De Volta Ao Dia da Cicatriz



A pacata Rua dos Alfeneiros continuava pacata como sempre fora, embora um acontecimento no ano anterior com o garoto do número quatro, ainda deixassem os vizinhos com pulgas atrás da orelha. O sol estava fortíssimo, e os moradores não se sentiam confortáveis em nenhum momento do dia, mesmo com ventiladores e ares condicionados ligados. Nenhum deles saiu de casa naquele dia, com excessão da família que morava no número quatro, que haviam saído cedo pra buscar o sobrinho "encrenqueiro" na Estação de King Cross. Aliás, o carro deles era a única coisa que se podia ver chegar no início da rua. Tio Valter conseguira engordar mais do que já era no último ano, talvez tivesse pego emprestado de Tia Petúnia, pois essa estava cada vez mais magra. Duda foi o único da família que conseguiu continuar com o mesmo peso, aliás ninguém conseguiria acreditar que aquele garoto engordasse mais ainda do que já engordara em toda a vida. Tio Valter vinha dirigindo, com Tia Petúnia do lado, Duda atrás e o sobrinho do casal Harry Potter. Harry aliás estava muito mais trsite do que de costume, o que despertou a curiosidade de Tio Valter durante todo o trajeto, mas este ainda não conseguira tirar de Harry, o motivo de sua tristeza. Harry não fazia a mínima questão de dizer aos tios, que seu padrinho Sirius Black havia morrido numa batalha no Ministério da Magia. Harry guardar toda sua trsiteza pra si.

- Tire suas coisas do carro sozinho, garoto! - esbravejou Tio Valter, depois de estacionar o carro e dar a chave para Harry tirar suas coisas do porta-malas.

- Isso mesmo, Valter - começou Tia Petúnia, já abrindo a porta de casa - Temos que começar a dar um jeito nesse garoto de uma vez por todas - E entrou, junto com Tio Valter e Duda, mas deixando a porta meio aberta para Harry entrar.

Harry não deu uma palavra durante todo o percurso de King Cross até a Rua dos Alfeneiros, e ñao seria agora que ele iria dar. Harry abriu a mala do carro e pegou todas as suas malas de uma vez só, de uma maneira que nem ele sabia explicar, porque eram muitas malas. Quando Harry estava entrando pela porta entreaberta da casa dos tios, viu a Sr. Figg regando algumas plantas do lado de fora de sua casa. Ela lhe deu um breve aceno com a mão e Harry respondeu com um pequeno sorriso, o primeiro desde que saíra de Hogwarts. Harry entrou pela sala dos tios e no momento em que ia subir as escadas, foi parado pela voz aguda de Tia Petúnia.

- Aonde você pensa que está indo, garoto? - perguntou Tia Petúnia mais áspera do que de costume.

Harry não pensou que o momento em que teria que falar com os tios fosse chegar tão cedo, mas foi obrigado pelas circunstâncias - Eu estou indo pra o meu quarto, mas caso isso tenha algum problema, por favor me avise! - disse Harry, usando de muita grossura, e tornando a subir as escadas.

- Lamento informa-lo, Harry, mas o seu quarto não é mais esse pra onde você está indo - disse Tia Petúnia, quando Harry estava no meio das escadas.

- Onde é, então? - perguntou Harry, desconfiado.

- No mesmo lugar que era antes de você descobrir sua verdadeira existência - Tia Petúnia, abrindo a porta do armário sob a escada.

- O quê?! - perguntou Harry, espantado, largando as malas no meio da escada, es descendo feroz até o pé da escada - Você quer que eu volte a dormir aí de novo? - perguntou Harry, apontando para o armário agora aberto.

- Sim, eu e seu tio queremos que você volte a dormir no armário, e caso você não esteja satisfeito a porta da rua é a serventia da casa - disse Tia Petúnia muito áspera. Tio Valter podia ser visto na cozinha espiando a conversa dos dois.

- A porta da rua é a serventia da casa? - perguntou Harry com ironia - Dumbledore não gostaria de saber que você disse isso a mim, ainda mais nas circunstâncias em que o mundo mágico se encontra ultimamente. - disse Harry, com um pouco de ameaça na voz.

- Pouco me importa, o que aquele bruxo velho pensa ou deixa de pensar, ou você dorme aqui nesse armário ou vai ficar ao relento... - disse Tia Petúnia, deixando a porta do armário aberta, e se virando para voltar a cozinha, mas se virou novamente para terminar seu pensamento - E pouco me importa também o estado pelo qual o seu mundinho de mentiras está passando... - se virando para a cozinha.

Harry olhou com raiva para a tia, correu até ela e leh puxou o pulso, a fazendo virar e olhar nos seus olhos. Tia Petúnia olhou assustuda para o sobrinho e tentou tirar o pulso da mão de Harry, mas ele não soltava - Eu não admito que ninguém fale assim de Dumbledore na minha frente - esbravejou Harry, fazendo Tio Valter levantar e sair em disparada para socorrer a mulher.

- Você aí, parado!! - ordenou Harry ao tio. Tia Petúnia tentava de todas as formas se desvencilhar, mas não conseguia, Harry estava muito mais forte do que antes - E outra coisa pra você, titia - recomeçou Harry, se dirigindo a tia - O estado pelo qual o meu mundinho de mentiras está passando é a volta aterradora daquele que matou sua irmã, minha mãe - os olhos de Tia Petúnia e de Tio Valter se esbugalharam de medo - Se bem, que você não se importava muito com a minha mãe, não é titia Petúnia?

- Eu não me importava mesmo, aquela bruxa ridícula, se achava melhor que eu, por causa disso - disse Tia Petúnia, como se desafiasse Harry.

- Você tinha era inveja dela! - gritou Harry, de maneira que algumas casas ao lado puderam ouvir - Você tinha inveja, porque ela era uma pessoa boa, uma pessoa que não teria inveja de você se você fosse como ela, não era a magia dela que você invejava, era TUDO!!! - os olhos de Tia Petúnia foram seguindo de um medo casual a uma raiva nunca antes vista por Harry.

- EU NÃO TINHA INVEJA DELA, EU NUNCA PRECISEI DA MAGIA DELA! EU NUNCA PRECISEI! - gritou Tia Petúnia, se desvencilhando da mão de Harry. De repente, todos os vidros em volta estilhaçam e se quebram em mil pedaços. Tia Petúnia olhou de Harry pra Tio Valter com vergonha e medo.

- Você...? - disse Harry.

Tia Petúnia já chorando empurrou Harry para dentro do armário e subiu as escadas depressa, passando por cima das malas de Harry. Ao cair Harry bateu com a cabeça fortemente na quina da cama no armário e antes de desmaiar só pôde ouvir Tio Valter, gritando por Tia Petúnia e subindo o seu socorro, e seu prórpio sangue pingando pela quina da cama. Então milésimos de segundos depois, Harry desmaiou...

Harry se sentiu fraco por um momento, mas logo depois passou. A dor desmaio passou dando origem a tão conhecida dor na cicatriz. Harry não conseguia se mover, aliás não conseguia abrir os olhos, só via a imensidão escura a sua frente, e só sentia a dor na cicatriz. Isso deve ter durado umas três horas, nas contas de Harry. Aos poucos depois das três horas, a imensa escuridão foi se dissolvendo e dando espaço a figura de uma casa, uma bela casa com as luzes acesas. Por detrás da cerca, em meio ao jardim, uma mulher brincava com seu filho recém-nascido enquanto, aquele que parecia ser o patriarca da família, estava do lado de fora, lustrando sua vassoura e ajeitando seus óculos. Harry queria andar, se aproximar; mas não mexia os pés, queria chamar as pessoas, mas não podia falar. Harry finalmente conseguiu se mover, por força de seu pensamento e não dos seus pés, e transpassou a cerca, como se fosse um fantasma. Ele logo reconhecer a mulher a criança, a mulher era sua mãe e a criança ele mesmo mais jovem. Ao longe, Harry também reconheceu seu pai, lustrando a vassoura. De repente, Harry ouviu passos pesados e olhou pra trás. Era Voldemort com uma capa preta com desenho de uma caveira com uma cobra saindo da boca. Ele empunhava sua varinha.

- Potters!!! - gritou Voldemort, rindo-se da situação. Lilian vê Voldemort se aproximando e pega o Harry bebê rapidamente.

- Tiago, corre!!! - gritou Lilian desesperada com o Harry bebê no colo. Tiago olha e corre para abrir a porta de casa pra Lilian entrar. Harry que via tudo em silêncio, corre também e entra antes da mãe. Antes de seu pai, trancar a porta com um feitiço, Harry pode ver Voldemort andando normalmente e rindo da cara deles. Um grande ódio tomou conta de Harry.

- Não adiante fugir, Potter, hahahaha - grita Voldemort do lado de fora.

Do lado de dentro, Tiago corre e leva Lilian para o segundo andar junto com Harry bebê. O Harry adolescente sobe junto e não perde um detalhe.

- Lilian, fica aqui com o Harry!! - pede Tiago.

- Tiago, você vai descer? - pergunta Lilian desesperada.

- Eu vou descer pra tentar afasta-lo; mas haja o que houver proteja o Harry! - diz Tiago.

- Eu não estou entendendo nada, Tiago! Isso tem alguma coisa a ver com o que Dumbledore te disse hoje? - pergunta Lilian.

- Sim, Lilian, tem tudo a ver... - diz Tiago - Leia aquela carta, ela explica tudo o que nós devemos fazer - completa Tiago apontando para um envelope sobre a cômoda ao lado da cama.

- Tudo bem, vou tentar entender... - diz Lilian.

- Onde vocês estão, Potter? - ouve-se Voldemort no primeiro andar.

- Tenho que ir agora, Lilian - diz Tiago. Ele beija a esposa e o filho e desce. Harry adolescente vai ao seu encalço, e só consegue ver a mãe pegando a carta e lendo o que estava nela.

- Ah, resolveu aparecer, Tiago? - perguntou Voldemort ao ver Tiago descendo as escadas com a varinha empunhada na mão. Harry descendo atrás do pai, via tudo.

- Eu não tenho medo de você, Voldemort - diz Tiago.

- Pois então és um tolo, Tiago. Todos têm medo de mim, pois sabem que sou o maior bruxo que esse mundo já viu - diz Voldemort, com a varinha ainda baixa.

- De que adianta ter todo esse poder, se não o usa para o bem, Voldemort? - pergunta Tiago - E tem mais um detalhe: você não é o maior bruxo do mundo e sim Dumbledore... - completa ele, rindo da cara de Voldemort.

- Cansei de conversar com você, onde estão sua mulher e o filho? - pergunta Voldemort.

- Não direi!Jamais! - diz Tiago.

- Está com medo de que eu acabe com a única chance que vocês têm de um dia me ver morto? - pergunta Voldemort ameaçador.

- Como você sabe da...?

- Profecia? Espiões...aliás, o seu menino não é a única esperança, tem também o filho dos Longbottom, mas Belatrix foi pessoalmente cuidar deles - diz Voldemort - Agora saia da minha frente e deixe-me subir!! Quero ver como anda Lilian... hahaha!!!

- Por aqui voc~e só passa por cima do meu cadáver...

- Pois que seja! - diz Voldemort, levantando a varinha - Avada Kedavra !!! - diz ele, apontando para Tiago Potter, fazendo assim, dela sair um facho de luz verde, que atinge Tiago no peito. Tiago cai morto. Harry observa tudo, tem vontade de gritar, chorar; mas não pode...

Voldemort começa a subir as escadas. Harry vai atrás dele com ódio. Voldemort abre a porta e vê Lilian chorando com a carta amassada nas mãos. E bebê Harry deitado na cama do casal.

- Você, maldito!! - esbraveja Lilian.

- Lilian, percebo que você já sabe o que vim fazer aqui, então saía da frente e deixe-me acabar com a craiança - pede Voldemort.

- Nunca!!! Não com meu filho! - diz Lilian, se levantando e enxugando as lágrimas.

- Hum, é uma pena!!! Mas, - diz Voldemort levantando a varinha e apontando para Harry bebê - Avada Kedavra - Lilian então se joga na frente do facho de luz verde e caí morta no chão. Voldemort olha pra ela e diz: - Você nunca foi muito inteligente mesmo, Lilian... é uma pena; mas não há como impedir.

Voldemort olha para o pequeno Harry na cama, e ri maleficamente. Ouvem-se passos de alguém subindo as escadas. Voldemort olha pra trás e Remo Lupin chega.

- Pare com isso, Voldemort! - ordena Lupin.

- Parar? Quem você pensa que é pra me mandar parar alguma coisa? - pergunta Voldemort.

- Se você não parar, eu mato você - diz Lupin, erguendo a varinha.

- Você é um covarde, Remo - diz Voldemort - Não faria nem metade que do você deseja fazer. Eu mataria você agora, só não o faço, porque preciso matar o garoto, e também por... você sabe...

- Eu duvido que você me mataria, o covarde aqui é você!! - diz Lupin.

- Nunca duvide de mim, Remo - diz Voldemort, erguendo a varinha - Avada ... - mas no momento de terminar o feitiço, Voldemort se virá para Harry bebê - Kedavra ...

Porém o facho de luz verde não saí da varinha de Voldemort e ele é jogado para trás por uma força invisível. Lupin fica parado estático, e vai ver o que houve com o Harry bebê. Harry vai atrás dele, mas...

...Harry consegue abrir os olhos, e se vê no meio da ala hospitalar de Hogwarts. Ao seu lado na cama, Madame Ponfrey, Dumbledore, e para surpresa de Harry, Tio Valter e Tia Petúnia.

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