CAP ÚNICO!



VANESSA MINHA AMORA E COMPANHEIRA DE PC'S POSSUIDOS... essa fic é acima de tudo pra vc... e em segundo lugar para todas as tmw's q sao parte do meu coração, da minha alma, da minha felicidade, da minha vida, da minha historia! eu amo todas vcs! obrigada por existirem!

espero q goste nessa!

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A uma lágrima de distância

E lá estava eu, em um fim de tarde. Parada na entrada de Hogwarts. Apenas a contemplá-la. Como era linda! Não que eu nunca tivesse reparado nisso, mas agora era diferente, eu sempre pensava no meu último ano em Hogwarts como uma coisa distante. E, no entanto, agora eu havia percebido que eu já estava nesta estrada, não era mais um pensamento que eu poderia deixar para amanhã. Não dava mais para fugir disso, eu tinha 17 anos, era o meu último ano, e depois não haveria a tão esperada volta à Hogwarts, após ali acabava, eu seria adulta e independente, iria enfrentar o mundo. O mudo difícil, e cruel que me esperava lá fora, pensar que eu iria deixar o meu segundo lar, porque sim, aquele castelo havia se tornado o meu lar por longos 6 anos, sem contar com esse ano, os anos mais felizes de toda a minha vida, onde eu havia construído as minhas tão preciosas amizades, aprendido tudo o que sei hoje.
E pensar que eu tive dúvidas se queria ou não vir para cá quando recebi a carta. E foi perdida nesses pensamentos, que eu não percebi que um garoto vinha se aproximando. Ele tocou o meu ombro, e só assim eu acordei do meu transe.
-Boa tarde, Lílian. O que faz aqui fora sozinha?
Era Tiago, ou melhor, Potter, o garoto mais egocêntrico de toda escola, que só perdia para o seu amigo Sirius Black. Eu deveria ter sido grossa, mas estava tão desligada, que o respondi normalmente, bom não tão normalmente se você for levar em conta que todas as vezes que nos falamos, eu grito com ele, eu quero dizer normalmente no sentido de “sem gritar”. Tudo bem eu sei que era estranho, mas eu não estava prestando atenção em nada. Não tinha consciência do que estava fazendo.
-Oi, estou apenas admirando Hogwarts, lembrando de como fui feliz aqui, e pensando em como será o meu futuro sem tudo isso.
-Ah, que bom que eu não sou o único a estar lamentando por ter que me formar. -respondeu ele simplesmente.
Eu abri a boca para responder. Porém. Susan nos interrompeu, pedindo para que nós entrássemos para assistir o início da seleção.
Abri os olhos, e não estava mais no pátio de Hogwarts, e sim na sala de minha casa, lembrei-me então o porquê de todas aquelas pessoas estarem ali, de preto, chorando. Eu havia perdido o amor de minha vida na noite anterior. Quando Voldemort invadiu nossa casa. Ah se eu soubesse que tudo isso iria acontecer, que tempos difíceis estariam por vir, eu teria impedido. E mais uma vez fechei os olhos, lembrando de novo de tudo o que tinha acontecido.
Era de noite... Eu havia acabado de discutir com Tiago, decidi subir e estava agora no quarto de meu filho Harry, na tentativa frustrada de tentar fazê-lo dormir. Acabei por desistir, sentei-me em uma cadeira e comecei a chorar baixinho, a guerra que ocorria lá fora estava acabando com a minha vida, com a vida das pessoas que eu mais amava, com a vida de todos.
Como Tiago ousava falar que estava tudo bem, que logo iriam pegar aquele assassino e todos os que o seguiam?! Por um momento odiei Tiago por isso, mal sabia eu que me arrependeria profundamente por esse sentimento que invadiu meu coração naquele instante.
Resolvi para de besteira, afinal Tiago só queria que eu não me preocupasse. E se eu poderia não estar viva no minuto seguinte, eu queria pelo menos que ele soubesse que eu me arrependo de ter brigado com ele hoje, e todas as outras vezes, que eu me arrependo de não ter aceitado o fato de amá-lo antes, e assim ter podido ser feliz com ele mais cedo.
Mas agora não era hora de ficar lembrando dos erros do passado, era hora de viver o presente momento.
Fui ao seu encontro então. Cheguei á sala e lá estava ele, tão lindo, dormindo. Pensei por um instante se deveria acordá-lo, e caminhei até ele. Abaixei-me e beijei-lhe os lábios levemente. Lentamente ele abriu os olhos, e assim que o fez, eu cessei o beijo e disse.
-Me perdoe, eu sou uma tola, que fica preocupada e nervosa mesmo sabendo que vai ficar tudo bem...
Antes que eu pudesse terminar ele tampou minha boca com os dedos, se levantou e falou.
-Me perdoe você, por não ter te entendido. Eu amo você, e nunca deixaria que fizessem mal a você ou a Harry, não enquanto eu estiver vivo.
-Também amo você.
E assim nos beijamos, longa e apaixonadamente, o nosso último beijo, que foi interrompido por um barulho, e em seguida Tiago se virou para mim, dava para ver em seus olhos que ele sabia que não me beijaria de novo, mas estava conformado, pois sabia que estava fazendo isso para salvar a mim e ao Harry.
-Lílian suba. Leve o Harry, fuja, eu o atraso!
-Não, eu não vou deixá-lo, vou lutar com você, até o fim.
Ele não pode responder, a porta se abriu, deixando á mostra a figura de um homem alto, encapuzado, Tiago em seguida avançou em sua direção. O duelo demorou muito, devo dizer que Tiago apesar de saber que iria morrer, também não facilitaria as coisas para Voldemort.
Mas foi com pesar e dor no coração que eu vi a minha última esperança ir embora, na hora que vi da escada, o corpo de Tiago cair inerte no chão. E eu pude escutar pela última vez sua voz.
-Lílian!
Em seguida, cai de joelhos na escada, chorando desesperadamente, eu estava sem reação, Voldemort seguia em minha direção. E então eu pensei. Que essa não era a atitude que uma Grifinória deveria tomar, eu não podia desistir, tinha que proteger Harry, não podia deixar que o sacrifício de Tiago fosse em vão!
Levantei e corri como nunca em minha vida. Cheguei ao quarto de meu filho, sentindo uma dor no peito que eu já não sabia se era de tanto correr, se era por ter perdido Tiago, ou se pelos dois. Peguei Harry nos braços, me concentrei em todo o amor que eu sentia por ele e por Tiago, e assim fiquei até que Voldemort adentrou o aposento, e com sua voz fria disse.
-Dê-me o garoto.
-NUNCA!
-Menina tola, não vê que posso poupar você?
-Eu não quero ser poupada, eu não vou desistir, vou defender meu filho nem que para isso tenha que morrer tentando.
-Se assim deseja, que seja feita a sua vontade. Avada Kedavra!
Um lampejo verde foi á última coisa que vi antes de perder os sentidos. Fui acordada por Sirius, que com os olhos inchados me sacudia e gritava.
-LÍLIAN, LÍLIAN, POR FAVOR, ACORDE.
Eu abri os olhos e pude ver a expressão de alívio de Sirius. Eu estava viva! A primeira coisa pela qual perguntei foi.
-Onde está Harry?!
-Está sendo examinado, por incrível que pareça e graças a Merlin, ele sobreviveu ao feitiço.
Suspirei aliviada, mas meu alívio durou pouco, ao lembrar-me de Tiago. Acho que Sirius deve ter percebido porque logo em seguida disse.
-Sinto muito por Tiago. Lílian.
E agora estou eu aqui, no velório de Tiago, com Harry nos braços. Coitado, tão pequenino, e já tendo que presenciar a tudo isso sem nem ao menos saber o que está acontecendo.
-Lílian. Tenho algumas notícias para te dar. – era Dumbledore, o diretor de Hogwarts, um homem alto, magro, de barbas brancas e muito compridas.
-Sim, professor, pode falar.
-Lílian, agora que Tiago não está mais entre nós... – sem que eu pudesse impedir, lágrimas brotaram de meus olhos. Ele percebeu, mas continuou a falar. – eu serei o guardião do segredo, o ministro queria enviar aurores para ficarem de guarda, mas eu pensei comigo mesmo, e acho que você também irá concordar. Que Sirius Black e Remo Lupin poderiam ocupar esse cargo.
-Mas professor, Voldemort sumiu, não acho que seja necessário...
-Lílian, ele sumiu, mas os seus seguidores ainda estão por aí, então até que todos sejam capturados, seria prudente que você e o Harry ficassem sob a guarda de Sirius e Remo. Tiago não iria querer que você se descuidasse assim.
Pronto, ele havia falado as palavras mágicas, “Tiago não iria querer que você se descuidasse assim”.
-Tudo bem.
Minutos depois, Dumbledore pediu para que todos nós ali presentes nos reuníssemos para que ele pudesse fazer uma homenagem a Tiago.
-Hoje estamos aqui, de corações dilacerados, perdemos um auror magnífico, um pai atencioso, um marido amoroso, um amigo FIEL. E é em homenagem a esse homem tão bom, que era um excelente aluno, mas que nunca se esquecia de viver a sua vida intensamente, que eu queria dizer a todos, que deveriam seguir o exemplo dele. Que lutou pelos seus ideais, viveu feliz, e morreu como queria morrer, lutando e protegendo o que ele mais amava! Queria dizer. Que nós nunca nos esqueceremos dele, pois os momentos que vivemos com ele, que podem não ter sido tantos assim, mas foram tão intensos, que ficarão gravados em nossos corações, almas, e mentes! E eu tenho certeza de que onde quer que ele esteja agora, ele estará assanhando os cabelos como ele tanto costumava fazer, e desejando que todos aqui fiquemos bem. E por fim, queria alegar, que as saudades que sentiremos, será do tamanho do amor que temos por ele. ETERNO!
Todos aplaudiram, e eu, abraçada a Sirius e Remo chorava. Tudo o que havíamos vivido tinha sido tão lindo, eu não conseguia acreditar que estava acabando assim. Como se tivesse lido os meus pensamentos, Remo virou-se e me disse:
-Não acabou tudo Lílian, vocês ainda vão se encontrar algum dia e em algum lugar!
Estamos agora no enterro, Sirius, Remo, Dumbledore e Hagrid carregam o caixão, e eu vou ao lado deles, me lembrando do dia em que eu descobri que estava grávida de Harry.
-“Como você disse Lílian”?!
-“Eu estou grávida, Tiago Potter! Vocês dois são os amores da minha vida!”
“E no instante seguinte, eu estava em seu colo, rodopiando pela sala de estar”.
O enterro já havia terminado. Agora no cemitério só restavam eu, Remo, Sirius e Harry. Eu olhava para o túmulo de Tiago e não acreditava no que estava vendo, e os planos que havíamos feito?! De morrermos juntos, bem velinhos, de termos um time de quabribol inteiro de filhos com direito a reserva?! De vermos o Harry crescer?! Ir para Hogwarts, onde nós fomos tão felizes?! Agora estava tudo acabado, eu, só eu veria o Harry ir para escola, não teríamos mais filhos, não morreríamos juntos, não mais.
Sirius e Remo iriam se revezar, cada um ficaria um dia e uma noite de guarda. Nessa primeira noite, seria o Sirius.
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Os anos se passaram, Harry tem agora três anos, eu ainda sinto que uma parte muito grande de mim foi arrancada de minha alma. Mas como Dumbledore mesmo disse. Tiago não iria gostar de me ver desistir, não iria querer que eu olhasse para Harry e me martirizasse pelo que aconteceu, por mais que eu ainda ache que em parte a culpa tenha sido minha.
Ás vezes acordo á noite, assustada, a pior noite de minha vida se repete sem parar em minha mente, mesmo dois anos depois do acontecido. É duro olhar para Harry ás vezes, é como se eu visse a versão pequena de Tiago na minha frente. Ah! Como eu queria que Tiago pudesse ter visto o Harry crescer.
Bom, nem Sirius, nem Remo, “moram” aqui em casa, como aconteceu quando Tiago morreu, de acordo com Dumbledore, o perigo já passou, pelo menos por enquanto.
E agora, eu estou aqui, arrumando o meu armário, e acabo de encontrar esse álbum dos meus tempos de escola. Uma sensação estranha me invadiu o peito. Não sei dizer se boa ou ruim, talvez sejam os dois, mas é uma coisa que faz muito tempo que eu não sinto.
Abri o álbum e a primeira foto que vi, foi de minha mãe grávida de mim. Sinto muitas saudades dela, e de meu pai também, mas sei que onde quer que eles estejam, assim como Tiago, eles estão olhando por mim.
Passo as páginas um tanto quanto rapidamente, tentando relembrar algumas das cenas. Reviver os momentos mais maravilhosos da minha vida com um simples ato, fechar os olhos e lembrar!
Já estava pronta para virar a página quando uma foto me chamou a atenção, e eu olhei por um tempo para ela, e em seguida fechei meus olhos, e foi como se eu estivesse lá de novo!
Era uma manhã de inverno. E eu, Susan, Alice, Emelina e, Marlene, estávamos sentadas perto da margem congelada do lago, olhando os alunos fazendo guerras de bolas de neve, conversando bobagens, e então Alice teve uma idéia:
-Sabe. Eu acho que a gente devia tirar uma foto do dia de hoje, afinal, ele foi tão especial. Quando vocês acham que a gente conseguiria tirar a Lily da biblioteca, quando temos que entregar amanhã “zilhões” de tarefas?! Isso tem de ficar gravado para sempre!
Todas rindo concordaram plenamente, nos levantamos, e cada uma pegou uma bola de neve na mão, e tentamos fazer as poses mais inusitadas que podíamos pensar.
Pedimos para um quartanista tirar a foto para nós, e mais tarde naquele mesmo dia ficamos a admirá-la sentadas na frente da lareira do salão comunal. Quando segundos depois, o quadro da mulher gorda girou, abrindo passagem para o quarteto de delinqüentes de Hogwarts, (exceto por Remo talvez, ele me parecia sensato), os marotos.
Como se adivinhassem o que aconteceria a seguir, as meninas começaram a soltar risadinhas idiotas, quando Potter e a sua trupe perceberam a nossa presença e vieram atrás de nós.
-Boa noite meu anjo ruivo, será que você me daria á honra da sua presença no próximo passeio a Hogsmeade?! – disse ele com a sua voz num tom irritantemente maduro.
-Boa noite, seu trago no cio, e será que eu preciso mesmo responder a essa pergunta?! – respondi usando o mesmo tom de voz.
-Eu acho que sim. Se não eu não teria perguntado. – ele falou com um tom de obviedade, sorrindo pelo canto dos lábios.
Senti meu rosto esquentar, e percebi que todos os presentes que escutavam a conversa seguraram o riso. E então respondi:
-Meu Merlin, eu achava que você era um idiota de marca maior, mas agora eu tenho certeza disso. Como pode uma pessoa escutar por anos a fio um belo e sonoro NÃO, e ainda sim continuar com a mesma pergunta irritante? No mínimo é uma pessoa muito idiota mesmo.
-Para você ver o que o amor não faz não é ruivinha?! – ele sorriu o seu sorriso “tenho mais de trinta e dois dentes se estiver duvidando venha contar e quebrar a cara”.
-Purgante!
Não pensei duas vezes, joguei a primeira coisa que eu vi na frente contra aquele ser repugnante, infelizmente era uma almofada, gostaria que fosse uma coisa mais pesada, que pudesse levá-lo para a Ala Hospitalar, por um período de tempo indeterminado, mas não consegui resultado tão bom. Obviamente o acertei, afinal de contas, anos de treinamento melhoraram a minha mira quase 100%.
Ele se virou para mim, e riu como nunca, e todos resolveram parar de segurar o riso e riram abertamente também. Potter me mandou um beijo, e quando eu fiz menção de levantar ele subiu correndo as escadas para o dormitório masculino, gritando a plenos pulmões:
-EU AMO VOCÊ SUA MALUCA!
Aqui no meu quarto agora, eu fico rindo dessa lembrança, lembro-me de ter perguntado a ele se a sua meta na vida era morrer o mais cedo e mais dolorosamente possível, ou se era só uma impressão minha. E ele me desarmou completamente com a sua resposta. Disse que se fosse para morrer nos meus braços e me ter como a sua última visão, essa era sua meta na vida sim, embora ele ainda sonhasse em se casar comigo.
Acho que foi naquele mesmo dia, que comecei a me tocar de que eu não o odiava como eu achava. E uma semana depois... PUM! Eu havia percebido, eu era louca de amores por Tiago Potter.
Virei á página, e dela caiu um envelope, já meio amarelado pelo tempo, eu o abri e encontrei um cartão e um pingente, no cartão, com a letra de Tiago estava escrito:
“A uma lágrima de distância.”
Lembrei-me do que ele me disse no dia em que me deu o pingente:
“-Dizem que se você pensar muito em uma pessoa, e derramar uma lágrima de amor verdadeiro sobre o pingente, você poderá rever a pessoa na qual você pensou, através de um sonho, mas é um sonho muito real, e é a mais pura verdade, eu já experimentei e posso garantir. Você só não deve se esquecer de uma coisa Lily, ele só funciona uma única vez, você deve pensar então numa pessoa muito especial, e que você quer rever muito.”
Nunca me esquecerei dessas palavras, eu resolvi na época guardar para uma ocasião especial, e agora com aquele pingente em forma de lágrima na minha mão, eu percebi que era á hora, era a hora de rever Tiago, e com esse pensamento uma felicidade enorme me invadiu.
O próximo passo era derramar uma lágrima de amor verdadeiro sobre o pingente, e para isso eu tinha a lembrança perfeita, que toda vez que me vinha á mente me trazia lágrimas aos olhos.
Fechei os olhos e me deixei levar.
Eu tinha acabado de acordar. Era uma manhã de sábado, olhei para os lados a procura de alguma das meninas no dormitório, e lá estavam elas na janela, todas amontoadas, se empurrando, e dando gritinhos alegres.
Dei uma tossidinha, no que elas se viraram, e quando viram que eu havia acordado. O quarto que estava em silêncio absoluto se encheu de vozes das meninas, que gritavam, riam, e falavam palavras que para mim eram desconexas.
Até que eu não agüentei mais, e gritei:
-Chega!
Todas se calaram imediatamente, e eu escolhi Alice, a mais calma de todas, para me contar o que estava acontecendo. E ela simplesmente disse:
-Veja com os seus próprios olhos.
Eu me aproximei da janela, sentindo um misto de medo e curiosidade, mil e uma idéias se passaram pela minha cabeça. E quando eu olhei, vi que era muito mais inacreditável do que as coisas que eu tinha imaginado.
Lá, nos jardins de Hogwarts, estava escrito sobre a neve, com letras bem grandes e feitas de lírios:
LÍLIAN EVANS. ACEITA NAMORAR COMIGO?!
TIAGO POTTER
E lá estava ele, ao lado de sua declaração, olhando fixamente para mim, esperando pela resposta. Eu não sabia o que dizer, minha cabeça gritava furiosamente: PERIGO! NÃO, ELE É TIAGO POTTER, VOCÊ SE LEMBRA?! Mas o coração gritava: MEU MERLIN, EU AINDA ESTOU AQUI EM CIMA?! VAMOS! O QUE EU ESTOU ESPERANDO?!
Eu estava confusa, sabia que gostava dele, e as meninas também já sabiam, eu já tinha confessado a elas, mas confessar a ele, e a todo o colégio, era uma coisa muito mais difícil, que exigia de mim muito mais coragem do que eu tinha para enfrentar aquela situação.
Então uma voz apareceu em minha mente, e disse: E eu pensava que você era uma Grifinória! E para mim, essa foi á gota d’água, era verdade, eu era uma Grifinória, e já havia desistido por vezes das escolhas do coração, por achar que o lado da razão era mais em conta, e só agora percebia que não, que estivera enganada todo o tempo, eu devia dar uma chance a mim mesma de ser feliz.
Porém poderia não dar certo, mas... E se desse certo?! Tinha de escolher, sai da janela, e corri para o armário, vesti a primeira coisa que vi na frente, uma blusa branca e um casaco azul, acompanhados de um jeans e um par de tênis. Lavei o rosto, penteei os cabelos e escovei os dentes.
Saí em disparada pelo salão comunal, senti os olhares das pessoas pelas quais eu passava correndo as minhas costas, mas não me importei. Já estava chegando perto do salão principal, quando vi Tiago entrando, cabisbaixo, e sem pensar nos alunos que viam a cena, eu me joguei em seus braços.
Após se recuperar do susto, ele confessou:
-Pensei que você não apareceria, já estava indo embora.
-E você esperava que eu viesse até aqui de camisola?! Eu tinha de trocar de roupa, escovar os dentes...
-Você não precisa de nada disso, é linda de qualquer jeito, é perfeita! Perfeita para mim!
Corei na hora, e o respondi com uma pergunta.
-Mais você não estava esperando uma resposta minha, e então não quer mais saber o que vai dar?!
Ele me olhou com um olhar pidão, e eu respondi.
-É, acho que agora você já pode abrir mão da meta de morrer mais jovem e começar a sonhar com NOSSO futuro, porque a última coisa que eu quero fazer agora é te matar.
Ele sorriu para mim. O sorriso mais lindo que eu já havia visto. E ali, no saguão de entrada. Nós nos beijamos. Mas dessa vez foi muito mais especial. Pois, dessa vez era um beijo que ambos queríamos.
Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto, era definitivamente uma lágrima cheia de amor, mas cheia também de saudade, e um pouco de sofrimento. Depositei-a cuidadosamente sobre o pingente, e pouco segundos depois, eu estava em um sono profundo.
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Acordei, e me vi de pé no dormitório feminino, olhei para os lados e uma emoção muito forte me invadiu. Vi Susan deitada em sua cama, dormindo tranquilamente. Susan morreu pouco antes de Tiago, no mesmo atentado que levara Alice e Frank á loucura, Sirius assim como eu, ainda não se conformou.
E vê-la ali protegida e viva, foi uma sensação maravilhosa, mas eu estava ali para rever Tiago, tinha de continuar.
Desci as escadas do dormitório, e o encontrei sentado numa poltrona perto da janela, quando me viu ele disse.
-Estava ansioso para vê-la.
-Eu também, você não imagina o quanto.
E ali, abraçada com ele, eu tive a esperança de que tudo poderia voltar a ser como antes, e com esse sentimento bom que me invadia o coração, eu comecei a chorar, de felicidade, emoção, por tudo o que me afetara nos últimos anos. E então ele quebrou o silêncio.
-Não chore meu amor, esse era para ser um sonho feliz.
-Mais é feliz, você não sabe o quanto.
-E me fale. Como estão todos?! Harry, Sirius, Remo.
-Todos estão muito bem, o Harry está uma graça, lindo como o pai, já o Sirius ainda está muito abalado pela morte de Susan, mas Harry ajuda muito também, com aquela carinha fofa, e Remo... Ah! Você sabe, ainda anda muito reservado, mas continua muito bem. A gente se ajuda sempre que pode.
-Ótimo, e você não vai perguntar por que exatamente estamos em Hogwarts, e logo na época que estudamos aqui, durante o nosso sétimo ano?!
-Penso eu, que é porque o lugar que eu mais amo neste mundo é esse, e foi aqui, no meu sétimo ano que eu fui mais feliz em toda a minha vida.
-Esperta como sempre, e então, quer ficar parada aqui, ou andar pelo castelo?!
-Andar pelo castelo.
E lá fomos nós, andamos por todas as passagens, corredores, fomos á sala precisa, e lá ficamos por muito tempo.
-Lílian, está quase na hora de você partir, mas antes me prometa que você nunca irá desistir de nada, por mim e principalmente pelo Harry. E você irá ajudar o Sirius a superar a morte da Susan, diga a ele sobre o sonho, e fale que ela está bem, pois ela está realmente bem, e sempre está perto dele, sempre. E ajude o Remo, ajude-o a viver mais, e não se martirizar por tudo o que aconteceu.
-Eu não quero ir embora!-Falei chorosa.
-Apenas prometa, por Harry e por mim, por favor.
-Prometo, mas Tiago, não me abandone, por favor, me visite nos meus sonhos, eu sei que você pode!
-Lílian, eu nunca te abandonei, e nunca vou abandonar a você e nem ao Harry, eu vou estar sempre lá, não importa se seja numa simples lembrança, num sonho, ou até mesmo através do Harry, sempre estarei com vocês.
Antes que eu pudesse responder, escutei uma voz, era o Sirius.
-Lil?! Acorde preguiçosa, depressa, o Harry precisa comer.
Então Tiago me disse.
-Não se esqueça de nada, e principalmente que eu amo você, sempre amei, e nem a morte pode acabar com o meu amor.
-E-eu também! Amo você! E NÃO QUERO VOLTAR, POR QUE EU TENHO DE VOLTAR?!
-Pelo Harry.
Eu já estava me levantando para voltar, quando ele me puxou pelo braço e disse.
-Lily, nós ainda vamos ficar juntos de novo, eu lhe prometo, e dessa vez vai ser para sempre. Agora vá.
E então ele me deu um beijo, ardente, cheio de amor, um amor que agora eu sei, é infinito. E sei também que esse beijo não foi o último.
Quando eu acordei, vi que Sirius, estava do meu lado, um tanto aflito, mas essa aflição durou pouco, assim que eu abri os olhos, ele suspirou aliviado.
-Achei que não ia acordar mais.
-Sirius, eu tenho de lhe contar uma coisa, e é muito importante.
E então contei a ele tudo, assim como Tiago havia pedido, lhe falei de Susan, Remo, de tudo o que eu havia conversado com Tiago, desde o dia em que ele me deu o pingente e me explicou para o que servia. E Sirius me escutou, um tanto surpreso, mas feliz.
Na manhã seguinte, visitei o túmulo de Tiago mais uma vez, acompanhada de Sirius, Remo e Harry. Coloquei flores novas e fiquei olhando a foto de Tiago que sorria abertamente, por alguns segundos. Meu coração sangrava por não tê-lo por perto fisicamente, mas exalava felicidade ao mesmo tempo, por saber que um dia nos encontraríamos de novo... E eu esperaria por esse dia ansiosamente, mas por enquanto como eu mesma havia prometido a ele, cuidaria de Harry. E tentaria ao máximo ser feliz... E então, me abaixando e ficando ao nível da lápide eu sussurrei:
-Um amor como o nosso não se acaba com a morte Tiago. Eu sei que ainda vou te encontrar, nem que seja a uma lágrima de distância... Até logo.
Uma lágrima escorreu de minha face e caiu no solo com um baque surdo. E antes de eu me virar, pude ver um lírio brotar no exato lugar em que a lágrima havia caído, aquilo era um bom sinal, ele sempre estaria ali... Sempre!


THE END!

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