Capítulo I



Ojos Así

Eu sei, a guerra enfim terminou. Poucos do lado da Ordem morreram e eu devia estar feliz como todos. Mas ainda me sinto absurdamente... triste. Estou tentando disfarçar, mas acho que Gina já está desconfiando. Para alguém que se deixou persuadir por um diário, ela está realmente sagaz. Não se candidatou para auror por brincadeira.
Lances e relances do dia em que me separei da Ordem – para procurar em muitos e diversos lugares rastros das Horcruxes, - se lançam como jatos de feitiços em minha mente, sem pedir permissão, deixando-me confusa e sem reação. Naquele dia, eu ia me declarar. Se morrêssemos, não ia levar comigo uma dor desse porte: ver meu único e primeiro amor ter que lutar com os Comensais da Morte, para manter o disfarce – favorecendo a Ordem, claro. Todos – ou boa parte – dos bruxos que estavam na sede da Ordem vierem despedir-se. Fui muito abraçada naquele dia, e acho que a força e o calor desses abraços me deram forças para continuar. Além disso, todos me desejaram sorte: Harry, Rony, a Sra. e o Sr. Weasley,,Minerva, Gina, Neville, Fred e Jorge, e tantos outros.
Mas ele já havia se despedido antes. Quando saí de meu quarto – que eu dividia com Gina – ele veio até mim, e, surpreendentemente, estendeu-me sua mão direita.

- Boa sorte, G... Hermione. Vai precisar – era muito estranho ouvir em sua voz meu primeiro nome, mas Minerva havia deixado claro que todos deveriam se chamar pelo primeiro nome. Afinal, era muito mais fácil, em uma batalha, gritar “Molly!” e salvar uma vida do que “Senhora Weasley” e perder a mãe dos Weasley por uma fração se segundo.
Eu estendi minha mão suada, enxuguei-a na capa e apertei a dele. Era forte e pesada. A minha era pequena e fria – apesar de me sentir tão pesada por dentro. Consegui murmurar:

- Obrigada, igualmente.

No final do aperto de mãos – fico corada só de pensar que fiz aquilo – apoiei minhas mãos nos ombros dele e sussurrei:

- Eu o amo, Severo.

Eu, sei, sou demente. Ainda não descobri o que diabos me fez fazer aquilo, mas fiz. Me virei rapidamente - mais para ele não ver o vermelho do meu rosto do que por pressa -, e quando já estava longe dele, me virei. Seu rosto estava inexpressivo, mas os olhos negros dele brilhavam. Brilhavam intensamente, de um jeito que eu nunca havia visto. Ele não desviou o olhar e eu desci correndo a escada. Quando pulei o último degrau, duas lágrimas silenciosas correram pelo meu queixo, e eu deixei que elas molhassem minha capa – cinza, muito bem engomada por Molly. Eu estava deixando-o, mas, de alguma forma, até o dia seguinte – e todos os dias até hoje - podia sentir que vira os verdadeiros olhos de Severo Snape.

Ayer yo conocí un cielo sin sol
y un hombre sin suelo
un santo en prisión
y una canción triste sin dueño

ya he ya he ya la he
y conocí tus ojos negros
ya he ya he ya la he
y ahora si que no
puedo vivir sin ellos

(Ontem conheci um céu sem sol
E um homem sem terra
Um santo na prisão
E uma canção triste sem dono.

E conheci teus olhos negros
E agora sei que não
Posso viver sem eles)


N/A: Oi! Aqui estou eu de novo. Fic nova, sim! *-*
Me digam o que gostam, certo? Beijos!
Lety Snape.

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