Prólogo



“Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.”





Aos poucos o quarto saiu da escuridão. A lua saiu de seu esconderijo, uma nuvem que mais parecia um balão de algodão. Ela esboçou um sorriso. Era lua cheia. Cheia. Cheia.
Do parapeito da janela, ela olhou o quarto. Tudo continuava igual, os livros, as cores, os espelhos... Mas algo havia mudado. Ela havia mudado. E nunca mais voltaria a ser a mesma. Talvez não merecesse ser uma Black, mas preferia deixar de ser, a não ser Andromeda. A Princesa Acorrentada. Talvez aquilo significasse que deveria ficar. Estava presa a Mansão Black. Havia uma corrente invisível que a aprisionava àquele lugar, e nada poderia libertá-la. Nem ele.
No fundo, ela sabia que não poderia ficar mais um minuto se quer entre aquelas paredes, ou enlouqueceria. Mas não restava dúvida, ela até poderia sair da Mansão Black, mas a Mansão Black não sairia dela nunca. Nunca. Nunca.

Ela envolveu as pernas com os braços e apoiou o queixo nos joelhos. Com os olhos voltados para as estrelas, esperou. Esperou. Esperou.
Até que ouviu seu nome. Baixou os olhos lentamente, e o viu, por entre as folhas secas do jardim, como um príncipe encantado, pronto para salvar sua princesa acorrentada, da torre mais alta da Mansão Mal-Assombrada.

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