Canção



Desculpe a demora, mas estou partindo pra minha outra fanfic!


-Professor, por favor! Não faz isso comigo... -Hermione pega a mão geladíssima de Snape, que estava mais branco que o normal, imóvel, naquele chão de madeira lustrosa, que refletia uma cena melancólica, em que lágrimas desciam de um rosto cansado e molhado de uma menina atordoada pela dor da perda.

-Sem o senhor... A escola não vai ser a mesma, os alunos não vão ter do que reclamar...- Hermione abre um sorriso singelo.- Dumbledore não vai conseguir se virar sem você...-Lembrando de Dumbledore teve outro aperto no peito, será que Dumbledore conseguira escapar da inundação?
-Minerva não teria ninguém ao nível para discutir sobre disciplina...! -Um riso abafado, saia dos lábios arroxeados da menina, junto com uma nuvem de vapor. Ela lembrava bem das discurções que os dois já haviam travado... Eram realmente emocionantes. Hermione conheceu muitos insultos que nem os livros falavam...! Lembrou também que foram os únicos professores que conseguiram confundir as ampulhetas da escola que marcavam os pontos das casas de Hogwarts, creditando e retirando pontos alternadamente numa confusão com público e tudo, os Gêmeos vendiam bilhetes de apostas para que casa sairia com menos, ou qual ampulheta que quebraria primeiro... Nos Natais, Snape era o mais gozado de todos os professores... Uma vez Dumbledore ofereceu uma balinha de estalo a Snape que se transformou em um chapéu de urubu!!! Relembrando o episódio do bicho papão...
-Mione ia recitando as histórias que ele já havia vivido... Ás vezes com um sorriso, as vezes com lágrimas...
Eram tão diversas que ela conseguia viajar em pensamentos e esquecer parte do frio que a congelava por dentro.

-E aquela vez que o senhor nos salvou do professor Lupin? -Ela olhava para um ponto fixo da parede de madeira. E continuou a falar do episódio: -Naquela noite eu estava tão confusa com o passado, o presente e o futuro também... E você por mais que odiasse o Lupin não o lançou nenhum feitiço, apenas nos defendeu com seu próprio corpo... Com sua capa negra nos ocultando, o senhor me pareceu tão heróico naquela hora, eu estava nervosa demais, mas quando o senhor chegou me senti mais segura... Como se minha coragem estivesse escondida em você...

Hermione sentia mais e mais calor subindo pelo seu corpo, suas vestes não estavam mais pingando e sim, secas e quentes... Seus cabelos estavam úmidos e suas mãos estavam com uma temperatura normal, quase quente. Virou-se para trás e se deparou com uma lareira com o fogo trepidando e soltando pequenas faíscas amarelas. Teve a oportunidade de observar o local com mais atenção, pois o outro era vindo da imaginação do professor de poções. Esse veio da imaginação de Mione, o aposento era de madeira nobre, as paredes também, tinha uma lareira bem grande, uma cama de casal com aparência bem confortável, com um colcha de cor azulão, acompanhada de um criado-mudo, com uma vela azulão também, porém, apagada. No criado-mudo tinha duas gavetas e do lado da vela um tubo de ensaio. Com o fogo da lareira refletindo em seu conteúdo transparente. Mas no vidro também era refletida uma porta fechada, com uma maçaneta dourada e uma grande fechadura.
O quarto tinha um ótimo aroma de madeira molhada, e isso fez lembrar de Snape. Acordou de sua observação e viu que ainda tinha as mãos geladas de Snape nas suas e que já as sentia mais gelada, pois as suas já estavam bem quentes.
-Professor!!! Reage! Precisamos de você! -E ela se debruça sobre o corpo do homem e sente ele ainda molhado, e não ouve nenhum batimento cardíaco ou nenhuma respiração fraca. -Preciso de você!...-sussurrou tristonha.
Hermione para de chofre e observa Snape.
E começa a tentar retirar sua camisa de gola alta. Snape era pesado mas ela precisava fazer o que tinha que ser feito.
Quando conseguiu retirar, vislumbrou um tórax remoído e quebrado, com uma mistura de sangue e água, seus ombros estavam destruídos. Snape tinha um físico ótimo, mas no momento parecia um velho acabado, o que mione não aceitou ver.
Como estavam na sala precisa e havia um frasco no criado-mudo então...
-Eu precisava de uma poção curativa! É isso! -Ela se surpreendeu consigo mesma e foi até o vidro. O pegou e voltou rápido para perto de Severo. Ela deixou o vidro em cima da cama e arrastou-o até pertinho da fogueira, que agora estava morna e aconchegante. Por onde ela havia arrastado Snape tinha marcas de sangue, mas logo foi absorvido por algo, pois Mione desejou profundamente que aquilo sumisse da frente dela. Severo ainda parecia um cadáver velho e ferrado, a moça não desistiu, mas abalou-se muito com o fato de perdê-lo.
-Vamos conseguir Professor... Não vou desistir até te trazer de volta... Eu juro! -Falava ela entre soluços e lágrimas quentes que desciam e desciam até cair sobre o próprio Severo Snape. Ela vai até a cama e pega o frasco, rezando para que aquilo fosse o que esperasse que fosse, então ela o abre. -Vamos lá... -Ela mirava a boca de Snape e despejou todo o líquido por dentro dos lábios congelados do professor. De imediato suas feridas começam a cicatrizar o sangue passa a se tornar pele. Só que bem lentamente, de dentro pra fora, esse ritual demorava pelo menos 2 horas e Snape ainda estava gelado demais para estar vivo... Mione ainda chorava e debruçou-se sobre um Snape sem vida. Já sem o frasco na mão, suas lágrimas escorrendo e a parte de cima de seu corpo sobre o dele, o aquecendo, com seu próprio calor...

“Meu coração tem um sonho antigo
Ter sempre alguém comigo, pertinho de mim...”

Não sabendo mais o que fazer, ela começa a cantar uma canção, num tom bem baixo, num sussurro rouquinho e quase morrendo.

“Compartilhar meus segredos, meus medos
Meus sonhos, meus desejos,
Tim Tim por Tim Tim “

Seu coração batia fortemente, sentia um corpo gelado, sem movimento... E lembrava de suas noites em claro, em que lembrava de momentos perto dele...

“Nos momentos de solidão ter alguém pra abraçar
Me aquecer
Fazer eterno o fogo da paixão
Ter coisas de amor, pra cantar, pra dizer”

-Tenho tanta coisa pra dizer... -Ela pensava com um nó na garganta: Mas você não pode me ouvir... Não esta mais aí...!!! Esta morto! Como muitos aqui desejavam... Mas eu não! Eu te quero vivo, professor!

“E se amar você é um crime
Eu aceito a sentença
Porque amar você é um crime
É um crime
Que compensa
E por amar você ser crime
Talvez eu viva pra sempre como um fora da lei
Como fora da lei
Mas não vou viver fugindo eu me rendo,
Eu me entrego ...”

-Sei que não posso te amar, sei que não esta me ouvindo, sei que você não me ama! Mas eu te quero mesmo assim! Mesmo sendo sua aluna, mesmo sendo uma menina idiota que não se controla, que não controla seus sentimentos, impulsos... Desculpe, professor! Preciso desabafar... Tenho isso engasgado na garganta... Mas você nunca me escuta como eu gostaria! Você nunca me olha do geito que eu quero...


“fico preso em teu sorriso,
preso em teu olhar sincero
Deus é meu juiz e essa causa está diante dele
Eu confesso me escondi como eu pude te enganar
Eu confesso por meu crime
Mas pra Deus nunca foi crime amar”

-Professor... Sei que seus sorrisos não são felizes, sei que não expressam nenhum sentimento bom, só desprezo... Mas acho que essa música diz muita coisa que eu deveria te contar... Mas no momento você esta inconsciente e deve ser por isso que estou com coragem pra te falar isso tudo...

“Seu coração tem muito haver comigo
É muito parecido, gosta de sonhar
Mas pra você sou seu melhor amigo
De outra maneira não consegue me olhar
E todo dia, toda hora, em todo lugar tão confidentes,
tão amigos pra rir ou chorar e tanta gente, tanta
gente cansou de falar
Bem lá no fundo eu sabia mas eu temia acreditar”

-Eu sei, não somos confidentes mas você e Lílian eram... E sei que sofreu em seus tempos de escola, era torturado por uma amizade com uma linda menina que amava... Uma vez perguntei ao Dumbledore... E você a perdeu. Mas eu não quero perder você!

“Porque amar você é um crime
Mas aceito a sentença
Porque amar você é um crime
É um crime
Que compensa
E por amar você ser crime
Talvez eu viva pra sempre como um fora da lei
Como fora da lei
E se você achar que é um crime
arriscar nossa amizade que é tão pura e tão sincera
E se isso for verdade
O tempo vai passar
A gente pode até se afastar
O mundo dá tantas voltas
E é Deus quem faz girar
Se amizade for verdadeira Deus não vai deixar se
acabar

Mas não vou viver fugindo eu me rendo,
Eu me entrego
fico preso em teu sorriso,
preso em teu olhar sincero
Deus é meu juiz e essa causa está diante dele
Eu confesso me escondi. Como eu pude te enganar?
Eu confesso por meu crime
Mas pra Deus nunca foi crime amar”

-Não vou desistir do senhor... -Ela acabara de cantar, talvez uma canção que não tivesse muito a ver com eles mas era uma bela canção. Ela teria tanto pra dizer se tivesse mais uma chance... Não queria sair dali nunca mais... E seus olhos foram pesando e pesando...
Até que Hermione cai num sono profundo, sem sonhos ou pesadelos. O fogo aquecia os dois corpos no chão, o aposento estava com uma temperatura aconchegante e ela estava tão a vontade por cima de algo que possuía uma temperatura acima da média e que subia e descia devagarzinho, ao som do crepitar do fogo na lareira...



Surpresaaaa!!! Vocês acham mesmo que eu ia deixar nosso Lord morrer?!

Postem postem postem plix!!!!

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