Ilusões (50%)




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Então, eu estava ali. Soava um tanto quanto diferente para mim estar morando tão próxima à Mansão dos Malfoy. Ou eu devia dizer a EX mansão dos Malfoy? É claro que não era EX, a Mansão estava apenas... abandonada. Seu herdeiro havia se esquecido de que havia vidas ali dentro que precisavam dele para se manter. Pelo que eu sabia, seus elfos domésticos estavam sobrevivendo. Sobreviver não é exatamente o estilo que eu escolheria para mim ou para qualquer outra pessoa. Então, eu realmente achava que ele devia deixar de lado sua incapacidade de lidar com o passado e voltar para o lugar ao qual pertencia. Sim, porque pelas últimas notícias que eu tinha dele, seu cotidiano era se embedadar e transar (muito, para ambas as atitudes), todo santo dia. Eu nunca achei que veria Draco Malfoy numa situação tão deplorável. Okay, eu esperava vê-lo como um brilhante funcionário do ministério, casado com uma mulher tão fútil que não se importava com os chifres que levava, contando que pudesse continuar comprando o último lançamento da Gucci ou da Prada. É claro que eu sempre soube que ele era um cafajeste, mas realmente nunca esperara que ele fosse abandonar o meio bruxo. Ele tinha sua parte de dignidade, que eu fazia questão de me lembrar sempre que pensava sobre ele. Ele salvara minha vida uma vez, em Hogwarts. Geralmente, eu não gostava de comentar com as pessoas sobre a minha tentativa de suicídio pra lá de estúpida, então eu deixava que elas achassem que Draco Malfoy era um babaca egocêntrico, incapaz de olhar além de seu próprio umbigo. Não valia à pena comentar sobre aquele episódio. Afinal, quem iria acreditar que Ginevra Molly Weasley tentaria se matar no lago de Hogwarts por quê Harry Potter estava ocupado demais secando as lágrimas de Cho Chang? Ah, não, ninguém nunca acreditaria em mim. Em parte porque eu era uma mulher bem resolvida. Mas também porque meses depois do acontecido, Harry veio atrás de mim e eu simplesmente o mandei ir pastar. Não é que eu meu arrependa do que fiz, é só que tenho pena de Harry pelo seu fim e imagino se o coitadinho teria tido um destino diferente se eu o tivesse aceitado de braços abertos e sorriso nos lábios (coisa que, a propósito, eu NUNCA teria feito). Mas eu realmente achava que ele não merecia ter se casado com ela. Oh, Deus! Pensar naquilo me dava nojo. Harry poderia ter a garota que quisesse a seus pés. E, no entanto, ele escolhera logo Samantha Parkinson. Ou eu devia dizer, Samantha Potter? Realmente deprimente. Essas eram coisas com as quais eu não conseguia me acostumar muito bem. Afinal, eu sempre esperara coisas muito diferentes para todos nós. Exceto Rony e Hermione, tão previsíveis... Mas até mesmo o meu destino me surpreendia. Eu sempre imaginara que sairia de Hogwarts com um anel de noivado, seria uma auror muito bem-sucedida, ótima mãe e esposa. E posso afirmar com toda a certeza do mundo que nunca imaginara que seria o que sou hoje: uma médica formidável no St. Mungus, uma mulher poderosa, desejada, independente. Não. Definitivamente, ninguém no mundo esperava isso de mim. Mas o fato é que, morando onde eu morava, eu não conseguia evitar pensar em Draco Malfoy, sua família, sua casa, seus elfos e tudo o mais relacionado a ele. Chegava a me assustar, às vezes. Mas eu não devia me preocupar com isso. Não naquele momento.
O homem serviu mais uma taça de vinho e me entregou. Eu passei os dedos pela taça, sorrindo de leve e pude perceber segundas intenções por trás daquele ato. Mas aquilo não me incomodou. Claro, eu estava acostumada com tudo aquilo, toda aquela atenção. Não era exatamente agradável, mas eu simplesmente me acostumara. Os enfermeiros sempre ficavam meio desnorteados quando tinham que trabalhar comigo. Os homens, geralmente, ficavam meio tímidos. E isso me fazia ter certeza de quem eu era: Gina Weasley, uma mulher fatal. Dando um meio sorriso de canto, eu observei o homem a minha frente. Ele fora meu paciente, uma vez. Era um Obliviador do Ministério e era até bonitinho. Eu ainda não sabia como dispensá-lo, porque ele parecia incrivelmente decidido a me levar pra cama. Isso me fez apertar os lábios com desagrado. Ele percebeu.
- Hm... algo errado, Ginevra?
- Gina. - eu corrigi, automaticamente. - E nada errado. Tudo certo.
Forcei um sorriso e desviei o olhos, bebericando o vinho. Eu não gostava muito quando homens iam até a minha casa. Mas aquele era um caso em que eu faria uma exceção. Afinal, ele aparecera à minha porta com flores e me preparou um jantar maravilhoso à luz de velas. E, ainda assim, eu não conseguia me interessar por ele. Por baixo de todo o tédio assassino que sentia, eu estava inquieta, sem saber sequer o porquê. Eu dei um outro golinho no vinho e olhei pela janela. Meu coração descompassou. Não podia ser. Eu estava vendo coisas. Justin devia ter colocado algo no vinho, e agora eu estava alucinando. Era a única explicação, simplesmente porque Draco Malfoy não podia estar caminhando na direção dos portões de sua casa, naquele exato instante, dando uma rápida olhada na minha casa. Eu o acompanhei com os olhos, até ouvir um suspiro pesado. Olhei para Justin.
- Oh... Não acho que você esteja interessada nesse... hm... encontro, não é? Tudo bem. - outro suspiro. - Bom... De qualquer forma, eu vou indo. Me leva até a porta?
Ele disse tudo aquilo sem me dar tempo para responder, de forma que o encarei, a boca ligeiramente aberta. Fiz que sim com a cabeça e me ergui, abandonando a taça em cima da mesinha de centro. Acompanhei-o até a porta e, quando ele já tinha aparatado, eu procurei inquieta por algum vestígio da passagem dele. Não havia nada que denunciasse que ele tivesse estado por ali. Mas eu tinha certeza do que vira. E, agora, eu tinha uma missão horrível, que eu daria qualquer coisa para não desempenhar.
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N/A: NOSSA, acho que vou apanhar, aqui. @___@ Desculpem pela demora, por favor! O ano foi MUITO corrido, nem tive tempo de vir aqui postar. Então, tá aí, 50% do capítulo, narrado pela Gina. :D PROMETO que o resto vem rapidinho! Ahhh, capa nova! *--* O que acharam?
Espero que gostem. E COMENTEEEEM!

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