O segredo de Mérope







Mérope Graunt era uma menina completamente normal, tão comum quanto outras, exceto por pertencer a uma família de grandes bruxos, ela brincava, estudava, tinha amigos e um amor, um amor tão secreto e tão verdadeiro que se revelasse para alguém estaria ao mesmo tempo rompendo sua alma.

O nome desta paixão era Riddle, Tom Riddle, um típico fazendo que fazia o estilo galã, era aquele cara que conquistava todas as mulheres do vilarejo. Ele morava em uma casa senhorial, ao leste de Little Hangleton com sua noiva, sua casa era a maior e mais antiga construção da redondeza.

Mérope estaria entrando para o último semestre da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts em poucos dias, e queria que ele simplesmente a notasse, desejava que ele a amasse assim como amava Júlia, sua esposa e antes que concluísse o ano arranjasse uma forma de fugir com ele, já que por Riddle não ser de uma família mágica, seus parentes não o aceitariam.

Antes que partisse, providenciou uma poção que aprendera com uma colega, a poção do amor, capaz de fazer qualquer homem se apaixonar, mesmo odiando-a, sempre espiava-o de longe, a cada volta que ele dava em seu cavalo marrom sobre os campos da região, sabia que todo dia ele cavalgava pelo mesmo lugar, dava o mesmo número de voltas em torno das árvores. No outro dia não precisou esperá-lo muito, ela se sentou sobra à sombra de uma macieira, sabia que em instantes ele passaria por ali e, quando viu a sombra de Riddle se aproximar fingiu estar observando uma revista que levara junto, quando ele a passou se virou, mirou a sua varinha na mochila que ele carregava e sussurrou “Accio garrafa”, uma garrafa emergiu e segui em direção a Mérope, ela misturou a poção com o conteúdo da garrafa e disparou em direção a Riddle, fingiu não saber seu nome e gritou:

- Moço!

Ele se virou completamente assustado, porque era raro que alguém o incomodasse, ele a observava correr em sua direção.

- Você deixou isto cair – dizia ela levantando a garrafa, estava também um pouco ofegante.

- Obrigado. Não tinha percebido, e.. você chegou bem a tempo, eu estou realmente com sede.

Ela entregou-o a garrafa, por um momento sentiu a mão dele tocar a sua, ele abriu-a e tomou um demorado gole. Um sorriso se alargou no rosto de Mérope, ela sabia que realmente atingira seu objetivo. Certificou-se que não havia ninguém os observando e continuou a sorrir.

- Desculpe – continuou ele – qual seu nome?

- Me diga o seu – respondeu ela, fingindo não saber quem era o jovem e belo rapaz que ela sonhara a vida inteira.

- Me chamo Tom, mas, como nunca pude ver beleza tão rara por estes campos? Tenho certeza de que não és daqui.

- Não, não sou. – mentiu ela.

Ele desmontou do cavalo, fitou-a por um breve momento e então deu-lhe um beijo caloroso. Mérope se soltou em seus braços, aquele beijo foi a melhor coisa que havia acontecido em sua vida desde que nascera, desejava que o tempo parasse para que pudesse aproveitar cada momento.
Quando finalmente seus lábios se desgrudaram dos de Tom, ela deu as costas a ele e, quando ele tentou impedir que Mérope fosse embora, ela se virou silenciando-o e pedindo-lhe que, quando ela partisse nunca mais a procurasse. Os olhos de Tom se encheram de água, como podia uma mulher amá-lo e rejeitá-lo ao mesmo tempo? Mas ela apenas lhe garantiu uma coisa, que em breve os dois se encontrariam novamente, viveriam juntos e seriam felizes.

Foi com essas palavras que agora se observara um sorriso no rosto de Tom, mas ela assegurou novamente que ele não a procurasse pois poderia ser perigoso. Ele concordou, montou no cavalo e partiu. Ao chegar em casa todos notaram o sorriso de Mérope, ela não era mais aquela menina desanimada da vida, subiu os degraus da escada e caminhou pelo corredor escuro em direção ao seu quarto, as paredes eram verde escuro que combinavam com a maioria dos objetos presentes no cômodo, o lençol era verde musgo, parecia até um pouco encardido pela pouca iluminação, Ela puxou um baú meio velho debaixo da cama, abriu-o e pegou um livro meio velho e rasgado com muitas anotações, folheou e parou em uma certa pagina sobre o preparo de poções.

O livro explicava detalhadamente sobre o preparo da “Poção do Amor Máxima” uma mais forte e mais duradoura que a outra feita, tinha o modo de preparo, os efeitos que causava, o tempo de preparo e tudo mais, tinha que fazer algo extremamente forte para que durasse ate que período de aulas acabassem. Isso levaria uma semana, o tempo necessário pois ela teria que voltar a escola dentre quatorze dias. No vilarejo o boato de que Riddle se separara de sua noiva estava se espalhando rapidamente, uns diziam que ela tinha saído da casa, outros diziam que ela ainda permanecia lá, tentando convencê-lo de que ele estava se precipitando cedo demais e esperaria que ele tomasse uma decisão concreta. Mérope evitava ir ao vilarejo e ate mesmo sair de casa por medo de encontrá-lo e fazer com que todos descobrissem quem era a nova amada que tomara o lugar de Júlia no coração de Tom, por isso permanecia em casa, onde achava que estaria segura.

Felizmente Mérope teve que se encontrar com Tom novamente, só que desta vez não haveria beijos e demora. No campo onde ele costumava a andar de cavalo seria o lugar perfeito. Ela o esperou por alguns minutos quando o ouviu o passos de seu cavalo se aproximar. Ele a enxergou e desceu correndo de seu cavalo para os seus braços.

- Mas.. mas.. - gaguejava ele - você nao iria embora?

- Não tenho tempo para explicar, apenas tome isso - dizia ele nervosa oferecendo um líquido meio avermelhado.

Ele não deu outra, tomou o conteúdo das mãos dela e bebeu tudo.

- Pronto, já o fiz, será que você não pode me dizer teu nome?

- Desculpe Tom, mas não posso, na hora você ficará sabendo de tudo. Tenho que ir, podem suspeitar de nós.

Ela deu um beijo em seu rosto e correu entre os campos de volta a sua casa. Riddle ficou sem saber o que fazer ou o que falar, tinha vontade de correr atrás dela e não deixá-la ir embora, mas não podia fazer isso, temia que o pior acontecesse.

O medo a tomou na hora do jantar, seus familiares tocaram no assunto de que Riddle estava apaixonada por uma certa mulher, o coração de Mérope tinha se congelado, ela esbranquiçou e subiu rapidamente para dormir. De noita, quando percebeu que não havia mais barulhou se levantou, estava morrendo de cede e desejava mais que nunca um simples como dágua. Andou nas pontas do pé para não acordar ninguém, no fim do corredor ela enxergou um feixe de luz que saia da porta e clareava a passagem mostrando as fotos de familiares penduradas sobre a parede, mesmo de longe, ela via claramente sombras percorrendo o cômodo, se aproximou o quanto pode, não conseguia ouvir nenhum barulho, então ela fez alguns gestos com a varinha e sussurrou algumas palavras, logo ela estava ouvindo perfeitamente bem, era seu avô e seu pai que conversavam no quarto abafado e sujo.

- Como pode pai? O senhor tem absoluta certeza de que seja Mérope a paixão de Riddle?

- E como não poderia ser? Como alguém sai de uma vida com uma mulher com quem jurava amar para se apaixonar por alguém que não sabe certamente se mora pelas redondezas?

- Desculpe pai – lamentava o mais novo – mais creio que seja maluquice o que o senhor pense, Mérope jamais faria isto.

- Descobriremos isso amanha, porei um fim nisso, teremos a resposta da boca de Mérope, a poção Veritaserum desenrolara aquela língua.

Apenas essas palavras bastaram para que Mérope voltasse à cama do modo como estava, evitaria beber qualquer coisa ou comer algo que seu avô a oferecesse. Ao tomar uma bela distancia da porta sussurrou “Abaflito” e o silêncio invadiu novamente o corredor. Ela entrou em seu quarto, empilhou alguns galeões na maçaneta da porta para que quando fosse aberta causasse algum barulho que a acordaria, caso seu pai ou avô tentasse envenená-la de madrugada.

Pela manhã, ao acordar, Mérope tomou um banho, se arrumou e sentou no sofá da sala, queria evitar de tomar café com seu avô, ainda mais depois do que tinha ouvido na noite passada. Seu pai se juntou a ela na sala, Mérope virou a ele e disse que queria retornar a escola o mais cedo possível, que se pudesse, queria embarcar a tarde antes do sol se por, ele achou estranho, mas estava acostumado a fazer tudo que sua filha pedisse, perguntou a ele se sua mala já estava feita, ela respondeu que sim, então ele pediu que ela subisse e que a pegasse pois sairiam logo de casa.

Ela se despediu de todos, se juntou com seu pai na lareira e foram cobertos por um fogo verde esmeralda, não demorou muito para que chegasse a estação 9 ³/quartos onde o trem não demoraria para sair, compraram a passagem que a levaria de volta à Hogwarts, onde estaria a salvo da curiosidade de seu avô. Ela entrou no trem, ouviu-se o apto soar, Mérope encolheu a cabeça para dentro, olhou para a velha senhora que vendia doces no corredor, quando virou novamente a procura de seu pai não o achou, ela encostou a cabeça no banco e adormeceu.

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