Marlene McKnnon (Sirius)

Marlene McKnnon (Sirius)



Marlene e seus pais tiveram o enterro organizado pela Ordem e a perda foi sentida por todos.

Sirius, por mais que soubesse da guerra que vivera, não imaginava perder Marlene daquela maneira. O corpo dela estirado ao chão do quarto, os olhos fixos no além ainda mantinham a expressão de surpresa. E mesmo com o corpo frio pela luz verde ainda o banhado com marca negra. Ao relembrar esta cena, sentiu, novamente, como sofreu ao vê-la naquele estado.

O enterro discreto, por medo de um novo ataque evidenciava o terror com que todos vinham vivendo. O risco alto comprometendo a principal missão fez com que todos se silenciassem. Sirius viu pela ultima vez sua noiva e ficou no cemitério ate a ultima camada de terra enterrar suas dores, sua paixão, seu amor soterrados naquele caixão.

- Vamos Almofadinhas – pediu James – Não podemos fazer mais nada.

Sirius o olhou desolado, como conseguia brincar numa hora dessas?

- Sirius, vem – pediu Lílian esticando-lhe a mão. – você precisa ter força- falou depois de abraça-lo – não vai ser fácil – insistiu - ela não iria querer que você ficasse mal.
- Vamos – falou tentando sorrir.

Passou-se uma semana para que Sirius pudesse respirar um pouco. Não poderia se entregar à tristeza, como disse Lílian, não conseguiria se vingar se entregando a dor. Voltou para a Ordem e a si mesmo, por completo, às missões. Sempre que acabava uma entrava em outra, para não pensar, nem sentir; e quando não estava à trabalho vigiava as pessoas que poderiam ser comensais, ou poderiam ser ameaçadas e assim obrigadas a se tornarem seguidores do Lorde das Trevas.


Com o tempo, Sirius foi se desgastando e isso era visível para todos. Andava pálido, escanifrado, profundas olheiras acabaram por apagar-lhe aquele olhar ágil e vibrante.

Não demorou muito, os dias e as noites ficaram enormes pra ele. O ritmo frenético com que se entregara para cumprir suas missões, a forma obstinada para aplacar a dor e a saudade, todas estas coisas típicas de um Zumbi o levaram para onde todos os zumbis vão; à sarjeta.

Estava completamente zonzo quando reviu, como a um filme, a noite em que fez o seu pedido a Marlene.


O Salão Comunal da Grifinória estava lotado. Passou pelo retrato da mulher gorda. Apesar da aparência séria, o coração estava em festa, tamborilando feito orquestra no seu peito.
- Marlene, – chamou igualmente sério – preciso conversar com você.
- O que aconteceu? – respondeu preocupada ao ver o namorado tão sério a sua frente.
- Aqui não, vamos.

Ela saiu na sua frente e ele sorriu ao piscar para os amigos que lá estavam e observavam a cena.
- O que aconteceu Sirius? – perguntou aflita assim alcançaram o corredor do castelo.
- Não aqui.

Ele a guiou ate o alto da torre norte, onde estava tudo preparado; uma mesa e duas cadeiras cobertas por um pano de cetim branco. Sobre a mesa dois castiçais com duas velas, que assim que entraram, se acenderam. Dois pratos de prata também estavam postos à mesa, os talheres ao lado, taças de cristais terminavam por enfeitar a mesa salpicada de pétalas de rosas vermelhas.

- Sirius- exclamou Marlene – está tudo tão lindo!
- Tudo o que você merece – falou enternecido.

Depois chamou um elfo doméstico e pediu que o jantar fosse servido. Silenciosava, mas atenta e feliz, Marlene tentava adivinhar o passo seguinte. E foi dentro do Petit Gâteau que ela encontrou a resposta.

- Eu poderia ter engolido! – falou enquanto tirava um anel de ouro com uma pedra de rubi de sua boca
- Não faria isto – Sirius riu – por que se engolisse daria muito trabalho pra tirar.
- Você é um tolo mesmo. Mas o que eu posso esperar por trás deste anel?
- Um homem louco pra casar com você.

Instantaneamente os olhos dela ficaram marejados, mas foi com um sorriso que respondeu:
- Louca seria eu se dissesse não!

E se entregaram ali mesmo.

Mesmo no delírio, Sirius sorriu novamente. Estava feliz por estar ao lado da mulher da sua vida.

Ao voltarem para o Salão foram aplaudidos e ovacionados. Foi uma festa total ao entrarem, os Marotos nunca foram silenciosos mesmo e Lily não poderia esconder sua alegria; era inevitável.

Sirius olhou para as paredes do quarto. Aquela lembrança estilhaçou seu peito e pela primeira vez, entregou-se ao choro. Os urros não foram proferidos por sua boca, mas pela alma, estilhaçada, machucada, sofrida pela saudade. Os homens também choram.

Amanheceu banhado em vômito, lama e muita, muita sujeira. Em casa entregou-se a um banho morno e enfim, descansou. Nunca soube quantas horas ou dias dormiu, o certo é que quando acordou, pode barbear-se, mudar as roupas, limpar a sujeira do apartamento, ao sentir-se mais leve, incrivelmente mais forte e disposto a ser racional para fazer o que tinha de ser feito.

Ele acabava de entrar em cozinha quando uma coruja entrou pela janela. A pequena voadora era negra com pintas brancas nas assas. Sirius acariciava preguiçosamente sua coruja quando viu a carta na mesa.

- Vamos lá – resmungou antes de abri-la.

“Sirius, - estava escrita em uma caligrafia fina e inclinada.
Espero que não esteja cansado! Acabamos de saber de um novo ataque. Está acontecendo agora na área norte de Londres, Vance e os outros estão lá, precisam de reforços. Não demore, Dumbledore”


O mais rápido que pode ele se arrumou e saiu de casa para o norte de Londres. Aparatou a poucos metros de onde se via uma seqüência de luzes de varias cores sendo disparadas.
De fato eles precisavam de ajuda, pois haviam acabado de encurralar os comensais e junto de Remus, Diggle, Fenwick, Podmore e Vance, Sirius começou a duelar.

Ele não soube ao certo por que agira daquela maneira, mas quando viu sua prima, Bellatrix ser atingida por um feitiço errante, Sirius foi ate ela, pegou-a no colo e aparatou em uma casa abandonada que ele conhecia em Hogsmead.
Bellatrix ficou um bom tempo desacordada, Sirius somente a observava. Não entedia o por que de ter-la salvo, mas na hora achou que esse era o certo. A olhou mais uma vez e a viu despertar e resmungar:
- Depois falam que nós é que somos covardes...

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