Harry Potter e o...



N/T: Gente, essa fanfic não é minha, mas eu a li em português e a achei tão maravilhosa, que resolvi traduzi-la, de forma que os fãs de HG brasileiros também possam lê-la!
AVISO: CONTÉM SPOILER DE TODOS OS LIVROS!


N/A:
O universo de Harry Potter não me pertence. Todos os créditos são da JK Rowling!

Tive boas respostas em relação a esta história. Se é a primeira vez que você a lê, espero que consiga capturar seu interesse. A leitora Lady Muck me disse certa vez: “a idéia que você teve, mostrar a série inteira pelo ponto de vista da Gina, embora não totalmente original, é excelente; e sua forma de escrever é melhor do que a de outros autores que li”. Talvez você concorde com isso, talvez não. Qualquer que seja sua reação, espero que você me comunique.

Apesar de inicialmente acreditar que não precisaria de um beta, não posso me estressar com erros de continuidade. Apenas um par de olhos humanos não é suficiente para corrigir uma história dessa magnitude. Adquiri ajuda dos serviços de snowyowl7, EsmeraldFire512 e Gina Guerra, que acompanharão a fic daqui para frente.

Então, sente, relaxe e aproveite o primeiro capítulo de “Nas Palavras De Gina Molly Potter”


Capítulo 1 – Harry Potter e o...



Quando JK Rowling apareceu pela primeira vez para o meu marido, há onze anos atrás, com sua idéia, eu estava cética. Não era a primeira vez que alguém conversava com Harry sobre o que aconteceu há tantos anos atrás, e não seria a primeira vez que um escritor o chamaria para passar a história para um livro. Mas isso era diferente. Essa mulher, a Joanne Rowling, queria ter longas entrevistas ao longo dos próximos meses, desvendando cada detalhe do cérebro dele, cada bocado de informação que tivesse, e criar a biografia do Menino-Que-Sobreviveu. Ela argumentou que as pessoas ansiavam por saber e que venderia, alegou, mais rápido do que qualquer livro antes publicado.

Quando nos sentamos de frente para a mulher, Harry falou muito pouco. Eu cuidava do pequeno bebê que havia vindo ao mundo há menos de três meses. O pequeno Alvo balbuciou em meus braços. Era uma coisinha maravilhosa. Seus olhos eram verde esmeralda, assim como os de Harry, assim como os da mãe, de quem Harry herdara. E já em seus primeiros anos de vida, eu poderia dizer que ele teria uma personalidade muito parecida com a do pai. Afinal de contas, os dois foram vidrados na mesma bruxa, muito obrigada.

Olhei para a senhorita Rowling. Ela era uma mulher charmosa. Não apresentou a idéia como Ficar-Ricos-Rapidamente ou desrespeitou os eventos anteriores, ela parecia genuinamente convencida de que as pessoas precisavam saber sobre a vida de Harry Potter. Admirei sua paciência. Era surpreendente que ela conseguisse ficar sentada por tanto tempo, esperando a resposta de Harry para sua proposta.

Peguei a hesitação de Harry como uma oportunidade para avaliar seu rosto. Ele não tinha aquele brilho nos olhos, aquele que anunciava o que o peso do mundo estava em seus ombros, um brilho que eu não via há anos. Eu podia dizer que ele estava considerando a proposta, mas não gostava da idéia de toda a atenção que o livro receberia. O homem estava sempre relutante em conversar sobre os acontecimentos, porque eles estavam entrelaçados com tantas perdas que ele sentia como se fosse sua culpa... Cedrico... Sirius... Dumbledore... Fred.

Não quero que pense que nós tocamos no assunto cautelosamente. Longe disso, por Merlim, nós praticamente somos a família mais comentada no mundo Bruxo. Seria impossível evitar o passado de tal forma. E decidimos, como pais, que não queremos ninguém, que não nós mesmos, falando sobre o que aconteceu com os nossos filhos. Nós nos asseguramos que Tiago, Alvo e Lílian soubessem pelo o que seus pais passaram para encontrar paz.

Isso era diferente, e eu sabia que essas coisas estavam ocupando a mente de Harry mais rápido que uma vassoura muito veloz. Falar com adoradores era inevitável, e eles faziam as perguntas fáceis. Falar comigo era reconfortante, e eu fazia as perguntas íntimas. Conversar com nossos filhos era uma necessidade, e eles somente faziam as perguntas inocentes. Falar com um autor seria difícil, porque ela faria perguntas que machucam, que trariam novamente a dor. Ah, sim. Isso era diferente.

Harry não decidiu de pronto. Perguntou a Joanne se ela poderia esperar por alguns dias pela sua resposta, que ela aceitou satisfeita. Ele passou os dias seguintes em outro mundo. Quando James pediu que o ensinasse os últimos lances de Quadriboll, Harry, que normalmente é tão animado em relação ao fato do filho ser tão chegado no esporte, recusou. Quando lhe ofereci um sapo de chocolate, ele me ofereceu um meio-sorriso e murmurou que não tinha fome. Não estava ofendida que ele guardasse tudo para si mesmo, pois eu sabia que isso durava mais ou menos um dia, e então, ele vinha atrás do meu conselho. Ele sempre fora assim. Ele precisa organizar os pensamentos antes de envolver outra pessoa numa decisão dessas.

“Gina”, ele sussurrou dois dias depois que Joanne partiu, enquanto eu depositava Alvo no berço. Beijei o anjo adormecido na testa e me virei para fitar meu marido. Ele pegou minha mão gentilmente e fez-me sentar na cama, ao seu lado.

“Estivemos pensando, não estivemos?”, perguntei.

Ele concordou com um aceno de cabeça, olhando para meus dedos entrelaçados com os dele. “Você... Você acha que eu deveria...?”

Eu sabia que a questão viria, e eu pensei sobre isso tanto quanto Harry, entre os banhos das crianças e arrumar a casa. Ergui minha mão e afastei seu cabelo, revelando uma cicatriz na forma de raio, que o assombrava quando era mais novo, “Quando foi a última vez que isso o machucou?”

Harry fitou-me curiosamente, e embora não estivesse certo em relação às minhas intenções, resolveu por fazer a sua parte, “Faz onze anos... Quando eu soube que Voldemort estava indo em direção a Hogwarts...”

Tracejei a cicatriz com o meu dedo indicador. “Pessoas vêem essa cicatriz e eles lembram de todas as coisas boas que você fez, pelo o que você teve que passar para trazer paz para nós. Pessoas sabem o que é isso”, minha mão seguiu um rumo diferente e posicionou-se sobre seu coração. Pude sentir o músculo batendo rapidamente. É estranho como eu ainda tenho esse efeito sobre ele, mesmo depois de tantos anos. Exercendo uma leve pressão sobre seu peito, eu disse, “Mas eles não sabem o que é isso”, ele sorriu para mim, e dessa vez, foi o meu coração que acelerou. Estranho que ele também continue tendo esse efeito sobre mim, mesmo depois de tantos anos, “Harry, só você pode decidir se é importante que as pessoas saibam o que se passava no seu coração durante aqueles anos. E eu o apoiarei qualquer que seja sua decisão”

“Mas a atenção que isso trará...”

Eu gargalhei.

“Harry, houve algum dia na última década que alguém não o parou para agradecê-lo? Algum estranho, alguma vez, passou por você, sem reconhecê-lo?”

Ele balançou a cabeça, negando, e eu podia dizer que sua mente começava a entender o que eu estava dizendo, “Não quero que as pessoas pensem que estou me gabando, porque...”

“Você não está”, terminei por ele.

“Exatamente!”, ele disse, “Não fiz tudo aquilo para ser o melhor, ou o mais famoso, ou para... para ficar com a garota...”, seus olhos brilharam para mim, quando me mencionou indiretamente, “Fiz o que tive que fazer para proteger meus amigos e as pessoas que eu amava, para que ninguém tivesse que sofrer pelas mãos de Voldemort novamente...”, onze anos depois, e o homem ainda não conseguia evitar que uma lágrima se formasse no canto dos olhos, “Fiz o que qualquer um teria feito”

Tão modesto, o meu marido. Não era qualquer um que se posicionaria e faria o que ele fez. Lancei-lhe um olhar com o qual ele já está familiarizado, que significa ‘já conversamos sobre isso e minha opinião não mudou’. Ao invés de falar o de sempre, enxuguei a lágrima de sua bochecha, e disse, “Então, é isso o que eles precisam ouvir”

Ele ficou em silêncio, e eu soube que ele havia tomado sua decisão, e por mais duro que fosse, ele dividiria sua história. Olhei-o, admirada, tentando decidir se foi pelos olhos ou pelo sorriso que me apaixonei primeiro. Coloquei delicadamente minha mão sobre sua bochecha e inclinei-me para beijá-lo. Juro que ainda tenho a mesma sensação ao beijá-lo que tive quando nos agarramos na frente de todos os grifinórios. Ele me deitou cuidadosamente, e perguntou num sussurro, “As crianças estão dormindo?”, lancei um olhar para Alvo e assenti, “Ótimo”, ele respondeu, “Quero te mostrar o quanto te amo”

Ele convidou Joanne novamente no dia seguinte. Ela estava em êxtase ao descobrir que Harry concordara. Eles rapidamente desfiaram a vida dele por horas, bem ali na cozinha. Os alimentei, servi-os bebidas, e até me juntava a eles de vez em quando, para fornecer meu ponto de vista. Essa foi uma cena que se repetiu três vezes por semana, por um ano.

Inicialmente, eu esperava um livro gigantesco, mas me surpreendi completamente que ela conseguiu dividir tudo em sete romances, os últimos quatro tendo mais de 500 páginas cada um. O povo se agarrou às histórias como se fossem doces, e eu diria que toda a família do nosso mundo tem uma cópia da série. Até mesmo Harry está satisfeito, embora tentasse não demonstrar.

Fechando o último livro, enxuguei as lágrimas dos meus olhos avermelhados. Apesar de ter passado por tudo o que estava escrito nos livros, chorei. Harry bagunçou meu cabelo e sorriu. Ele esteve esperando que eu terminasse por dias, e estava ansioso ao me perguntar o que eu tinha achado deles, “Maravilhoso!”, numa leve voz reflexiva, respondi, “Satisfeito com o resultado?”

Harry encolheu os ombros, levemente, e olhei-o, curiosa.

“Bem”, ele começou, “De maneira geral, ela fez um trabalho impressionante, mas eu acho que ela poderia ter incluído mais...”

“Mais o quê?”

Embaraçado, ele olhou nos meus olhos, “Você”

Revirei os olhos, “Ah, Harry, você é um doce, mas eles querem ouvir sobre você e suas vitórias. Estou contente com a atenção que recebi... e com o final que eu tenho”, agarrei seu colarinho e puxei-o para um beijo intenso.

Um gemido leve escapou de seus lábios. “Talvez...”, ele murmurou, “Talvez um dia, você possa escrever sobre nós dois. Você sabe, preencher os vazios. Nossa história de amor. As garotas vão simplesmente devorá-lo...”, eu simplesmente beijei-o mais vorazmente, fazendo-o esquecer de sua proposta, pelo menos por aquele instante.

Quando achávamos que as surpresas tinham acabado, JK nos surpreendeu uma vez mais. Menos de quatro meses depois da série ser lançada, ela recebeu permissão do Ministério de Magia para a tentativa de uma travessia dos mundos. Ela recebeu permissão para lançar o livro no mundo Trouxa e os vender como ficção juvenil. Para ser sincera, não pude evitar rir disso. Os trouxas não entenderiam esse livro, e o que as pessoas não compreendem, elas não dão importância.

Apesar do meu ceticismo, JK Rowling publicou o primeiro livro em 1997, seguidos pelos seis seguintes em diferentes datas ao passar de dez anos. E, bom Merlim, quão errada eu estava! Os trouxas se fartaram com o nosso mundo. Segundo JK Rowling, ela vendeu 325 milhões de cópias. Por um tempo, eu pude jurar que ela usara um feitiço vendedor ou alguma outra mágica para tornar os livros mais atraentes para as pessoas, mas Harry lembrou-me que isso seria ilegal, “Uso inapropriado de feitiços em trouxas”, sorriu, recatadamente.

Sentamos com a senhorita Rowling, nada mais do que algumas semanas depois do lançamento do último livro, em nossa casa. Ela parecia exausta. “Têm sido dez anos muito difíceis para mim”, ela disse, “Tenho esses livros feitos há uma década, e eu não podia deixá-los saber o que aconteceu. Podem achar surpreendente, mas os trouxas são implacáveis!”

Harry concordou. Ele deve ter pensado em seus tempos com os Dursleys. “O que fará agora, Joanne? Quer mais algumas entrevistas?”, perguntou, divertido.

Joanne riu consigo mesma.

“Disse aos trouxas que estava trabalhando em duas histórias diferentes. Espero que eles não estejam ansiando por algo tão bom quanto demos a eles”

“Tenho certeza de que será ótimo”, eu disse, “Você é uma escritora fantástica!”

Ela me olhou, aprovadora, “Então, Harry me disse que você quer escrever um complemento para os romances”

“Ele disse?”, perguntei, lançando um olhar fulminante na direção de Harry. Teria que providenciar para que ele fosse severamente punido por isso.

“Estou apenas tirando uma com a sua cara”, Joanne respondeu. Mordeu o lábio, pensativa, e depois completou, “Embora eu ache uma maravilhosa idéia. Não coloquei tanto de você quanto eu gostaria de ter posto”, e corei levemente, enquanto ela prosseguia, “Espero que entenda porque eu tive que deixar algumas coisas de fora”

“Eu entendo”, respondi, “Mas eu não poderia...”

“Sem noção”, ela retrucou, “Tive o privilégio de ler algumas das cartas que você mandou para Harry ao passar dos anos. Belíssimas, se posso ser tão ousada. O mundo seria um lugar melhor se você o deixasse saber como O Escolhido tornou-se o seu Escolhido”

Fiquei um pouco envergonhada ao saber que ela lera minhas cartas. Espero que ela não esteja se referindo às cartas que mandei a ele quando estava na minha segunda temporada com as Holyhead Harpias enquanto ele estava fora graças ao serviço de Auror. Estávamos a menos de dois anos casados e eu não o tinha visto havia três semanas. A carta não era exatamente apropriada para menores de idade, se é que você me entende. Mas... Eu me senti honrada que uma escritora tão notável me elogiasse.

Estava gostando mais e mais da idéia. Direcionei meus olhos na direção de Harry, que estava bebericando uma cerveja amanteigada, “Talvez você esteja certa”, sorri, “Aposto que as garotas iriam à loucura quando eu contasse sobre a primeira vez que...”

Não pude terminar a frase. Harry engasgou com a cerveja que estava tomando e tinha derrubado todo o conteúdo em si mesmo. Gargalhei quando vi seu rosto tornar-se do mesmo tom do meu cabelo. Claro que eu nunca revelaria detalhes tão íntimos de nossa vida, mas Harry não tinha que saber disso. Na verdade, eu meio que gostei de ver o meu Escolhido fazer papel de bobo na frente da melhor autora em ambos os mundos – Bruxo e Trouxa.

Ah, sim... Isso pode vir a ser bem divertido.

Continua...


N/A: Quando combinei o universo de Harry Potter com as publicações no mundo real, cai em um problema com a linha cronológica. Fiz uma difícil decisão e resolvi por ignorar o que obviamente é conhecido sobre a série. Eu preciso que você, como fã, também ignore o tempo cronológico para que esse capítulo faça sentido. Acredito que mudar as datas não alterará nem está história, nem o cannon.
Os personagens, os acontecimentos, as emoções, e as personalidades continuam as mesmas dos livros.
Linha cronológica:
1988: Voldemort’s defeat in Deathly Hallows
1996: JK Rowling se encontra com Harry Potter
1997: TODOS os livros são lançados no mundo Bruxo
: Harry Potter e a Pedra Filosofal é lançado no mundo Trouxa
2007: Deathly Hallows é lançado no mundo Trouxa
: Gina começa a escrever a história
N/T: Gente, pode falar!
Essa história é muito boa, não é?
Deixem suas reviews, pois as repassarei todas para o ilustre autor dessa – maravilhosa – fanfic!
Um beijo a todos vocês,
Gii

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Comentários (1)

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