Acertando as contas



N/A 1.: Peço desculpas pela demora do cap.

Então... aproveitem!


Capítulo 12- Acertando as contas.

Ted ouviu os berros de Victoire bem antes de sentir uma mão firme e furiosa agarrar seu cotovelo e sair arrastando-o pelos corredores, antes que pudesse reagir, a garota empurrou-o para dentro de uma sala vazia e fechou a porta com força, deixando-os sozinhos.

“Não conseguiu resistir, né?”, estalou a língua, “Monstrenga, por mais que te beijar tenha sido muito bom...”

“Seu porco mutante !”, Victoire empurrou-o com força, ofegando de raiva, as bochechas coradas, “Você contou para o Justin sobre o nosso beijo?”

Ted olhou para o teto, fingindo que estava pensando no assunto.

“É, eu devo ter mencionado”, franziu o cenho, “Por quê? Era segredo, Monstrenga?”

Victoire bufou, fuzilando-o com os olhos.

“Você não podia ter contado!”, guinchou, “E se as pessoas descobrirem que eu beijei você? Ah, meu Merlim... Tem alguma torre de onde eu possa me jogar?”

“Meu ego agradece”, Ted ofereceu o melhor sorriso cínico.

Victoire voltou os olhos para ele, estavam irradiando fúria.

“Você... é... um... babaca! O Justin chegou do nada me contando uma história sobre um cobertor da sorte ridículo e sobre ter fugido de casa por dez minutos e queria um beijo em troca disso”, soltou um grunhido exasperado, “Por que você foi contar?”, sibilou, diminuindo a distância entre eles.

“Tecnicamente, a culpa foi sua , não minha”, Ted observou, erguendo as sobrancelhas, “Foi você quem começou o beijo”, cantarolou, “E, a não ser que você esteja a fim de uma nova rodada, ainda não entendi o que, exatamente, estamos fazendo nessa sala vazia”

Victoire fitou-o, estarrecida.

“Esquisito, você ouviu o que eu disse?”, perguntou, finalmente.

“Se for a história do Justin, já. Ele ficou chorando por meia hora sobre isso no trem, quando estávamos no segundo ano”, Ted deu seu melhor sorriso educado, “Patético, não é?”

Victoire fechou os olhos e contou até dez mentalmente, antes de voltar a encarar o garoto.

“Esquisito, leia os meus lábios: você não podia ter contado para o Jordan sobre o nosso beijo”, falou, pausadamente, como se estivesse conversando com uma criança retardada.

“Falando nisso”, Ted apontou para ela, “Você tem que controlar esses seus beijos selvagens, Monstrenga. Meus lábios pareciam ter recebido um implante ontem e foi exatamente por isso que o Justin descobriu que você tinha abusado sexualmente de mim”

“Que eu tinha o quê?”, Victoire berrou.

“Procure no dicionário, Monstrenga”, Ted sugeriu, “Enquanto isso, eu vou dar minha queixa na delegacia mais próxima”, acrescentou, pensativo, “Quanto você acha que você vai ter que me pagar para indenizar todo o trauma que me causou?”, fez uma voz de vítima, “Não consigo mais olhar para o espelho sem lembrar do que você me fez”, projetou o lábio inferior, “O que o Brandon pensaria desse seu lado maléfico, Monstrenga?”

Victoire fitou-o, enquanto as conexões eram feitas. Tinha ficado tão furiosa com o fato de que Ted tinha espalhado sobre o beijo que tinha quase esquecido o verdadeiro motivo por estar furiosa.

“O que o Brandon pensaria?”, ecoou, finalmente, a frieza em sua voz fez com que Ted lhe lançasse um olhar cauteloso, “Não sei, talvez eu pergunte para ele na próxima vez que ele aparecer no meu quarto para uma visita noturna”, lançou um olhar assassino para o grifinório, “Ah, não, acabei de lembrar: não era o Brandon que estava no meu quarto naquela noite. Era uma versão cover muito mal feita dele, produzida por um mutante anormal... A descrição é familiar, Esquisito?”, sibilou.

Ted ficou alguns segundos fitando-a, aturdido.

“Hum... tal... vez?”, ofereceu um sorriso amarelo.

“Você entrou no meu dormitório... fingiu ser o Brandon... e me beijou ! Será que você pode me dar uma carona até aquela delegacia onde você disse que ia dar a queixa?”, pediu, num tom suave, que fez todos os pêlos dele se arrepiarem, em temor.

“Certo, eu preciso lembrar que quem pediu o beijo foi...”, os olhos dela se espreitaram ainda mais e ele engoliu em seco, “Olha, é que falando do jeito que você falou, parece que foi uma coisa muito pérfida o que eu fiz, quando na verdade, eu só quero ajudar”

“Você só quer ajudar?”, ela deu uma gargalhada, “Então, Esquisito querido, me explique exatamente como entrar no meu dormitório fingindo ser outra pessoa vai me ajudar em qualquer coisa!”

“Oh, bem...”, ele deu de ombros, revirando sua mente como louco, buscando por uma justificativa que não se envolvesse ‘seu pai maníaco’ e ‘cinco galeões por mês’, “Você não está vendo a figura como um inteiro. Eu entrei no seu quarto naquelas... condições... por que eu queria te ensinar uma lição muito valiosa?”

“Que não se deve confiar em mutações genéticas?”, palpitou, lançando um olhar maldoso para o garoto.

“Não”, Ted fez uma careta, “Que você deve sempre trancar a porta do dormitório: nunca se sabe quando um maníaco vai entrar lá e tirar proveito da situação”, explicou.

“Ah, então, você invadiu o meu quarto, para mostrar que é errado invadir os quartos”, soltou um som pensativo, “Engraçado é que você se importa tanto comigo, né? Onde é que você estava quando colocaram todos aqueles grilos dentro da minha mala, no meu primeiro ano? Ah, é...”, deu uma pancadinha na testa, “Como sou esquecida, você estava rindo da minha cara, porque tinha sido você quem os tinha colocado lá!”, os dois ficaram em silêncio, se encarando, “Você vai me dar o motivo real ou vou ter que mandar uma carta... para o meu pai?”

Ted sentiu todo o sangue congelar.

“Você não faria isso”, ele falou, num fio de voz, “Ele te mandaria para um convento”, lembrou-a.

“É, mas ele também te fuzilaria”, ergueu as mãos, como se fossem uma balança e deixou a esquerda tombar, como se fosse mais pesada, “É, vale a pena”

“Certo”, Ted engoliu em seco, “Eu vou falar a verdade. Eu fiz isso, porque...”, fechou os olhos, procurando pela primeira justificativa que aparecesse, “Porque eu não queria que os seus sentimentos em relação ao Brandon atrapalhassem os nossos treinos”, falou, finalmente, e suplicou, mentalmente, que ela não pedisse por uma explicação mais específica.

“Quê?”, ela fez uma careta aturdida, “O que uma coisa tem a ver com a outra?”

Ted ficou alguns segundos em silêncio, observando-a, enquanto choramingava internamente.

Aparentemente , nada”, falou, tentando parecer mais convincente do que estava, “E, se você tentar analisar mais afundo, também nada. Mas inconscientemente , tudo estava relacionado”

Victoire olhou para o teto, a testa franzida, os lábios se movendo, repetindo as palavras dele, tentando compreendê-las; enquanto isso, Ted remexia seu cérebro buscando por qualquer outra coisa para dar base à frase estúpida que acabara de falar.

“Entendi!”, Victoire piscou, perplexa.

“Entendeu?”, Ted pareceu ainda mais surpreso, “Ah... que... bom...”

“Você fingiu ser o Brandon e me beijou, porque sabia que se eu soubesse que o Brandon estava particularmente orgulhoso de mim pelo meu esforço no quadriboll, eu me sentiria mais motivada”, ela inclinou a cabeça, pensativa.

“Viu? Falei que tinha uma lição muito importante por trás disso”, profetizou.

Victoire ficou em silêncio, mordiscando o lábio inferior, parecendo pesar as intenções do garoto.

“Se você contar para mais alguém sobre o nosso beijo”, disse, finalmente, “Arranco sua cabeça com uma faca de manteiga”, dirigiu-se para a porta, e saiu, voltando-se para ele, a mão na maçaneta, “Nos vemos depois, no treino”, acrescentou, antes de fechar a porta.

Ted fechou os olhos e soltou o ar, aliviado.

XxXxXxXxXxXxX

“Então, você encontrou o Ted?”- escreveu Verônica em um pedaço de papel.

“Digamos, que nós tivemos uma conversa bem madura.”-resumiu Victoire, mas antes que mandasse para a amiga, Margo pegou o bilhete, o leu e escreveu, incrédula:

“Conversa madura? Com Ted Lupin? E com você soltando fogo pelas ventas? Sério, Vicky, invente algo melhor.”

“Ahn, você bateu a cabeça ou algo do tipo?”

“Meninas!”-escreveu Victoire, indignada.-“OK, OK. Eu estava brava. Sabe, o Esquisito me fez abrir os olhos.”

“Me desculpe, mas esta é a Victoire Weasley que NÓS conhecemos? Margo, você está lendo o que EU estou lendo?”

“Eu ainda estou em estado de choque. Tipo, o Ted a fez abrir os olhos?”

“Vocês não ajudam falando desse jeito. Sabe, ele começou a me explicar porque ele fingiu ser o Brandon. Ou melhor, uma cópia mal-feita do ser mais perfeito do mundo. E querem saber? Eu acho que fez todo o sentido.”

“Você normalmente não concorda com as coisas que ele faz. Tá, eu fui muito boa ao falar o ‘normalmente’.”

“Ah, meu Deus, ele te enfeitiçou, não foi? Margo, levante-se e me ajude a levá-la até a Ala Hospitalar.”

“EU ESTOU BEM!! Ele só me fez perceber que o beijo teve um bom motivo, sabe?”

“E qual foi, Vicky?”

Victoire não deixou que Margo pegasse o papel, assim, começou a escrever:

“Ele me fez ver que o Brandon estava muito orgulhoso de mim, me beijando. Quero dizer, ele sabia que eu ficaria muito mais disposta a ser a melhor jogadora de Hogwarts, se ele me beijasse sendo o Brandon.”

“Melhor jogadora?”

“Verônica!! Nós prometemos apóia-la, não lembra?”
-escreveu Margo, enquanto pisava no pé da amiga.

“Muito obrigada pelo apoio de vocês. Ou melhor, pelo fato de vocês não terem lido o que eu acabei de escrever sobre o beijo.”

“Mas, Vicky... só me explique uma coisa: se o Brandon estava tão orgulhoso assim de você, por que ele não veio falar com você? E desde quando o Ted sabe sobre isso?”

Victoire ao ler o que Verônica escrevera, apenas franziu a testa por alguns minutos, tentando achar na memória alguma relação que existia entre Ted Lupin e Brandon Sheffield.

“Bom, o Brandon acha o Ted legal.”-relembrou Victoire.-“E além disso, o Brandon pediu ajuda do Jordan, certo? Que é o melhor amigo do Esquisito, então, ele deve estar sabendo sobre as coisas.”

“Ahn, amiga, mas o Brandon nem veio falar com você, né? E você não falou alguma coisa sobre o Quadribol e ele te olhou como se fosse demente? Então, você não acha que tem algo BEM estranho nessa história?”

“E se o Brandon for apenas tímido?”

Verônica rolou os olhos e escreveu:

“Acredite no que quiser, Vicky. Mas eu vou continuar achando essa história do beijo ‘da meia-noite’ muito estranha.”

“Sei lá, o que você falou hoje no café tem mais sentido, sabe?”

“O que eu falei?”-perguntou Victoire.

“Que o Ted não te achava capaz. Por isso ele armou tudo isso. Ou você já esqueceu isso?”

“Mas vocês não estão subestimando a mente problemática do Esquisito? Quero dizer, foram vocês que viraram e falaram isso.

“Vicky, isso foi antes, entende? Antes de você aparecer com essa história. Quer dizer, você realmente acha que Brandon Sheffield falaria sobre você com o Justin? Eles mal se conhecem.”

Victoire leu o que Verônica escreveu duas vezes.

E, se xingando por ter sido tão burra, Victoire apenas conseguia murmurar:

“Eu vou matar esse imbecil.”

XxXxXxXxXxXxXx

“E ela acreditou?”, Justin ergueu as sobrancelhas.

“Bom, ela não é exatamente Einstein...”, Ted resmungou, enquanto enchia um copo com suco.

“Ninguém é perfeito”, serviu-se com mais um sanduíche, “Cara, como é que você consegue?”, perguntou, depois de alguns segundos em silêncio.

“O quê?”, Ted perguntou, franzindo o cenho, confuso.

“Quero dizer, você é literalmente um filho da...”, interrompeu-se perante as sobrancelhas erguidas do amigo, “Não literalmente. Desculpa. Você age como um perfeito canalha e... ela te perdoa. E ainda acha que você é tipo o herói dela ou coisa do tipo...”, deu de ombros, “Como é que você consegue?”

Ted suspirou e coçou a nuca.

“Como é que eu explico isso...?”, perguntou-se, baixinho, “Assim, pense na Vicky como uma criança que acredita no Papai Noel”

Justin ficou alguns segundos em silêncio, olhando concentrado para o seu prato.

“Não entendi”, murmurou, finalmente, “Como assim?”

“Bom, tecnicamente, a criança sabe que é impossível um velho barrigudo andar em renas que voam e ainda passar pela chaminé da casa, mas elas gostam de receber presentes, então, aceitam a desculpa capitalista do Papai Noel, porque é o que dizem para ela. Já está digerido, ela não precisa pensar sobre o assunto. Só ficar em silêncio, acreditar e receber o presente”, tomou um gole do suco.

“E ser boa no quadriboll é o presente?”, Justin franziu o cenho, confuso, “Mas ela odeia quadriboll!”

“Não, mas ela ama o Brandon”, Ted pontuou.

“Então, o presente é o Brandon?”, Justin fez uma careta, “E qual é o ponto em comum da metáfora?”, perguntou, relutante.

“Que a Victoire tem a mesma linha de raciocínio que uma criança de sete anos”, Ted rebateu, com um sorriso, “E, agora, estou começando a achar que ela tem um amiguinho com quem brincar no parquinho”, lançou um olhar significativo para Justin.

“Um amiguinho...?”, o negro arregalou os olhos, “Eu não tenho a mentalidade de uma criança de sete anos de idade”, rosnou, enquanto Tiago se aproximava e ocupava o lugar ao lado dele.

“Que cara é essa?”, Ted franziu o cenho, enquanto observava o garoto que, bufando, começava a se servir de macarrão.

“Eu”, uma colherada, “odeio”, outra colherada, “esse”, mais uma colherada, “garoto”, uma colherada gigante.

“Segura aí, amigo”, Justin segurou a mão do menino que estava enchendo mais uma colher para se servir, “Você pode repetir, sabia?”

“Eu sei”, resmungou, largando a colher dentro do recipiente e começando a enrolar o macarrão no garfo, observando desolado a bola que se formava em volta do talher, “Mas eu odeio tanto ele”

“Ele quem?”, perguntou Ted, olhando em volta.

“Ele não está aqui”, Tiago fez uma careta, “Mas ele é insuportável”

“E você ainda não explicou por que odeia ele e porque estava tentando se entupir de macarrão até o ouvido”, Justin acrescentou, enquanto servia suco para o garoto.

“Gosto de comer quando estou irritado”, Tiago explicou, agradecendo com um aceno de cabeça o gesto do negro. Justin ergueu as sobrancelhas e lançou um olhar para Ted.

“Ele é afilhado do Rony”, o outro explicou.

“Ah”, Justin aquiesceu, “Então, quem é esse garoto?”

“Ninguém”, Tiago bufou, enquanto começava a erguer a bola gigantesca de macarrão e enfiá-la na boca. Justin e Ted fizeram uma careta enojada.

“E esse ‘ninguém’ tem um nome específico?”, Ted perguntou, empurrando, discretamente um guardanapo na direção do menino.

“Anthony Keeper”, resmungou, como se só o nome fosse uma palavra venenosa, “O garoto é um otário. Será que a gente podia colocar uma daquelas bomba de bosta coloridas na mala dele?”

“Só se você nos contar o que ele fez”, Ted respondeu, apoiando o queixo em uma das mãos, “Ele te bateu?”

“Não”

“Te xingou?”, sugeriu Justin.

“Não”

“Te trancou no armário?”, Ted acrescentou.

“Não”

“Ele te fez alguma coisa?”, exasperou-se Ted.

“Hum... não”, Tiago cedeu, “Mas eu não gosto dele”

Nesse instante, uma garotinha ruiva entrou no Salão Principal carregando uma pilha de livros e, enquanto andava apressada, deixou que um dos livros caísse.

“Kath!”, berrou um garoto de cabelos escuros e olhos achocolatados entrou correndo, se abaixando para pegar o livro, “Você deixou cair”, disse, rapidamente.

“Obrigada, Tony”, ela sorriu, enquanto se inclinava para que ele colocasse o livro no topo da pilha.

“Deixa que eu levo alguns”, ele se ofereceu, pegando metade da pilha, “Então, você viu como o professor Logbottom quase caiu em cima dos vasos hoje?”, ela riu e os dois saíram andando juntos. Ted ouviu Tiago bufar ao seu lado.

“Suponho que esse é o Keeper”, Ted ergueu as sobrancelhas.

“Insuportável, não é? E, além de tudo , ainda é um sonserino”, bufou, indignado, “Como ela tem coragem de conversar com um sonserino ?”, exasperou-se.

“Ah, claro, é por isso que você odeia ele”, Justin concordou, sarcástico, “Não tem nada a ver com o fato de que ele está roubando a sua namoradinha”

“Primeiro, ela não é minha namoradinha”, Tiago lançou um olhar de poucos amigos, “Segundo, eu não gosto dele, porque...”, ficou uns breves segundos em silêncio, “ele falou mal do Neville”, concluiu, satisfeito.

“Foi só um comentário. E, mesmo assim, ele acabou de falar mal do Neville”, Ted observou, “Você já odiava ele antes disso”

“Não é por causa dela”, sibilou, irritado, “Eu só acho estúpido ela sair por aí andando com aquele sonserino nojento ”, mostrou a língua.

“Então, por que você não anda com ela?”, Ted sugeriu.

Tiago fitou-o, piscando os olhos castanhos, perplexo.

“Cara, ela é uma menina”, fez uma careta, “O que eu vou fazer? Brincar de Barbie com ela?”

“Não, mas você poderia brincar de médico com ela”, Justin sugeriu, recebendo, então, um chute forte de Ted por debaixo da mesa.

“Não é só porque ela é menina que ela tem que gostar de Barbie”, Ted aconselhou, lançando um olhar repreensivo na direção do negro, “Tio Harry e Tio Rony andavam com a Tia Hermione quando tinham onze anos de idade e a Lils, sabe? Ela é uma menina, mas sempre brinca com vocês”

“É, mas a Lils cresceu com a gente”, Tiago revirou os olhos, “Além do mais, eu não gosto da Kath. Eu só acho que ela tinha que escolher melhor as amizades dela. Quero dizer, por que ela não pode andar com outras garotas como as meninas normais fazem?”

“Tiago, você gosta dela”, informou Ted.

“Não”, o menino respondeu, irredutível.

“Não foi uma pergunta. Você gosta dela”, inclinou a cabeça, “E sabe o que vai acontecer se continuar negando? A mesma coisa que aconteceu com o tio Rony”

Tiago franziu o cenho.

“Virar sócio de uma loja maneira?”, perguntou, incerto.

“Não”, Ted suspirou, “O tio Rony gostava da tia Hermione, mas negava. Aí, teve um baile e ele não a convidou, aí, outro cara convidou, aí, ele ficou bravo. Aí, eles brigaram. Ou seja: se você ficar se negando, vai perder a oportunidade”

Tiago desviou os olhos, pensativo.

“Mas eles estão casados agora, não estão?”

“Acho melhor você tomar algumas medidas”, Ted disse, como quem não quer nada, “ Acho que eu deixei uma bomba de bosta colorida dentro do meu baú, no dormitório”

O primeiro-anista se levantou.

“Eu não gosto dela”, resmungou, como se para se certificar de que aquela informação estava bem clara, “Então... dentro do baú? E quantos são?”

Ted sorriu.

“O suficiente para a mala do garoto ficar inutilizável por dois séculos”, deu um sorriso bondoso para o garoto, que o respondeu com um diabólico, enquanto ajustava a mala nas costas e saía do Salão.

“Amor juvenil”, Justin suspirou, exagerado, “Que saudades dessa época”

“Você ainda é apaixonado pelo seu amor de infância”, Ted comentou, maldosamente, enquanto tomava mais um gole do suco.

“Continue rindo, mas um dia, seu padrinho vai estar velho e barrigudo, e eu estarei rico e enxuto e, nesse dia , veremos quem a adorável Ginevra vai querer”, profetizou.

Ted observou-o, em silêncio, por alguns segundos.

“De verdade. Procura um psiquiatra. Eu estou começando a ficar preocupado com a sua sanidade mental”, falou, enquanto terminava seu suco. Foi então que uma coruja entrou no salão por uma das janelas altas, jogando um pedaço de pergaminho ao lado do prato do garoto.

“O que é isso?”, perguntou Jordan, curioso.

“Esquisito.

Me encontre no campo. Em dez minutos. Urgente!

Te odeio,

V.W.”

“Ela acha mesmo que o V.W. vai manter o nome dela anônimo?”, o negro perguntou, o cenho franzido.

“Nha”, Ted deu de ombros, “O ‘Esquisito’ e o ‘te odeio’ entregaram mesmo antes da assinatura”, comentou.

“Verdade. O que você acha que ela quer?”, o negro se serviu com panquecas.

“Hum... um replay da noite passada?”, ergueu as sobrancelhas, sugestivo, enquanto se colocava de pé, “Te conto os detalhes mais tarde”, acrescentou, maldoso.

Do que quer que Justin tenha xingado o amigo, foi abafado pela panqueca triturada em sua boca.

XxXxXxXxXxXxXxXx

Victoire batia os próprios pés enquanto tentava não berrar, espernear e pensar que a sua vida era uma porcaria.

“Não.”-ela pensou, enquanto sentava em um banco e tentava inspirar e expirar, do mesmo jeito que sua mãe fazia quando ela ou os seus irmãos deixavam a toalha molhada em cima da cama.-“Eu tenho que parecer uma pessoa calma, bondosa e generosa. Isso mesmo, ele perdeu os pais, nunca teve irmãos e por isso tem que encher o saco de alguém. O meu, mas eu acho que eu deveria apenas compreendê-lo e...”- o seu pensamento foi interrompido quando ela viu Ted Lupin andando em sua direção com aquele sorriso presunçoso no rosto.

As mãos de Victoire logo se fecharam quando ele ficou próximo da garota e disse:

“Você escovou os dentes?”

“Como é que é?”-perguntou a garota, cruzando os braços, se levantando e ficando cada vez mais brava.

“Ahn, isso não é um replay?”-perguntou o garoto, confuso.-“Você parecia bem, ahn, necessitada.”-Victoire se aproximou de Ted, o rosto vermelho e os punhos fechados.-“Não é necessitada?”-ela fez com que o garoto se sentasse e Ted, colocando os dois braços para a frente, continuou.-“Você precisa de ajuda?”-perguntou, solícito, mas Victoire continuava avançando, então, ele ficou aborrecido e disse.-“Pô, Monstrenga, ou você fala logo o que você quer ou você me agarra e nós temos o nosso replay.”

Isso fez com que Victoire se afastasse de Ted e o olhasse com expressão de puro nojo.

“Você é detestável.”-ela murmurou, ainda vermelha.

“Ah, assim está bem melhor.”-Ted disse, sentando-se maneira confortável no banco.-“Sério, você aprendeu a tática de: ‘quando eu fico fula da vida, eu tento ficar quieta para parecer sexy’ com quem? Porque, sinto muito, mas isso foi péssimo.”

“Você...”-começou Victoire, mas Ted logo disse:

“Eu sei. É difícil ter que conviver com um gênio que consegue entender tudo o que você pensa.”-e não deixando de parecer bem solidário, continuou.-“Você está precisando de alguma coisa?”

Ela respirou profundamente e disse:

“Eu não sei por que eu estou aqui, tentando falar com você.

“Bom, não sei por que eu estou aqui tentando entender essa mente nem um pouco brilhante.”

“Esquisito.”-disse Victoire, se controlando para não voar no pescoço do garoto.-“Eu acho que, devido aos fatos de você não levar tanta fé em mim, nós deveríamos treinar quadribol todos os dias.”

O queixo do garoto caiu. Ele levantou uma sobrancelha e disse, bem presunçoso:

“Um encontro não seria menos cansativo, Monstrenga?”-e ao perceber o que ele acabara de dizer, ele completou.-“Não que eu queira sair com você.”

“Eu não quero ficar grudada em você.”-desdenhou Victoire.-“Eu só quero ser a melhor jogadora de quadribol da escola.”

“Ahn, você conhece a palavra utopia?”-perguntou Ted. A garota assentiu.-“Bom, acho que essa palavra se encaixa diretamente na frase que você acabou de dizer.”

“Esquisito.”-ela disse, colocando as duas mãos na cintura.-“Você vai me ajudar ou não? Bom, acho que devido a sua frase grosseira, isso é um ‘não’, mas acho que o Justin me ajudaria com prazer em arremessar a bola.”

Os olhos de Ted perderam, momentaneamente, o foco.

“É, bom, acho que ele consegue me encaixar em algum horário naquela agenda lotada que ele tem.”-Victoire continuou tagarelando.-“Quero dizer, ele parece tão ocupado.”

“Ele é um grande vaga...”-mas Ted logo se corrigiu.-“Não, ele já está bem ocupado no momento. Sabe, fazendo poções.”

“Ah, mas que pena!”-disse Victoire e dando um sorriso bem esperançoso, ela continuou

“Ah, mas que pena!”-disse Victoire e dando um sorriso bem esperançoso, ela continuou.-“Acho que o Brandon está disponível. Vou falar com ele e...”

“Eu vou te ajudar, Monstrenga.”-falou Ted, como se fosse um grande sacrifício.-“Já que você quer que o seu sonho se transforme em realidade, não é?”

“Realmente, Esquisito, mas você me fez perceber que o Brandon seria bem melhor que você.”-falou Victoire, de uma maneira áspera.

Ted ficou, momentaneamente, desesperado:

“Você não pode ter dois professores diferentes.”

“Mas quem disse que eu vou continuar tendo aulas com você?”

“Você quer que ele perceba o quanto você é ruim? Sério, Monstrenga, você vai tentar jogar a goles e ele vai fugir, simples assim. Como se você tivesse uma daquelas doenças bem contagiosas, sabe? Então, para o Brandon será apenas um ‘olá, decepção’.”

Isso fez com que Victoire parasse de ficar divagando do quanto seria maravilhoso treinar com Brandon Sheffield.

“Bom, pensando nesse lado.”-ela disse. -“É, Esquisito, acho melhor ter aulas só com você.”-e ao ver que Ted parecia cada vez mais aliviado, continuou.-“Até que eu aprenda a arremessar a goles.”

“Pensando que você é uma grande aberração, acho que isso vai demorar muito tempo.”-retrucou Ted.

Victoire apenas pegou uma pedra que estava bem na sua frente e tentou jogar na cabeça do garoto. Ted nem precisou se abaixar, já que a pedra caiu aos pés de um primeiro anista, que estava há uns cinco metros de distância.

“Bom, acho que isso prova que eu estou certo, futura melhor jogadora de Quadribol.”-ironizou Ted, se levantando.-“Acho que eu devo me preparar para a morte, quero dizer, para o treino. Então, até lá, Monstrenga.”

CONTINUA...

N/A2.: N/a: Olá pessoas!

Sim, sou eu, a Ana. Bom, pedimos, antes de tudo, desculpas pela demora do cap, já que eu tive um pequeno ataque histérico nesse período (leiam, por favor, que eu estava em época de provas XD).

Ah, mas acho que nós recompensamos vocês, né? Afinal, o cap chegou a nove páginas.

Bom, acho que agora eu posso falar, definitivamente, que eu tenho dó da Vicky. Primeiro porque ela caiu que nem uma pata na desculpa do Esquisito (o que era uma versão da própria análise dela XD) e depois, ainda por cima, tem uma conversa bem agradável sobre um provável replay. Além de ter o sonho de ser a melhor jogadora, considerado totalmente utópico (alguém ainda não acha o Ted cruel?).

Ah, mas tivemos partes bem fofas... estrelando... Tiago Potter. Sério, o que foi aquela parte sobre o Anthony “Tony” Keeper? Alguém lembrou um pouquinho de Lily e Severo? Bom, eu acho que o Tiago tinha que ter um adversário, né? Mesmo que ele seja o menino mais fofinho que exista no mundo XD.

Esperamos os seus comentários!

Beijos,

Anaa e Gii

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