Capítulo Único



Foi culpa da Lua Cheia

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Naquela manhã de novembro, Ninfadora Tonks acordou um tanto magoada, digamos assim.

Claro que Remus não havia feito por mal. Ele era teimoso, é claro, mas...por quê ele duvidava do amor dela? Ele simplesmente não podia acreditar que ela pudesse ser capaz de amar alguém como ele, vamos dizer assim.

Mas ele estava enganado. Ela fora capaz. Por isso ela o amava tanto. Mas como poderia fazê-lo ter a certeza de quê ela realmente gostava dele, e queria passar o resto de seus dias ao lado dele?

Remus era tão teimoso! Só pelo fato de que era um lobisomem, se rebaixava. Mas não, Tonks não gostava disso. Queria poder amar e ser amada. E teria que ser ao lado dele. Ao lado de Remus. Porque fora apenas ele que realmente a fizera se sentir tão bem a ponto de esquecer tudo, largar tudo, apenas para viver ao seu lado, onde quer que fosse.

Mas agora ela se sentia mal. À beira de uma queda, estava beirando a insanidade. Mas teria que suportar essa terrível perda. Remus se fora. Para onde? Ela não sabia ao certo. Talvez, ele tivesse partido de sua vida para sempre, achando que poderia ser uma companhia ruim para a jovem auror.

O Natal estava chegando. Como seria bom que pudesse passar a sua época do ano preferida com ele, que era quem ela mais amava, mas que agora, devia estar longe...
Então, pôs-se a pensar no primeiro dia que passaram juntos. Foi quando se conheceram.

FLASHBACK

- Tonks, querida, eu queria te apresentar um amigo nosso...- disse a senhora Weasley. – Esse é Remus Lupin. – disse Molly, apresentando um homem de cabelos castanhos, olhos cor de âmbar e uma aparência bastante doentia. Estavam quase na lua cheia.

- Muito prazer, sou Ninfadora Tonks. – disse, estendendo a mão para o rapaz, e desde já o contagiando com sua alegria.

- Remus Lupin, e o prazer é meu, Ninfadora.

- Ah, por favor...- ela fez uma careta engraçada. – Ninfadora não! Tonks, por gentileza.

E desde então, se apaixonara pelo jovem rapaz.

E ele por ela.

A alegria daquela jovem era contagiante. E ele podia dizer que se sentira mais feliz e acolhido desde que a conhecera.

Até que aconteceu.

Os olhos da doce Ninfadora e do tímido Remus se cruzaram.

Azuis nos castanhos.

Algo nela o fascinara desde o início.

E desde o início ela se apaixonara pelo jeito de Remus.
Se beijaram docemente, sob a fraca luz de velas daquela cozinha escura e sombria do Largo Grimmauld, número 12.

FIM DO FLASHBACK.

“Uma memória para toda a vida...”, suspirou a jovem auror.

Mas doía pensar no amor de sua vida.

Remus sumira desde que a guerra recomeçara.

E sumiu justamente na época que Tonks mais precisava dele...na época menos propícia para sumir do mapa.

Ele havia perdido um amigo. Sirius havia morrido, mas Tonks ainda vivia. E ele deveria continuar a viver, em nome dela, em nome do amor dos dois.

Ela caminhou tristemente até a sua mesa de cabeceira, e sorriu ao pegar uma pequena caixinha cheia de fotos dos dois. No fundo dessa caixinha, havia um anel muito simples, banhado à ouro. Um presente de Remus. Do Natal passado. Já havia passado um ano sem ele. Remus nunca fora rico a ponto de poder comprar presentes caros e belíssimos para Tonks. Mas, para ela, aquele simples e humilde anel, significava sua aliança com Remus. O amor dos dois, que ela podia jurar: seria eterno, mesmo que nunca mais o visse, o que ela supunha ser o correto. Mas a esperança é a última que morre.

Ela ainda tinha esperanças de poder reencontrá-lo. Mas...quando?

Apertou seu anel contra o peito, e permitiu que uma lágrima rolasse de seus olhos, que nessa manhã, estavam cinzentos e sem vida.

Aliás, tudo era sem vida e sem graça, quando Remus não estava por perto.

Não devia tê-lo deixado partir. Fora boba. Mas a culpa não era dela.

A culpa era da Lua Cheia.

Fora ela que levara Remus embora de sua vida para sempre.

Naquela noite, em que ele se transformou, e ela nunca mais o viu.

Mas ele permaneceria vivo em suas lembranças, mesmo que estivesse morto, em verdade...

Em algum lugar de seu coração, ela sentia que Remus ainda vivia. Sorriu de leve, pensando em como seria maravilhoso reencontrá-lo depois de tantos meses...

O Natal sem Remus não teria graça...

Até que ela o viu.

Ou pelo menos supôs que viu.

Saiu correndo de seu quarto e apressou-se rumo à janela da sala.

Por breves segundos sentiu a presença de Remus ali.

Sim, ele realmente estava morto.

Mas era tão real...ela tinha o visto...não tinha?

Ela abaixou-se e pegou uma argola pequenina que realçava no carpete escuro de seu apartamento.

Essa argola era um anel. Simplesmente idêntico ao que ela tinha em mãos...que havia acabado de retirar de sua caixinha...

Dentro do anel, estava escrito com letras douradas: Remus Lupin e Ninfadora Tonks.

Que coisa mais estranha...

Ela jogou-se de joelhos contra o chão, e olhou para a janela. Sua vista marejada de lágrimas.

- Remus, onde você está, meu amor?! – gritou a jovem.

Por breves instantes, seus cabelos voltaram a cor rosa-chiclete habitual. Deixara de ser castanho e sem vida...porque lá estava Remus...ela supunha que o estivesse vendo.

Estava tendo alucinações, essa era a verdade.

Sim, havia sentido a presença dele, mas tanto tempo esperou, que, claro, aquilo não havia passado de uma ilusão, uma alucinação, miragem...ou o que quer que fosse. Mas de certa forma, tinha sido real.

Havia o perdido para sempre.

“Remus...até nunca mais...”, suspirou a moça.

Fora culpa da Lua Cheia.

A maldita Lua Cheia.

Mas claro que sempre iria amá-lo.

Onde quer que estivesse...

“Te amo, Remus...”

---*---*---*----* FIM.. =]



N/A: espero que tenham gostado!
Beeijoss =]

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