Nervos à Flor da pele

Último Capítulo - Nervos à Flor da Pele

Narrado por Ginny Weasley

Eu estava me segurando em Rony, um segundo atrás, mas quando as minhas bochechas começaram a arder, eu larguei a mão dele, e cobri os meus olhos, que já estavam cobertos de lágrimas. Rony me abraçou, e começou a acariciar meu cabelo, como eu sempre quis que ele fizesse, tipo, um cafuné de irmão mais velho. Que saudades disso.

-O que foi, Maninha?

-Rony, eu quero que prometa que não vai ficar nervoso, porque vai ser muito pior.

-Meu Merlin, Ginny, assim você me assusta, o que aconteceu?

-Rony, prometa!

-Tá! – ele suspirou nervoso – eu prometo.

-Lembra, quando o Harry e a Hermione começaram a revezar?

-Lembro – ele disse parecendo confuso.

-Bem, uma das vezes que o Harry folgou... ele veio pra cá, pra New York. E a gente acabou topando em um esquina.

-Como é que é? – Rony fingiu que estava confuso, mas a cara de bravo dele dizia totalmente o contrário.

-Rony, a gente queria te contar antes, mas ficou difícil.

-Vocês esconderam isso de mim esse tempo inteiro? – ele gritou indignado.

-Rony, queríamos contar antes, você não tem noção de como queríamos, só que tínhamos medo, sabe?

-Medo do que? – ele berrou ainda mais alto.

Eu o abracei tentando convencê-lo a se acalmar, mas não deu certo, porque ele se desvencilhou de mim. Hermione apontou a varinha para Rony, e eu sinceramente fiquei muito assustada.

-Rony, eu sei um feitiço muito bom sobre cordas, e embora eu te ame, eu vou lançar esse feitiço se você não sentar, calar a boca, e deixar a Ginny se explicar.

Todos olharam pra Hermione, aposto que estavam todos completamente INCRÉDULOS, igual a mim.

-Ah, então, você também sabia. Todo mundo aqui sabia, menos eu! Ok! Tentem se explicar.

-Eu queria te contar, e Harry também, mas sabíamos qual seria a sua reação e saberíamos que não seria fácil. Eu não me apaixonava há anos, e quando vi Harry senti, como se eu estivesse exatamente assim, apaixonada. Sabíamos que você não ia aceitar, mas não agüentamos esperar.

-Então vocês já se beijaram. – não foi uma pergunta.

-Já. – eu respondia a não-pergunta.

-Eu não acredito que escondeu isso de mim.

-Sentimos muito! – olhei ao meu redor – era apenas eu que estava falando. Harry estava de cabeça baixa, encarando os pés, encostado em uma das paredes. Clarisse estava no sofá, as mãos cruzadas sobre as pernas, estava olhando para Ramon, que estava olhando para os lados, para não encarar ninguém, porque não saberia que expressão usar. Hermione ainda estava com a varinha na mão, mas estava de braços cruzados, encarando Rony com um olhar de ‘desculpe, sou cúmplice também’ e depois passava o olhar pra mim, como quem dizia ‘estou orgulhosa’. Orgulhosa do que exatamente, eu não sei. Da verdade? Talvez, é provável, mas não é certo. Ronald me encarava com indignação, eu tentava desviar o olhar, mas era impossível.

-Por que? – ele perguntou mais uma vez, mesmo já sabendo da resposta. Ele se levantou e Hermione preparou a varinha, mas sua mão estava tremendo, e a varinha escorregou indo parar na cozinha. Ele estendeu a mão e eu achei por alguns segundos que ele fosse me bater. Mas ele me abraçou. Eu senti algumas lágrimas escorrendo dos olhos dele, e molhando o meu cabelo. Eu também havia começado a chorar. – eu acho que vou ter que aceitar. – ele comentou – você já é grande, e tem suas responsabilidades. Não posso fazer nada. Só que eu tinha medo – ele começou – que alguém te magoasse. – ele fez uma pausa – principalmente se essa pessoa fosse o meu melhor amigo – isso, definitivamente foi uma indireta.