Beco Diagonal



— Bem vindo ao Beco Diagonal! – anunciou Roe.
— Isso é maravilhoso Roe.
— E você ainda não viu nada...agora,me de sua carta por favor.
Joe abriu a mochila que levava com ele,e pegou uma carta da escola, que recebera dias antes.
— Aqui Roe.
— Hmm deixa eu ver – disse o homem enquanto olhava a carta – bom, um bom bruxo precisa de uma boa varinha, certo? Vamos ao Olivaras. – disse enquanto levava Joe consigo.
Chegaram a uma loja estreita e feiosa. Letras de ouro descascadas sobre a porta diziam “Olivaras,Artesãos de Varinhas de Qualidade; desde 382 a.C.” . Havia uma única varinha sobre uma almofada púrpura desbotada, na vitrine empoeirada. Um sininho tocou em algum lugar no fundo da loja quando eles entraram. Era uma lojinha mínima, vazia, exceto por uma única cadeira alta e estreita, na qual Roe sentou para esperar. Joe ficou espiando as milhares de caixas estreitas arrumadas com cuidado até o teto, até um velho com grandes olhos claros apareceu para atendê-los.
— Bom dia – disse o atendente.
— Oi – respondeu Joe.
— Ah,claro...estava esperando o senhor, jovem Armstrong. Como vai Roe?
— Bem Sr. Olivaras, muito bem. – respondeu Roe.
— Bom senhor Armstrong, vamos escolher sua varinha. – disse enquanto ia até uma prateleira. – Que tal essa? Carvalho, trinta e sete centímetros...experimente menino,ande. – disse ao entregar a varinha para Joe, que ao pegara,fez um aceno pra cima, fazendo com que várias caixas, que estavam no alto das prateleiras, saissem voando.
— Hmm, acho que não. – disse o velho indo atrás de outra caixa. – Tente essa. – e entregou ao garoto, que com o mesmo gesto,dessa vez fez uma prateleira que tinha alguns livros pegar fogo.
— Aguamenti – brandou o homem,e alguns jatos de água sairam da ponta de sua varinha, apagando o fogo. – e essa?
Joe pegou a outra varinha que o Sr. Olivaras lhe entregara,com um certo medo,mas depois teve uma excelente sensação.Era como se estivesse voando,como se fosse o homem mais forte do mundo...
— Interresante...Ébano,pêlo de unicórnio, vinte e dois centímetros...pensei que nunca fosse vender essa varinha...
— E porque? – perguntou Joe entrigado.
— Porque conseguimos arranca dois fios do pêlo desse unicórnio sabe,isso é raro...então fizemos duas varinhas iguais, duas varinhas irmãs...e a outra quem pegou foi o maior bruxo que já existiu na face da Terra...Merlin. – disse um nervoso Sr. Olivaras.
— Hmm, Merlin...legal... – disse Roe ficando ao lado de Joe – bom, vamos indo...prazer revê-lo Sr. Olivaras.
— Ah, o prazer foi meu...tchau senhor Armstrong.
— Tchau – respondeu Joe enquanto saia com Roe de volta ao Beco Diagonal.
O dia ainda estava um pouco cinzento, mas as ruas agora estavam cheias de pessoas,parecia que todos tinham deixado pra comprar o material em cima da hora...

— O que que ele quis dizer quando falou que Merlin havia pego a varinha-irmã da minha? – perguntou Joe.
— Sabe Joe, o Sr. Olivaras é um homem muito inteligente...ele com certeza sabe que você é herdeiro de Merlin, e jogou verde,só pra confirmar...
— Então essa história de varinha-irmã é mentira?
— Não, não acredito que seja...isso acontece as vezes sabe...num é muito raro,mas acontece... – explicou Roe enquanto se encaminhava com o garoto até uma loja chamada Floreios e Borrões.
Já dentro da loja,foram até um balcão onde havia apenas uma mulher para atender a uma verdadeira mutildão. Depois de algum tempo,eles conseguiram ser atendidos pela mesma.
— Então? – perguntou a mulher.
— Primeiro ano de Hogwarts,por favor. – respondeu Roe.
A mulher sumiu,e só voltou alguns minutos depois,com vários livros nos braços.
— Livro Padrão de Feitiços 1ª Série, de Miranda Goshawk; História da Magia, por Batilda Bagshot; Teoria da magia, de Adalberto Waffing; Guia de Transfiguração para Iniciantes, de Emerico Ewitch; Mil Ervas e Fungos Mágicos, de Filida Spore; Bebidas e Poções Mágicas, de Arsênio Jigger; Animais Fantásticos e seu habitat, de Newton Scamander; As Corças das Trevas: Um guia de auto-proteção, de Quintino... Caraca,isso tudo...to ferrado – disse Joe após ler o nome de seus livros.Estava tomando um sorvete com Roe,após fazerem todas as compras. Já haviam comprado varinha,caldeirão,frascos, telescópio, balança de latão, e uma coruja, que ele havia escolhido como animal de estimação.
— Nunca pensei que desse pra comprar tudo isso em Londres! – exclamou Joe.
— É só saber onde ir Joe...só saber onde ir.

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O sol já ia caindo quando Joe e Roe chegaram na casa de Bono Gleeson. Era uma casa muito simples, parecia ter apenas um quarto, o muro era de tijolos.Joe nunca pensou que ouvesse uma casa daquele jeito no centro de Londres,mas como já havia tido algumas surpresas com O Caldeirão Furado,achou melhor esperar pra ver.
Roe tocou a campainha, e um bruxo alto, com grandes olhos verdes,cabelo ruivo,fora atender.
— Meu bom e velho Roe! – disse enquanto abraçava o amigo.
— Muito tempo,muito tempo... – dizia Roe – deixe-me apresentar, esse é o Joe.
— Joe,que prazer em conhecê-lo...você não sabe o quanto eu esperava por esse dia...
— Prazer... – disse Joe,constrangido.
— Bem, vamos entrando...por favor. – disse Bono,pegando as malas de Joe.
Eles entraram na casa,e Joe confirmou o porque era melhor esperar. A casa era imensa, com dois grandes quartos, uma grande sala, cozinha, dois banheiros...
— Isso é magia Joe,a casa parece menor por fora por causa dos trouxas. – disse Roe, e Joe teve mais uma vez a sensação de que ele lia seus pensamentos.
Os três ficaram conversando durante horas, sobre os mais diversos assuntos, até sobre quadribol, cujo assunto Joe teve uma leve dificuldade.
A noite já caira quando eles foram durmi, “faltam só algumas horas pra eu ir pra escola” pensou Joe antes de adormecer.

O primeiro dia de Setembro amanhecera assim como o último de Agosto: cinzento, frio, mas Joe não estava se importanto com o tempo. “Chegou o dia” não parava de falar uma vozinha em seu subconsciente.Depois de tomar o café-da-manhã, ele seguiu os outros dois homens até uma estação de trem chamada King’s Cross.

— Vou pra Hogwarts em um trem? – perguntou.
— É só pegar o trem certo...toma seu bilhete. – disse Roe entregando o bilhete do trem para o garoto. – Tenho que voltar pra sede, Bono leva ele até a estação pra mim? – perguntou ao homem.
E com um aceno de cabeça, Roe foi embora, deixando Joe e Bono sozinhos.
— Hei, esse bilhete ta errado! Aqui diz plataforma 9 3 / 4!
— É assim mesmo garoto.Vamos, você já ta atrazado...
E os dois foram andando até a plataforma 9.
— Num disse que tava errado?!Só tem 9 e 10 – apontou Joe para as plataformas, mas o homem não lhe deu atenção.Puxou o garoto para mais perto,e quando não tinha ninguém olhando,passaram pela parede entre as duas plataformas.
Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma cheia de gente.Um letreiro no alto informava Expresso de Hogwarts 11 horas. Joe olhou para trás e viu um arco de ferro forjado onde estivera o coletor de bilhetes com os dizeres Plataforma 9 3 / 4
Ele conseguiu.
A fumaça da locomotiva se dispersava sobre as cabeças das pessoas que conversavam, enquanto vários gatos miavam junto a elas. Várias corujas piavam umas para as outras descontentes com o barulho das malas pesadas que eram arrastadas.
Os primeiros vagões já estavam cheios de gente, alguns debruçados nas janelas conversando com os parentes pela última vez antes da viagem; outros tavam brigando por causa de lugares. Joe se despediu de Bono, depois que o mesmo ajudou-o a pôr o seu malão dentro do trem. Agora estava sozinho,indo para um mundo novo, “O meu mundo” pensou. Joe deixou seu malão no compartimento de malas, e saiu em busca de um lugar vazio.Não era fácil se locomover dentro do trem, várias pessoas andando pelos corredores, gente entrando e saindo das várias cabines que lá tinha,e por um momento, Joe pensou que não conseguiria nenhum lugar.
Ele continou seguindo pelo fino corredor,até encontrar uma cabine aparentemente vazia, na qual entrou,e se acomodou.

— Ô pirralho, pode saindo daí...essa é a nossa cabine! – falou um garoto muito mais alto do que Joe,e que tinha uma longa cabeleira preta.
— Eu cheguei aqui primeiro... – disse Joe, com um tom de voz que lhe pareceu bastante alto.
— Hohoho, vem cá pessoal...temos um marrentinho aqui! – disse o garoto,enquanto chamava quatro colegas pra se juntar a ele. – Então você num vai sair por bem não,né?
— Já disse que num saio!
— Então vai sair por mal.
E nesse momento Joe percebeu que tinha cometido um erro,ao discutir com o garoto.Um feixe de luz atingiu seu nariz,fazendo esse sangrar.Joe ainda se recuperava do primerio baque,quando ouviu um outro garoto,mais alto ainda do que o primeiro gritar.
—Tarantallegra!
E suas pernas começaram a se mexer em uma dança estranha.Ele não conseguia mais controlar-las,e caiu ao chão.Então o primeiro garoto o levantou com um feitiço, deixando-o de pendurado no ar, de cabeça para baixo. Foi então que ele caiu, segundos após ver o seu oponente sendo golpeado por um feitiço.

— Você está bem? – perguntou uma menina ruiva,que aparentava ser primeiroanista assim como Joe.
— Só sangrando um pouco.
— Vem, vamos pra minha cabine pra eu ver isso. – e os dois sairam em direção ao fim do corredor. – Que que você fez pra eles fazerem isso com você?
— Nada,só não quis sair da cabine...e o que que você fez pra eles pararem?
— Ah,nada de mais.Esses sextoanistas são muito marrentos,se acham o dono da escola,e talz...eu só lembrei pro meu irmão o que minha mãe disse antes de entrarmos no trem.
— Um deles era seu irmão? – perguntou Joe impressionado.
— É, aquele que tava te suspendendo.
— O que?
— É, eu sei, ele num parece ser legal...mas é por causa das amizades...sabe,ele é o primeiro de nossa família que foi pra Sonserina...
— Sonse...o que?
— Você não sabe o que é Sonserina?
— Não...fui criado no mundo dos não-bruxos...minha mãe num era bruxa,e meu pai morreu quando eu tinha 1 ano.
— Hmm...meus pêsames.Bom,então eu vou te explicar. – e os dois entraram em uma cabine. – Ah, esses são Mark e Mellanie Fowler, são primeiroanistas também, e eu sou Sofia Flamel.
— Prazer...sou Joe Armstrong. – e foi respondido por acenos de cabeça dos irmãos Fowler.
— Bem, deixa eu te explicar então sobre Hogwarts. Há aproximadamente 1000 anos atrás estava nascendo da união de 4 grandes amigos (Godric Griffyndor, Salazar Slytherin, Helga Hufflepuff e Rowena Ravenclaw) uma escola de magia e bruxaria que seria chamada de Hogwarts. Os amigos discutiram bastante antes de chegar a conclusões sobre várias coisas, como a localização, o transporte e a divisão da escola em quatro casas denominadas: Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal. Cada um comandaria uma destas casas e o processo de seleção ficaria a cargo do Chapéu Seletor, um chapéu falante que penetraria da mente das pessoas, olhando suas características e destinando-as a casa mais apropriada, criando assim um perfeito equilíbrio de harmonia e paz em Hogwarts. Esta harmonia, porém, não durou por muito tempo, Salazar Slytherin, fundador da casa chamada Sonserina, achava que só deveriam estudar na escola filhos de bruxos, deixando assim de chamar para a escola filhos de trouxas, porém seus amigos não concordaram o que levou-os a uma discursão séria fazendo com que Salazar deixasse a escola. O alunos de Sonserina nunca foram muito queridos pelos pelos outros alunos das outras casas.Eles sem acham muito sabe,acham que são os melhores por serem puro sangue...
— Ou seja,a pior casa que tem é a de Sonserina?
— Em termos de relacionamentos sim – começou Mark,que até então tava calado – mas, os alunos de Corvinal também não são flor que se cheire...eles sem acham os melhores por serem inteligente.Os grifinórios também não são tão queridos,por serem um tanto abusados.
— E os de Lufa-Lufa?
— Esses daí são o resto.Os que não serviram pra Grifinória,pra Sonserina,e nem pra Corvinal,vão pra lá.Sempre terminam em último na Taça das Casas. – finalizou Mark.s “ Acho que vou pra Lufa-Lufa” Joe pensou. Não era sangue-puro,nunca conseguia resolver um exercício de Matemática com facilidade,e nem era abusado. “Sou o resto”.
— Mas que negócio é esse de Taça das Casas?
— Taça das Casas é uma competição entre as casas. Todos os dias,os alunos ganham pontos quando fazem algo bom,ou perdem quando fazem algo errado.Esses pontos vão para as casas,e no final do ano letivo,a casa que tiver mais é a vencedora. – explicou Mellanie.
— É,mas tem também a Taça de Quadribol, que vale bons pontos para as casas. – disse Mark.
— Quadribol?
— É um jogo de bruxos,depois explico com mais calma...Acho que já estamos chegando.
E Joe reparou que nas cabines ao lado,várias pessoas já estavam vestindo seus casacos, parecendo prontas para sairem na fria noite,em pouco tempo.
“Tomara que eu não seja de Lufa-Lufa” pensou Joe antes de começar a se arrumar com os demais.

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