O Visitante Noturno



Início de Fevereiro...




_Draco, faça suas malas. Depressa. – uma mulher loira falava apressadamente, entrando no quarto do filho de madrugada.

_Mãe? – ele perguntou sonolento, sentando-se na cama – o que houve? Ainda são três da manhã! – ele falou apontando a luz da varinha para o relógio no criado-mudo.

_Não tenho tempo de explicar. – ela falou abrindo o enorme guarda-roupas do herdeiro – levante-se e ponha uma roupa quente. – continuou sem dar explicações, enquanto arrumava algumas roupas e livros numa mala pequena. – deve se apressar. Ele não pode desconfiar.

_Ele quem, mãe? – Draco falou já disperso, vestindo uma calça negra e meias grossas nos pés. – fale de uma vez, está me assustando.




Ela o olhou pela primeira vez desde o jantar de há quase um mês atrás. Sentiu o coração comprimir como daquela vez em que Lord Voldemort relatou o fracasso de Lúcio a todos e que a punição não seria no próprio, mas sim no herdeiro dos Malfoy. A loira entrou em choque, naquele dia, e implorou perdão ao mestre que castigou Lúcio, mas não o perdoara. E Narcisa sabia. A loira sabia que seria Draco a pagar pelos erros do marido. Sem ter como escapar do olhar questionador do filho, à sua frente, a loira pôs ao seu lado e disse-lhe com a voz maternal em desespero:




_Fuja.

_Porquê? – Draco questionou sem entendê-la. – Ele já castigou o Lúcio, mãe. Eu não corro mais perigo.

_Fuja, meu filho. Fuja enquanto há tempo. – ela falou aflita olhando para a porta do quarto.

_Eu não entendo... –ele dizia quando um forte estalo se fez ouvir no andar debaixo.

_Draco, apenas me obedeça! – ela falou num sussurro enérgico levantando-se depressa – Vá atrás dele e entregue isso. – ela disse entregando-lhe um pergaminho enrolado, rumando para fora do aposento.

_Espera! – o loiro disse apressadamente, correndo atrás da mãe – espera, atrás de quem?

_Severo. – ela falou desvencilhando-se dele e sumindo no extenso corredor que dava nas escadarias.




Draco sentiu-se atordoado por alguns instantes. Severo cortara contato com ele e com sua família há meses. Nem mesmo o Lord sabia do paradeiro do Comensal Infiltrado no outro lado. Como sua mãe poderia saber do paradeiro dele? Sua mente dava voltas desconexas e as vozes misturadas com gritos no andar de baixo não facilitavam sua capacidade de pensar claramente. Respirou fundo e moveu-se lentamente até o topo das escadarias, para saber o quê, e quem, estava invadindo Whiltshire e o porquê. Arrepiou-se ao notar um grupo de aurores lutando contra os Comensais visitantes em sua casa. Procurou com o olhar rapidamente por usa mãe, mas não a encontrou. Ia descer as escadas num ímpeto de desespero, mas algo segurou sua cintura não permitindo o movimento.





_Mas o quê..? – ele ia xingar quando viu os grandes olhos da elfa o encararem determinados – solte-me.

_Não. Kitty cumprir ordem de Mestre Cissy. – a elfa guinchou puxando-o até o seu quarto novamente. – Menino Draco tem que partir. Agora.

_Eu não vou a lugar algum. Onde está minha mãe? – ele perguntou enérgico, soltando-se da criaturinha.

_Protegida. – a elfa disse bloqueando a porta com o pequeno corpo.




Draco recuou alguns passos. Sabia que a magia élfica era muito mais poderosa que a de bruxos, visto que essas criaturas realizavam mágica sem varinha e eram contratados para servir os bruxos, tomando conta de suas casas e crianças. Suspirou pesadamente e sentou-se em sua cama, resignado.





_Só quero que ela fique bem. – ele sussurrou mais para si do que para qualquer outra pessoa.

_Mestre Cissy ser forte, menino Draco. – a elfa disse aproximando-se. – mas menino Draco tem que partir. Já.

_Porque tenho que ir, afinal? – ele perguntou como uma criança indefesa, mesmo sabendo que não conseguiria a resposta vindo da elfa de sua mãe.

_Homem-estranho-de-bom-coração vai saber explicar ao Menino Draco. – a elfa disse para a surpresa do loiro, que nada disse quando sentiu o familiar puxão no umbigo ao segurar a mala pequena de viagem.




****Algum lugar na Escócia*****




Aterrissando desajeitadamente no gramado úmido de sereno, um loiro tentava a todo custo acostumar-se com o zumbido em seus ouvidos. “Argh! Detesto chaves de portal.” ele pensou quando um barulho parecido com o farfalhar de uma capa fez-se presente.



_Está atrasado. – a voz fria do antigo professor de poções soou em seus ouvidos – levante-se logo. Não podemos ser vistos.

_É bom te rever também, Professor. – ele disse irônico, levantando-se e acompanhando o professor até uma pequena choupana. – bonita casa.

_Ora, cale-se antes que eu azare você – Severo disse seco, abrindo passagem para o loiro entrar –ande logo.

_Continua tão reclamão quanto antes. – o loiro resmungou ao passar pelo batente da porta. – pelo menos é quente aqui dentro.

_E você continua simpático como sempre. – o antigo professor revidou acidamente – sente-se. – ele disse frio e Draco obedeceu. – porque se atrasou?

_Porque desapareceu? – o loiro respondeu sem pestanejar.

_Sempre respondendo uma pergunta com outra, não é mesmo? – Severo disse num tom que beirava a brincadeira.

_Aprendi com o melhor. –o loiro disse num tom zombeteiro.




Fez-se silêncio por alguns minutos, onde os dois analisavam-se mutuamente. Draco pode observar melhor o ambiente. A sala pequena, com sofás poídos e estante empoeirada não lembrava em nada o escritório sempre impecável de Severo Snape. Levantou-se para analisar os exemplares dispostos na estante. Vários livros de capa dura cujo conteúdo era sobre artes das trevas. “Como eu pensava.” ele concluiu com um sorriso de canto de boca.




_Leitura interessante, não acha? – Severo perguntou analisando o loiro com curiosidade.

_Digamos que é sempre útil. – Draco respondeu num tom neutro. – diga-me professor, porque sumiu por tanto tempo?

_Estive ocupado. – Snape respondeu vagamente, desviando o olhar do loiro para servir-se de conhaque. – quer um copo?

_Bebida trouxa? – Draco espantou-se – não obrigado.

_Deixe de ser frouxo, moleque. – ele falou seco, colocando uma dose generosa para o loiro – ajuda a manter a temperatura do corpo nesse frio.

_Ok. – o loiro disse, sentando-se de fronte para o antigo professor. Pôde notar a expressão cansada, o olhar baixo e algumas novas cicatrizes em seu alvo rosto. – esteve metido em encrencas. – não era uma pergunta e tampouco uma acusação.

_Estive, das grandes. – ele falou bebendo o líquido âmbar de uma só vez – essa guerra está acabando comigo. – ele sussurrou, mas o outro pôde escutá-lo.

_Está acabando com todos nós. – Draco disse firmemente – só temo por minha mãe.

_Eu também. – Severo disse, e depois mostrou-se um tanto nervoso. –digo, temo por ela também.

_Está me escondendo algo, professor Snape? – o loiro perguntou astuto.

_Porque eu lhe responderia isso?

_Sempre responde uma pergunta com outra pergunta? – o loiro respondeu-lhe prontamente.

_Está ficando esperto Draco. – o homem riu levemente – isso é importante. – ele disse levantando-se abruptamente.

_Espere. – o loiro disse levantando-se e estendendo-lhe um pergaminho enrolado – mandaram que lhe entregasse. Parece importante.

_E é.- o homem disse ao reconhecer a caligrafia de Narcisa do lado de fora do rolo. – porque ela não mandou do jeito habitual?

_Corujas?

_Não, seu tolo. – Snape disse rindo-se – pelo nosso meio habitual.

_Vocês têm muitos segredos em comum, não acha? – Draco perguntou num tom que beirava o aborrecimento.

_Ciúmes de sua mãe, meu caro? – Snape indagou debochadamente.

_Precaução talvez.

_Somos amigos de longa data, é normal que tenhamos segredos. – Snape disse estranhamente nervoso.

_Até mesmo do meu pai? – o loiro perguntou astutamente, assustando (ou seria irritando) o antigo professor.

_Principalmente do Lúcio, Draco. – ele respondeu enigmaticamente – vamos descansar agora. Vou lhe mostrar seu quarto. – falou virando-lhe as costas e subindo uma pequena escada de madeira.




Draco observou-o por alguns instantes antes de acompanhá-lo até o quarto onde ficaria. Agradeceu-lhe pelo acolhimento e recebeu um sorriso irônico em resposta. Ao entrar no quarto despiu-se, entrou no banho e depois procurou alguma roupa que lhe servisse de pijama. Encontrou um moletom negro que sua mãe fizera questão de colocar na mala, mesmo arrumando-a com pressa. Ao retirá-lo, viu um pequeno envelope cair aos seus pés. Pegou-o e, ao abrir, encontrou uma fotografia do dia do casamento de seus pais. Lembrou-se que nessas fotografias sua mãe não sorria, fato que estranhava, e que em nenhuma delas, exceto a que a figura de um jovem de rosto pálido, nariz adunco e cabelos oleosos aparecia, sua mãe parecia feliz. Deitou-se na cama improvisada pelo ex-professor pensando na mãe. E adormeceu com um pensamento insistente em mente: ao lado ele, ela parecia feliz.





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Continua...


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N/A: Olá pessoaaaaasss!!!!
Td bem com vcs? Gostaram do cap?
Quem gostou escreve no comentário "VIVIKA EU TE AAAAMO!" ... hahahaha... *autora surtada*

Ok, gente... quem leu e gostou = COMENTA.
Quem leu e não gostou = COMENTA tb, aff...


Bjokssss... até.

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