A Mensagem e outra Marotagem



N/A: As músicas usadaas são
- Fogo, Capital Inicial (perfeita essa música)
- e um pequeno trecho de: Gueto do Universo, Charlie Brown Jr e Planta e Raiz
espereem que gosteem! :D

Algumas músicas depois Remo e eu fomos nos sentar, beber algo. Tiago havia ficado com aquela garota no qual tinha ido atrás.

- Desistiu da cdf? - perguntei quando ele sentou-se ao nosso lado
- Havenna não me disse quem é, então enquanto ela não vem e me mostra... pode ser uma menos sábia mesmo.
- Viadinho que feio! - zombou Sirius, que se aproximava
- É CERVO! - gritou - Feio você e aquela quintanista, não tem vergonha não almofadinhas?
- Não - disse ele indiferente, rindo

Senti um ciúme incontrolável, ele tinha ficado com alguém.

- Aqui está Tarin. - disse Remo com duas taças em mãos - Aproveitando a festa Marotos?
- Mais do que vocês não.
- Como? - estranhei - Hav você tá perfeita! - disse quando Havenna apareceu ao nosso lado
- Estou muito feliz isso sim! Remo você me vê um desses também?
- Muito boa suas músicas Havenna, parabéns! Pode deixar. - disse ele enquanto ia buscar mais uma taça e Hav o olhava apaixonada
- Morena muito boa, em todos os sentidos. - Tiago falou olhando Hav de cima embaixo
- Por Merlin Tiago, você tá assanhado demais hoje. Vamos acabar com isso já, vou te apresentar a Marlene. - Hav disse puxando Tiago pelo braço
- Opa vou junto! - Sirius foi atrás

Eles foram até perto de umas almofadonas, e pararam na frente de duas garotas. Uma morena, alta, cabelos cacheados e outra ruiva, muito ruiva. As duas eram muito bonitas. Eu daria tudo para poder estar lá e agradeci muito quando Hav me chamou ao ver que estava sozinha.

- Tiago essa é Marlene - Hav falou apresentando a morena. - E essa é...
- Lilian. Prazer Tiago - Marlene disse sorridente
- O prazer é todo meu. - Tiago disse safado dando lhe um beijo no rosto
- E esse é Sirius e essa Tarin- Havenna nos apresentou
- Olá - Lilian nos cumprimentou, de perto pude ver que seus olhos eram verde intensos e que era muito mais bonita do que pudera imaginar e para minha dor Sirius também achara

Os casais da noite estavam formados, Tiago e Marlene e Sirius e Lilian. Sentia um ciúme sobrenatural, queria prender Sirius e não deixar ele sair nunca mais mas não poderia fazer nada e então me despedi de Hav que subiu ao palco e voltei ao lugar que antes estava. Remo me chamou para dançar a música calma que tocava e fomos a pista de dança.

~Tudo o que é de belo esta aqui
venha você para conferir
deligue a sua...'~

Era algo assim, não parava de pensar em Sirius mas perto de Remo isso mudava, ainda mais hoje, como ele estava lindo, como ele era carinhoso, como ele era amigo, ele não era safado com as outras, ele é perfeito! Por que amar aquele babaca do Sirius? Já tinha arranjado mais uma para a noite. Que saco! Por que ele não me amava?

- Tudo bem?
- Tudo Remo, não se preocupe comigo.
- Isso é impossivel
- Eu não queria estragar a sua noite
- Engano seu, você so a torna mais perfeita.

Eu sorri, e novamente ele conseguira fazer eu parar de pensar em Sirius, estavamos ali, dançando e isso era perfeito.
Ele se aproximou, sua respiração próxima de mim, eu temi machucá-lo e me machucar de novo, mas foi mais forte que eu não pude resistir, lhe dei um beijo.

Sua mão encarinhava meu rosto e seu beijo era o mais doce. Dançamos mais um pouco e fomos nos sentar novamente. A essa hora o palco já havia descido metade do que estava e Alicia surgiu.

- Li, tudo certo? - perguntei
- Certissímo! Ah, tudo se encaminhou muito bem e eu estou muito... feliz!
- Que bom Ali! - disse Remo - Está tudo otimo mesmo.
- Tudo se encaminhou porque você o fez. Parabéns amiga!
- Brigada.


Nesse instante todos gritaram ao começar outra música

- E vocês? - gritou Alicia mas as suas palavras foram abafadas pelos gritos
- Hã?
- VO-CÊS ES-TÃO JUN-TOS? -perguntou em silabas
- Não. So curtindo o show - respondi antes de qualquer reação de Remo
- Aham então se os pombinhos me dão licença - disse com uma risadinha frouxa- Vou me retirar.

Aluado me encarou, passou as mãos em meus cabelos e me beijou. E assim se repetiu durante toda a música. Quando a voz de Hav cessou lá do palco e paramos para aplaudir vi, o que era o início de uma grande tortura, Sirius beijando aquela tal de Lilian. Ele a encarava como nunca antes tinha feito com nenhuma garota, ele a encarava como Remo me olhava e temi, sinceramente temi.
Tiago também estava aos beijos com a morena, a Marlene.

- Vamos dançar? - perguntou Remo enquanto se levantava
- Vamos sim.

" E faço isso para esquecer"

Sim eu era terrível. Remo John Lupin, que culpa tinha em me amar? E eu lhe cutucava essa dor a todo momento. Falava que não, mas quem realmente precisava da presença dele era eu. Como eu viveria sem ele?

Dançamos, dançamos muito. Ficamos a noite inteira juntos. Ao acabar do show fomos aos dormitórios, juntos. É evidente, ele queria algo a mais, mas eu me despedi:

- Boa noite Remo. A noite estava linda. - ele me puxou e me deu um demorado beijo

Subi aos dormitórios, sen fôlego, tomei banho e deitei, adormecendo em seguida.

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Acordei naquele domingo e depressa fui ao quarto atrás da sala do diretor.

Um adolescente. Não queria muita conversa mas ficou feliz em me ver, fomos novamente aos jardins. Hoje ele dominava melhor as suas previsões. Ficamos horas sem falar muita coisa, nos encarando. Ao cair da noite, foi dormir de novo e um aperto me dominou, amanhã um adulto. Adulto!

- Boa noite Merliro - disse, ele me encarava de uma maneira estranha, me levantei para sair quando um soluço me chamou a atenção

Ele estava, ainda deitado, se debulhando em lágrimas.

- O que houve?
- Eu sinto tanto por você!

Uma estranha sensação percorreu minhas entranhas, como se estivesse em uma grande queda.

- Sente por mim?
- Ás vezes, o destino é tão cruel.
- Destino? Merliro o que você está falando?
- Boa noite - deitou-se e por mais que eu insistisse ele não abriu mas os olhos.
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Passando pelos corredores, o sol se pondo, vi Maria junto ao Thoperson.

- Ma, tudo bem?
- Olá docinha. Tudo e com você?
- Bem. Tomme?
- Estava tudo ótimo até agora.
- Que bom - disse com raiva - Eu queria pedir desculpas pelo comportamento de Tiago ontem , Ma você sabe como ele é.
- Sei Tarin, claro que sei e eu já o perdoei ontem. É o meu amorinho aqui que não quer.
- Tomme ele não fez por querer.
- Taringoni não pedi explicações - disse esnobe
- NÃO ME CHAME DE TARINGONI!
- Tarin não grite com ele - Maria se pôs diante de mim
- Desculpa Maria. Eu só queria resolver a situação mas vejo que com o seu namorado não tem conversa, com licença. - e sai andando, rapidamente e enfurecida, pelos corredores. Como a Maria tão doce e meiga podia gostar de um cara como esse ai? Coisas sem explicação do amor, é a única resposta.

Fui a sala comunal, queria tomar uma cerveja amantegada descansar um pouco. Hav e Alicia estavam sentadas perto da lareira. A aproximação do inverno já mostrava a sua cara.

- Olá garotas! - disse animada
- Tarin fale mais baixo, estou com muita dor de cabeça! - disse Alicia
- Peça a Maria que faça aquele feitiço... Oh sim, ela não tem tempo para nós.
- Que drama, deixe comigo. - Hav disse apontando sua varinha para a cabeça de Alicia - Curatión!
- Ooooooooooh Havenna o que você fez!?
- Eu, eu....

Alicia tinha, no lugar de seu nariz, uma boca e vice-versa. Levamos ela correndo a enfermaria e Madame Pomfrey deu um jeito em seu rosto, com uma solução pastosa.

De volta ao dormitório, agora mais cheio, sentamos em minha cama e começamos a conversar, assuntos distintos, mas só quem ama sabe como é. Não sai dos pensamentos.

- Ele estava lindo hoje não? - uma de nós três começou
- Estava! - as outras duas disseram juntas
- Quem? - perguntei
- Remo, claro. - Hav respondeu de imediato
- Quem Alicia?
- Ninguém Tarin, apenas uma triste lembrança, de alguém que nunca existiu, dentro de mim. Apenas isso.
- Você não o amava Li, não amava!
- Não, não era Douglas se querem saber. Ele foi uma falsa segurança que tive por algum tempo. Que no final so provocou uma imensa ferida em mim, castigo! Castigo por ter sido fraca.
- Fraca? Não entendo.
- Muito fraca, quis me apoiar em alguém para poder superar a dor de amar alguém que não existe.
- Nossa Ali, muito complexo pra mim. Alguém que não existe? - Hav disse
- Alguém que não existe deve ser melhor do que aquele que existe e não sabe que você existe! - disse enfurecida
- Sirius não sabe que você existe? - perguntou Havenna - Essa é nova para mim!
- Como assim? - perguntei esperançosa
- Ele a acha muito bonita. Você sabe que, eu converso muito com ele.
- Boa noite, vou dormir. - Alicia disse levantando-se e deitando-se na sua cama
- Bom eu também vou, vem também Tarin?
- Não, amanhã não tenho aula. Vou tomar uma cerveja amanteigada, tô com vontade.
- Ah eu vo também. Vem Ali?
- Se divirtam.

Fomos a sala comunal, vazia. Era proibido beber na escola, mas sétimo e último ano, algum proveito teriamos que tirar disso. Os Marotos eram os maiores contrabandistas de álcool, traziam várias e várias garrafas, uma semana por mês. Ninguém sabia como, mas eles sempre traziam. Pegamos duas garrafas no esconderijo, que poucos, mas muito poucos sabiam onde ficava (para não corrermos riscos de sermos entregues por alunos mais fiéis as regras). Sentamos nas poltronas, o aposento vazio. A noite mal começara e estavamos conversando:

- Quais são seus planos para quando acabar o ano? Afinal quando isso acontecer, acabou a escola. - disse entre um gole e outro
- Planos. Uma coisa que não me prende, planos limitam o espaço de atuação. - Hav disse, destrançando as últimas que restaram em seus cabelos depois do show
- Não mesmo? Talvez não planos e sim sonhos.
- Todos temos sonhos para o futuro, seguir tal profissão, ter x filhos ou... casar com tal pessoa.
- É, a excênsia. O que seria das pessoas sem os sonhos para se apoiar?
- A realidade nua e crua nunca vai ser fácil, para ninguém que tenha um coração.
- E quais são seus sonhos? - disse concordando com a cabeça
- Eu sonho apenas, já que os sonhos não tem limite, no qual ele me ama, ele sente o mesmo que eu sinto por ele, mas eu me sinto culpada em sonhar isso, bobeira, então meu sonho muda, as Maruxas estão bem e isso importa, apenas.
- Culpada por sonhar, Hav os sonhos são a nossa libertação da realidade.
- Claro, mas quando a realidade não te deixa.... E os seus?
- Meus?
- Sonhos.
- Eu sonho apenas em viver.

Havenna sorriu e me abraçou, uma estranha sensação se apoderara de mim e as palavras de Merliro voltaram a minha mente, senti que ela sentia o mesmo. Nessa hora o retrato da mulher gorda se virava, escondemos nossas garrafas, descubrindo-as logo depois ao ver quem entrava:

- Duas gatas, bebendo, domingo, a essas horas? Já era.
- A vontade Tiago.
- Vem também Remo - disse, ele se aproximou e me tascou um beijo sentando-se ao meu lado
- Nesse clima... Se me permite Hav - Tiago lhe roubou um beijo quente
Havenna correspondeu o beijo e todos rimos.

- Cerveja amanteigada? - Desprezou Tiago - As garotas bebem cerveja amanteigada e os garotões aqui bebem... wiske de fogo - Ele fez suspense, enquanto tirava uma comprida e fina garrafa, avermelhada e em formato de chama, de dentro da mala que carregava.
- Onde que vocês conseguiram isso seus pilantras? - Havenna falou sorrindo
- Acho melhor não comentarmos não é Pontas?
- É sim Aluado. Só saibam que não foi nada fácil, mas aqui está.
- Aham até imagino em que beco se arruinaram. Eu nunca bebi isso... - eu disse
- Nos primeiros goles você pede pra morrer... Mas vale a pena - Hav disse dando um sorriso safado para Tiago que a beijou
- Vai beber hoje comigo minha linda - Remo também me beijou - Mas não aqui, muito arriscado.
- Vamos em Hogsmeade, na casa abandonada - Tiago piscou para Remo
- Claro Pontas, lá é perfeito. Topam garotas?
- Hogsmeade? Como chegaremos lá? - perguntei, temorosa.
- Não sei como chegar mas topo. - Havenna falou empolgada
- Acredite em nós Tarinzinha, nós sabemos o que fazer.
- Peguem um agasalho, vai esfriar um pouco.

Saímos silenciosamente da sala comunal, os corredores estavam desertos pelo avançar do horário. Eu estava de mãos dadas com Aluado e Hav com Pontas. Nós seguimos como se estivessimos indo ao corujal, ao chegar ao último corredor que dava acesso a escadaria do mesmo, Remo me prensou na parede rochosa e disse, olhando em meus olhos:

- Confia em mim branquinha?
- Sim, totalmente.

Ele me deu um selinho carinhoso, e me levou até um imenso quadro, onde cinco homens, que vestiam finos trajes, jogavam cartas. Tiago pronunciou algumas palavras que não pude entender e o quadro virou, dando a mostra uma rachadura imensa que ia do teto ao chão. Passamos por ela e fomos parar em um longo corredor, muito ilumindo, meu coração batia acelerado mas eu estava feliz por estar ao lado de Remo. Atravessamos o corredor e o fim dele revelava a parte de trás da moldura de um outro imenso quadro. Novamente ele repetiu algumas palavras inaudiveis e o quadro virou, mas estavamos agora em um pequeno armazém, escuro e sujo onde poucos seres encapuzados bebiam:

- Remo onde estamos? - perguntei
- Hogsmeade.
- Aham, tudo bem faz tempo que não a visitamos, mas ela não mudaria tanto nesse tempo. - disse Havenna que parecia irritada
- Não mesmo, estamos no armazém do Zéu Nicolés. É em um beco mais afastado por conter "coisas" não permitidas. - disse Tiago
- Vocês entendem não é? Ninguém que nos ver aqui vai contar, se não queimam o próprio filme. - Remo continuou
- Hum muito esperto da parte de vocês. - eu disse
- Muito obrigado, mas vamos sair logo daqui.
- Boa idéia Pontas, por aqui.

Eles nos puxaram até a porta do lugar, saímos e então reconhecemos Hogsmeade. Estava toda reconstruida, sem vestigios do ataque, há algum tempo atrás. A noite estava fria e uma brisa gélida soprava em nossos ouvidos, o frio esse ano estava chegando mais rígido do que nunca. Estávamos em uma parte mas afastada da vila, perto da área dos moradores, em um beco.

- Vai esfriar mais que isso Remo? Eu vou congelar.
- Eu te esquento branquinha.
- Accio Ninbus 550 - Tiago disse e então uma linda vassoura veio ao seu encontro e Remo fez o mesmo.
- Vassouras? Já estamos em Hogsmeade.- disse Hav
- Mas um pouco longe do nosso destino amor.
- Meu Merlin onde vocês vão nos enfiar -comentei, enquanto Remo me puxou e montamos nós dois em sua vassoura e Tiago e Hav na outra.

Eles subiram, o vento parecia cortar minha face e perto das nuvens o frio era congelante. Ele me abraçava e me sentia mais confortável, observando a vilazinha do alto pude ver como era linda. De longe ví Hogwarts adormecida. Nós sobrevoamos toda a vila e chegamos as longas colinas que a cercavam, eram realmente imensas, voamos por mais pouco tempo até pousarmos em cima de uma delas. Em frente a uma assustadora mansão. Parecia abandonada, pendia para um lado, as janelas tortas junto com a porta e com a grade da frente. No jardim os anões se movimentavam assustadoramente. Eu estremeci um pouco mas Remo me abraçou, e junto de Tiago e Havenna adentramos o quintal, seguindo para a escuridão. Subimos as escadinhas da varanda e o assoalho rangeu

- Alohomora

Entramos em uma sala escura, uma lareira suja e dois sofás velhos a compunham. A cada passo um rangido me assustava mas adentramos mais além, até a cozinha que tinha apenas um velho fogão a lenha. Os garotos pegaram algumas velas em um ármario e voltamos ao aposento anterior. Tiago acendeu as velas em algumas mesinhas de canto e acendeu também a lareira, ao fazer isso alguns morcegos voaram para fora:

- Esse lugar, definitivamente, é sinistro. - Havenna comentou, cortando o clima assustador
- Sabia que vocês íam gostar. Não podemos chamar muita atenção, por isso a pouca luz.
- O povo da vila tem que pensar que a casa esta vazia.
- Ah tudo bem, aumenta a sensação. - Hav disse se sentando em frente a lareira - Está muito frio.
- Vamos logo ao wiske. - Tiago disse se sentando ao seu lado

Eu me sentei no outro lado e Remo logo me acompanhou, sentou-se ao meu lado e conjurou quatro taças.


- A música - Ha disse propondo um brinde
- Ao amor - continuou Remo
- A nós, ao sexo, drogas e rock'n roll - complementou Tiago, arrancando risos de todos.
- A vida - terminei

Brindamos e bebemos um gole, a bebida descia pela nossa garganta como se estivesse em fogo de brasa, queimando muito. O seu gosto era esplêndido, se algum dia pudessemos provar o fogo ele com certeza teria esse sabor.
O frio tinha deixado nossos corpos e agora uma estranha sensação de ardência o percorria. Eu tinha uma vontade incontolável de beijar Remo e ele parecia sentir o mesmo. Nos beijamos várias vezes, até a vontade diminuír.
Tiago nos serviu mais e bebemos mais lentamente agora.

- Hav canta uma música pra gente - pedi
- É minha morena, canta.- Tiago concordou
- Tem uma música... combina muito bem com esse "clima", Accio violão.

O seu instrumento apareceu na sala algum tempo depois, ela sentou com as pernas cruzadas e começou a tocar:

~~'Você é tão acostumado
A sempre ter razão
Você é tão articulado
Quando fala não pede atenção
O poder de dominar é tentador
Eu já não sinto nada
Sou todo torpor'~~

A música era linda, mas so mais tarde quando o efeito da bebida passara eu iria poder entender o significado real dessa música.

~~'É tão certo quanto o calor do fogo
É tão certo quanto o calor do fogo
Eu já não tenho escolha
Participo do seu jogo
Eu participo

Não consigo dizer se é bom ou mau
Assim como o ar me parece vital
Onde quer que eu vá
O que quer que eu faça
Sem você, não tem graça

Você sempre surpreende
E eu tento entender
Você nunca se arrepende
Você gosta e sente até prazer
Mas se você me perguntar
Eu digo sim
Eu continuo
Porque a chuva não cai
Só sobre mim
Vejo os outros
Todos estão tentando'~~


Ao terminar a música um clima forte pairou sobre todos. Havenna passara todo o tempo em que cantara encarando Remo, que me beijava e Tiago a olhava. Terminamos a garrafa e Aluado revelou mais uma guardada, começamos a bebê-la e a conversar sobre os mais diversos assuntos, sobre a escola, filosofia, vida e morte. Mas depois de algum tempo e goles mais exagerados surgiu o tema:

- Eu não vejo problema em me "relacionar" com mais de uma garota ao mesmo tempo.
- Mas você mesmo Tiago... Não vê problema nem em se relacionar com o Almofadinhas.
- Eu amo você por isso Havenna - Remo disse, em gargalhadas exageradas, efeito do álcool que ingerira, dando um beijo em sua buxexa
- Quem te contou Havenna? Era segredo. - Tiago disse dando estridentes gargalhadas e provocando o mesmo nos outros
- Palpites Pontas, apenas palpites. - falou Hav, rindo muito, com certeza por ter recebido um beijo de Remo.
- HA, ha ta tão na cara assim? Mas voltando aos meus pensamentos, qual é o problema de namorar com duas meninas ao mesmo tempo? Das sete ao meio dia com uma do meio dia ás sete com outra e o resto do dia para ficar por fora.
- Como se você desse conta, me engana que eu gosto. - disse sorrindo
- Ahaa, haaa depois dessa eu ficava quieto. - Remo zombou com ele que fingiu se enforcar - Eu prefiro ter uma só, que seja sincero para mim está mais do que bom - Continuou me dando um beijo forte
- Claro, se encontrar uma que vale por três, quatro até cinco dai eu também prefiro só essa. Como a Hav aqui -disse agarrando-a e dando-lhe também um beijo demorado.

Continuaram se beijando.

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Remo começou a passar mal, Tiago se ofereceu a ajudar mas ele queria que eu o fizesse. Ajudei-o a subir as escadas, e entramos em um quarto sombrio. Era composto apenas de uma cama com um véu pendurado, um guarda-roupas antigo e uma penteadeira repleta de frascos e maquiagens. Deitei ele na cama, e fui mecher nos frascos a procura de alguma coisa que pudesse ser útil. Muitos perfumes pela metade, batons cor-de-rosa ao vermelho e muitas embalagens com pó de arroz. A antiga dona daquele quarto era, com certeza, muito vaidosa. Tudo aparentava ser muito velho. Desci novamente as escadas, passei por um corredor ao lado da sala, silenciosamente, pois ví que Havenna e Tiago estavam em um "momento" que não gostariam de ser interrompidos, entrei na cozinha. Peguei uma garrafa de cerâmica dentro de uma bacia, com água, e subi novamente. Deixei em cima de um criado-mudo do lado dele, estava muito pálido mas tinha cochilado. Umdedeci uma pequena toalha e coloquei em sua testa molhada de suor.
Um reflexo, que vinha de um outro quarto, me chamou a atenção. Deixei um Remo dormindo em cima da cama, e segui até o quarto do outro lado do corredor.

Abri a porta, que rangeu bruscamente, e entrei. Novamente apenas uma cama, um pouco menor que a outra, e uma comôda compunham o ambiente assustador. O reflexo que me chamara do outro quarto era um pequeno espelho em cima da cama, ao pegá-lo um estranho arrepio e uma felicidade instântenea se apoderaram de mim. O meu reflexo era distorcido mas eu gostara daquele objeto.

Remo se mexeu no outro quarto e então voltei depressa, levando o espelho comigo.

- Está melhor?
- Não. Estou péssimo.
- Você deve estar com febre, está suando muito, não sei.
- Você sabe executar o feitiço curalion?
- Curalion? É esse o feitiço que a Maria usa?
- Deve ser. Agora pegue sua varinha, enconte na minha têmpora e se concentre.

Eu fiz o que ele me pediu:

- Curalion.
- Concentre-se Tarin
- Curalion!

Um faixo negro saiu junto a ponta de minha varinha.

- Muito bem minha branquinha! Obrigado.
- De nada. Melhorou mesmo?
- Com certeza, não se preocupe. Vamos, temos que voltar ao castelo. - disse levantado-se
- Não, espere! - disse segurando-o - Tiago e Havenna estão er... "ocupados" agora, se é que me entende. Não vamos atrapalhar os dois.
- Ah! Claro. Vamos aproveitar também. - disse me olhando com uma (irresístivel) cara de safado.
- Remo!

Ele me puxou e me beijou carinhosamente, e eu correspondi. Ele me encarava de uma maneira indescritivilmente perfeita. Sua mão deslizava pelo meu corpo e eu queria resistir mas era mais forte do que eu. Me beijava cada vez mais forte, sua respiração estava acelerada quando começou a beijar meu pescoço.

- Remo...
- Tarin?

E eu não disse nada.

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Acordei com os raios do sol nascente, atravessando os vidros empoeirados, em meu rosto.Remo estava ao meu lado e eu o encarei por longos minutos, não acreditava no que tinha feito mas estava feliz. Me levantei apressada, ainda tinhamos umas três horas antes das aulas, mas precisavamos ser rápidos para que ninguém nos visse. Tomei um banho e acordei Remo.

- Bom dia minha linda - disse dando me um beijo e eu lhe dei outro

Enquanto ele tomava banho desci as escadas, Tiago e Havenna dormíam semi-nus, juntos, no sofá. Me aproximei e tentei acordá-los mas dormiam profundamente e então subi depressa, encontrei Remo nú, saído do banho. Escondi meu rosto:

- Por que ficar assim? Não há nada aqui que já não tenha visto.
- Ai remo! Se vista, depressa.

Ele riu e me abraçou, dando-me um longo beijo. Ele foi se vestir e eu peguei a bacia de ceramica com a água de ontem e desci as escadas. Me aproximei dos dois e joguei a gélida água sobre eles:

- Acordeeeem dorminhocos!
- Taaaaarin você tá louca? - Havenna gritou irritada
- Obrigada Tarinzinha, você me proporcinou uma bela visão ao amanhecer. - disse Tiago sonolento, encarandos os seios de Hav, com o sutiã molhado.

Eu joguei o resto da água em cima dele, Havenna, que ria, se levantou:

- Se arrumem depressa, temos pouco tempo.
- Onde fica o banheiro desse lugar?
- Lá em cima, no final do corredor. Só tem água gelada - disse com ela já na escada
- Tudo bem, a Tarinzinha aí já fez o favor de me acostumar!
- Foi boa a noite Tarin? - Tiago perguntou se sentando
- Tiago você pode se vestir? - eu disse e ele se cobriu com um lençol -Valeu. Foi boa sim e a sua aposto que não foi das piores.
- Lembrar os velhos tempos nunca é ruim.
- Se você diz. Ah esqueci de dizer pra Hav onde ficam as toalhas. Já volto.

Fui em direção as escadas e ao chegar ao topo ví uma cena, que no mínimo me provocou um curioso ciúme. Havenna se encontrava alguns passos de onde eu estava e Remo a encarava da porta do quarto onde dormimos. Ela estava só com a roupa de baixo, ainda molhada.
Subi e parei no lado de Havenna chamando a atenção dos dois:

- Er... vou tomar meu banho.
- Vou limpar lá embaixo pra nos irmos. - Remo disse passando do meu lado e me dando um beijo
- Depois não reclame. - eu disse com um tom meio de raiva
- Branquinha não aconteceu nada! Porque você esta dizendo isso?
- Claro que não, mas é so um aviso.
- Tarin...
- Eu vou levar uma toalha pra Havenna, vai lá, arrumar as coisas.

Ele desceu reluntante e eu peguei uma toalha e entrei no banheiro. Havenna estava no chuveiro:

- Quem é?
- O Remo com certeza não. Ele não veio suprir os desejos que você tentou provocar nele.
- O que você quer dizer com isso Tarin?
- Você sabe muito bem Havenna, eu sei o que você sente por ele e ele pode sim sentir muitas coisas por você, afinal ele é um homem. Eu só acho que você deveria respeitar esse momento.

Havenna puxou a toalha para dentro do box, enxugou-se e saiu enrolada:

- Tarin não aconteceu nada. Mee, nós nos encontramos no corredor e ele me viu de sutiã e calcinha,só. Eu não dei pra ele. Se acalme. Agora pare de dar piti e vamos embora, não estou afim de levar nenhuma suspensão.

Eu a segurei pelo braço enquanto passava:

- Por enquanto?
- Eu me recuso a responder esse tipo de acusação Tarin. - ela disse enquanto se soltava bruscamente e entrou no quarto
- Havenna espere, me desculpa eu não quis te acusar.
- Tudo bem, eu entendo o que você sente. Agora me dá licença. Eu vou me trocar.

Eu saí me sentindo um pouco culpada com a minha reação mas eu tinha sido controlada por um ciúme sobrenatural, e realmente era estranho eu sentir isso em relação ao Remo. Desci as escadas e entrei na sala, já limpa, onde Tiago e Remo conversavam. Me sentei ao lado de Aluado dando-lhe um beijo:

- Havenna já esta vindo. - disse enquanto me sentava
- Eu vou buscá-la. - Tiago disse levantando-se
- Mas não demorem - disse sorrindo
- Já não prometo - ele disse nas escadas
- Tarin obrigado. Você me fez uma pessoa mais feliz - Remo disse sentando-se de lado e segurando em minhas mãos- Eu te amo.
- Você também Remo. - disse sorrindo sem graça.

Ele me beijou, sua mão encarinhava meus cabelos quando Havenna e Tiago chegaram.

- Vamoos - disse a primeira
- Acho que eu deveria ter para vocês não demorarem - disse o segundo
- Accio Ninbus 550! - Remo disse enquanto sua vassoura voava pela sala
- Vamos.

Tiago fez o mesmo e lá fomos nós. A vilazinha ainda estava deserta e seguimos até o armazén. Entramos no mesmo ambiente escuro que a noite anterior e lá, diferente que lá fora, muitas pessoas já se movimentavam. Passamos pelo quadro, depois pelo corredor, pela rachadura e novamente um quadro. O cruzamos e estavamos no corredor da escola. Não havia ninguém á vista. Fomos silneciosamente cruzando corredor após corredor, até chegarmos próximo ao dormitório da torre de Grinfinória. Faltava uns 30 metros quando uma figura pálida chamada Malfoy postou-se diante de nós:

- Flerthenner, Lupin, Potter e... oraa, oraa Taringoni Pucc.
- Malfoy - disse
- O coisa pálida, saí da fente que a gente tá com pressa - Havenna disse tentando empurrá-lo mas ele a segurou
- Não encoste em mim, sujeitinha sangue-ruim!
- Como ousa falar assim com ela? - bufou Tiago - Levicor...
- Protego! Mais um feitiço e não haverá perdões Potter.
- Quem disse que quero perdões seus seu ratinho de laboratório.
- Malfoy deixe- nos passar.
- Como sabem há um toque posso avisar a diretoria que estão fora da cama tão cedo e, quem sabe, nem durmiram nelas.
- É tão tolo ou anda treinando? - Remo disse me puxando- Afinal, você também está fora da cama e "quem sabe nem durmiu nela também". Tiago mais tarde você defende a Havenna, brigas a essa hora sim, podem causar complicações.
- Você me paga Malfoy, a se paga! - disse Havenna enquanto passava

Seguimos até o quadro da mulher gorda, dissemos a senha e entramos.

Tiago e Remo se despediram,carinhosamente, de nós e foram se deitar. Eu e Havenna fomos ao dormitório, ela logo durmiu mas eu me sentei na janela e fiquei olhando a floresta proibida. Pensando em tudo que tinha feito e nas conseqüencias de Malfoy ter nos visto mas acima de tudo em Merliro, hoje seria o dia de sua revelação.
Quando dei por mim várias garotas já haviam se levantado, inclusive Alicia que tentava a todo custo acordar Havenna.

- Bom dia!
- Bom dia. Vocês devem ter bebido muito ontem, ela nem se mexe. - disse enquanto cutucava Havenna
- Vá se arrumar, eu acordo ela.


Acordei-a com muita dificuldade, ela estava com um pouco de ressaca, fomos tomar café para ver se melhorava. Remo e Tiago já estavam lá e nos sentamos juntos. Comi pouco e me despedi de todos, que teriam aula e eu não.
Fui ao escritório de Dumbledore, subi pela gárgula e bati a porta.

- Entre - a voz serena de Dumbledore anunciou
- Com licença.

Entrei no aposento, Dumbledore estava sentado atrás de sua mesa, Merliro deitado em uma espécie de sofá e o Ministro da Magia a frente dele.

- Hollemer, essa é a Taringoni Pucc, quem achou o pobre doente, de quem te falava. - Dumbledore me apresentou
- Prazer - disse estendendo a mão
- Prazer.
- Bom Dumbledore vou indo, faça o que te falei. Até breve senhorita.
- Até.
- Pode se tranqüilizar. Nos veremos em breve - disse enquanto ele passava pela porta, quando ele finalmente saiu, virou-se e continuou para mim - Ele não sabe de nada, pensa que é um doente e mandou que eu tratasse de levá-lo ao orfanato. Bobagem, agora sente-se,está quase na hora.

Me sentei, Merliro se mexia tortuosamente no sofá, estava adulto. Grande e parecendo forte, muito belo.

- Está servida? - Dumbledore disse me oferencendo suco de abobora
- Não, muito obrigada, já tomei café.
- Não sei como vocês, jovens, comem tão pouco e ainda tem tanta energia.
- Ah! Mas isso depende muito, eu é que não tenho muita fome mesmo.
- Com certeza não. Mas que deveria se alimentar mais deveria pois essa fase...

Nessa hora, de súbito, Merliro se levantara e se sentara no sofá. Estava pálido e parecia febril. Dumbledore me puxou pelo braço, vagarosamente e nos sentamos na frente dele. Nos encarava mas seu olho girava em órbita. Durante muito tempo ele continuou a se movimentar dessa maneira, quando seus olhos se focalizaram e ele disse:

- Uma terrível tempestade, muitas árvores caídas, uma trégua, o furacão e a bonância.

Eu o fitei sem entender, ele me olhou e me despertou um terrível vazio. A fênix de Dumbledore saíra do seu lugar e parou sobre ele, que perdeu novamente o foco dos olhos e em uma nuvem de fumaça desapareceu.


Acabara ali a curta jornada do "Primeiranista Encantado"

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