- lembranças eternas



Tudo parecia escuro e tenebroso. As casas estavam todas mal iluminadas e as ruas sem nenhuma luz a vista. Harry andava por uma estreita rua que serpenteava para muito longe daquele vilarejo. O vilarejo era um lugar feio. Casas mal construídas e velhas, janelas quebradas, talvez por crianças que brincavam na rua. A cada esquina se encontrava um bar diferente, porém todos estavam acabados como o vilarejo. Poucas árvores saiam timidamente do solo terroso do local. Harry continuava a caminha por aquela rua, sua respiração ofegante, seu coração dando saltos de dentro de seu peito. Aquele garoto estava diferente desde o seu sexto ano, era mais alto, seus cabelos mais rebeldes e pretos, seus olhos tinham um brilho de vingança e sua cicatriz constantemente doía.

Não conseguia parar de pensar em suas perdas enquanto andava, suas pernas tremiam de raiva de si mesmo. Quantas pessoas ainda morreriam por ele? Seus pais tinham morrido para salva-lo, Cedrico morreu, pois estava junto com ele no lugar errado e na hora errada, Sirius tinha morrido porque Harry acreditara nas visões que Voldemort tinha implantado em sua mente. E agora Dumbledore. Harry não conseguia acreditar que o imortal diretor falecera e que Snape o tinha matado. Continuou andando sem parar e virou a direita para uma ruelazinha bem escura.

Sua cicatriz ardera.

- Crucio. – um jato de luz vermelha irrompeu da sua varinha que era segurada por uma mão extensa. Um grito conhecido escandalizou a sala bem iluminada. Sentia raiva. – Eu pedi pra você trazer Gina Weasley para mim Malfoy. – disse Voldemort cessando o feitiço.

- Estou quase lá meu amo. – falou o menino de olhos cinzentos, cabelos louros e voz arrastada. – Preciso conquistá-la aos poucos para não dar na cara. – finalizou levantando-se do chão.

Harry não queria acreditar no que vira na mente de Voldemort. Ele sabia que um dia isso iria acontecer, por isso terminou com ela no final de junho. Gina agora corria perigo e por sua culpa. Voldemort iria usá-la para chegar nele.

Continuou andando, passou por mais centenas de bar até chegar onde queria estar. Era, com certeza, a casa mais feia e acabada do vilarejo. As janelas estavam todas quebradas, o jardim não era cortado há muitos anos, a tintura descascava de acordo com o tempo e o cheiro que exalava lembrava a casa da Sra. Figg. Chegou até a porta e abriu. A sala de entrada era muito diferente da impressão que a casa causava pelo lado de fora. Todas as janelas estavam concertadas, na lareira ardia um fogo bonito e intenso, havia quadro para decorar a sala. Era um espaço amplo com fofas poltronas e papel de parede arroxeado.

Harry viu quem queria ver. Uma mulher de olhos castanho claros sentada em uma poltrona cochilando, seus cabelos eram bem cheios e com bastante brilho. Suas feições eram de uma pessoa mandona e severa. A Sra. Granger tirava um cochilo bem ao lado da lareira. Harry sabia o que tinha que fazer, Hermione tinha deixado seus pais nessa casa para que ninguém o encontrassem. Mas eles viviam indo atrás da filha preocupados. Chegou perto da mulher, pegou sua varinha da capa...

- Oblivate. – disse Harry apagando todas as memórias dela, inclusive a memória de que um dia ela tivera uma filha.

Harry voltava a andar para sair da casa, Hermione tinha mandado ele só destruir a memória da mãe, pois a do pai já tinha sido modificada faz tempo e estava morando agora na Austrália. Andou até chegar ao primeiro bar de esquina e desaparatou.

Abriu os olhos e viu que estava de volta na rua dos alfeneiros de sempre, com os mesmos jardins cuidados, com os mesmos belos caros a vista para fazer inveja ao vizinho e pelas mesmas velhas passando pela rua para fofocar. Mas essa hora estava tudo diferente, as casas estavam escuras e na tinha nenhuma velhota na rua, os carros estavam guardados em suas garagens e os jardins não eram vistos com a pouca iluminação da rua.

Foi até a porta numero quatro e a abriu sem fazer barulho para não acordar seus tios que roncavam no andar de cima. Fechou-a com cuidado e subiu para seu quarto. Pegou um pedaço de pergaminho e o tinteiro...

Hermione
o serviço está pronto, só não entendo por que você não foi fazê-lo. Sua mãe quando acordar não se lembrara mais de nada.
Que lugar horrível que você arrumou para ela.
Espero que o Rony esteja bem.

Harry logo se lembrou da visão.

... e NÃO DEIXA A GINA SAIR DE CASA SEM ESTAR ACOMPANHADA DE ALGUEM MUITO PODEROSO. Tive uma visão e Voldemort vai pega-la para me atingir.
Logo estarei com vocês.

Harry.

- Edwiges. – chamou Harry estendendo a carta que tinha acabado de escrever. – Quero esta carta na mão de Hermione, você sabe onde encontra-la. – disse Harry. – Tenha cuidado. – finalizou.

A coruja deu uma bicada de compreensão e saiu voando para o céu escuro. Harry deitou na cama e logo adormeceu.

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