Encontro na Sacada



Capítulo 3 – Encontros na sacada



Quase dormindo, Draco pensava nos planos de seu pai, para quê ia querer o espelho do Potter. Será que Voldemort dominaria por causa de um espelhinho de nada? Ou havia alguma magia no espelho? Não havia muito o que pensar, ele tinha poucas informações. Mas sabia que se não arranjasse o espelho para o pai, não estaria vivo após as férias.
Executaria o plano aquela noite mesmo. Seria bem rápido, ninguém perceberia que era ele. Não queria se demorar, após as aulas. Falando nelas, elas iam começar...

- Draquinho!!! – era a garota que a vozinha tanto odiava e que Draco também, só não queria assumir – Vamos para a aula, amorzinho! Não te vi a manhã toda, mas agora sei onde te encontrar!

- Que ótimo! Vamos então Pansy! Pra que aula?- disse Draco fingindo entusiasmo.

- Transfiguração amor! – e puxou tão forte Malfoy que o garoto parou de sentir a mão – Vamos! O que será que a velha McGonagall vai ensinar de inútil hoje?



Pansy ficou grudada nele a manhã toda, o que foi muito entediante. Mas no almoço ele conseguiu fugir e sentou-se ao lado de Crabbe e Goyle, que não lhe enchiam muito, afinal, quase não sabiam falar. Pansy estava se tornando insuportável. Até a Weasley era melhor do que Pansy! Almoçou rápido e fugiu da mesa antes que Pansy o visse. Crabbe e Goyle continuaram comendo. Não foi para o canto que costumava pensar, afinal, Pansy havia descoberto e com certeza iria procurá-lo lá. Correu até o terceiro andar, onde viu uma sacada muito bem iluminada pelo calor gostoso do sol. O castelo estava muito frio, ia se refugiar lá. Mas alguém teve a mesma idéia. Quem mais? Weasley, a garota que parecia persegui-lo. Onde ele fosse, lá estava ela.

- Mas você? De novo? – disse quando a viu. Ela virou-se.

- Nem vem que este não é o seu canto, a partir de agora ele é meu. Vai para a sua sacada.

- Não posso, alguém a descobriu.

- Esse alguém seria eu?

- Não, longe de ser. É a Parkinson.

- Isso não é bom? Agora podem namorar em paz. Agora saia daqui.

- Saia você, eu preciso me esconder bem mais do que você. Aquela garota não me deixa em paz.

- Quem? A Parkinson? – ele assentiu com a cabeça – Ué? Você não gosta dela?

- Não. - disse a vozinha por Draco. Ela não aparecia a muito tempo.- Quero dizer... - Draco voltou a controlar - ... as vezes ela me persegue muito sabe?

- Então diga isso pra ela, oras!

- Ela me arranca o couro se eu questionar o nosso namoro, você mesma viu.

- Bom então não posso te ajudar, mas pode ficar aí se quiser, só por um tempo. – ele não respondeu, apenas sentou-se.

- Pode usar aquela sacada se quiser. – ele disse.

- Agora não...ela tá muito longe....

- Preguiçosa...

- Fujão...

O sol estava realmente gostoso e ele podia sentir o cheiro do cabelo de Gina, jasmim. Pensou como era bom estar sem Parkinson para afortuná-lo, talvez a vozinha tivesse razão, talvez ele não gostasse dela, mas poderia morrer se terminasse o namoro. Mas ele não era fraco, não ia perder para Pansy. Ou talvez fosse o cheiro de jasmim que fazia suas idéias se embaralharem. TRRIIIIMMMM....Era o sinal, tinha que ir pra aula, mas não queria levantar, o sol estava tão gostoso e, mesmo não querendo assumir, aquele cheiro também era delicioso. Mas ele era, no geral, um bom aluno, não podia faltar pra ficar ali, jogado no chão da sacada. Abriu os olhos e levantou-se, porém, Gina parecia ter dormido. Ele sacudiu seus ombros. Percebeu que estava sendo muito educado com uma Weasley. Chutou suas costas, mas não de um jeito que doesse.

- Weasley, hora de ir pra aula!

- Harry....? – perguntou meio sonolenta, ainda de olhos fechados.

- Não me xingue. Sou eu, Malfoy. Vamos, garota escrota, acorda, vai perder aula.- ela abriu os olhos e esfregou-os com as mãos. Depois levantou-se e olhou Draco.

- Me desculpe, adormeci. Então, valeu por me acordar, Tchau. – e correu pra aula, um tanto desesperada.
Parou, virou, e correu para o outro lado.
- Esqueci meu material na sala Comunal! – Ela disse e Draco riu da menina tão atrapalhada – Ei! Pare de rir, seu mané!

- HÁ! Há! Há! Olha quem fala! Tchau Weasley, a gente se vê.

- Espero que não. – e desapareceu pelo corredor

“ Mas eu espero que sim” disse a vozinha, “Cala a boca que você não manda em nada!” respondeu Malfoy para a vozinha enquanto andava em direção a sala da próxima aula.



********



Após as aulas, Gina encontrou-se com Luna e foram estudar no jardim, junto com seus amigos sextanistas, Harry, Rony e Mione. Rony estava fazendo os três pergaminhos para a aula de poções, Hermione lia um livro sobre plantas medicinais, Harry treinava transfiguração, enquanto Luna e Gina faziam a lição de História da Magia. Era muito difícil de entender e principalmente decorar todas aquelas guerras bruxas, e o professor Binns não ajudava com aquela voz morta e entediante. Mesmo assim, Gina tentou escrever alguma coisa.

- Tome - Gina ouviu Rony dizer para Hermione enquanto lhe entregava um pergaminho – Esse é o primeiro, veja se está bom.

Após alguns minutos, Hermione falou à Rony:

- Aqui tem um pequeno errinho de concordância e estão faltando algumas informações importantes sobre Veneno Laranja de Sapo que o professor certamente gostaria de ver.

- Dê-me aqui – Rony pegou o pergaminho e consertou o erro de concordância – mas o que mais eu posso falar sobre Veneno Laranja de Sapo?

- Diga que três gotas podem matar, que é preciso tocá-lo com luvas, que apenas os sapos verdes com bolas amarelas nas costas o produzem...

- Mas isso ele já sabe!

- Mas ele quer saber se você sabe, Rony!

- Certo, certo...o que mais?

Gina percebeu que os dois não discutiram mais desde o café da manhã e que o trato estava realmente funcionando. Isso era bom, porque a briga dos dois estava insuportável para qualquer pessoa. Uma hora depois só sobraram Gina e Luna fazendo as tarefas. Seus amigos haviam terminado. Mas também, para ambas, só faltava uma questão. Logo as duas terminaram e rumaram para os dormitórios. Gina encontrou Neville no caminho a torre da Grifinória:

- Oi Gina! – ele disse

- Olá Neville, tudo certo?

- Quase tudo, não consigo fazer a lição de transfiguração....é uma pesquisa, sabe?

- Mione, Rony e Harry já fizeram. Amanhã vamos para a biblioteca fazer o restante das lições, não quer ir conosco? – sugeriu Gina.

- Sério? – ele perguntou e ela assentiu com a cabeça – Ah! Que bom! Agradeço mesmo.... falando em lição, e o Rony e a Mione? O acordo deles, como vai?

- Bom você perguntar! Não é que está dando certo? Você vai ver amanhã. E nenhum deles parece incomodado com isso.

- Graças a Merlin – Neville ergueu as mãos – aquelas brigas noturnas não deixavam ninguém dormir, não é?

- Mas agora acho que acabou.. ah...- Chegaram ao retrato da Mulher Gorda – Musgo Escocês – o retrato se abriu e os dois entraram.

Mas logo perceberam que seria bem melhor se estivessem lá fora. Não é que Rony e Hermione estavam brigando novamente? – ou não!

Hermione estava em pé ao lado de um pergaminho quilométrico, escrito a letra dela, a grande coruja de Krum estava pousada na janela ao lado da mesa da lareira. Havia uma platéia assistindo à briga dos dois. Gina não entendia o porquê da briga. Na verdade, ninguém parecia entender. Se xingavam o tempo todo, respostas ofensivas. Gina não queria assistir ao show. Procurou Harry com os olhos, ele sim daria um jeito na situação. Ele não estava presente. Gina ia tomar uma atitude. Mas antes que ela pudesse dar um passo, uma garota de longas tranças douradas e vestida com uma camisola, por acaso era uma amiga da mesma classe de Gina, desceu as escadas do dormitório parecendo muito furiosa. A multidão a mirou. Foi em direção ao casal discutindo no centro da sala.

- Vocês dois! – disse a menina apontando para eles – tem muita gente querendo dormir nesta Casa, sabia? – os dois se entreolharam meio que se perguntando “quem essazinha pensa que é para se interferir nas nossas brigas?”- pra informação de vocês eu sou monitora, está bem?



- Nós também – disse Rony indignado.

- E eu sou monitora chefe!- complementou Hermione.

- Então vocês deviam ter o bom senso de CALAR A BOCA PORQUE TEM GENTE TENTANDO DORMIR!!! – Toda torre devia ter escutado a menina berrar.

Encarou os dois mais alguns segundos e, não esperou resposta, virou-se e ia subindo a escada quando perguntou a multidão:

– Quem concorda comigo que esses dois precisam parar de brigar levanta a mão! – Até os que não tinham nada a ver com o casal levou a mão ao alto, pois também queriam dormir – Então....FAÇAM O FAVOR DE PARAR! – e subiu as escadas do dormitório feminino batendo os pés bem forte nos degraus.

Todos ficaram calados por algum tempo. Estavam todos impressionados, nem mesmo Gina, que dormia com a garota, sabia de tal temperamento. Ela sempre foi muito quieta e estudiosa, quase não se aproveitava do cargo de ser monitora, mas paciência acaba um dia. E só ela teve a coragem de jogar isso na cara deles. Quanto ao casal, vermelhos como pimenta.

- Er....bem...Vocês acham mesmo que não dá pra dormir com as nossas brigas?....- perguntou Hermione timidamente. Muitos assentiram com a cabeça, outros respondiam “sim”, e tinha gente que até xingava.

- Então acho que devemos desculpas a todos não é Hermione?

- Sim....desculpa pessoal, mas não é culpa minha, é ele que....

- Ah não! Vão começar de novo? – ouviu-se Simas dizer a Parvati.

- Desculpe gente, vai ser menos freqüente daqui pra frente.- prometeu Rony.

- Menos freqüentes não! – Hermione foi mais longe – Não haverá mais, certo?- ela estendeu a mão a Rony.

- C- certo, acho que certo – e ele apertou a mão dela.

- EHHHHH!!!!!- A multidão gritou após o tratado de paz.

Isso deixou eles encabulados . Houve uma grande comemoração na Sala Comunal aquela noite, como se a Grifinória tivesse ganhado o torneio de Quadribol. Mas isso era muito melhor! Chega de noites mal dormidas, chega de gritos toda vez que se entrava na Sala, chega de caras emburradas no café da manhã! A paz reinava no Torre da Grifinória. Harry havia chegado já para a festa, e Gina e Neville explicaram pra ele tudo que aconteceu. Ele parecia mais aliviado. Quando a festa estava no fim, Gina ouviu a última aposta que aquilo não duraria nem uma semana e foi para o dormitório se deitar.



********



Malfoy não conseguiu executar o plano novamente naquele dia. Os professores estavam mandando absurdos para fazer. E essa era a primeira semana, Draco achava que não ia sobreviver a tal ano. Além disso, ainda tinha o chiclete da Pansy colado no seu pé. Ela não deixava ele fazer as lições. Então ele levava tudo pra nova sacada que ele arranjou, aquela onde ele encontrou a Gina, e fazia lá mesmo. Só lá ele tinha paz.. Ninguém tinha muito tempo pra observar ou ficar pelas 100 ou mais sacadas que Hogwarts tinha, principalmente no terceiro andar pela tarde. As pessoas preferem jardins, biblioteca, salas comunais, porque, afinal, não era um lugar muito confortável. Mas ele ficava concentrado lá. Bom, tudo seria muito bom até que Pansy o descobrisse, daí teria que arranjar outro lugar.

Ele terminou as tarefas e voltou para a Sala Comunal, já de noite. Pansy estava no sofá conversando com uma de suas amigas insuportáveis, Emília Bulstrode. Ela levantou-se do sofá, correndo em direção a ele, mas ele foi mais rápido e fugiu para o dormitório. Trancou a porta com magia e a garota não pôde entrar:

- Draco!!- Ela esmurrava a porta enquanto dizia – Por que está fugindo de mim?!

- Não estou fugindo Pansy, eu...

- Por onde você andou a tarde toda!? Não estava aqui, não estava na biblioteca, nem com o Crabbe e com o Goyle você estava....

- Estava estudando nos jardins e...

- Mentiroso!!! Eu fui lá e não te vi!! – ela berrava.

- Não procurou direito.

- Te chamei em cada canto desse castelo! Porque não respondeu?

- Eu não escutei mesmo Pansy, acredite em mim! Agora estou cansado, vou dormir, certo?

- Não!!! Não tem nada certo aqui!

- Então vamos terminar essa droga de namoro – a vozinha respondeu por Draco – Não Pansy, eu quis dizer para...

- Idiota! Se quer terminar, termine! Mas vai se arrepender amargamente! – e com uma última porrada na porta a garota saiu pisando forte.

Draco não podia dizer que não gostou da atitude da vozinha, mas que isso ia lhe causar problemas, ia. Só ele sabia o quanto Pansy era vingativa, passara o verão inteiro com ela, e que perda de verão! Só depois Draco percebeu a presença de Crabbe e Goyle no dormitório.

- Ah...olá Draco...onde esteve...? – disse Goyle.

- Estava apenas estudando.

- Nossa cara! Você terminou com a gatinha da Pansy Parkinson? - começou outro garoto com quem Draco dividia o dormitório. - Cara! Vou pegar ela pra mim, hein? Hein? Posso? Beleza? Não vai ficar bravo?

Levou um tempo para Draco compreender o que ele dizia. Era muito rápido.

- Pode ficar com ela, cara...- disse Draco.

- Pansy deve ter ficado triste...ela te amava muito, sabe.....?..- disse Crabbe tentando não babar.

- Estou pouco me lixando, ela era bonita e talz, mas era bem insuportável..

- Insuportável? A Parkinson? Não mesmo! É a garota mais meiga de toda Sonserina! Sonserina não! De todo esse colégio, sacou? E ela tem umas curvas, além de tudo é inteligente e...- Draco não ficou para ouvir o resto. Entrou no banho, que sempre acalmava as suas raivas e, depois de conseguir fazer o colega se calar, dormiu.



O dia seguinte foi bem medonho pela manhã. Pansy parecia não ter dormido, quando Draco desceu para a Sala Comunal ela o encarava como ele nunca havia visto antes, e a cara de buldogue dela acentuava o medo de Draco. Tentou não olhá-la e, após esperar Crabbe e Goyle descerem as escadas, foi tomar café no Salão Principal. Pansy o seguia meio de longe. Quando entraram no salão, todos olharam para a garota. A Weasley também, parecia ter entendido que terminaram. Sentou-se, mas não conseguiu comer muito, pois Pansy não tirara o olho dele. Ele saiu do salão, e todos o seguiam com os olhos, e a defunta ia atrás. Começou a apressar o passo, ela também. Virou-se.

- Que que é, Parkinson?

- PARKINSON? É ASSIM QUE VAI ME CHAMAR AGORA? – berrou ela com voz de choro.

- Ficou ofendida? Ah Pansy, você já sabia que não estava dando certo e que..

- Quem é a outra, Draco? – perguntou ela com a cabeça fervendo de raiva.

- Outra? Não tem outra, é só que...

- Tem sim! Quem é?

- Por Merlin! Não tem outra, deixa eu falar!

- Fala então. Quem é a outra?

- Estava ruim, você sabe....você viu que estava difícil ficar perto de você, você não me deixa fazer os trabalhos....

- Eu sempre fui uma boa namorada! Por que você não gosta de mim?!

- Olha Pansy, você era mais legal como amiga do que como namorada, não pegava tanto no meu pé a cada passo que eu dava...

- É a Weasley?

- Ãh? Que Weasley...?

- É dela que você gosta?

- O QUE?!- Draco começou a gritar, indignado – NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO UMA COISA DESSAS?!

- Uma terceranista te viu com ela numa sacada, não minta!

- Ela roubou o meu lugar! O que eu podia fazer?

- Jogasse ela lá embaixo, sei lá....

- Ah....- Draco estava quase espumando de raiva. Passou a mão pelos cabelos, buscando paciência – olha Parkinson, eu te trairia com qualquer uma, menos uma grifinória, principalmente se for a Weasley.

- Mentiroso....

- NÃO QUER ACREDITAR NÃO ACREDITE! DEPOIS NÃO DIGA QUE FUI UM MAL NAMORADO PORQUE TENTO TE DIZER A VERDADE E VOCÊ NÃO ESCUTA!!!! – gritando isso, virou-se e correu para o lado oposto ao do Salão Principal, deixando uma Pansy chorosa no corredor.

O sinal bateu. Foi para a primeira aula do dia, História da Magia. Viu Pansy entrando na sala, mas esta parara de encará-lo. Melhor assim. Um problema a menos para ele resolver. Agora tinha que se concentrar na aula e nos planos de seu pai.



N/A: Oiê! Finalmente esse namoro estúpido acabou, né? Fãs da Parkinson devem ter ficado decepcionados... Mas ainda há muita trama, romance e aventura pela frente! Eu (que já li até o capítulo 11) que o diga, né? Mas não vou fazer revelações antecipadas, acompanhem até lá! Comentem, por favor!

Obrigada! Tutimaru. =^ ^=

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