Capítulo Um



O frio estava de congelar naquela noite. O jardim coberto de neve, contrastava com os enfeites de natal e o clima aconchegante e quente dentro da casa. Era o jantar de boas vindas a James.

-... O salão comunal é incrível! Espaçoso, com várias poltronas, e fica no topo da torre! A vista das janelas é de arrepiar.

James contava sobre tudo que vira em Hogwarts nos três meses e meio que passara lá, à Lily, Alvo, Rose e Hugo. Al e Rose eram os mais interessados, a garota estava esparramada na grande poltrona vermelha com os cotovelos apoiados no braço desta, as mãos segurando o queixo, Alvo sentado no sofá entre Lily e Hugo, enquanto James estava sentando no chão, de costas para a grande lareira da casa dos Potter.

- E a biblioteca? – perguntou Rose com entusiasmo.

- Bem, eu prefiro ler no salão comunal – respondeu James – mas você vai adorá-la, Rose. É tão grande quanto você possa imaginar.

- Verdade?!

- Se é!

- Uau! – a menina abriu um sorriso radiante.

- Viu, mana, não vai lhe faltar livros para passar o tempo. – disse Hugo rolando os olhos.

- Que sorte sua James, ficou na Grifinória. – falou Rose ignorando o irmão.

- Meu sangue é de grifinório, claro que iria ficar na Grifinória. – disse estufando o peito. – Você pode até ir para a Corvinal, do jeito que é.

- Melhor que a Sonserina.

- Eu vou para a Grifinória também. – disse Al convicto.

- Tsc, tsc. Não tenha tanta certeza, Al. Você pode ficar na Sonserina. – falou James num sorriso travesso.

- Eu não vou para a Sonserina, James!

- Eu não estou dizendo que você vá para a Sonserina, só que você pode ir!

- Você está fazendo terrorismo! Não vai funcionar!

- Não estou! Al, - começou calmamente – reconheça, você pode ir para a sonserina, por que ter medo disso?

- Porque eu não vou! – gritou Alvo furioso. – Não me enche!

- Humpf! Já vão começar... – murmurou Lily para Rose e Hugo que abafaram uma risada.

Ambos começaram a discutir, James insistia e Alvo revidava. A discussão ficou tão densa que acabou com Alvo pegando a varinha do irmão. Ele corria pela sala com a varinha na mão e James vinha logo atrás.

- Devolve isso Alvo!

- Nãããoo! Vou jogar um feitiço estilo sonserino em você! – Alvo chacoalhou a varinha e dela saíram pequenas faíscas.

- ALVO! ME DEVOLVE A VARINHA!

- Venha pegar! – Alvo ia iniciar uma corrida quando alguém o interrompeu pegando seu braço.

- Hey! O que está acontecendo aqui?

Se perguntassem a Harry se ele era feliz, ele diria que sim. Para uma pessoa que ao decorrer de sua infância e adolescência, sofreu com a idéia de ter o maior bruxo das trevas em seu encalço, que quando, enfim, encontrava uma pessoa que o amasse a perdesse por ser quem era, o menino-que-sobreviveu, o eleito para derrotar o Lord.

E agora tinha filhos, a mulher que amava ao seu lado, tinha uma família, o emprego que tanto desejou – mesmo com todas as dores de cabeça – sim, ele realmente era feliz. Eram essas pequenas coisas que queria, e finalmente as tinha.

Mas tinha que admitir, seus filhos tinham um gênio forte que ele se perguntava às vezes se isso vinha dele. James sempre fora uma criança apimentada, daquelas que não se pode tirar o olho em nenhum minuto. Alvo era mais calmo na maioria das vezes, um pouco inseguro, recorria ao pai quando tinha dúvidas sobre algo, principalmente as que James implantava em sua cabeça. Lily era uma menina adorável, carinhosa, ao contrário de quando ficava furiosa. Ela adora quadribol mais do que os irmãos, até possui um talento especial para apanhadora, mesmo sendo tão pequena.

Na sala acontecia uma cena que Harry via quase todo tempo entre seus filhos. Ele segurava o braço de Alvo, e olhava para ele e James com uma seriedade no rosto, isso sempre funcionava nessas horas.

- Então, vão me dizer o que estava acontecendo aqui?

- Foi o James, papai! – Al foi o primeiro a se pronunciar apontando para o irmão. – Está sempre me chateando.

- Eu não disse nada demais! – defendeu-se o ruivo.

- Disse que eu iria para Sonserina!

- Eu falei que você poderia ir!

- Você está tentando me por medo!

- Para quê ter medo disso?!

- Não implica!

- Você não tinha razão para pegar minha varinha!

- Hey! Vamos parando por aqui?! – disse Harry ficando entre os dois meninos. – Alvo, devolva a varinha do seu irmão, isso não é brinquedo.

A contragosto, Al entregou a varinha de James, que lhe mostrou a língua, e para seu azar o gesto não passou desapercebido por seu pai.

- E James, quantas vezes lhe pedi para não implicar com Al?

- Mas papai, eu só...

- Só disse que ele poderia ir para Sonserina ano que vem, sei.

- É! O que tem de errado nisso?

- O que tem de errado é que seu irmão não quer falar no assunto, então não insista nele.

- Humpf! – James se emburrou e cruzou os braços. – Está bem, está bem... Mas que ele pode, pode. – resmungou baixinho, apenas Lily ouviu e abafou um risinho. James piscou pra ela.

- Bom, já que estão resolvidos, vamos ao jantar? – perguntou Harry se virando para a esposa e os amigos que o olhavam com admiração. – O que foi?

- Você é bom nessas coisas, cara. – disse Ron. – Eu viro um saco de batatas com esses pestinhas.

Harry riu.

- Digamos que você mima muito eles, Ron. – Hermione alfinetou.

- Que nada!

- Você faz tudo o que eles querem.

- Tá, só um pouquinho. - falou Ron recebendo um olhar apertado de Hermione. – Esta bem, reconheço que faço isso.

- Ah bom. – Hermione pegou na mão do ruivo e o puxou para a mesa de jantar.

- Ah, Mione, só quando eles pedem alguma coisa da loja... Não vou recusar, vou?

- Há produtos na loja que não são recomendáveis...

Harry e Gina reviraram os olhos. Eles estavam afastados de todos. Gina olhou com ternura para Harry e ele sorriu.

- O que foi hein? – disse suavemente.

- Ora, nadinha. Fez um belo trabalho dessa vez. – Ela o abraçou passando as mãos pelas costas dele. Harry afagava seu cabelo ruivo.

- É minha obrigação. – disse sorrindo de lado.

- Adoro vê-lo a exercendo.

Iam iniciar um beijo quando Ron os interrompeu bruscamente puxando Gina para a mesa.

- Vamos parar com a melação aqui, porque eu estou morto de fome. E convenhamos, essa cena estava embrulhando meu estômago ainda vazio!

Todos riram e sentaram a mesa e Harry ainda deu uns socos na cabeça do amigo o chamando de “Seu atrevido!”.

- Uau! Estou de volta a Hogwarts? – perguntou James olhando para a mesa farta. – Que beleza de comida!

- Que bom que está gostando de tudo, querido. – disse Gina sorrindo para o filho. – Aproveite!

- Nem vou imaginar o banquete de Natal da vovó... Hummm!

O jantar seguiu num clima agradável. James falava com excitação sobre sua ida a Hogwarts e das pequenas aventuras que tinha feito nesse intervalo de tempo. Os adultos se surpreenderam com a facilidade do garoto em se meter em encrencas e se divertiam com aquilo.

-... E ainda bem que o Filch é um aborto e corre como uma tartaruga, senão já estaria frito!

- Espere só Jorge saber disso! Ela vai se orgulhar, James! – comentou Ron enquanto travava uma batalha com um pedaço de galinha em seu prato. – Ele e Fred, quando da sua idade, já faziam com que Filch arrancasse os cabelos!

Subitamente todos ficaram sérios ao ouvirem a menção do nome de Fred, porém segundos depois abriam sorrisos meio tristes. As crianças olhavam atentamente para os pais.

- Fred e Jorge. – Gina começou. – Eram o terror em Hogwarts. A dupla dinâmica. – riu.

- E aplicavam o terror também. – continuou Harry. – Aqueles dois tentaram me por medo quando souberam que eu era apanhador.

- E eu me lembro de como implicavam comigo por ser a sabe-tudo da escola. – disse Hermione com os olhos marejados.

- Agradeço eternamente pelo livro que eles me deram quando fiz dezessete anos. – nessa hora Ron acariciou a mão de Hermione.

- E também pelo mapa do maroto.

James franziu o cenho quando o pai falou. O nome maroto o atraía, mesmo com certa curiosidade continuou em silêncio.

- Claro! Foi a nossa salvação além da capa da invisibilidade.

- Teriam adorado conhecer Fred, crianças. – disse Hermione. – Ele era tão fantástico quanto Jorge. Não, eles eram fantásticos juntos. Mas tiveram que se separar, e tenho certeza de que ele se foi feliz, com o último resquício de suas piadas, de seus risos nas horas erradas. – As lágrimas que Hermione tentava segurar escorreram pelo seu rosto, mas em seus lábios o sorriso prevalecia. Todos sentiam uma saudade gostosa de Fred, sem tristezas.

- Tio Ron, preciso de umas coisas da loja. – disse James quebrando o momento recém formado.

- Claro James! E o que precisa? Estamos com um estoque novo e reformulado de Kit-mata-aula! As aulas com Binns são mesmo muito chatas!

- Ron! Não o incentive a matar aulas! – brigou Hermione. – Harry, Gina, me ajudem!

- Ãh... – ambos gaguejaram.

- Os exames são muito importantes, James. Para se adquirir uma boa nota, precisa prestar atenção nas aulas. – disse Hermione vendo que ninguém moveria uma palha.

- Concordamos com a Hermione, filho. – Gina se pronunciou. – Mas não faz mal matar umas aulinhas, né? Eu mesmo fazia isso. – Ela recebeu um olhar furtivo de Hermione e começou a rir. – Estou brincando, Mione!

Nem mesmo Hermione conseguiu se segurar e já ria como todos.

- Seja lá o que precise da loja James, podemos ir amanhã, afinal, é o dia de comprar os presentes de natal! – disse Harry.

- Oba!

Na verdade, o garoto não precisava de nada, só de uma informação. Ficara curioso sobre o tal Mapa do Maroto, e sabia que seu tio não iria recusar a lhe explicar tudo sobre o tal Mapa.







N/A: *autora envergonhada* Desculpa pela demora, pessoal! Eu realmente estive sem tempo, foi uma semana inteira de provas :/ final de ano aí, e o que eu menos quero é ficar em recuperação.
Bem, antes de viajar, resolvi terminar logo o capítulo, e nem está betado! Mas assim que chegar vou mandá-lo pra minha beta e edito aqui. ^^ espero que gostem! Beijos! :D

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