Reencontro



Reencontro

Já era tarde. Seus olhos estavam se fechando sozinhos. Uma chuva açoitava as janelas de seu apartamento e o fogo da lareira balançava com o vento que vinha pelas frestas da porta.

O rapaz relia pela milésima vez seus relatórios, mas sem realmente prestar atenção. Ele então levantou a cabeça e passou a observar à lareira. As chamas refletiam em seus olhos muito verdes, enquanto ele relembrava dos antigos tempos em Hogwarts.

- Não é hora para lembranças. – repreendeu a si mesmo – Eu vou encontrá-lo custe o que custar.

Harry Potter no auge dos seus 25 anos morava sozinho em um pequeno apartamento em Londres em um bairro trouxa. Ele vivia a poucos quarteirões do Ministério da Magia, onde trabalhava atualmente. Harry estava mais bonito que nunca, os anos de quadribol surtiram efeito e seu corpo era totalmente “sarado”, seus olhos mais verdes que nunca e seu cabelo preto sempre rebelde. Ele era um auror recém formado e ainda não pegara grandes missões, mas uma em particular o afetou seriamente, o desaparecimento de seu melhor amigo Ronald Weasley.

Do outro lado do oceano uma jovem mulher estava sentada no seu sofá em frente a uma televisão. Ela mudava de canais com a mesma freqüência com que piscava. Nada lhe interessava agora, a não ser o seu melhor amigo Ronald Weasley. Sim essa mulher era Hermione Granger.

A menina sabe tudo de Hogwarts se tornara uma linda mulher, suas curvas estavam perfeitas e ela não parecia mais apenas uma “cdf”. Ela morava no Canadá, sim Canadá. Não mais em Londres. Ela trabalhava no Ministério da Magia Americano no departamento de Desaparecimentos Misteriosos.

Hermione desligou a TV e continuou sentada, observando a chuva que caia lá fora. Passou alguns minutos assim e decidiu que já era hora de dormir, visto que no dia seguinte ela iria retornar a Londres, para investigar melhor o sumiço de seu amigo. Ela só não sabia que iria reencontrar outro que há muito tempo não via.

O dia amanheceu frio e cinza. Como naquele dia em que ela partira.

Flashback

Ele aguardava ansioso pela chegada dela. Estava sentado em um pub no subúrbio de Londres. Ela lhe pareceu muito aflita ao telefone e pediu que a encontrasse naquele lugar. A cada minuto que passava ele olhava para a porta esperando vê-la ferida ou machucada.

Passados uns quinze minutos desde a sua chegada uma linda garota abriu a porta. Hermione sentou-se junto ao seu amigo. Ela estava encharcada, já que caia um temporal lá fora.

-Então, o que aconteceu? – perguntou o rapaz.

-Harry... – começou a jovem – Eu estou partindo.

-Partindo?! – o moreno não entendera – Mas por quê? Pra onde?

-Não pense mal de mim, a razão eu não posso contar. – sussurrou

Hermione, “mas é por sua causa.” Pensou a garota. – Eu estou indo para o Canadá.

A reação de Harry não fora as melhores, ele ficou estático e paralisado, não disse mais nada. Ele abriu a boca algumas vezes, mas nenhum som saiu dela.

Hermione parecia à beira do choro, mas agora já era tarde demais para se arrepender, o que está feito está feito, não a como voltar atrás. Sem olhar diretamente para ele a garota se levantou e seguiu para a porta sem olhar para trás.

Fim do flashback

-Eu estou voltando. – murmurou para si mesma.

Hermione pegou suas malas e saiu de seu apartamento, ela deu uma ultima olhada, porque provavelmente nunca mais iria voltar para lá.

No aeroporto ela pegou um vôo e em algumas horas estava de volta a Londres. Tinha um táxi esperando por ela, que a levaria para seu novo apartamento. Ele era pequeno, porem aconchegante, e ainda por cima ficava perto do Ministério londrino. Mas não, ela não morava no mesmo condomínio que Harry Potter, seria muita coincidência, eles só iriam trabalhar no mesmo andar e no mesmo caso, isso já basta.

Hermione andava pelo seu novo lar, quando reparou em uma carta, provavelmente do ministério.

Srta. Granger,
Esperamos que tenha feito uma boa viagem, gostaríamos que se apresentasse para o seu novo trabalho o mais rápido possível.
Atenciosamente,
Ministro da Magia.

-Bom já que eu não estou cansada, acho que vou ao Ministério. – disse pensando alto.

Como o ministério não era muito longe de sua casa ela decidiu que era mais saudável ir andando, do que aparatar. Ela não caminhou nem quinze minutos e já estava em frente à entrada do ministério.

Chegando lá ela foi direto para seu departamento que ficava no sétimo andar. Hermione foi recebida bem pelos seus colegas de trabalho. Mas ela estava ansiosa para começar a trabalhar no caso de seu melhor amigo.

Ela logo se sentou e já se sentiu em casa. Pediu os relatórios mais recentes sobre o caso e passou a analisá-los com fervor. Quanto mais rápido ela entendesse o desaparecimento mais rápido ela podia resgatá-lo.

Hermione tinha algumas duvidas e as pessoas do seu próprio departamento não lhe sabiam responder, portanto ela teria que ir ao Departamento dos Aurores para pedir informações. Quando ela chegou lá o chefe do departamento lhe levou para o auror responsável pela investigação desse caso.

-O Sr. Potter é o auror responsável.

-Sr. Potter?! Você quer dizer Harry Potter?! – Hermione se espantou, já fazia três anos que ela não o via. O homem apenas confirmou com a cabeça.

-Aqui, por favor. – disse o chefe indicando uma sala – Sr. Potter tem uma visita para o senhor.

-Hermione?!

-Harry?!

-Já que vocês já se conhecem, com licença.

-O que você faz aqui? – perguntou Harry friamente.

-Eu... Eu estou trabalhando no Departamento de Desaparecimentos, no caso do Rony. – respondeu Hermione estranhando essa frieza na voz dele.

-E por que você voltou?

-Porque eu estou trabalhando no caso do Rony.

-Entendi então o que quer saber Srta. Granger? – questionou sem olhar para ela.

-Harry o que esta acontecendo?

-Nada. – mentiu para ela “Eu só jurei pra mim mesmo que eu iria te esquecer, e de repente depois de sete anos você aparece na minha frente.” – Não é nada.

-Você nunca conseguiu mentir para mim Harry, vamos me diga o que está havendo. – insistiu a morena.

-É que... Desculpe-me não posso contar.

-Esta tudo bem, quando você estiver preparado saiba que eu estarei aqui.

“Mesmo depois de tantos anos você não mudou nada, continua aquela pessoa por quem eu me apaixonei” – pensou Harry.

“Os anos passam, mas esses olhos verdes nunca mudam, não é mesmo?!” – pensou Hermione.

-Posso te perguntar uma coisa? – pediu Harry, já sem aquela frieza toda.

-Pode.

-Por que você foi embora?

-Desculpe Harry, mas eu também não posso te contar.

-Tudo bem. Eu entendo.

-Mas então o que você pode-me dizer sobre esse caso?

-Rony sumiu a mais ou menos uma semana. Alguns dizem que ele estava sendo seguido há algum tempo, outros dizem que é para me afetar.

-E vocês não têm nenhuma pista de quem foi?

-Nenhuma, já que Voldemort já foi derrotado, ainda estamos pesquisando quem poderia ter sido. – respondeu calmante Harry.

-Não poderia ser nenhum comensal? – perguntou Hermione.

-Não, porque todos já foram capturados e estão em Azkaban.

-Isso é estranho, mas obrigada pelas informações.

-De nada.

Hermione já ia saindo da sala, quando Harry a chamou de volta.

-Mione, você não gostaria de jantar comigo hoje?

-Adoraria.

-Certo, eu passo na sua sala quando acabar aqui. – disse Harry.

-Estarei esperando.

“Nossa, como o Harry está bonito” - Hermione pensou – “Isso não é hora para pensar bobagens Hermione Granger.” – repreendeu a si mesma.

Mesmo depois de anos longe um do outro, eles ainda nutrem sentimentos secretos muito fortes.

-Ela não muda mesmo. – murmurou para si mesmo.

O dia passou e quando percebeu já era hora de ir embora. Harry arrumou suas coisas e passou na sala de Hermione.

-Pronta? – perguntou colocando a cabeça pela porta.

-Só mais um segundo. – pediu a mulher.

Ela foi ao banheiro e deu uma ultima olhada no espelho. Ela estava linda, grande novidade. “Nossa, eu estou saindo com o Harry.”

-Estou pronta. Vamos?! – perguntou Hermione.

Harry não disse nada, apenas estendeu seu braço para que Hermione pudesse entrelaçar o dela com o seu. Eles caminharam até o restaurante que Harry escolheu.

-Nossa como é bonito aqui Harry. – comentou Hermione ao observar toda a estrutura do lugar.

O moreno não respondeu, ele estava ocupado demais admirando a mulher a seu lado que estava segurando seu braço.

-O que foi Harry? Alguma coisa errada com o meu rosto? – perguntou passando a mão pelas bochechas – Assim você me deixa envergonhada.

-Desculpa, é que você está linda.

-Obrigada. – agradeceu Hermione corando.

-Sr. Potter, sua mesa é por aqui. – disse o garçom guiando-os para os devidos lugares.

Eles se acomodaram nas cadeiras, Harry foi um cavalheiro ajudando Hermione a se sentar. Os cardápios foram entregues e Harry se encarregou de fazer o pedido para ambos.

Enquanto a comida não chegava, eles conversavam.

-Então Harry, o que você tem feito nesses últimos anos.

-Trabalhando. E você?

-A mesma coisa. – respondeu a mulher – Harry, você é casado?

-Eu?! Não, não. - – respondeu enquanto enxugava a água que ele bebia quando Hermione fez essa pergunta. – Mas e você?

-Eu tentei, mas não deu certo.

-Sem querer ser inconveniente. Por quê?

-Eu gostava de outra pessoa. – respondeu Hermione. “Você.” Ela pensou.
-Entendi. Mas você ainda gosta dessa pessoa?

Ela não respondeu apenas abaixou a cabeça e encarou o seu prato vazio. Demorou um tempo até ela voltar a encarar os olhos do moreno, e quando o fez ela não respondeu a pergunta e ficou o encarando.

-Mione, desculpa. Eu não queria te deixar assim. – disse Harry, quando percebeu que ela estava prestes a chorar.

-Tudo bem, a culpa não foi sua. – mentiu Hermione. “Na verdade a culpa é toda sua, por que você tinha que ser tão bonito, tão gentil, tão amigo e fazer com que eu me apaixonasse por você?” Pensou consigo mesma. – Mas respondendo a sua pergunta eu ainda gosto dele sim. Mesmo depois de set.. Tantos anos eu não consegui esquecê-lo. – “Eu quase falara sete anos, Harry com certeza iria perceber que era ele”. Pensou Hermione.

-Você está bem mesmo? Você parece pálida.

-Harry, desculpa, mas será que poderíamos ir embora? Eu não estou me sentindo muito bem mesmo.

-Certo. Vai indo que eu vou pagar aqui. – respondeu o homem.

Hermione foi caminhando até a porta e esperou Harry chegar. Ele não demorou muito e os dois saíram do restaurante. A noite estava fria e ventava um pouco. Harry viu que Hermione se encolheu após uma rajada de vento.

-Mione, você está com frio? – ela balançou a cabeça afirmativamente. – Toma, fica com o meu casaco. – ofereceu Harry.

-Obrigada.

Eles caminharam até um parque e ficaram olhando para o lago por um bom tempo. Após um longo período de silencio Harry decidiu quebrá-lo.
-Escuta. Onde você está morando?

-Em um apartamento perto do Ministério e você?

-Também. Você está bem? Você parece mais pálida que antes.
-Estou ótima. – mentiu Hermione. A verdade era que ela estava com uma enorme dor de cabeça, não tinha comido nada o dia inteiro e se sentia extremamente fraca. – Mas como estão os outros, Gina e Draco, Luna e Neville?

-Gina está viajando com o seu time de quadribol, do qual ela é técnica. Draco está trabalhando no St. Mungus como medi-bruxo. Neville se tornou professor de Herbologia em Hogwarts enquanto Luna ensina Trato de Criaturas Mágicas.

Mas Hermione não ouvira nada, pois desmaiara. Se Harry não tivesse a segurado ela iria parar dentro do Lago.

-Hermione. Fala comigo. Hermione acorda! – chamou desesperado.
Ele a pegou no colo e aparatou em frente à entrada do St. Mungus. Quando já estava lá dentro ele gritou por ajuda.

-Sr. Potter, o que está havendo? O que aconteceu com essa jovem? – perguntou a recepcionista.

-Onde está o Sr. Malfoy? – perguntou Harry.

-Espere um instante, enquanto isso a coloque aqui nesta maca, por favor. – recomendou a recepcionista. – Leve-a para o quarto numero 44. – pediu a outro medi-bruxo que passava no local.

Harry seguiu as instruções da mulher e colocou Hermione na maca e depois acompanhou o medi-bruxo até o quarto numero 44. Ele aguardou ansioso pela chegada de Draco.

-O que houve Harry? – perguntou o loiro assim que entrou no quarto. – Quem é essa na cama?

-Hermione. – respondeu Harry simplesmente.

-Ela voltou? Mas o que aconteceu com ela?

-Eu pensei que você pudesse me dizer.

-Certo, eu preciso examiná-la. Se você, por favor, puder dar licença, eu iria agradecer muito. – disse Draco.

-Ta, eu espero aqui fora. – respondeu o moreno saindo do quarto.

Ele se sentou na cadeira do lado de fora e ficou esperando Draco aparecer e dizer que estava tudo bem com Hermione. Mas o tempo foi passando e o loiro não aparecia. Harry já começava a ficar impaciente com a demora, ele passou a andar de um lado para o outro sem parar, de tempos em tempos ele sentava e levantava sem mais nem menos.

Passada pouco mais de uma hora e meia Draco saiu do quarto e fechou a porta impedindo Harry de conseguir ver qualquer outra coisa lá dentro.

-Então, ela esta bem? – perguntou desesperado ao medi-bruxo.

-Olha Harry... – começou Draco – A situação não é muito boa. Ela está muito fraca. Pelo que parece não tem se alimentado direito.

-Mais ela vai ficar boa não vai?

-Acho que sim. Ela só precisa de repouso, e em um ou dois dias ela já vai estar liberada.

-Posso vê-la? – perguntou Harry.

-Pode. – respondeu Draco abrindo a porta do quarto.

-Ela está acordada? – Draco balançou a cabeça confirmando. – Obrigado. – agradeceu quando passou por ele.

Hermione estava deitada na cama a janela do quarto estava aberta e ela admirava as estrelas e nem percebeu que Harry entrara no quarto.

-Você me deu um susto e tanto. – disse Harry que se sentara na cama dela.

-Desculpa.

-Ta tudo bem. Só que a senhorita não estava se alimentando direito esses dias não é?!

-Eu estava preocupada demais com o Rony.

-Mas receio que você só vá poder sair daqui dentro de um ou dois dias. – comentou o moreno.

Hermione soltou um muxoxo de insatisfação e voltou a olhar as estrelas. Ela se mexeu um pouco na cama e isso chamou a atenção de Harry. Ela se levantara.

-Onde você pensa que vai? – perguntou para ela.

-Ao banheiro. Por quê?

-Eu te ajudo. – disse Harry já se levantando.

-Não precisa eu sei andar ta? – respondeu a morena. Mas ao dar alguns passos ela quase caiu, senão fosse por Harry ela estaria no chão.

-“Eu sei andar”, estou vendo que você sabe. – ele a ajudou até a porta.

-Até onde você pensa que vai Sr. Potter? – brincou Hermione.

-Pelo jeito você já está melhor.

-Engraçadinho.

Antes de entrar no banheiro ela ficou nas pontas dos pés e depositou na bochecha de Harry um doce beijo.

-Obrigada por cuidar de mim.

-Não foi nada. Eu sempre vou estar ao seu lado. – respondeu corado.

Harry acabara de sentir um arrepio percorrer seu corpo enquanto Hermione lhe dava um beijo.

-Será que eu ainda a amo? – perguntou Harry a sua consciência.

-Acho que não. – disse uma voz respondendo.

-Mas eu senti alguma coisa quando ela me beijou.

-Isso se chama saudades.

-Eu não sei...

-Você não a ama. Pelo menos não do jeito que você pensa. – falou a sua consciência em um tom de quem encerra a conversa.

Harry ia continuar a discutir com sua própria cabeça se Hermione não tivesse saído do banheiro e trombado com ele, que ainda se encontrava parado em frente à porta.

-Harry! O que você esta fazendo ai parado? – perguntou Hermione.

-Eu... Nada – mentiu pelo menos dessa vez ele conseguira fazê-lo, ou ele acha que conseguiu. – Acho melhor você voltar para a cama.

-Certo... Harry, você vai passar a noite aqui comigo? – perguntou Hermione um pouco insegura.

-Se você quiser, eu posso fazer isso.

-Então eu quero.

Harry então pegou uma cadeira e a colocou ao lado da cama, e ficou segurando a mão de Hermione até ela pegar no sono, mas mesmo depois dela dormir, o moreno não a soltou. Ele ficou ali olhando para aquele rosto, admirando a sua beleza.

-Você é linda. – sussurrou para não acordá-la.

Ele não queria dormir e deixá-los indefesos, enquanto presos no sono, mas o cansaço era tanto que ele teve de ceder, e adormeceu debruçado sobre ela.
O dia amanheceu e Harry acordou com os raios do Sol em seu rosto. Ele olhou para a cama esperando ver Hermione dormindo, mas ela já não estava mais lá. Rapidamente ele se levantou, mas não precisava ter ficado tão desesperado, Hermione apenas tinha se levantado para abrir as janelas do quarto.

-Bom dia. – disse quando se virou e viu Harry já acordado.

-Bom dia. Você me deu um susto e tanto.

-Desculpa, eu não queria te acordar. Você parecia tão cansado.

-Obrigado.

-Pelo que?

-Por existir e estar aqui comigo. – respondeu Harry.

*N/A: primeiro capitulo, tem muito mais por ai. entao por favor quem estiver lendo nao pare.*

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