Jacente*



N.A.: Uhuuuuu!!! A música vai variar de cantor agora, passamos de Jesse para Britney, numa música onde ela não fica se vangloriando dos seus atributos ;D
Mudei do (a) para o (o) porque é o Draco que narra o capítulo.
E bem, dia 01/01/09 a fic fez um ano
*Imóvel

“Eu acredito que todos nós temos um amor verdadeiro
Algum lugar nesse mundo eu aceito”

Aula de feitiços.
- Senhor Malfoy, ou o senhor passa a dormir nos horários padrões e manter-se acordado nas aulas, ou serei obrigada a descontar pontos do senhor.
Ou seria aula de transfiguração? Porque aquela era a voz de Minerva, isso eu tenho certeza!
- E a propósito, dez pontos a menos para sonserina por sua total desatenção.
Oh sim, aquilo era aula de transfiguração. Minerva simplesmente me odiava. Acho que me deixou sem a detenção porque achou que eu sofreria mais com a presença da Weasley. “E você não sofreria?” Uma voz gritou no fundo da minha cabeça ao mesmo tempo em que o sinal tocava, fazendo-me levar uma das mãos à têmpora, fazendo uma massagem na tentativa de aliviar a horrível dor de cabeça que eu sentia.
Saí da sala e me encaminhei para cozinha, no que pude perceber que Zabini veio atrás.
- Sabe, nossa próxima aula é DCAT, e você está indo exatamente para o lado contrário.
- Eu sei Zabini. Eu estou indo na cozinha pegar café, para me manter acordado.
- Não dormiu à noite? – ele perguntou-me, com o olhar vago, mas eu sabia que estava rindo interiormente.
- Minha enxaqueca voltou a atacar e acabei não conseguindo dormir.
- Acho que a enfermaria resolveria melhor seu problema.
Eu já estava em frente ao quadro da pêra, e então olhei para trás e lancei um olhar mortal.
- Obrigada pela dica, Zabini. – e entrei na cozinha, fechando a porta atrás de mim.

“Quando parecia que todos meus sonhos estavam desmoronando
Isso é quando eu te encontrei”

Lembrei da última vez que eu tinha estado ali. A lembrança não era muito agradável. Parei um dos elfos que passava rapidamente por ali, apressado para fazer sua parte no almoço, e pedi uma xícara de café. Ele pareceu imensamente feliz em atender o meu pedido.
O café resolveu o problema do sono, mas não o da dor de cabeça. Falta de sono sempre me fazia ficar assim. E eu não havia conseguido dormir a noite inteira.
Então pela segunda vez eu resolvi seguir o conselho do Zabini e fui à enfermaria. Na verdade, eu acho que eu estava seguindo mais uma ordem da minha mente. Ou seria do coração?
Cheguei à enfermaria e entrei direto, sem bater na porta. Eu nunca batia. Acho que esse era um dos milhares de motivos pelos quais Madame Pomfrey não gostava de mim.
Assim que eu entrei a vi do lado da Weasley, examinando-a. Fui andando calmamente, para que ela não percebesse minha aproximação e a vi escrevendo algumas coisas em uma prancheta, na mesa-de-cabeceira da Weasley. E a Weasley permanecia igual. Dormindo, como uma criança desprotegida. “Quero saber onde é que ela é tão forte”.
- Madame Pomfrey
Ela devia estar muito concentrada, porque ela deu um berro e soltou todas as suas bugigangas quando eu a chamei.
- Hum... tudo bem? – eu perguntei, vendo-a pegar suas coisas.
- Sim. E o senhor, o que deseja?
- Bem, eu vim ontem por causa da minha enxaqueca, mas aquele remédio não funcionou como da outra vez. Eu acabei passando a noite em claro, e a senhora sabe que as dores de cabeça pioram quando eu não durmo, então está insuportável– eu disse, ainda massageando a têmpora.
- Espere um minuto. – ela disse e foi para um grande armário que havia no fundo da enfermaria. Então eu aproveitei e espichei o pescoço para ler o que ela escrevera na prancheta. “Coma simples. Batimentos cardíacos normais. Previsão de melhora: uma semana.”

“Eu acredito nos corações que sussurram no escuro
Sempre há um raio de luz brilhando por eles”

Ela voltou com um copo de água, um comprimido e uma folha de papel.
- Já que sua dor de cabeça é falta de dormir não adianta eu lhe dar algo para a dor de cabeça, mas sim para você dormir. Então isso aqui é um calmante, vai lhe render sono para o resto do dia, você só acordará amanhã. Então tome e vá para o seu dormitório. E depois apresente esse atestado para seus professores.
Tomei o remédio e fui para o dormitório, dando uma última olhada na Weasley e vendo que ela estava igual. A idéia de vê-la ali, dormindo e dormindo e dormindo estava começando a me incomodar. Mas eu não tive muito tempo para pensar nisso. Meus olhos começaram a ficar pesados e a fecharem sem meu comando. Tive tempo apenas de chegar até o meu dormitório, deitar, e tudo se apagou.
Segundo dia da Weasley na enfermaria.

“Se eu me afogo ou nado quando a maré vier”

Dia seguinte: Acordar. Tomar café. Aulas da manhã. Almoço (só que na verdade eu só fiquei metade do tempo no Salão. Fui até a enfermaria ver a Weasley, sob o pretexto de enjôo. Porque aquela velha, digo, Madame Pomfrey, conseguira sarar minha dor de cabeça. Weasley ainda dormindo. Remédio horrível. Cuspi tudo pra fora assim que saí da enfermaria). Aulas da tarde. Treino de quadribol. Jantar. Dormir.
Terceiro dia da Weasley na enfermaria.

“Eu achei a mim mesmo...
Quando eu te encontrei”

Outro dia: Acordar atrasado. Usar meu tempo do café para ir à enfermaria. Sob o pretexto de... Ah, dessa vez eu nem arranjei desculpa. Disse à velha que havia ido ver a Weasley, e ela ficou olhando-me de canto de olho todo o tempo em que eu fiquei lá. E a Weasley continua dormindo. Só que hoje, para meu espanto, eu vi o dedo indicador dela mexer!!! É, quando eu cheguei e disse: - Olá, Weasley. (Tudo bem, ela estava dormindo, mas já me disseram que as pessoas quando estão em coma às vezes podem nos ouvir). Aulas da manhã, morrendo de fome. Almoço, graças a Merlin. Aulas da tarde. Biblioteca. Jantar. Dormir. E sim, naquele dia eu finalmente dormi com decência.
Quarto dia da Weasley na enfermaria.

“Eu achei que estava mais perto do céu
Sim, em você eu achei o amor mais profundo, eu sabia”

Novo dia: Acordar. Café-da-manhã. Aulas da manhã. Almoço. Aulas da tarde. Ir para a enfermaria, mas ser barrado por Minerva no meio do caminho.
- Sr. Malfoy, está indo para a enfermaria, não é? Ótimo, entregue isso aqui para Madame Pomfrey, por favor. Obrigada.
Tá, ela realmente estava com pressa. Falou tudo aquilo sem nem respirar. Nem esperou eu responder se ia ou não para lá, e jogou um pacote pardo em minhas mãos. E saiu praticamente correndo pelos corredores.
Quando eu cheguei à porta da enfermaria, levei um grande susto. Tinha uma pessoa ruiva em pé. Tipo, meu coração disparou achando que era a Weasley, mas então reparei bem. Baixinha, gorda, cabelos presos em um coque, e um vestido tipo camponesa. Sim, ela era a Weasley. Mas era a Weasley-mor. A mãe de toda aquela trupe.
Fui entrando sorrateiro na enfermaria, assim como eu havia feito no dia em que Madame Pomfrey examinava a Weasley menor.
Elas estavam de costa para mim, então ainda não haviam notado minha presença. E quanto mais perto eu chegava melhor dava para ouvir a conversa.
- Hum... Senhora Weasley, você sabe se sua filha tem algum tipo de ligação com Draco Malfoy? – eu ouvi a velha perguntar, para minha surpresa.
- Draco Malfoy? O filho de Lucius Malfoy? Não. Que eu saiba nenhum de meus filhos jamais teve qualquer tipo de ligação com qualquer membro dessa família – a-há, coitada, ela que não sabia o tipo de ligação que eu estava tendo com a filha dela ultimamente – Mas por quê?
- Todos os dias sua filha tem tido alucinações. E em todas elas a única coisa que sua filha sabe fazer é pedir socorro para Draco Malfoy. – eu estava bem atrás dela quando ela disse isso. E meu coração pareceu que ia sair pela garganta. Era como se eu estivesse... feliz. Ou assustado. Porque todos esses dias eu estava tendo sonhos com ela. Em todos era apenas a voz dela pedindo-me socorro. E eu acordava suando frio.

“Ooh, eu acredito, sim é verdade
Eu achei a mim mesmo quando eu te encontrei”

Mas então meus pensamentos foram cortados, porque a velha virou-secontudo para onde eu estava, e novamente, deu um grito, que foi acompanhado por um da Weasley-mor.
- Sr. Malfoy, seus pais não lhe ensinaram bater na porta antes de entrar?
- Eu bati. Mas provavelmente vocês estavam muito concentradas e não ouviram. – afinal, ninguém precisa saber que meus pais não me ensinaram a bater na porta. Eles me ensinaram a seguir um lorde de não sei das quantas. – Profª Mcgonall mandou entregar isso a você – eu disse, entregando-lhe o pacote, e então me dirigi à saída da enfermaria.
- Sr. Malfoy – a Weasley-mor chamou, fazendo-me parar e virar, olhando assim para ela – Você tem algum tipo de envolvimento com minha filha?
- Talvez – eu disse – Agora, com licença, o jantar me aguarda – e saí, indo na direção do Salão Principal.

“Eu acredito em qualquer porta que esteja fechando
Por qualquer coração partido que espera por algo novo”

Depois do jantar fui para meu dormitório. Tomei um banho e deitei para dormir. “Vermelho. ‘Olha para frente’. Já não há mais dor. Queda. Muito vermelho. Sei que você está comigo, então venha me salvar. ‘Acorde’. ‘Não consigo, preciso de você aqui’. Mais vermelho. ‘Estou indo te salvar’...” Suor frio.
Era sempre aquele sonho, sempre. Levantei-me e abri a janela para respirar um pouco. O ar que entrava estava muito frio, o que me fez fechar a janela depois de alguns minutos, se não eu acabaria pegando um resfriado.
Olhei para o relógio. 23:00h. O 5º dia da Weasley na enfermaria já estava acabando. E já faziam 8 dias que aquela aposta havia sido traçada. Eu só tinha mais uma semana!!! Mas eu não estava realmente importando-me com isso. Afinal, eu não ia beijar a Weasley dormindo na enfermaria. Olhei novamente para o relógio. 23:01h. Meus dois números da sorte, novamente. “Hora de fazer algo”.

“Das cinzas para o mais próximo do paraíso
Chamejou em seus olhos
Eu achei a mim mesmo...”

E com esse pensamento eu me vi novamente na porta da enfermaria, depois de correr dez minutos para não ser pego por aquela gata idiota, com a respiração ofegante, a varinha apontada para a fechadura e dizendo: “alorromora”.
Abri a porta apenas o suficiente para entrar, pois por experiências antigas sabia que ela emitia um rangido indiscreto. Entrei e fui andando calmamente, para não fazer barulho, até a última maca. Aquela em que eu sabia que a Weasley se encontrava.
Ela ainda estava dormindo. Mas agora já estava corada normalmente. Os cabelos ainda espalhados pelo travesseiro, exalando o cheiro de flores campestres de sempre, e os lábios um pouco abertos, como se convidassem para algo mais. Ela conseguia ser provocante até inconsciente.
E então eu encostei minha mão na dela que repousava ao lado do corpo. Ela estava quente. E eu fiquei muito feliz por isso, afinal, parecia ser um sinal de que ela estava voltando ao normal.
Quando de repente...

“Ninguém sabe como a vida muda
Eu pensei que o amor era um arrepio na pele”

Ela abriu os olhos. E ficou me encarando, sem expressão alguma, com seus olhos castanhos tão claros que pareciam amarelos. Vocês devem estar imaginando que eu reparava muito nela para saber todas essas características. Mas não. Tudo isso que eu sei dela descobri nessa última semana.
Ficamos assim alguns minutos, apenas nos olhando... E então ela tirou minha mão de cima da sua e a segurou forte. E aí ela abriu um sorriso. Um daqueles sorrisos desafiadores que ela sempre me dava. Como se estivesse tirando sarro do fato de um Malfoy ter ido visitar um Weasley.

“Eu me sentia tão sozinho, completamente sozinho, mais do que você possa imaginar
Você mostra o amor mais profundo, amor mais doce, quando eu te achei”

- E então a Bela Adormecida acordou? – eu perguntei, sentando do lado dela, na cama dela, mas sem desgrudar a mão da dela.
- Não sabia que você conhecia contos trouxas, Malfoy – ela disse, sentando-se apoiada no travesseiro, mas também sem tirar a mão dela da minha. Aquele contato estava tão bom. Um simples contato. E ainda por cima de mãos. Mas que parecia estar fazendo meu corpo inteiro virar chamas.
- É isso que você aprende nas aulas de Estudo dos Trouxas, Weasley. Mas achei que você estivesse em coma.
- Eu estava, mas saí hoje à tarde. Agora eu estava realmente dormindo.
- Depois de ficar seis dias de coma você ainda consegue dormir?
Ela riu do que eu disse, mas logo parou e me olhou de forma penetrante.
- Por que veio me ver, Malfoy?
- Fingir que não sabe o motivo não vai te manter segura. Agora me diga por que me chamou para vir te salvar?
- Porque eu sei que você sempre estará ao meu lado, Malfoy. Para me segurar se eu estiver caindo, e para me derrubar se eu estiver muito segura. E afinal, você veio me salvar.
Eu gelei quando ouvi isso. Eu havia dito aquilo para ela na primeira vez que havia vindo vê-la na enfermaria. E então ela abriu um sorriso. Um daqueles enigmáticos que o Zabini adorava me dar.

“Eu achei que estava mais perto do céu
Eu achei o amor mais profundo, eu sabia”

- Pessoas quando estão em coma às vezes podem ouvir as coisas ao seu redor. Venha aqui amanhã quando puder, precisamos conversar.
Então ela soltou minha mão, e eu entendi que ela estava encerrando a conversa. Coloquei a cadeira no lugar, e então a Weasley chamou-me.
- Sabe, uma vez disseram-me que tenho mãos leves. Massagens ajudam com enxaqueca. Talvez eu possa fazer uma quando sair daqui.
Eu apenas abri um sorriso e sai da enfermaria.

“Eu achei que estava mais perto do céu
Eu achei a mim mesmo quando eu te achei”

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