, que pegou-a, juntamente com o anel. Colocou este último no chão e levantou a espada. Com apenas um golpe, quebrou o anel em dois. Mas alguma coisa estava estranha.

- Professor, a pedra não se quebrou! – disse Harry espantado com o que havia acontecido.

- Não, Harry – disse Dumbledore olhando fundo em seus olhos. – Você sabe por quê?

- Não, senhor – respondeu Harry com sinceridade.

- Não quebrou, Harry, pois ela é um objeto extremamente poderoso, tão poderoso que nem a espada foi capaz de quebrá-la.

- Mas, então, por que ela já tem uma rachadura no meio? – perguntou Harry, confuso mais um vez, ao ver a rachadura.

- Isso só ocorreu, Harry, pois Voldemort fez dela uma Horcrux, ou seja, inseriu uma parte de sua alma na pedra – explicou Dumbledore. – Ela não foi feita para receber algo tão cheio de ódio.

- Mas, então, como é que os outros objetos a suportaram?

- Pois há uma magia diferente nela. Mesmo sendo feita pela Morte, foi destinada a trazer as almas de volta para que seus donos pudessem ver quem já morreu, não para receber uma parte de alma que ficaria guardada para sempre. É um objeto com poderes incríveis Harry, mas só não quebrou totalmente por ter sido feita pela própria Morte, que não possuía amor nem arrependimento dentro de si.

Harry ficou pensando por um tempo nas palavras que tinha acabado de ouvir. Então, veio uma dúvida em sua cabeça.

- Mas Voldemort não vai sentir falta do anel?

- Não – disse simplesmente.

- Por quê?

- Por que, antes de voltarmos, fiz uma réplica falsa do anel e joguei-o no chão, na hora em que confundi Tom. Ele não viu o que fiz. Pensará que, com todos aqueles feitiços, o anel acabou caindo da mesa.

- Mas ele não pode sentir que destruímos uma Horcrux e que aquele anel não possui uma parte de sua alma?

- Receio que não, Harry. Ele já se afastou tanto de sentimentos que não pode mais sentir nada, além da raiva e do ódio, constantes. Acho que já está na hora do almoço. Você deve estar com fome, afinal, com toda essa aventura que passamos hoje – disse ele, sorrindo.

- Boa tarde, professor – disse Harry sorrindo também e se dirigindo à porta do escritório.

- E, Harry – chamou Dumbledore, quando ele estava quase saindo.Se virou na hora. – Não se esqueça que suas aulas começam na segunda-feira , seu material chega essa tarde, diretamente a você e, quando souber de mais alguma coisa em relação às Horcruxes, comunico-lhe imediatamente.

- Obrigada – agradeceu Harry e saiu da sala.

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Mira O'Connel, fico muuuito feliz que esteja gostando da fic! Obrigada pelo coment! ;D

Dani Potter, obrigada por ler e comentar, os comentários são muito impertantes para mim!!!

N/a: pretendo atualizar a fic todos os dias. Isso só não será possível se acabarem os capítulos escritos, e agora que começam as aulas, só terei tempo para escrever no final da tarde e a noite, por causa de lições e trabalhos, então poderá demorar mais para atualizar, mas não ficará mais de uma semana sem atualização...

Beijos e obrigada a todos que lêem e comentam...

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