Pedindo desculpas.



Capítulo 10 – Pedindo Desculpas


Victoire ficou tão aturdida com a revelação que prontamente o obedeceu.


Ela entrou no dormitório e sentou-se na cama.


As palavras do Esquisito ainda estavam na sua mente.


“Vicky?”-chamou Margo.-“O que você está fazendo aí?”


“Nada.”-disse a garota, encarando as próprias cortinas.


Cortinas lembravam a sua mãe e isso lembrava a Victoire, no momento, que Ted Lupin não tinha uma mãe.


Só avó, madrinha e tias.


O que fez a garota dar mais um suspiro e desviar o olhar das cortinas.


“O treino não foi bom?”-ela perguntou, se aproximando da loira e a olhando com apreensão.


Ao lembrar do treino, Victoire praticamente se encolheu mais um pouco, Margo reparou e disse:


“O que aconteceu? Ted falou alguma coisa que você não gostou?”-ao ver que ela não respondeu Margo disse, um pouco mais impaciente.-“Vicky, se ele fez isso... fale com ele. Ou desista dos treinos.”


Nenhuma resposta.


Margo suspirou.


“Vicky, eu e a Verônica fomos um tanto cruéis com você, mas se você quer treinar e ser uma grande jogadora, tudo bem, nós entendemos. Nós não colocaremos você para baixo, está bem? Mas acho que não adiantaria nenhum pouco você ficar desse jeito depois de um treino, certo?”-a garota dera atenção a Margo.-“Vá falar com ele. Resolvam logo essa situação. Seria bom se, da próxima vez, você aparecesse reclamando do ‘Esquisito’.”


Victoire piscou.


“Eu já... volto.”-foi tudo o que disse, já que no momento seguinte, ela descia correndo as escadas do dormitório.

XxXxX

Ted estava sentado, as costas apoiadas na parede de pedra, enquanto segurava as duas vassouras com força, seus olhos estavam vermelhos, mas ele já tinha parado de chorar fazia algum tempo.


Aquela era uma coisa que ele nunca conseguiria entender, pelo menos, não completamente. Como ele podia sentir tanta falta de duas pessoas que ele nem chegou a conhecer?


Lembrou-se das conversas que teve com seu padrinho sobre isso. Ele nunca chegou a querer conversar com Harry sobre isso, ou começar as conversas, mas, por algum motivo que ele não conseguia compreender, Harry parecia simplesmente saber quando aquelas coisas estavam em sua mente.


Conversar com ele sobre seus pais geralmente ajudava, porque Harry conhecia-os muito bem e sempre tinha histórias divertidas para contar sobre sua mãe – foi por meio de Harry que ele descobriu o quão desastrada ela era – e sobre a infância de seu pai – Ted costumava se divertir com a versão de Harry onde só existiam três marotos; Ted nunca perguntara sobre o quarto, porque soubera que ele traíra aos pais de Harry, levando-os à morte.


Mas Harry não estava ali agora, e mesmo que estivesse, Ted tinha quase certeza que ainda não estava perdoado por ter chamado Tia Gina de ‘gata’. Não que isso fosse impedi-lo de tentar confortar o afilhado. Ted já aprontara horrores, como quando fora dormir na casa dos padrinhos e molhou o discurso que Harry faria no aniversário de cinco anos da derrota de Voldemort com leite.


Nunca tinha visto o padrinho tão bravo e desesperado.


Mas, na mesma noite, quando tivera um sonho com seus pais e acordara chorando, Harry estava sentado ao seu lado na cama, confortando-o.


Era besteira ficar tão furioso com Victoire em relação ao Fru-Fru; ela não tinha idéia. Crianças são cruéis por natureza, não tinha sido de caso pensado.


Encostou a cabeça na parede e respirou fundo, fitando o teto escuro, graças à falta de luminosidade das dez horas da noite.


Se tivesse sorte, Justin estaria dormindo ou jogando Snaps Explosivos com os outros companheiros de quarto e, tudo o que ele precisaria fazer seria se jogar na cama e fingir que estava exausto.


Levantou-se, segurando as duas vassouras atadas uma à outra, vagou pelos corredores até chegar ao armário de vassouras, usou sua chave de Capitão do Time para abri-lo, enquanto se lembrava mentalmente que tinha que marcar os testes para escalar o time em breve, e guardou as vassouras.


Trancou a porta do armário e apoiou a testa na porta do armário, respirando fundo. Fechou os olhos e soltou o ar lentamente.


E, então, fez seu caminho em direção à Torre da Grifinória.


Quando passou pelo retrato, estava se preparando para subir as escadas, quando a voz suave dela veio às suas costas.


“Ted?”, voltou-se para encontrar Victoire encolhida, no sofá, abraçada aos joelhos, “Podemos conversar?”

XxXxX

A última pessoa que Ted gostaria de ver. E a primeira que Victoire gostaria de encontrar.


Ele podia ver Victoire o encarando com uma expectativa gigante, assim, ele se jogou no sofá de três lugares e a observou.


“Então, isso é um sim?”-ela perguntou, se sentando na poltrona da frente.-“Ou melhor, isso só pode ser um sim já que você não passou reto e nem tentou me matar e...”


“O que você quer?”-interrompeu o garoto.-“Sério, Monstrenga, eu estou cansado, com dor nas pernas e sem a mínima vontade de conversar.”


“Acho que nós precisávamos falar sobre o que aconteceu no treino.”-respondeu a garota.-“Você sabe, sobre o...”


Ted não deixou que ela terminasse.


“Era isso?”-ele perguntou.


“Esquisito, quer fazer o favor de me deixar...”


“Eu perguntei se é isso, Monstenga.”-falou o garoto, impaciente.


“Eu não vou falar se é. Porque você vai ter que me escutar primeiro.”


“Está bem, está bem, pentelha.”-disse Ted, cruzando os braços.-“Pode falar.”


“Então, eu queria pedir desculpar por ter feito aquilo lá com o Fru-Fru e...”


Ted se levantou no momento seguinte.


“Você disse que não me interromperia!”-berrou Victoire, indignada, empurrando-o de volta para o sofá e ocupando o lugar vago ao seu lado, com uma expressão determinada.


“Não te interrompi.”-retrucou Ted.-“Eu só ia te deixar falando sozinha. E cá entre nós, você fala mais do que tudo no mundo.”


Os lábios de Victoire se crisparam.


“Ótimo, Esquisito.”-falou a garota, virando-se para que pudesse encará-lo melhor.-“Eu nem sei porque eu fiquei te esperando. Sabe, eu pensei, por um milésimo de segundo que tudo iria ficar bem entre nós. Quer dizer, eu só era uma criança, sabe? E eu nunca imaginaria que aquele pônei era da sua mãe. E tudo bem, arrancar a cabeça do pobre coitado foi um ato não muito nobre da minha parte, mas mesmo assim. Acho que você poderia entender isso. Mesmo.”


Ted piscou, então, ele voltou os olhos para a lareira e disse:


“Uau, já acabou o discurso? Só não espere por palmas, Victoire.”


A garota bufou e contou até dez, mas logo ela voltou a se sentar na frente de Ted.


“Se eu soubesse que era da sua mãe, eu não teria encostado no Fru-Fru.”-falou Victoire, a voz um tanto trêmula de raiva.-“Eu juro.”- o garoto continuava olhando para a lareira, então a garota suspirou, tentando se controlar, “Ted, eu sinto muito. Desculpa pelo o que eu fiz. Estou me sentindo muito mal.”-disse, com toda a sinceridade.


O garoto encarou-a, surpreso. Ele nunca pensaria que ela pudesse falar desse jeito. Ainda mais com ele.


Victoire se aproximou lentamente de Ted, surpreendendo-o ainda mais, mas ao invés de recuar, ele ficou parado, aturdido, enquanto sentia os braços dela se fecharem em volta das suas costelas.


Victoire Weasley estava abraçando-o.


“Desculpa por ter sido tão vaca com você”, ela disse, contra o peitoral dele.


“Nha, você nunca foi vaca comigo. Infantil, mimada, insuportável, mentirosa, mesquinha, sim mas vaca...”, ele se interrompeu, estalou a língua e revirou os olhos, dando um tapinha desconcertado nas costas dela, emendou, “Olha, você estava certa, nós éramos só crianças, não é sua culpa...”, interrompeu-se quando ela ergueu a cabeça para observá-lo.


“Você estava chorando?”, perguntou, os olhos castanhos piscando em choque.


“Não, eu não estava chorando”, resmungou, incomodado.


“Ah, Esquisito, eu fiz você chorar...”, ela estava pálida e a palavra culpa estava carimbada na testa dela.


“Eu não chorei por sua causa”, desviou os olhos, “Eu só... gostava muito do Fru-Fru. Mas se você contar para o Justin, ou eu vou...”, e então ela o surpreendeu pela terceira vez naquela noite.


Ela tinha se afastado um pouco do abraço e impulsionado levemente o corpo, até que seus narizes se tocaram. Os lábios perigosamente próximos.


Ele percebeu o movimento, porém, em vez de se afastar ou até se levantar, Ted Lupin fez o contrário; ele também se aproximou.


Quando os lábios dele se tocaram, a princípio, não passou de uma leve provocação. Ted roçou, lentamente, os lábios nos dela, instigando-a, até que a garota subiu as mãos pelo corpo dele, hesitante, até chegar à nuca dele e puxou-o para mais perto, aprofundando o beijo.


Ted deslizou a língua sobre os lábios dela, pedindo passagem, e quando ela entreabriu-os, concedendo o acesso a Ted, que rapidamente o aceitou. À medida que o beijo ganhava intensidade, Victoire ia se inclinando na direção do garoto, até que os dois estavam apoiados contra o braço do sofá, ciente de uma sensação de déja vù que sentia, embora não pudesse definir muito bem o motivo dela.


O garoto soltou os lábios dele por alguns segundos, apenas para inclinar a cabeça para o lado oposto e, ofegante, tomar os lábios dela nos seus e, num movimento repentino, inverteu as posições, ficando por cima dela.


Então, afastou-se novamente, para observá-la. Os lábios dela estavam entreabertos, embora seus olhos estivessem fechados, os cabelos loiros lisos escapando do rabo-de-cavalo, enquanto seu peito subia e descia lentamente.


Então ela abriu os olhos castanhos que eram tão parecidos com os de...

“Gui Weasley!”, sua mente berrou, em pânico.

Num sobressalto, o grifinório tentou se afastar, mas a mão que estava apoiada no sofá escorregou e ele acabou perdendo o equilíbrio e caindo no chão com um baque surdo.


Victoire pareceu despertar com o barulho, sentou-se no sofá e espiou-o, caído no chão.


“Esquisito?”, sua voz estava rouca, então, ela pigarreou com toda a dignidade que conseguia juntar, “Ahn... Você está bem?”


Rapidamente, o garoto se sentou e pigarreou.


“Ahn... desculpas aceitas”, pigarreou novamente, tentando fazer com que sua voz voltasse ao normal, “Sabe, Monstrenga, isso é agir como uma vaca”


Victoire entreabriu a boca, perplexa.


“Boa noite”, cortou-a, subindo rapidamente as escadas em direção ao dormitório masculino.

XxXxX

Ela ainda encarou o sofá por alguns momentos.


Perplexa, Victoire se levantou e andou em direção ao seu dormitório.


Tudo ainda era novo na sua mente. Enquanto subia as escadas, a garota se lembrou do beijo. E que ela sentira uma coisa diferente quando Ted o beijara.


“Como se eu me lembrasse de alguma coisa. Ou alguém.”-foi o que ela disse, enquanto abria a porta do dormitório.


Ela torceu para encontrar Margo adormecida, já que a amiga provavelmente perguntaria o que tinha acontecido.


Mas Victoire não se sentia com vontade de dizer que ela e o Esquisito... se beijaram.


Ela apenas não se sentia com vontade de encarar as amigas falando: “Sério que ele fez isso? O Ted Lupin ?! E você gostou? E, tipo, que movimentos, exatamente, ele fez com a língua?”.


“Não.”-disse Victoire, para si mesma, categoricamente.-“ Vai ser BEM pior porque elas não acreditaram que o Brandon veio até aqui e...”


Ela parou o monólogo, piscando os olhos, aturdida.


"Cretino, desgraçado, filho duma...", interrompeu seu fluxo de raiva, culpada, "Não, filho de ninguém”


Finalmente, descobrira de onde viera a sensação de déja vù.


Continua...

N/As: CAPA DA FIC DISPONÍVEL NO MEU PERFIL:D

Antes de mais nada: desculpem a demora, galera!


Mas com o colégio e etc, a gente tá quase morrendo! A Anaa, coitada, tem tanta lição que mal tá conseguindo respirar direito e eu... tá, eu sou só preguiçosa, porque meu colégio não é tão puxado assim.


Haiuahauihauihauihaiha


E aí, o que acharam do novo capítulo? Gostaram?


Eu sei que eu ri muito, apesar de ele ser tão curtinho...


E, sim, teve action!!


Queremos saber a opinião de vocês:)


Agora, respondendo os comentários...


Camylla Martiniano: Desculpe a demora! O que achou desse?


Nada L. Black: Nós demoramos... mas postamos! Espero que você goste desse, OK? Beijoos!


Pan Potter: Para tudo e chama a Nasa porque nós postamos depois de décadas! Espero que tenha visto ou no fanfiction ou aqui, beleza? E espero que tenha gostado! Beijoos!


Yasmin Prado Marinho: E não é que teve beijo? Acho que você foi uma das únicas que falou sobre o beijo (outras pessoas: Não, mas o Ted tem que matar a coitada da Vicky XD). O que achou dos beijos?


Pam Potter: OMG, outra Pam por aqui XD. Eu e a Gii ficamos muito felizes ao saber que você gostou dessa parte (a que se lembra que quando escreveu sobre essas partes, a Gii quase engasgou de tanto rir também! E eu também sempre dou risada das coisas que ela escreve XD). Bom, nós demoramos bastante, né? Aceite as nossas desculpas, OK? E o que achou desse cap? Beijooos!


Um beijo e até a próxima!


Gii e Anaa.


Ps.: Comentem sobre a capa de OI \o///!!!

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