O antes da bruxa





-Ei, você!- disse Cruz cutucando o ombro de Thera, que aos poucos vira o rosto para o rapaz para ver o que está acontecendo, enxugou os olhos, tirou o excesso de sujeira deles e tentou colocar em foco o rosto do rapaz.
-Já estamos em frente ao Upton Park. Pode sair, e de preferência pagar.
-Hum...OK!
Levantou-se tentando se equilibrar, esfregou novamente o rosto e começou a descer a escada que levava para o primeiro andar do Noitibus.

-Tenha cautela com as escadas Thera, elas traiçoeiras, minha querida.
A pequena Thera, uma garota franzina de longos cabelos negros olhava assustada para aquela imensidão de castelo, cheio de corredores, quadros que falavam, fantasmas que perambulavam pelos jardins como se fossem a coisa mais comum do mundo, escadas traiçoeiras e milhares de bruxos praticando feitiços a cada fim de corredor, que espécie de gente era essa, que Thera nunca havia visto para lá da Barreira.
-Um dia você será uma delas querida- disse o seu avô, Olivaras que apontava para um grupo de estudantes que desciam uma escada segurando os seus livros e conversando alegremente- com suas propias amigas, é claro.
Agitou o cabelos da garota amigavelmente e se afastou para encontrar com um homem velho e barbudo , que mesmo sendo do mesmo tamanho que Olivaras o deixava miúdo por ter barbas e cabelos de quatro palmas mais ou menos enquanto o avô era imberbe e calvo com algum resto de cabelos encaracolados na nuca.
-Dumbledore, como é bom velo novamente! Tempos difíceis estão para se aplacar sobre nós, receio que já saiba do meu temor.
-Sei sim Olivaras, e tem temor igual.- coçou o pedaço da barba próximo a garganta, e olhou com uma estranha satisfação para o seu amigo- por enquanto deixe estar, o destino ainda deve moldar os acontecimentos para que tomemos providencias- olhou para as escadas por um tempo, até que, junto a um sorriso amigável voltou o seu olhar para a pequena Thera.
-Uma adorável criança Olivaras, aposto que vai ser tão boa quanto o avô- empurrou os óculos para a ponte do nariz e começou a subir um escada.
-Vamos embora Thera, ou a sua mãe vai achar que a seqüestrei.

Thera ajeitou a bolsa no braço esquerdo e entregou um pequena porção de moedas de bronze para Cruz, desceu as escadas, deu um thau com a mão e olhou para o estádio de futebol, que com o mesmo orgulho que Olivaras falava que Thera estaria entre as estudantes de Hogwarts, Philip Wright, seu pai, nascido em Londres, sempre que visitava a sua família levava a filha para dentro do estádio.

Thera estava prestes a completar onze anos, copos quebrando misteriosamente estavam dando cada vez mais certeza a Olivaras que Thera era realmente uma bruxa, provocando na maioria das vezes profunda e calorosas discussões entre os dois que as vezes quase saia em violência (ao mesmo tempo que Philip erguia o pulso Olivaras apontava a varinha, e no mesmo instante, sua mãe Rosa Uthovfh entrava no meio do pai e do marido.
-Você vai ser a primeira treinadora ou juíza de futebol aqui na Inglaterra Thera, e corto a minha cabeça se isso não acontecer aqui. E se Deus permitir – deu um beijo no medalhão com a imagem de São Jorge- eu vou estar nesse banco vendo você atuar, seja como for.

Thera olhou para o Upton Park, deu um longo suspiro e atravessou a rua indo para o prédio onde morava, cumprimentou com a cabeça o velho porteiro, pegou as cartas na sua caixa de correi e entrou no elevador apertando o botão oito de um painel do lado direito da porta dourada do elevador, imediatamente, com um estampido o elevador começou a subir.

Thera olhava chorando para Olivaras, a sua bolsa negra já havia caído no chão e o senhor ajoelhava aos seus pés sussurrando entre soluços “não, não”Um sentimento estranho tomou conta do peito de Thera, mas ela sabia que devia seguir em frente.
Vai ser melhor para mim Vô- disse entre lagrima- confie em mim.
-Não minha querida, isso ainda vai lhe custar a vida, me escute antes de fazer essa bobagem.
-Me desculpe vô mas eu já decide e não volto atrás.












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