, único .



Eu sei,parece importante,ficar em silencio,mais de que importa,manter,tantos dissabores e mastigar pregos pra manter as dores...

"Este sentimento ainda é bem vivo em mim,depois de tantos e tantos anos a chama desse amor ímpeto e nervoso ainda persiste em mim. É tão tolo, porem , tão verdadeiro. É algo alem do amor de irmão, sempre foi. - bebi um gole da garrafa que jazia ao meu lado.

"É desejo carnal, é sede pelo seu corpo,é querer tomar-te por inteiro. É algo alem do simples toque, e ir alem de tudo, é lembrar disso e viajar,delirar.

"Hoje, teu corpo está se emaranhando ao de uma mulher, seus dedos estão percorrendo os pontos do corpo dela, seu suor está se juntando ao dela, e eu estou aqui, sentado sobre essa lápide fria de mármore, tomando uma bebida forte para me manter quente e fugir da realidade. - minha garganta queimava com o ardor do absinto.

"Eu sinto tanta a falta de você,e essa é a verdade. Falta de todas as lembranças que dormem dentro de mim,mas que são tão verdadeiras.


Vem meu bem,deixa que, o inverno vai passar.Tudo é tão sem querer,e é tão fora de moda ficar mal....

"Manter por tantos anos esse sentimento as escondidas, fugir de todos para ter com você o que não desejava com mais ninguem.Meu amigo, era o amante que eu mais apreciava,e que mais me machucava a cada encontro. Ainda posso sentir as suas unhas arrancando minha pele, posso sentir seus sussurros.

"Observar junto a ti a noite,te segurar a luz da lua cheia, manter-lhe ocupado dentro de mim,e vice-versa. Faria tudo de novo se soubesse que o eco da minha alma fosse responder com o som do seu uivo hoje tão distante.

"Está acabado,acabo! É o fim? Este já fora decretado a tanto tempo, desde que essa mulher apareceu em sua vida.

-Minha prima! Sangue de meu sangue! Me trocaste por ela!- levantei,andando de um lado para o outro,sobre a lápide de mármore escuro que jaziam os corpos de Òrion e da velha ridícula, Walburga.

"Eu deixei que esta coisa toda acontece-se diante de meus olhos! Eu deixei que você fosse procurar ao lado de meu leito. Eu sou idiota,tolo,estúpido!

Sabe, parece que foi ontem,tudo era tão puro,e éramos tão jovens.Querer pouco era tão fútil, correr tão covarde e resistir inútil.

-Eu deixei que ela te conquista-se, que ela com seus segredos femininos te hipnotiza-se. Pareço indiferente, pareço forte. Fui forte hoje naquela maldita igreja! Fez questão de que eu ficasse na primeira fila,apenas para na hora de dizer “Sim” olhar para mim com aquele seus olhos tão cansados,como se pedi-se que eu lhe salva-se,ou como se disse-se.

- Esse é o nosso fim....Era isso que você queria que eu lhe disse-se,era isso que você queria ouvir de minha boca Sirius?- apareceu de trás de uma arvore fantasmagórica .

-O que faz aqui? Acho que deveria estar em suas núpcias , ou vai deixar minha priminha lá, sedenta por ti?! – me virei indiferente.

- Ninfadora sabe que o que sinto por ela não é amor, é afeto. E, ver você lá, bem de frente para a nossa união foi demasiado difícil para mim. – se sentou no degrau da lápide, abaixando a cabeça. – me desculpe amigo.

- Desculpar? Por que? Eu que fui tolo demais de ter cultivado esse sentimento por tantos anos. Sou um homem, não sei quanto tempo eu tenho, sei que amanhã posso estar morto e enterrado, mas o sentimento continuara intacto. AAAAAH! Remo, pareço uma velha idiota, saia daqui!

- Somos dois velhos idiotas Sirius,essa é a verdade. – ele riu desanimado..

- É verdade...-estendi a garrafa da bebida para ele, ele aceitou e deu um gole,fazendo uma careta. – Ah Remo,não acostuma-te nunca com o amargo da vida em seus lábios?!

- Já me acostumei,a tantos anos atrás. E não era amargo, era nervoso, sincero, ofegante.

Diz pra mim,o que é que foi,quem roubou meu bem querer? Que hoje é assim, tanta dor,eu sinto tanta a falta de você meu bem...

- Quero provar então um pouco mais do que você chama vida, pois a minha é curta e eu sei disso! – sem receios,sem pensar,sem lembrar que a garota esperava pelo seu marido, me joguei contra o homem a minha frente.

Beijei-o, descompassadamente. Fazia tempo que aquilo não acontecia, mas logo entramos nos eixos. Ele levou meus cabelos para trás de minha orelha,seus movimentos com a língua deixava o beijo doce,enquanto eu queria mais! Eu sempre queria mais!

Meus pais deviam estar se revirando naquela cova ao nosso lado,eu não ligava,eu odiava aquela velha idiota! E ela merecia mais do que seu filho atracado com um lobisomem,ela merecia que nossos corpos se unissem sobre o tumulo dela. Eu não tinha porque exitar, e eu faria aquela blasfêmia.

-Venha. – puxei Remo pela gola do suéter, jogando-o com força sobre a lápide gélida

-Sirius! Tenha mais respeito pelos mortos!

-Cala a boca Remo, eles não merecem minha consideração!

Soltei o cinto de minhas calças,enquanto Remo rapidamente fazia o mesmo com o seu,ele não resistia, e seus dotes de bom garoto evanesceram e o lobo que eu conhecia tomou conta de seu corpo.

Era Remo,o frio,a noite e eu,apenas. Sem pressa,sem medo,apenas uma entegra de corpo e alma.

De andar pelas ruas sem saber porque,e escrever nas roupas tudo o que ninguém parece escutar..Ninguem!

Terminamos com o absinto ali sobre o tumulo dos Black,ali aonde eu,algum dia,iria dormir eternamente.Rimos, lembramos, nos entegramos sem perguntas.

Agora, o silencio cortava, o frio aumentara e a noite logo se dissiparia.Remo voltaria para Ninfadora,e eu,voltaria para aquela casa solitária.Remo tinha uma vida agora.Responsabilidades, mulher, talvez um filho.

E eu? O que eu construí ao longo dos anos? Nada! Eu não tinha mulher,nem filhos.

- É hora de ir, espero que tenha uma boa explicação para Tonks.

-Ela a essa altura já deve ter ido para a casa da mãe,chorar nos braços de Andrômeda.

- Então quer dizer que você pode me acompanhar até em casa. – ri, curtindo com a cara do Aluado.

- Só se você for me convidar para entrar e...

- Te servir uma boa garrafa de álcool para te deixar mais bêbado.

-Eu te conheço Sirius Black, você não presta,realmente!

- Eu sou um homem só,você que é o adultero! Não venha dizer que eu não presto!
-levantei-me, fechando o cinto.

- Vamos logo,estou exausto, mas agüento mais uma dose do sangue quente dos Black.

-Tonks tem sangue Black.

-Larga de ser idiota! Eu quero você,mais um pouco.

Dei uma risada, jogando a garrafa aos pés do tumulo ,que se estourou em várias partes. Segui para fora do cemitério.

-Qual é? Vem ou não? – ouvi os passos de Remo ao meu encalço.Era o suficiente, dispensara palavras.

Diz se,não é tão adolescente, manter tuas cartas em papel de presente.Querer guardar assim comigo tudo que ficou em algum tempo perdido.E que pra mim faz valer ser feliz...

- Entra. – convidei,porem,Remo parecia pensativo.

-Tudo errado Sirius, tenho que ver aonde está Tonks. Estou sendo inconseqüente e irresponsável. Desculpa, mas tenho que ir.- acenou com a cabeça ,se afastando.

-Voce não tem culpa de nada Aluado! É errado reviver coisas de seu passado?

-Não,é errado deixar uma mulher grávida ao relento para se encontrar com um homem.

Espera, um minuto pra Sirius Black respirar. Grávida?

-Grávida Remo?

-Sim Sirius. Acho que isso sim é o fim. Obrigado pela noite,fora boa,mais é uma despedida para o nosso passado.

Em choque? Talvez, mas era de se esperar, Remo não se casaria sem amor. Algo lhe prendia a Tonks e eu agora sabia do que se tratava.

Observei meu velho amigo se afastar cabisbaixo, entrei pra dentro, fechando a porta trás de mim,sem um pingo de animo,apenas ódio,ódio!.

-Seu acéfalo ! Asno ! Medíocre! – soquei com força a parede. – É o que você é Sirius Black ! E você também,Remo Lupin !
- agachei-me,escorando meu corpo na parede.

Vi dali,sentado no chão, o dia amanhecer, os raios de sol entrarem pelas grandes janelas. Senti um calor , algo entrando em minha alma,parece que algo que havia morrido na noite anterior, de repente,havia ressuscitado. Eu sabia o que era, e não podia dizer que não ficava feliz com isso.

-Desculpa,não quis te acordar, pensei em levá-lo para o quarto,mais estava exausto também.

-Você se desculpa demais,Aluado. – me levantei,feliz em ver meu amigo ali,sentado naquela poltrona, lendo um jornal , com seu rosto iluminado pelo sol.

Ele estava de volta. E viria sempre.

então vem,é sempre cedo,com você não vou ter medo...

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